VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 16 CALHARIZ ESTE PEÇAS ESCRITAS

Documentos relacionados
VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 19 TAPADA PEÇAS ESCRITAS

VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 12 EMBAIXADOR POENTE PEÇAS ESCRITAS

VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 13 EMBAIXADOR NASCENTE PEÇAS ESCRITAS

VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 20 ALCÂNTARA PEÇAS ESCRITAS

VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 4 MERCÊS SUL PEÇAS ESCRITAS

VOLUME I. PROGRAMA DE EXECUÇÃO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 3 MEMÓRIA PEÇAS ESCRITAS

JORNAL DA CONSTRUÇÃO. Lisboa, 28 de Maio de 2007

Regulamento do Plano de Pormenor do Quarteirão de Santo António CAPÍTULO. Disposições gerais. Artigo 1.º Âmbito e aplicação

CONCEITOS E DEFINIÇÕES

MUNICÍPIO DE PENICHE

Termos de Referência. 4. Enquadramento nos Instrumentos de Gestão Territorial. Página 1 de 5

Ordenamento do Território Nível Municipal Ano lectivo 2013/2014

Área de intervenção: sesimbra

LISBOA OCIDENTAL, SRU VIDA IMOBILIÁRIA RESPOSTAS ÀS QUESTÕES. Lisboa, 15 de Janeiro de 2007

PEDIDO DE INFORMAÇÃO PRÉVIA

Requerimento. sujeitas a licenciamento

Artigo 1.º Informação prévia referente a operações de loteamento

INFORMAÇÃO PRÉVIA MUNICÍPIO DO SEIXAL CÂMARA MUNICIPAL. Livro: Registo N.º: /Ano: Entrada de: Classif. Ou Proc N.º: Registado por:

REGULAMENTO DE APOIO À RECUPERAÇÃO DE IMÓVEIS DEGRADADOS PARA MUNÍCIPES EM SITUAÇÃO DE CARÊNCIA SÓCIO ECONÓMICA

MUNICÍPIO DE VILA POUCA DE AGUIAR

Ex.mo Senhor: Presidente da Câmara Municipal de Mortágua. ASSUNTO: LOTEAMENTO URBANO: Com / Sem, Obras de Urbanização Licenciamento Comunicação Prévia

/3. Artigo 1.º Objecto

LT, SOCIEDADE DE REABILITAÇÃO URBANA, EM

CÂMARA MUNICIPAL DE MONTEMOR-O-NOVO PLANO DE INTERVENÇÃO EM ESPAÇO RURAL NO LOCAL DA REBOLA. Relatório de Concertação

Habitação, Construção e Obras Públicas. Anexo nº 2 - Sistema Conceptual completo

NORMA TÉCNICA ELEMENTOS PARA A INSTRUÇÃO DE PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DE OBRAS DE EDIFICAÇÃO

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DE CARIA

NORMA TÉCNICA ELEMENTOS ANEXOS PARA A INSTRUÇÃO DE PEDIDO DE INFORMAÇÃO PRÉVIA

Rua António Saúde nº 11 a 13, freguesia São Domingos de Benfica, concelho Lisboa

P R O G R A M A D E E X E C U Ç Ã O E F I N A N C I A M E N T O

REGULAMENTO DO PLANO DE PORMENOR SOBRE A OCUPAÇÃO DE PARCELAS NO SÍTIO DENOMINADO ESTACAL, EM BREJOS DE AZEITÃO, CASAS DE AZEITÃO.

EXMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE CAMINHA

P.U. SANTO ALEIXO REGULAMENTO


USP/SRF/GIM Gestão de Imóveis

Licenciamento de Obras de Edificação Alterações ao projecto licenciado durante a execução da obra que envolvam alterações da implantação ou ampliação

REVISÃO DO RGEU O NOVO RGE

Plano de Pormenor Bairro da Liberdade Proposta Preliminar Proposta Preliminar Proposta Preliminar Proposta Preliminar Proposta Preliminar.

P R O P O S T A N.º 284/2018. Planeamento, Urbanismo, Património e Obras Municipais

INFORMAÇÃO PRÉVIA. Artigo 14.º do Regime Jurídico da Urbanização e da Edificação. Nome. Morada. Freguesia Código Postal -

INTRODUÇÃO CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Planeamento Urbano Plano de Urbanização da Damaia/Venda Nova (Oficina de Arquitectura 1997) JOÃO CABRAL FA/UTL 2011

LISBOA OCIDENTAL, SRU SOCIEDADE DE REABILITAÇÃO URBANA, EEM PONTO DE SITUAÇÃO

ANEXO A ANÁLISE E CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA EDIFICADA EXISTENTE

GUIAS PARA INSTRUÇÃO DE PEDIDOS DE AUTORIZAÇÃO OU DE LICENCIAMENTO DE OBRAS (NA ÁREA DE COMPETÊNCIAS DA APSS, S.A.)

Programa Polis Vila Real

2. Termos de referência 2.1 Área de Intervenção 2.2 Enquadramento no PDM

Regulamento de Incentivos Programa Cidade Histórica

1. Área a abranger pelo Plano de Pormenor

BENEFÍCIOS FISCAIS PARA A REABILITAÇÃO URBANA ENQUADRAMENTO LEGAL

NRJUE. Lei 60/2007 de 4 de Setembro

Operação de Reabilitação Urbana Sistemática de Santa Clara. Programa Estratégico de Reabilitação Urbana

2. A presente minuta do contrato de urbanização estipula os termos e condições em que:

CAPÍTULO I. Disposições gerais. Artigo 1º. Objecto e Âmbito

4138-(8) DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-B N. o de Agosto de 2000

NORMA TÉCNICA ELEMENTOS PARA A INSTRUÇÃO DE PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DE OPERAÇÃO DE LOTEAMENTO

ÁREA DE REABILITAÇÃO URBANA DE SOURE PROPOSTA DE ALTERAÇÃO AOS LIMITES

PEDIDO DE LICENCIAMENTO DE ALTERAÇÃO DE LICENÇA/AUTORIZAÇÃO DE LOTEAMENTO

Quadro político e legislativo relativo ao ordenamento do território. Planeamento Urbano 2011/12 JOÃO CABRAL FA/UTL

I - FACTOS APRESENTADOS E ENQUADRAMENTO DO SUJEITO PASSIVO

UI3. Requalificação da Praça Velha Rua Jornal do Fundão Rua 25 de Abril. Acção 2. Rua Jornal do Fundão Rua 25 de Abril

JUSTIFICAÇÃO PARA A NÃO SUJEIÇÃO DO PLANO DE PORMENOR DE SALVAGUARDA DO CENTRO HISTÓRICO DE SINES A AVALIAÇÃO AMBIENTAL ESTRATÉGICA

NORMA TÉCNICA ELEMENTOS PARA A INSTRUÇÃO DE PEDIDOS DE LICENCIAMENTO DE OBRAS DE URBANIZAÇÃO

PROPOSTA DE HONORÁRIOS

PLANO DE PORMENOR DO NÚCLEO CENTRAL DO CARREGADO

Venho por este meio solicitar a V. Ex.ª que se digne aprovar o respetivo projeto de arquitetura que se apresenta, em anexo.

