CURSO DE CAPACITAÇÃO



Documentos relacionados
URB-AL B Sistema Intermunicipal de Capacitação em Gestão Local Participativa

SEMINÁRIO SISTEMA INTERMUNICIPAL DE CAPACITAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO LOCAL PARTICIPATIVA PORTO ALEGRE - 21 A 23 DE NOVEMBRO/2007

Estratégia Nacional de Educação para o Desenvolvimento. ( ) ENED Plano de Acção

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

Sistema Intermunicipal de Capacitação em Planejamento e Gestão Local Participativa. Projeto B - URB-AL Prefeitura Municipal de Porto Alegre

ANÁLISE DOS ASPECTOS TEÓRICO METODOLÓGICOS DO CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA DE CONSELHEIROS MUNICIPAIS DE EDUCAÇÃO

Desafios e Perspectivas para o Orçamento Participativo

Ministério do Desenvolvimento Agrário Secretaria de Desenvolvimento Territorial. Sistema de Gestão Estratégica. Documento de Referência

Escola de Políticas Públicas

PROGRAMA DE ACOMPANHAMENTO DE EGRESSOS DO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA

Política Nacional de Participação Social

Associação Brasileira de Educação Médica ABEM PROJETO DE AVALIAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DAS MUDANÇAS NOS CURSOS DE GRADUAÇÃO DA ÁREA DE SAÚDE CAEM/ABEM

ACTIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LECTIVO 2011 / 2012 TIC@CIDADANIA. Proposta de planos anuais. 1.º Ciclo do Ensino Básico

Proposta de curso de especialização em Educação Física com ênfase em Esporte Educacional e projetos sociais em rede nacional.

COORDENADORIA DO ORÇAMENTO PARTICIPATIVO. Seminário Internacional de BH Dezembro/2008 BRASIL

Competências de Gestão para Dirigentes e Técnicos de Associações Empresariais

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO, DIVERSIDADE E INCLUSÃO COORDENAÇÃO GERAL DE PLANEJAMENTO E GESTÃO

Trabalho em Equipe e Educação Permanente para o SUS: A Experiência do CDG-SUS-MT. Fátima Ticianel CDG-SUS/UFMT/ISC-NDS

Organização dos Estados Ibero-americanos Para a Educação, a Ciência e a Cultura MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO

GOVERNO DO ESTADO DO CEARÁ SECRETARIA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E EDUCAÇÃO SUPERIOR DO ESTADO DO CEARÁ SECITECE UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ UECE

A EFICÁCIA DE CURSOS A DISTÂNCIA PARA A FORMAÇÃO DE AGENTES DE METROLOGIA LEGAL E FISCAIS DA QUALIDADE

HISTÓRICO DAS AVALIAÇÕES INSTITUCIONAIS E DOS PROCESSOS DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ATENAS

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

QUALIFICAÇÃO DA ÁREA DE ENSINO E EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE: FORMAÇÃO PEDAGÓGICA PARA PROFISSIONAIS DE SERVIÇOS DE SAÚDE

Faculdade de Direito Ipatinga Núcleo de Investigação Científica e Extensão NICE Coordenadoria de Extensão. Identificação da Ação Proposta

Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça. Oportunidades Iguais. Respeito às Diferenças.

São três os objetivos do Diálogo:

GUIA PARA O GT RECURSOS FINANCEIROS

PROJETO DA CPA 1 DADOS DA INSTITUIÇÃO. Nome: Faculdade São Salvador Código: 2581 Caracterização: Instituição privada com fins lucrativos

Política Nacional de Educação Permanente em Saúde

Indicadores de Rendimento do Voluntariado Corporativo

CHAMADA DE ARTIGOS do SUPLEMENTO TEMÁTICO A EDUCAÇÃO POPULAR EM SAÚDE NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE

INSTITUTO METROPOLITANO DE ENSINO SUPERIOR NÚCLEO DE ASSESSORAMENTO EM EDUCAÇÃO PERMANENTE EM SAÚDE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

Projeto de Desenvolvimento de Capacidade de Governança no Brasil

II Encontro de Ciência e Tecnologia FARO/IJN. Edital Tema: LUZ, CIÊNCIA E VIDA.

