Estruturas Especiais de Concreto Armado pelo Método de Bielas e Tirantess

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Transcrição:

Dimensionamento de Estruturas Especiais de Concreto Armado pelo Método de Bielas e Tirantess Caio Cesar Pereira de Aguiar 1, Sergio Hampshire de d Carvalho Santos 2 1 Mestrando/ Programa dee Projeto de Estruturas / Universidade Federal do Rio de Janeiro/ caio.aguiar@poli.ufrj.br 2 Professor Titular/ Escola Politécnica / Universidade Federal do Rio dee Janeiro/ sergiohampshire@poli.ufrj.br Resumo Este trabalho apresenta um estudo sobre a aplicação do método de bielas e tirantes no dimensionamento de elementos e regiões especiais em estruturas de concreto armado. Na Norma Brasileira de Projeto de Estruturas de Concreto, ABNT 6118 (2014), é definido o método de bielas e tirantes como a forma dee analisar estas regiões de descontinuidade. Será aquii exemplificada a aplicação do método, m a partir do modelo tridimensional de um edifício desenvolvido no software CAD/TQS (2017).. São analisados os resultados obtidos com o aplicativo, resultados estes comparados com os obtidos manualmente aplicando o método de bielas e tirantes, a fim m de se avaliar a confiabilidade do tratamento das regiões de descontinuidade nos aplicativos comerciais. Palavras-chave Concreto armado; bielas e tirantes; t CAD/TQS Introdução Atualmente o projeto de edificações é feito quase que completamente com o auxílio de softwares de desenho e cálculo, que oferecem organização, agilidade, grande precisão, economia de tempo e diminuição do risco de erro em tarefas repetitivas. O projeto estrutural precisa primordialmente se adequar ao projeto arquitetônico e de instalações. Por vezes é necessário inserir aberturas, variar a seção de elementos estruturais ou introduzir outras descontinuidades geométricass ou de cargas, definindo as chamadas regiões especiais. Nestas regiões não é viável a aplicação dos métodos tradicionais de cálculo de análise dee seções críticas. A partir p do modelo de treliça clássica concebido por RITTER (1899) e MÖRSCH (1909), este modelo de treliça foi estendido, a partir da contribuição dee vários pesquisadores,, para a análise de todas as partes de uma estrutura com os modelos de bielas e tirantes. O método de bielas e tirantes, foi sistematizado por SCHLAICH et al. (1987). Os modelos são idealizados a partir da observação do caminho das cargas em uma estrutura, configurando uma treliça autoequilibrada, composta por bielas representando as tensões de compressão no concreto, tirantes representand do as tensões de tração nas armaduras e nós conectandoo bielas e tirantes e recebendo os carregamenc ntos. A NBR 6118 (2014) recomenda a adoção deste método para analisar regiões com descontinuidade estática ou geométrica. O objetivo deste trabalho é verificar como os aplicativos comerciais de projeto automatizado como o CAD/TQS (2017) tratam estas regiões de descontinuidade, através da comparação de resultados obtidos com esse aplicativo e os avaliados manualmentee aplicando o método de d bielas e tirantes. O trabalho resume a Dissertação de AGUIAR (2018), orientada pelo segundo autor.

Metodologia de cálculo O procedimentoo geral para a análise com modelos de bielas e tirantes pode ser resumido da seguinte forma: 1º Determinação das forças atuantes no contorno da estrutura, tais como cargas aplicadas e reações de apoio, através de uma análise elástica.. 2º Elaboração do modelo de bielas e tirantes, seguindo o caminhamento das cargas.. 3º Substituição das cargas distribuídas s por cargas concentradas nos nós e dos momentos por binários. 4º Cálculo da treliça isostática, obtendo os esforços normais de compressão nas bielas e de tração nos tirantes. 5º Verificação das tensõess de compressão nas bielas e noss nós críticos e cálculo das áreas de aço necessárias nos tirantes e suas devidas ancoragens. 6º Detalhamento das armaduras de forma compatível com o posicionamp mento dos tirantes no modelo idealizado. Parâmetros de cálculo As verificações das tensõess de compressão podem ser feitas da d seguinte forma. Define-se inicialmente a variável : 1 250 (1) Definem-se as tensões resistentes no concreto: f cd1 Máxima tensão resistente de compressão no concreto em regiõess sem tensões de tração transversais e em nós totalmentee comprimidos (Nós CCC). C f cd2 Máxima tensão resistente de compressão no concreto em regiõess com tensões de tração transversais e em nós onde confluem dois ou mais tirantes (Nós CTT). f cd3 Máxima tensão resistente em nóss onde conflui somentee um tirante (Nós CCT) ). 0,85.. 0,60.. 0,72.. A área de aço necessária a ser considerada em cada tirantee A S é dada, em função das forças de tração nos tirantes, por: Análise dos elementos especiais de uma edificação com auxílio do CAD/TQS Foi criado um edifício fictício f no CAD/TQS (2017), versão v Unipro V18.18.14, contendo diversas regiões especiais situadas em regiões de descontinuidade, com duas soluções em fundação (blocos sobre estacas e sapatas rígidas), a fim de se analisar como este software calcula e detalha essass estruturas. (2) (3) (4) (5)