Município de Tondela

Município de Alcácer do Sal

ÁREA DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA SÉ/VITÓRIA QUARTEIRÃO (MARTINS ALHO) (VERSÃO WEB)

LICENCIAMENTO DE OPERAÇÃO DE LOTEAMENTO, OBRAS DE URBANIZAÇÃO OU TRABALHOS DE REMODELAÇÃO DE TERRENOS

VILAS OPERÁRIAS EM LISBOA EMERGÊNCIA DE NOVOS MODOS DE HABITAR O Caso da Vila Berta

5980 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-B N. o de Setembro de 2001

Ficha de Caracterização Edificado com Interesse Cultural

ÁREA DE INTERVENÇÃO PRIORITÁRIA DO INFANTE UNIDADE DE INTERVENÇÃO - QUARTEIRÃO FERREIRA BORGES CARACTERIZAÇÃO PARCELAR (VERSÃO WEB) Q 13006

PEDIDO DE LICENCIAMENTO DE ALTERAÇÃO DE LICENÇA/AUTORIZAÇÃO DE LOTEAMENTO

CÂMARA MUNICIPAL DE MONTEMOR-O-NOVO

ÍNDICE. Memória Descritiva PLANO DE PORMENOR DO ESPAÇO DE REESTRUTURAÇÃO URBANÍSTICA DA QUINTA DO BARÃO

PEDIDO DE LICENCIAMENTO/AUTORIZAÇÃO DE OPERAÇÃO URBANÍSTICA (ESTABELECIMENTOS DE RESTAURAÇÃO OU BEBIDAS)

PLANO DE PORMENOR DA ZONA BAIXA DA VILA DE PENELA TERMOS DE REFERÊNCIA

Câmara Municipal de Arruda dos Vinhos Divisão de Obras Ambiente e Qualidade de Vida

USP/SRF/GIM Gestão de Imóveis. Av. D. João II, lote º Parque das Nações Lisboa

Projecto formativo Urbanatur: "Quem faz, ensina"

SECÇÃO 1.1. Área urbana de edificabilidade extensiva (EE)

Setembro Faça clique para adicionar os logos

ACTOS PRÓPRIOS RESERVADOS E OUTROS ACTOS EM QUE PODEM INTERVIR OS ARQUITECTOS

APOIO AO EMPREENDEDORISMO)

Termo de Responsabilidade do Projecto de Arquitectura

NORMA TÉCNICA ELEMENTOS PARA A INSTRUÇÃO DE PEDIDOS DE RECEÇÃO DE COMUNICAÇÃO PRÉVIA DE OBRAS DE URBANIZAÇÃO

N. o de Setembro de 2001 DIÁRIO DA REPÚBLICA I SÉRIE-B 5967

PROGRAMA PRELIMINAR Concurso público de conceção para a elaboração do projeto de conjunto edificado em Lisboa

Reabi(li)tar Lisboa: Contributos do Programa Local de Habitação Anexos

MUNICÍPIO DE VILA VIÇOSA CÂMARA MUNICIPAL

PLANO DE PORMENOR ESPAÇOS RESIDENCIAIS EM SOLO URBANIZÁVEL TERMOS DE REFERÊNCIA

APROVA OS MODELOS DE AVISO A FIXAR PELO TITULAR DE ALVARÁ DE LICENCIAMENTO. (Portaria n.º 1108/2001, de 18 de Setembro)

REGULAMENTO MUNICIPAL SOBRE O LICENCIAMENTO E FUNCIONAMENTO DAS ESPLANADAS

IDENTIFICAÇÃO DO REQUERENTE OBJETO DO PEDIDO ENQUADRAMENTO NOS INSTRUMENTOS DE GESTÃO TERRITORIAL ANTECEDENTES DO PROCESSO

Para efeito de execução do Plano, a área de intervenção é dividida nas seguintes zonas, delimitadas na planta de implantação:

Transcrição:

ÍNDICE VOLUME I. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 16 CALHARIZ ESTE PEÇAS ESCRITAS 1. INTRODUÇÃO...... 2 2. ORGANIZAÇÃO DESTE DOCUMENTO..... 5 3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL.... 7 3.1. EDIFICADO.... 8 A) ESTADO DE CONSERVAÇÃO.. 8 B) PISOS ACIMA DO SOLO. 10 C) PISOS ABAIXO DO SOLO.. 11 D) DATAS APROXIMADAS DE CONSTRUÇÃO. 11 E) SISTEMA CONSTRUTIVO.. 12 F) OCUPAÇÃO FUNCIONAL GLOBAL.... 13 G) EDIFÍCIOS DESOCUPADOS.. 15 H) VALOR PATRIMONIAL. 15 I) SAGUÕES E LOGRADOUROS... 17 J) SITUAÇÃO CONTRATUAL DOS OCUPANTES.. 17 3.2. ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS.. 18 A) CIRCULAÇÃO E ESTACIONAMENTO.. 18 B) PAVIMENTOS... 18 C) MOBILIÁRIO URBANO. 18 D) TRANSPORTES PÚBLICOS... 19 E) EQUIPAMENTOS.. 19 3.3. CONCLUSÕES.. 19 A) EDIFICADO... 19 B) ESPAÇO PÚBLICO... 20 C) ESTUDO SOCIOLÓGICO... 20 3.4. CONDICIONAMENTOS À EDIFICABILIDADE (PDM).... 21 4. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO... 22 4.1. EDIFICADO. 22 4.2. ESPAÇO PÚBLICO.... 23 5. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO... 24 5.1. EDIFICADO.... 24 5.2. ESPAÇO PÚBLICO.... 27 6. PLANIFICAÇÃO 29 7. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL. 30 8. PROPRIETÁRIOS, DEMAIS TITULARES DE DIREITOS REAIS E ARRENDATÁRIOS.. 31 9. ENTIDADES INTERESSADAS EM COLABORAR COM OS PROPRIETÁRIOS..... 32 VOLUME II. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 16 CALHARIZ ESTE PEÇAS DESENHADAS VOLUME III. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 16 CALHARIZ ESTE EDIFÍCIOS A REABILITAR, EXTENSÃO DAS INTERVENÇÕES E TITULARES DE DIREITOS REAIS VOLUME IV. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 16 CALHARIZ ESTE VISTORIAS VOLUME V. DOCUMENTO ESTRATÉGICO DA UNIDADE DE INTERVENÇÃO 16 CALHARIZ ESTE ENTIDADES INTERESSADAS EM COLABORAR NA REABILITAÇÃO URBANA Página 1 de 32

1. INTRODUÇÃO Nos termos das deliberações da Câmara e da Assembleia Municipal de Lisboa, tomadas sobre a Proposta nº 309/2004 em, respectivamente, 21 de Maio e 22 de Junho de 2004, foi aprovada a constituição da sociedade Lisboa Ocidental, SRU Sociedade de Reabilitação Urbana, EEM, (doravante Lisboa Ocidental) com capital integralmente municipal e com o objecto social de promover a reabilitação urbana da sua Zona de Intervenção, que envolve, actualmente, áreas das Freguesias de Santa Maria de Belém, Ajuda e Alcântara. Tendo em conta a legislação de enquadramento das Sociedades de Reabilitação Urbana (Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio) e a política de reabilitação urbana da Câmara Municipal de Lisboa (doravante CML), a Lisboa Ocidental apresentou à CML a missão e a estratégia de intervenção definidas para a Empresa. Estas viriam a ser formalmente aprovadas, em sessão de Câmara, em 23 de Fevereiro de 2005, com a aprovação dos Instrumentos de Gestão Previsional do ano 2005, Documento em que foram incluídas. A estratégia definida para a presente área urbana, que viria a ser aprovada no Plano de 2007, pode, sinteticamente, caracterizar-se do seguinte modo: Promover e desenvolver operações baseadas, predominantemente, na reabilitação generalizada do edificado existente e dos espaços públicos, através da constituição de uma Unidade de Intervenção e da elaboração e aprovação de um Documento Estratégico. Em consonância com esta orientação e nos termos da lei, o Conselho de Administração deliberou a constituição da Unidade de Intervenção 16 Calhariz Este, solicitou à CML a dispensa de elaboração do respectivo Plano de Pormenor e comunicou aos proprietários a possibilidade de, em conjunto, poderem apresentar à Lisboa Ocidental uma proposta de Documento Estratégico. Página 2 de 32

Zona de Intervenção da Lisboa Ocidental e Unidade de Intervenção 16 Calhariz Este Unidade de Intervenção 16 Calhariz Este Não tendo os proprietários apresentado qualquer proposta, a Lisboa Ocidental elaborou o Projecto Base de Documento Estratégico da Unidade de Intervenção 16 Calhariz, que foi divulgado nos termos da lei, durante os meses de Novembro e Dezembro de 2009, com a finalidade de garantir o direito de participação dos interessados no procedimento de elaboração do Documento Estratégico. As sugestões e críticas apresentadas foram consideradas na elaboração do presente Documento Estratégico. Após a aprovação deste Documento Estratégico, pelo Conselho de Administração da Lisboa Ocidental, os proprietários, demais titulares de direitos reais conhecidos e arrendatários serão Página 3 de 32

notificados com vista à assunção, pelos mesmos, da responsabilidade de reabilitação dos seus prédios. A Lisboa Ocidental irá, ainda e nos termos da Lei, pedir a inscrição do acto de aprovação deste Documento Estratégico no registo predial de cada um dos prédios abrangidos. Neste Documento Estratégico, todas as intervenções/obras nesta Unidade de Intervenção estão inseridas no procedimento de reabilitação urbana e sujeitas ao Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, pelo que, competirá à Lisboa Ocidental, após a aprovação deste Documento Estratégico: a) Licenciar e autorizar operações urbanísticas; b) Expropriar os bens imóveis e os direitos a eles inerentes destinados à reabilitação urbana, bem como constituir servidões administrativas para os mesmos fins; c) Proceder a operações de realojamento; d) Fiscalizar as obras de reabilitação urbana, exercendo, nomeadamente, as competências previstas na secção V do capítulo III do regime jurídico da urbanização e da edificação, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de Dezembro, na redacção em vigor, com excepção da competência para aplicação de sanções administrativas por infracção contra-ordenacional, a qual se mantém como competência do município; e) Exercer as competências previstas na alínea b) do n.º 1 do artigo 42.º, no n.º 2 do artigo 44.º e no artigo 46.º, todos da Lei dos Solos. Por fim, a Lisboa Ocidental informa todos os interessados na reabilitação urbana desta Unidade de Intervenção que está totalmente disponível para apoiar, no âmbito das suas competências e com os meios ao seu alcance, todas as acções de reabilitação, nomeadamente, licenciando e autorizando operações urbanísticas e disponibilizando informação sobre o estado de conservação, de ocupação, de propriedade dos imóveis e sobre os condicionamentos à edificabilidade de operações de reabilitação concretas. Página 4 de 32

2. ORGANIZAÇÃO DESTE DOCUMENTO A constituição e forma de funcionamento das SRU são reguladas pelo Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, sendo o conteúdo dos Documentos Estratégicos definido nos números 2 e 3 do artigo 15º, que se transcrevem: 2 - Constam do documento estratégico: a) A definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstas; b) A indicação dos respectivos proprietários, demais titulares de direitos reais e arrendatários, nos termos do artigo 37º do presente diploma; c) Um projecto base de intervenção, no qual se descrevem as opções estratégicas em matéria de reabilitação, designadamente no que concerne a habitação, acessibilidades, equipamentos, infra-estruturas ou espaço público, quando a intervenção inclua estas áreas, explicando sumariamente as razões das opções tomadas de modo a reflectir a ponderação entre os diversos interesses públicos relevantes; d) A planificação e estimativa orçamental das operações a realizar; e) A indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na recuperação dos imóveis. 3 - Do documento estratégico fará ainda parte o auto de vistoria de cada uma das edificações, identificando o respectivo estado de conservação do ponto de vista da segurança, salubridade e estética. Este, cumpre todos os requisitos acima transcritos e está organizado nos seguintes cinco volumes: Volume I Peças Escritas; Volume II Peças Desenhadas; Volume III Edifícios a Reabilitar, Extensão das Intervenções e Titulares de Direitos Reais; Página 5 de 32