Figura 1 Vista 3D do modelo da edificação Modelos adotados A partir dos carregamentoss e esforçoss obtidos no modelo mostrado m na Figura 1, foram f elaborados modelos de bielas e tirantess para resolução manual dos elementos especiais. Figura 2 Modelo de bielas e tirantes da viga com abertura próximo ao apoio Figura 3 Modelo de bielas e tirantes da viga com variaçãoo de alturaa

Figura 4 Modelo de bielas e tirantes para carga direta d próxima ao apoio Figura 5 Detalhame ento, região de apoio indireto de vigas Figura 6 Modeloo de bielas e tirantes para a viga parede da caixa d água

Figura 7 Modelo de bielas e tirantes de consolo curto Figura 8 Modelo de bielas e tirantes paraa transiçãoo de comprimento em pilar

Figura 9 Modelos vertical e horizontal de bielas e tirantes, aberturas em lajes Figura 10 Modelo de bielas e tirantes de bloco b de estacas Figura 11 Modelo de bielas e tirantes de sapataa

Análise de resultados Viga com abertura (Figura 2) O CAD/Vigas do TQS dimensiona e detalha automaticamente aberturas retangulares e circulares analisando os esforços em uma seção situada no meio m da abertura, com base nos critérios (de viga vierendeel ) propostos por LEONHARDT (1978) e SÜSSEKIND (1985). Esta solução leva a um esquema não simétrico de armaduras (Figura 12). Apesar destee se constituir em um detalhamento tradicional, não são atendidas as condições de equilíbrioo de forças internas. RecomendaR a-se uma análise manual, aplicando modeloss de bielas e tirantes, conforme proposto p porr SCHLAICH et al. (1987) e, no caso em análise, comoo apresentado na Figuraa 2. Figura 12 Viga com abertura detalhada com o CAD/TQS Viga com variação de altura (Figura 3) ) O CAD/Vigas do TQS não permite a variação de seção no vão, v sendo o processamento interrompido por um aviso de classe grave. O cálculo manual apresentado na Figura 3 devee ser feito e incorporadoo ao projeto. Viga com carga concentrada próximo ao apoio (Figura 4) O CAD/Vigas não detalha as armaduras verticais e horizontais necessárias ao combate das tensões de tração devidas à carga concentrada próxima ao apoio,, que devem ser calculadas e acrescentadas manualmente. Observa-se tambémm que no detalhamento das esperas do pilar (Figura 13) ) as dobras deveriam estar para o lado l interno. Figura 13 Viga com carga próxima ao apoio detalhada com o CAD/TQS

Vigas com cargas indiretas (Figura 5) O modelador estrutural permite considerar o cruzamento entre vigas. No entanto, o projetista deverá indicar qual viga iráá receber a carga nos cruzamentos. Uma decisão errada do projetista levará a uma consideração incorreta por parte p do programa. O CAD/Vigas calcula e detalha a armadura dos estribos de suspensão s automaticamente, porém não é claro qual a faixa de distribuição considerada pelo p programa. A Figura 14 ilustra o detalhamento de uma armadura de suspensão no CAD/TQS. Figura 14 Detalhamento das armaduras de suspensão no CAD/TQS Viga parede (Figura 6) O CAD/TQS reconhece uma viga parede, emitindo um aviso de classe leve, mas a calcula como uma viga comum, resultando em armaduras elevadas sem necessidade estrutural. Pelo método de bielas e tirantes, a armadura longitudinal pode ser facilmente determinada dividindo-se os momentos fletores máximos pelos braços de alavanca, definidos com base em resultados da Teoria da Elasticidade (ver( Figura 6). Consolos curtos (Figura 7) O módulo do CAD/TQS para estruturas pré-moldadas, o TQS PREOO apresenta um dimensionamento específico para consolos curtos. Em edifícios de concreto moldados in loco, o CAD/TQS emite um aviso de classe leve de quee o consoloo não é uma viga em balanço. O cálculo com o Métodoo de Bielas e Tirantes deve d ser feito manualmente, incluindo a verificação da biela de concreto. O detalhamento deve ser corrigidoo para compatibilizá-lo com o modelo de bielas e tirantes considerado. Transição de pilares (Figura 8) O modelador estrutural do CAD/Pilar permite facilmente variar a seçãoo de pilares entre pavimentos, dimensionando e detalhando cada lance separadames ente. É emitida mensagem de alerta nos desenhos de armadura onde ocorre variação v de seção, ficando a responsabilidade para o engenheiro de dimensionar e detalharr a região de