Volume IV Vistorias; Volume V Entidades Interessadas em Colaborar na Reabilitação Urbana. O Volume I é composto pelos seguintes pontos: 1. Introdução; 2. Organização deste Documento; 3. Levantamento e Diagnóstico da Situação Actual (edificado, espaço público e equipamentos); 4. Opções Estratégicas de Reabilitação (edificado e espaço público); 5. Propostas de Intervenção (edificado, espaço público); 6. Planificação; 7. Estimativa Orçamental; 8. Proprietários, Demais Titulares de Direitos Reais e Arrendatários e 9. Entidades Interessadas em Colaborar com os Proprietários. É a seguinte a correspondência entre os pontos e volumes deste Documento e o definido nos números 2 e 3 do artigo 15º do Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio: Alínea a) do nº 2 (definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstas) ponto 5 do Volume I, Volume II e Volume III; Alínea b) do nº 2 (indicação dos respectivos proprietários, demais titulares de direitos reais e arrendatários) ponto 8 do Volume I e Volume III; Alínea c) do nº 2 (projecto base de intervenção) pontos 4 e 5 do Volume I e Volume II; Alínea d) do nº 2 (planificação e estimativa orçamental das operações a realizar) pontos 6 e 7 do Volume I; Alínea e) do nº 2 (indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na recuperação dos imóveis) ponto 9 do Volume I e Volume V; Nº 3 (vistorias) Volume IV. Página 6 de 32

3. LEVANTAMENTO E DIAGNÓSTICO DA SITUAÇÃO ACTUAL A Unidade de Intervenção 16 Calhariz Este, com uma área de, aproximadamente, 31.952 m 2, localiza-se na Freguesia da Ajuda e é delimitada: a Poente, e partindo de norte para sul, pelo encontro da Rua Nova do Calhariz com a Rua Dom Vasco, seguindo por esta até ao encontro com a Rua dos Quartéis, acompanhando o limite das casas clandestinas nas traseiras do Centro Cultural e Desportivo da Caixa Geral de Depósitos, até ao cruzamento com a Rua Alfredo da Silva. Segue pela Rua Alfredo da Silva, prosseguindo pela Travessa das Dores, até ao encontro desta com a Rua Aliança Operária. Inflecte para poente até ao cruzamento com a Travessa da Aliança e segue por esta até ao cruzamento com a Rua do Mirador. Segue para poente pela Rua do Mirador e continuando pela Rua Nova do Calhariz até ao encontro desta com a Rua Dom Vasco. A Unidade de Intervenção inclui 77 edifícios, 265 fracções habitacionais, 54 fracções não habitacionais, com uma Área Bruta de Construção Total, estimada, de 36.885 m 2, dos quais 33.774 m 2 acima do solo e 3.111 m 2 abaixo do solo. Parte da área desta Unidade está classificada, pelo Plano Director Municipal de Lisboa (PDM), como Área Histórica Habitacional e outra parte como Área Consolidada de Edifícios de Utilização Colectiva Habitacional. O território desta Unidade de Intervenção foi integralmente declarado, pelo Decreto nº 9/2005, de 23 de Março Área Crítica de Recuperação e Reconversão Urbanística. Nos pontos seguintes caracteriza-se pormenorizadamente esta Unidade de Intervenção, em termos de edificado e de espaço público e equipamentos. Faz-se uma breve caracterização demográfica e social e são ainda indicados os condicionamentos à edificabilidade, definidos no PDM, que enquadram as operações de reabilitação nesta Unidade de Intervenção. Página 7 de 32

Os dados apresentados têm como base: vistorias efectuadas aos edifícios, fracções e espaços públicos; inquéritos socio-económicos aos moradores; levantamentos fotográficos e consultas efectuadas na 3ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa e no 7º Bairro Fiscal de Lisboa. 3.1. EDIFICADO A) ESTADO DE CONSERVAÇÃO (Peça Desenhada nº 7) Para análise do estado de conservação dos edifícios, foram definidas as seguintes categorias: Bom edifício em bom estado de conservação; Razoável edifício com necessidade de obras de manutenção, nomeadamente, pinturas, pequenas reparações em acabamentos e limpeza de telhados; Mau edifício com sinais de deterioração ao nível das infra-estruturas, acabamentos, vãos, caixilharias, pinturas, bem como, de necessidade de reparação de coberturas, mas não apresentando, aparentemente, riscos ao nível da segurança geral do edifício e dos seus moradores; Muito Mau edifício com graves problemas estruturais que possam pôr em risco a segurança dos moradores; Ruína edifício que não pode ser utilizado por questões de segurança e ou salubridade. Do levantamento efectuado, verifica-se que existem: 23 Edifícios em Bom estado de conservação (29,9%); 28 Edifícios em Razoável estado de conservação (36,4%); 11 Edifícios em Mau estado de conservação (14,3%); 12 Edifícios em Muito Mau estado de conservação (15,6%); 1 Edifício em Ruína (1,3%); 1 Edifício em Obra (1,3%); 1 Edifício não observado (1,3%). Página 8 de 32

30 40,0% 25 35,0% 30,0% Nº DE EDIFÍCIOS 20 15 10 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% % DE EDIFÍCIOS 5 5,0% 0 0,0% BOM RAZOÁVEL MAU MUITO MAU RUÍNA EM OBRA NÃO OBSERVADO O total da Área Bruta de Construção é de 36.885 m 2 que se traduzem da seguinte forma: 14.635 m 2 em Bom estado de conservação (39,7%); 14.033 m 2 em Razoável estado de conservação (38,0%); 2.690 m 2 em Mau estado de conservação (7,3%); 3.568 m 2 em Muito Mau estado de conservação (9,7%); 230 m 2 em Ruína (0,6%); 291 m 2 em Obra (0,8%); 1.438 m 2 não observados (3,9%). 16.000 45,0% ÁREA DE CONSTRUÇÃO (M2) 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% % DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO 0 0,0% BOM RAZOÁVEL M AU M UITO M AU RUÍNA EM OBRA NÃO OBSERVADO Página 9 de 32

Estado de Conservação do Edificado Legenda Bom Razoável Mau Muito Mau Ruína Em Obra Não observado B) PISOS ACIMA DO SOLO (Peça Desenhada nº 8) Na análise do número de pisos dos edifícios, foram contabilizados como pisos os sótãos, mansardas, águas furtadas e pisos recuados, desde que habitáveis. Do levantamento efectuado constata-se que existem: 8 Edifícios com um piso (10,4%); 16 Edifícios com dois pisos (20,8%); 36 Edifícios com três pisos (46,8%); 15 Edifícios com quatro pisos (19,5%); Página 10 de 32

1 Edifício com cinco pisos (1,3%); 1 Edifício não observado (1,3%); Nº DE EDIFÍCIOS 40 35 30 25 20 15 10 5 0 1 PISO 2 PISOS 3 PISOS 4 PISOS 5 PISOS NÃO OBSERVADO 50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% % DE EDIFÍCIOS C) PISOS ABAIXO DO SOLO (Peça Desenhada nº 9) Nesta Unidade de Intervenção existem 12 edifícios com um piso abaixo do solo e 2 com 2 pisos abaixo do solo. D) DATAS APROXIMADAS DE CONSTRUÇÃO (Peça Desenhada nº 10) Para análise das datas aproximadas de construção dos edifícios, foram definidas as seguintes categorias de classificação dos edifícios: Século XIX; Século XX 1º quartel; Século XX 2º quartel; Século XX 3º quartel; Século XX 4º quartel; Século XXI. Do levantamento efectuado resulta que, provavelmente: 2 Edifícios foram construídos no Século XVIII (2,6%); Página 11 de 32

34 Edifícios foram construídos no Século XIX (44,2%); 10 Edifícios foram construídos no Século XX 1º quartel (13,0%); 6 Edifícios foram construídos no Século XX 2º quartel (7,8%); 15 Edifícios foram construídos no Século XX 3º quartel (19,5%); 6 Edifícios foram construídos no Século XX 4º quartel (7,8%); 3 Edifícios foram construídos no Século XXI (3,9%); 1 Edifício não observado (1,3%). Nº DE EDIFÍCIOS 40 35 30 25 20 15 10 5 0 SEC XVIII SEC XIX SEC XX - 1º QUARTEL SEC XX - 2º QUARTEL SEC XX - 3º SEC XX - 4º QUARTEL QUARTEL SEC XXI NÃO OBSERVADO 50,0% 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% 0,0% % DE EDIFÍCIOS E) SISTEMA CONSTRUTIVO (Peça Desenhada nº 11) Para análise do sistema construtivo dos edifícios, foram definidos os seguintes tipos: Alvenaria de pedra edifício em que o sistema estrutural é, na sua maioria, em alvenaria de pedra; Alvenaria com estrutura de madeira edifício em que o sistema estrutural, em alvenaria, inclui estruturas de madeira; Estrutura de betão edifício em que o sistema estrutural é em betão armado; Estrutura metálica edifício em que o sistema estrutural é, na sua maioria, metálico; Estrutura mista edifício em que o sistema estrutural, inclui dois ou mais sistemas diferentes. Do levantamento efectuado, constata-se que: 26 Edifícios são construídos com estrutura de betão (33,8%); Página 12 de 32

42 Edifícios são construídos com estrutura de alvenaria com madeira (54,5%); 8 Edifícios são construídos com estrutura mista (10,4%); 1 Edifício não observado (1,3%). 45 60,0% 40 35 50,0% Nº DE EDIFÍCIOS 30 25 20 15 10 5 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DE EDIFÍCIOS 0 ESTRUTURA DE BETÃO ESTRUTURA DE ALVENARIA COM MADEIRA ESTRUTURA M ISTA NÃO OBSERVADO 0,0% F) OCUPAÇÃO FUNCIONAL GLOBAL (Peça Desenhada nº 12) Para análise do Uso dos Edifícios, foram definidas as seguintes categorias de classificação de edifícios e fracções: Habitação; Comércio; Restauração; Hotel/Pensão; Serviços; Armazém; Equipamento; Indústria/Oficina; Estacionamento; Mista. Do levantamento efectuado constata-se que existem: 38 Edifícios exclusivamente habitacionais (49,4%); Página 13 de 32

4 Edifícios ocupados com comércio (5,2%); 3 Edifícios ocupados com serviços (3,9%); 2 Edifícios ocupados com indústria (2,6%); 1 Edifício ocupado com um equipamento (1,3%); 1 Edifício ocupado com restauração (1,3%); 28 Edifícios com ocupação mista (36,4%). Nº DE EDIFÍCIOS 40 35 30 25 20 15 10 5 0 HABITAÇÃO COM ÉRCIO SERVIÇOS INDÚSTRIA EQUIPAM ENTO RESTAURAÇÃO MISTA 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% 0,0% % DE EDIFÍCIOS E que, das 319 fracções da Unidade de Intervenção, 265 são fracções habitacionais (83,1%) e 54 são fracções não habitacionais (16,9%). E que das últimas, as 28 vistoriadas têm o seguinte uso: 10 Fracções comércio; 11 Fracções serviços; 1 Fracção indústria 1 Fracção equipamento; 5 Fracções restauração. 300 90,0% 250 80,0% 70,0% Nº DE FRACÇÕES 200 150 100 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% % DE FRACÇÕES 50 20,0% 10,0% 0 HABITACIONAIS NÃO HABITACIONAIS 0,0% Página 14 de 32

G) EDIFÍCIOS DESOCUPADOS (Peça Desenhada nº 20) Do levantamento efectuado constata-se que existem 7 edifícios desocupados (9,1%) e 1 lote vago. H) VALOR PATRIMONIAL (Peça Desenhada nº 21) Esta Unidade de Intervenção não integra imóveis ou conjuntos edificados assinalados no Inventário Municipal do Património. Assim, definiram-se as seguintes categorias de Interesse Patrimonial: Edifício de Qualidade edifícios que apresentam características arquitectónicas e construtivas representativas de uma época e / ou denotam qualidades compositivas arquitectónicas de interesse, bem como um cuidado especial na selecção e aplicação de materiais de acabamento, de qualidade comprovadas; Edifício de Acompanhamento edifícios que apesar de não apresentarem qualidade arquitectónica e construtiva notável, contribuem para a coesão da imagem urbana do conjunto em que se inserem; Edifício Dissonante Parcial edifícios que apresentam alguns aspectos que se tornam dissonantes, tanto ao nível do próprio edifício (por exemplo: alterações de volumetria original e alteração de proporções de vãos originais), como do conjunto edificado a que pertencem; Edifício Dissonante Total edifícios que, quer pelas suas características arquitectónicas e construtivas, quer pela sua volumetria, ou até mesmo por alterações à sua traça original, se apresentam totalmente dissonantes no conjunto a que pertencem; Edifício Sem Interesse edifícios que não apresentam qualidades arquitectónicas e construtivas relevantes. Página 15 de 32

Edifício de Qualidade Edifício de Acompanhamento Edifício Dissonante Parcial Edifício Dissonante Total Edifício Sem Interesse Página 16 de 32

Do levantamento efectuado constata-se que: 15 Edifícios são de Qualidade (19,5%); 26 Edifícios são de Acompanhamento (33,8%); 5 Edifícios são Dissonantes Parciais (6,5%); 4 Edifícios são Dissonantes Totais (5,2%); 26 Edifícios Sem Interesse (33,8%); 1 Edifício não observado (1,3%). I) SAGUÕES E LOGRADOUROS (Peça Desenhada nº 22) Do levantamento efectuado constata-se que a ocupação dos logradouros e saguões é relativamente reduzida. J) SITUAÇÃO CONTRATUAL DOS OCUPANTES Do levantamento efectuado verifica-se que relativamente às 265 fracções habitacionais existentes, 125 não foi possível vistoriar e que das restantes 140: 85 Estão arrendadas (60,7%); 34 Estão ocupadas pelos proprietários (24,3%); 21 Estão desocupadas (15,0%). Nº DE FRACÇÕES 90 80 70 60 50 40 30 20 10 70,0% 60,0% 50,0% 40,0% 30,0% 20,0% 10,0% % DE FRACÇÕES 0 ARRENDADAS OCUPADAS PELO PROPRIETÁRIO DESOCUPADAS 0,0% Relativamente às 54 fracções não habitacionais, a situação das 28 vistoriadas é a seguinte: Página 17 de 32