descontinuidade manualmente. Outraa observação é de quee é necessário verificar na transição se as armaduras de espera para o pavimento superior estão corretas,, pois podem estar em excesso ou não existirr nenhuma armadura. Abertura em lajes (Figura 9) O CAD/Lajes não detalha as armaduras de reforço no contorno de pequenas aberturas conforme proposto pela NBR 6118, sendo necessário acrescentá-las manualmente. No caso de grandes aberturass em que o comportamento da laje l se altera, é necessário calcular manualmente os esforços noss bordos livre com modelos de bielas e tirantes e posteriormente dimensionar e detalharr as armaduras no contorno da abertura. Blocos sobre estacas (Figura 10) O CAD/Fundações calculaa os blocoss pelo método de bielas e tirantes, aplicando os critérios de BLÉVOT (1967) ou de FUSCO (1985). Os esforços são calculados considerando-se um pilar quadrado centralizado, sendo s necessário utilizar um artifício de pilar quadrado equivalente, o que e não assegura a precisão do cálculo. O sistema apresenta coeficientes dee segurançaa adicionaiss que podem conduzir a uma armadura principal antieconômica, com um coeficiente COEFRED reduzindo o braço de alavanca da flexão e um coeficiente c γ n majorando os esforços. É importante o projetista editar os dados dos critérios de dimensionamento de maneira a que se tenha um melhor dimensiona amento e um detalhamento apropriado, já que o sistema carece por exemplo de referências quanto às armaduras de construção. Sapata rígida (Figura 11) O CAD/Fundações majora os esforçoss por um coeficiente γn = 1,2. Os esforços não são calculados com modelos de bielas e tirantes. Além do esforço normal são considerados os momentos atuando na base do pilar, calculando-se as tensões na base da sapataa para uma flexão composta oblíqua e transformandoo essas tensões em umm carregamento equivalente que atuará em cada uma das quatro abas. Estas são dimensionadas como vigas em balanço com seção transversal trapezoidal. Conclusões Tendo em vista a aplicação quase que geral, atualmente, dos aplicativos de projeto automatizado de estruturass de concreto, considera-se necessária uma análise cuidadosa da confiabilidade destes sistemas. Escolheu-se neste trabalhoo analisar o aplicativo CAD/ TQS, um dos mais utilizados, conceituados e confiáveis dos softwares disponíveis no mercado nacional, quanto à consideração de regiões especiais. Este aplicativo foi já objetoo de diversos outros estudos na Escola E Politécnica da UFRJ, comoo os de BELLAS (2015), de AMÂNDULA (2015) e de RIBEIRO (2015). Estes estudos anteriores atestaram a grande confiabilidade do aplicativo.

O foco do presente estudo foi a consideração de regiões especiais peloo aplicativo, que evidentemente é um problema muito difícil de ser completamentee automatizado. Identificou-se que este apesar de nem sempre o CAD/ TQS T analisar e detalhar as regiões da forma mais correta, sempre emite avisos paraa que o projetista faça as adaptações necessárias ao projeto, o que deverá assegurar a segurança s das estruturas. Referências AGUIAR, C. C. P.; Dimensionamento de estruturas especiais de concreto armado pelo método de bielas e tirantes. Dissertação de Mestrado (em elaboração), Programa de Projeto de Estruturas, Escola Politécnica, Universidade Federal do o Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2018. AMÂNDULA, M. V. D., Análise Automatizadaa de uma Edificação E com Ênfase no Projeto de Vigas, Projeto de Graduação, Escola Politécnica da d UFRJ, 2015 ASSOCIAÇÃOO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), NBR 6118, Projeto de estruturas de concreto - Procedimentos. Rio de Janeiro, J 2014. BELLAS, B. F.., Análise Automatizad da de uma Edificação com Ênfase no Projeto de Lajes, Projeto de Graduação, Escola Politécnica da UFRJ, 2015; BLÉVOT, J.; FRÉMY, R.; Semelless sur pieux, Annales bâtiment et des travaux publics.1967. de l institut technique du FUSCO, P. B., Técnicas de armar ass estruturass de concreto. Editora 1995. Pini, São Paulo, LEONHARDT, F e MÖNNING, E.; Construções de Concreto, Volume 3: Princípios básicos sobre a Armação de Estruturas de Concreto Armado. Editora Interciência Ltda, Rio de Janeiro, 1978.. MÖRSCH, E.; Concrete-steel construction. company.1909 The engineering news publishing RIBEIRO, E. H. R., Análise Automatizada de uma Edificação com Ênfase no Projeto de Pilares, Projeto de Graduação, Escola Politécnica da UFRJ, 2015 RITTER, W. Die bauweisee hennebique. Schweizerische Bauzeitung.1899 SCHLAICH, J..; SCHAFER, K.; JENNEWEIN, M.; Toward a consistent design of structural concrete. Journal of the PCI, Vol. 32, No. 3, May/June 1987.. SÜSSEKIND, J, C.; Curso de concreto, volume II: concreto armado. Editora Globo, Rio de Janeiro, 1985. TQS INFORMÁTICA LTDA.; Sistemas CAD/ /TQS para V18..18.14, São Paulo, 2017. Windows,, Versão Unipro