20 Estão arrendadas (58,8%); 8 Estão ocupadas pelos proprietários (23,5%); 6 Estão desocupadas (17,6%). 3.2. ESPAÇO PÚBLICO E EQUIPAMENTOS O espaço público desta Unidade de Intervenção tem uma área total, aproximada, de 7.978 m 2. A) CIRCULAÇÃO E ESTACIONAMENTO (Peça Desenhada nº 24) Do levantamento efectuado constata-se que: A circulação de tráfego automóvel é ordenada; Existem 8 passadeiras para peões convenientemente assinaladas; Existem 218 lugares de estacionamento informais, dos quais 63 no passeio e 155 na via; Existem 110 lugares de estacionamento formais, dos quais três reservados. B) PAVIMENTOS (Peça Desenhada nº 25) Do levantamento efectuado constata-se que: 66% da área é em pavimento de betuminoso; 34% da área é em pavimento de cubos de calcário. C) MOBILIÁRIO URBANO (Peça Desenhada nº 26) Do levantamento efectuado constata-se que na Unidade de Intervenção existem: 20 Candeeiros; 3 Papeleiras; 1 Paragem de autocarro com cobertura; 1 Paragem de autocarro sem cobertura; 3 Bocas-de-incêndio; Página 18 de 32

1 Ecoponto. D) TRANSPORTES PÚBLICOS (Peça Desenhada nº 27) Têm paragem nesta Unidade de Intervenção os autocarros da Carris 732, 742 e 760 e o eléctrico 18. E) EQUIPAMENTOS Nesta Unidade de Intervenção existe um equipamento Centro Cultural e Desportivo da Caixa Geral de Depósitos. 3.3. CONCLUSÕES A) EDIFICADO Esta Unidade de Intervenção, apesar de apresentar um tecido urbano consolidado, necessita de ser planeada urbanisticamente, nomeadamente, em termos de ocupações e usos dos edifícios, de infra-estruturas viárias e de interligação com as áreas envolventes; A percentagem de edifícios habitacionais é significativa (49%), no entanto, em termos de áreas de construção, é também significativa a área ocupada com equipamento, indústria e comércio, no total 30%; Das fracções habitacionais vistoriadas, 61% são arrendadas; Calçada da Boa-Hora Página 19 de 32

31% dos edifícios apresentam um mau estado de conservação, no entanto estes correspondem apenas a 18% da área de construção; A maioria dos edifícios é constituída por 2 e 3 pisos (68%), foi construída no século XX e XXI (52%). Em termos de valor patrimonial, a classificação mais frequente é de acompanhamento (34%) e sem interesse ambas (34%); Existem 7 edifícios devolutos. Rua Nova do Calhariz B) ESPAÇO PÚBLICO O espaço público desta Unidade de Intervenção necessita de ser planeado de forma integrada com a área envolvente, resolvendo-se, nomeadamente, os impasses e os constrangimentos à circulação viária e pedonal O estacionamento automóvel é manifestamente desordenado. Em muitos locais o estacionamento processa-se em cima dos passeios, originando problemas de circulação a peões, carrinhos de crianças e indivíduos com mobilidade reduzida; A iluminação pública é insuficiente. C) ESTUDO SOCIOLÓGICO Em conjunto com as vistorias aos prédios e fracções foram realizados inquéritos sócio económicos aos moradores que se disponibilizaram para o efeito. Analisando os dados recolhidos nestes inquéritos, pode concluir-se o seguinte: A maioria dos inquiridos são mulheres (51%). Os idosos representam uma percentagem importante dos inquiridos (42%), assim como os reformados e pensionistas (49%). O nível de instrução mais Página 20 de 32

frequente dos inquiridos é o 1º ciclo do ensino básico (34%). Os principais problemas referidos pelos inquiridos são a limpeza e arranjo das ruas e jardins, a falta de lugares de estacionamento e de lares e centros de dia. 3.4. CONDICIONAMENTOS À EDIFICABILIDADE (PDM) As operações de reabilitação urbana nesta Unidade de Intervenção são enquadradas pelo Plano Director Municipal, aplicando-se cumulativamente os seguintes condicionamentos à edificabilidade definidos para o território onde se integra a Unidade de Intervenção: Classificação do Espaço Urbano (Peça Desenhada Nº 3) Área Histórica Habitacional e Área Consolidada de Edifícios de Utilização Colectiva Habitacional ; Imóveis Classificados e em vias de Classificação (Peça Desenhada Nº 4) Zona Especial de Protecção (parte da Unidade) e Área de Potencial Valor Arqueológico Nível de Intervenção 2 (parte da Unidade); Componentes Ambientais Urbanas II (Peça Desenhada Nº 5) Vales e Frente Ribeirinha e Núcleos de Interesse Histórico (parte da Unidade); Unidades Operativas de Planeamento (Peça Desenhada Nº 6) UOP 21 Ajuda. Salienta-se que os licenciamentos de operações urbanísticas localizadas na Zona Especial de Protecção dependem de parecer prévio favorável da DRCLVT/IGESPAR Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo / Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico. Página 21 de 32

4. OPÇÕES ESTRATÉGICAS DE REABILITAÇÃO Tendo em consideração o estado actual da Unidade de Intervenção em termos de edificado, espaço público e equipamentos, os dados demográficos e sociais e os condicionamentos à edificabilidade, foram definidas as opções estratégicas genéricas que constam dos pontos seguintes. 4.1. EDIFICADO Considerar todas as intervenções nos prédios desta Unidade de Intervenção inseridos no procedimento de reabilitação urbana, sujeitas ao Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio; Defender e valorizar os elementos edificados de valor arquitectónico ou urbanístico, requalificando-os arquitectónica e funcionalmente, visando a melhoria das suas condições de habitabilidade, salubridade, segurança e conforto, com a finalidade de, não só fixar a população residente, mas também, atrair novos moradores; Manter a estrutura morfológica, as tipologias urbanas e a função primordialmente habitacional dos edifícios; Salvaguardar os valores patrimoniais em presença e a imagem urbana tradicional, nomeadamente ao nível da estrutura urbana e dos materiais e acabamentos; Promover a eliminação ou integração dos elementos dissonantes; Promover a desocupação dos logradouros e saguões ou a legalização da sua ocupação; Considerar a demolição e substituição de edifícios apenas em situações de: (1) interesse público, (2) ruína iminente e (3) edifícios sem interesse urbanístico arquitectónico ou cultural, tanto individualmente como para o conjunto em que se integram; Admitir o aumento de cérceas, de acordo com o definido no PDM, de forma a melhorar a imagem das frentes edificadas e incentivar as acções de reabilitação dos edifícios com possibilidades de ampliação. Página 22 de 32

4.2. ESPAÇO PÚBLICO Defender e valorizar o espaço público através da sua requalificação e reestruturação; Preservar, quando existam, as características morfológicas e de ambiente e imagem urbana, nomeadamente as qualificadoras da imagem do Bairro ; Melhorar as condições ambientais e a acessibilidade viária e pedonal, tentando, sempre que possível, suprimir as barreiras urbanísticas a pessoas com mobilidade condicionada; Renovar o mobiliário urbano; Reordenar o estacionamento; Promover a instalação de actividades comerciais qualificadas. Página 23 de 32

5. PROPOSTAS DE INTERVENÇÃO Nos termos da legislação aplicável, o Documento Estratégico deverá integrar uma proposta de reabilitação do território da Unidade de Intervenção. Do estudo urbanístico da Unidade de Intervenção e também das áreas adjacentes, resultaram as propostas de reabilitação do Edificado e do Espaço Público que a seguir se apresentam. 5.1. EDIFICADO (Peças Desenhadas nº 37 e 38) A definição dos edifícios a reabilitar e a extensão das intervenções neles previstas encontramse exaustivamente descritas, por edifício, nos Volume III e IV deste Documento. No entanto, neste ponto apresentam-se as propostas de intervenção para a globalidade do edificado da Unidade de Intervenção. Definiram-se quatro Níveis de Intervenção: Ligeira o nível de reabilitação ligeira aplica-se a edifícios em razoável estado de conservação, necessitando apenas de obras de manutenção, nomeadamente, pinturas, pequenas reparações em acabamentos e limpeza de telhados; Média o nível de reabilitação média aplica-se a edifícios em mau estado de conservação, com sinais de deterioração, nomeadamente, ao nível das infra-estruturas, acabamentos, vãos, caixilharias, pinturas, bem como, de necessidade de reparação de coberturas, mas que não apresentam, aparentemente, riscos ao nível da segurança geral do edifício e dos seus moradores. Além dos trabalhos já referidos para a reabilitação ligeira, a reabilitação média pode incluir ainda: - Reparação ou substituição das carpintarias e caixilharias; - Reparação ou reforço de alguns elementos estruturais, fundamentalmente pavimentos; - Reparação generalizada dos revestimentos exteriores e interiores, da cobertura e paredes interiores e exteriores; Página 24 de 32

- Substituição ou reparação das instalações eléctricas e hidráulicas e beneficiação das partes comuns; - Melhoria das condições de habitabilidade com especial relevo das relacionadas com a utilização de cozinhas e instalações sanitárias. Profunda O nível de reabilitação profunda aplica-se a edifícios em muito mau estado de conservação, com graves problemas estruturais que possam pôr em risco a segurança do edifício, dos moradores e dos edifícios contíguos. Além dos trabalhos já referidos para a reabilitação ligeira e média, a reabilitação profunda pode ter implicações estruturais, nas circulações verticais e horizontais e nos revestimentos e acabamentos das construções; Demolição Intervenção indicada para edifícios em ruína ou em muito mau estado, sem interesse urbanístico arquitectónico ou cultural, tanto individualmente como para o conjunto em que se integram ou em casos de manifesto interesse público. Foi ainda definida a classificação Urgente, que inclui as intervenções em edifícios que se encontrem em risco de ruína e / ou que estejam a danificar os edifícios contíguos. Como referido, esta Unidade de Intervenção necessita claramente de ser planeada e integrada com a sua envolvência, pelo que se propõe que seja totalmente incluída na área do Plano de Pormenor Lisboa Ocidental-Belém, que definirá, nomeadamente, a intervenção nos edifícios classificados como a planear (números 8, 10 e 12 da Rua Alfredo da Silva). Relativamente aos Níveis de Intervenção, as propostas de intervenção no edificado consistem em: Intervenção Ligeira 27 edifícios (35,1%); Intervenção Média 11 edifícios (14,3%); Intervenção Profunda 11 edifícios (14,3%); Demolição e / ou construção 1 edifício (1,3%); Sem intervenção 24 edifícios (31,2%); Intervenção a planear 3 edifícios (3,9%). Página 25 de 32

A intervenção é urgente em 15 edifícios. Nº DE EDIFÍCIOS 30 25 20 15 10 5 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% % DE EDIFÍCIOS 0 LIGEIRA M ÉDIA PROFUNDA DEM OLIÇÃO SEM A PLANEAR INTERVENÇÃO 0,0% Proposta de Intervenção no Edificado Legenda Ligeira Média Profunda Demolição Sem Intervenção Em obra A planear Página 26 de 32

O que se traduz, em termos de Área Bruta de Construção, da seguinte forma: Intervenção Ligeira 8.565 m 2 (23,2%); Intervenção Média 2.114 m 2 (5,7%); Intervenção Profunda 523 m 2 (1,4%); Demolição e / ou construção 230 (0,6%); Sem Intervenção 14.696 m 2 (39,8%); Intervenção a planear 10.757 m 2 (29,2%). ÁREA DE CONSTRUÇÃO (M2) 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 45,0% 40,0% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 15,0% 10,0% 5,0% % DA ÁREA DE CONSTRUÇÃO 0 LIGEIRA M ÉDIA PROFUNDA DEM OLIÇÃO SEM A PLANEAR INTERVENÇÃO 0,0% 5.2. ESPAÇO PÚBLICO (Peças Desenhadas nº 39, 40 e 41) Propondo-se que esta Unidade de Intervenção passe a integrar o Plano de Pormenor Lisboa Ocidental-Belém, este deverá definir a intervenção no espaço público, que se propõe que inclua as propostas a seguir apresentadas. Estas devem ser entendidas como programas base, que estão sujeitos a alterações e cuja elaboração e concretização depende de aprovação prévia da CML. A) PLANEAMENTO DA CIRCULAÇÃO VIÁRIA E PEDONAL O Plano de Pormenor deverá, nomeadamente, definir a continuação da Rua Alfredo da Silva, Página 27 de 32

resolvendo o actual impasse viário e pedonal. B) REORDENAMENTO DO ESTACIONAMENTO E REQUALIFICAÇÃO DOS PASSEIOS E VIAS Considera-se essencial para a requalificação do espaço público desta Unidade de Intervenção o reordenamento do estacionamento, o que passa por formalizar os lugares de estacionamento à superfície e proibir o estacionamento ao longo dos percursos pedonais (passeios, largos, etc.), tendo como resultado a melhoria da mobilidade, segurança e qualidade de vida dos residentes. Considera-se ainda que as propostas de requalificação generalizada dos passeios e vias e de correcção pontual dos seus traçados, são muito importantes para a requalificação do espaço público, cuja reabilitação servirá também como incentivo à acção de proprietários e investidores, na medida em que constitui um importante contributo para a valorização dos imóveis que integram esta Unidade. C) ALTERAR O SISTEMA DE RECOLHA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DOMÉSTICOS Após consulta dos serviços com responsabilidade nesta matéria, propõe-se a recolha selectiva, porta a porta e a colocação de Vidrões enterrados. D) REABILITAÇÃO GENERALIZADA DA ILUMINAÇÃO PÚBLICA E) ORDENAMENTO DAS INFRA-ESTRUTURAS AÉREAS Promover junto das concessionárias de energia e telecomunicações o ordenamento das respectivas infra-estruturas aéreas. Página 28 de 32

6. PLANIFICAÇÃO 2010 ELABORAÇÃO PROJECTO BASE DOCUMENTO ESTRATÉGICO PUBLICITAÇÃO PROJECTO BASE DOCUMENTO ESTRATÉGICO 2009 JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 2011 2012 2013 CONCLUSÃO DOCUMENTO ESTRATÉGICO APROVAÇÃO DOCUMENTO ESTRATÉGICO NOTIFICAÇÃO PROPRIETÁRIOS REGISTO DOCUMENTO ESTRATÉGICO REABILITAÇÃO EDIFICADO REABILITAÇÃO ESPAÇO PÚBLICO Nota: Datas aproximadas, os tipos de execução, as formas e prazos de actuação serão ajustados em função: (1) da natureza da colaboração das entidades interessadas (proprietários e promotores); e (2) do enquadramento legal e dos meios financeiros disponíveis. Página 29 de 32

7. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL ESTIMATIVA ORÇAMENTAL POR NÍVEIS DE INTERVENÇÃO (excluindo os edifícios a planear ) NÍVEIS DE ÁREAS PREÇOS PREÇO INTERVENÇÃO (M2) UNITÁRIOS ( ) TOTAL ( ) (1) EDIFICADO SEM INTERVENÇÃO (2) 14.696-0 LIGEIRA 9.998-1.086.652 MÉDIA 2.690-768.617 PROFUNDA 2.063-410.100 DEMOLIÇÃO E / OU CONSTRUÇÃO 230-69.003 SOMA EDIFICADO 29.677-2.334.372 ESPAÇO PÚBLICO SEM INTERVENÇÃO 0 0 0 LIGEIRA 7.121 20 142.420 MÉDIA 857 75 64.275 PROFUNDA 0 100 0 SOMA ESPAÇO PÚBLICO 7.978-206.695 TOTAL - - 2.541.067 (1) Custo de construção sem IVA e não incluído, nomeadamente, os seguintes custos: Aquisição do imóvel, indemnizações, realojamentos, projecto, gestão e fiscalização, comercialização, taxas e licenças administrativas. (2) Inclui áreas de edifícios que, apesar de se encontrarem em bom estado de conservação, apresentam elementos dissonantes, a remover. ESTIMATIVA ORÇAMENTAL DAS INTERVENÇÕES URGENTES NÍVEIS DE ÁREAS PREÇOS PREÇO INTERVENÇÃO (M2) UNITÁRIOS ( ) TOTAL ( ) (1) EDIFICADO SEM INTERVENÇÃO 0-0 LIGEIRA 0-0 MÉDIA 1.261-494.375 PROFUNDA 523-410.100 DEMOLIÇÃO 230-69.003 TOTAL 2.014-973.478 (1) Custo de construção sem IVA e não incluído, nomeadamente, os seguintes custos: Aquisição do imóvel, indemnizações, realojamentos, projecto, gestão e fiscalização, comercialização, taxas e licenças administrativas. Página 30 de 32

8. PROPRIETÁRIOS, DEMAIS TITULARES DE DIREITOS REAIS E ARRENDATÁRIOS De acordo com a alínea b) do nº 2 do artigo 15º e com o artigo 37º do Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, do Documento Estratégico deverá constar a indicação dos proprietários dos edifícios a reabilitar, dos demais titulares de direitos reais e dos arrendatários. O referido artigo 37º refere: Para os efeitos dos procedimentos de reabilitação urbana regulados por este diploma, consideram-se titulares de direitos reais sobre os edifícios ou fracções aqueles que no registo predial, na matriz ou em títulos bastantes de provas que exibam figurem como titulares de tais direitos, sempre que se trate de prédios omissos ou haja manifesta desactualização dos registos e das inscrições aqueles que pública e notoriamente forem tidos como tais. Tendo em consideração os preceitos legais, foi realizado um levantamento da situação patrimonial dos imóveis através de consultas efectuadas na 3ª Conservatória do Registo Predial de Lisboa e no 7º Bairro Fiscal de Lisboa e através de inquéritos aos moradores, encontrando-se toda a informação obtida no Volume III deste Documento. Relativamente a estes dados é muito importante ter em consideração que: As informações foram recolhidas nos meses de Junho e Julho de 2008, pelo que alterações de titularidade ocorridas posteriormente não foram consideradas; Podem existir, como a própria lei prevê, casos de desactualização dos registos. No entanto, durante o período de divulgação do Projecto Base deste Documento Estratégico, a Lisboa Ocidental recebeu alguns contributos com a finalidade de correcção destes dados, tendo todos sido integrados neste Documento. Página 31 de 32

9. ENTIDADES INTERESSADAS EM COLABORAR COM OS PROPRIETÁRIOS De acordo com a alínea e), do nº 2, do artigo 15º do Decreto-Lei nº 104/2004, de 7 de Maio, do Documento Estratégico deverá constar a indicação dos eventuais interessados em colaborar com os proprietários na recuperação dos imóveis. Em resultado das acções de divulgação desenvolvidas pela Lisboa Ocidental, diversas entidades manifestaram interesse em colaborar nos processos de reabilitação urbana, oferecendo, algumas delas, condições preferenciais aos moradores e proprietários. Estes dados e informações constam do Volume V deste Documento (as condições preferenciais oferecidas estão sujeitas a alterações e são da inteira responsabilidade das respectivas entidades). Lisboa, 10 de Dezembro de 2009, Lisboa Ocidental, SRU Sociedade de Reabilitação Urbana, E. E. M. Teresa do Passo Presidente do Conselho de Administração Jorge Catarino Tavares Vogal do Conselho de Administração Página 32 de 32