MASTER IN PROJECT MANAGEMENT

MANUAL DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES PARA O CURSO DE FISIOTERAPIA

ROTEIRO PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

Pedagogia Estácio FAMAP

PLANO DE AÇÃO FÓRUM DO MUNICÍPIO QUE EDUCA

Ajuda ao SciEn-Produção O Artigo Científico da Pesquisa Experimental

TEMÁRIO PROVISÓRIO ANOTADO

NÚCLEOS DE EXTENSÃO EM DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL. PARCERIA MDA / CNPq. Brasília, 13 de maio de 2014

Capítulo 8 MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Objetivo da Contratação. Nosso número Antecedentes (breve histórico justificando a contratação)

Projeto IPPDH Cooperação Humanitária Internacional

GRADUAÇÃO INOVADORA NA UNESP

Proposta de Programa- Quadro de Ciência, Tecnologia e Inovação L RECyT,

2- PÚBLICO ALVO. Página 1 de 8 CURSO PRÁTICO FORMAÇÃO DE CONSULTORES EMPRESARIAIS. SESI Serviço Social da Indústria. IEL Instituto Euvaldo Lodi

Projeto de Gestão Compartilhada para o Programa TV Escola. Projeto Básico

Sistema de Monitorização e Avaliação da Rede Social de Alcochete. Sistema de Monitorização e Avaliação - REDE SOCIAL DE ALCOCHETE

Processos Gestão do Projeto Político-Pedagógico

DIREITOS HUMANOS DE CRIANÇAS AS E ADOLESCENTES NO BRASIL.

Programa Pernambuco: Trabalho e Empreendedorismo da Mulher. Termo de Referência. Assessoria à Supervisão Geral Assessor Técnico

Programa Nacional Alfabetização na Idade Certa PNAIC 30/05/12

ATIVIDADES DE ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ANO LETIVO 2012/2013 Proposta de planos anuais. 1.º Ciclo do Ensino Básico IM-DE-057.

ATIVIDADES COMPLEMENTARES

14 de dezembro de 2012 MONITORAMENTO DO PROGRAMA APRENDIZ LEGAL/ FUNDAÇÃO ROBERTO MARINHO

Regulamento para a participação do Seminário Nordestino de Educação Popular e Economia Solidária

EDUCAÇÃO FISCAL PARA A CIDADANIA HISTÓRICO DO GRUPO DE EDUCAÇÃO FISCAL DO MUNICÍPIO DE LAGES

CURSO DE GESTÃO EM COOPERATIVISMO: Aproximando educação popular e tecnologias

Proposta de Curso de Especialização em Gestão e Avaliação da Educação Profissional

Vigilância Alimentar Nutricional. Colocar aqui a página inicial do curso. Curso de. Vigilância. Alimentar. Nutricional

em partilhar sentido. [Gutierrez e Prieto, 1994] A EAD pode envolver estudos presenciais, mas para atingir seus objetivos necessita

Escola Nacional de Administração Pública Diretoria de Formação Profissional Coordenação-Geral de Formação

RELATÓRIO DAS ATIVIDADES 2004

Edital TERMO DE REFERÊNCIA 01

REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA DE ENSINO EM UM CURSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE MATEMÁTICA A DISTÂNCIA

A GESTÃO DOS PROCESSOS TRABALHO NO CREAS

CFO Program Para uma carreira em constante transformação

Aspectos Sociais de Informática. Simulação Industrial - SIND

Estratégia de TI. Posicionamento Estratégico da TI: como atingir o alinhamento com o negócio. Conhecimento em Tecnologia da Informação

Regulamento da CPA Comissão Própria de Avaliação DA FACULDADE PRESIDENTE ANTÔNIO CARLOS DE VISCONDE DO RIO BRANCO CAPÍTULO I

MANUAL DE ESTÁGIO CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Profa. LUCIANE ALVES FERNANDES. Coordenação de Estágio e Trabalho de Conclusão.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO VIÇOSA/ALAGOAS PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGCIO

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO GESTÃO ESTRATÉGICA DE NEGÓCIOS FATEC JUNDIAÍ 2009

Disseminadores de Educação Fiscal. Regulamento do Curso. Escola de Administração Fazendária ESAF

Valorizando ideias e experiências participativas que promovam o direito humano à educação REGULAMENTO

Curso de Engenharia de Produção NORMAS DE ATIVIDADES COMPLEMENTARES

NORMAS REGULAMENTARES DAS ATIVIDADES COMPLEMENTARES DO CURSO DE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

TÍTULO DO PROJETO: I FORUM DA GRADUAÇÃO da UENF: Educação Contemporânea Desafios e Perspectivas

AGENDA DE CURSOS E EVENTOS

TERMO DE REFERÊNCIA Nº 1882 PARA CONTRATAÇÃO DE PESSOA FÍSICA CONSULTOR POR PRODUTO

1 INTRODUÇÃO. 1.1 Motivação e Justificativa

ANTONIO CARLOS NARDI

CURSO DE EDUCAÇÃO FISICA ATIVIDADES EXTRA CURRICULARES

REGIMENTO INTERNO CAPÍTULO I DOS PRINCÍPIOS

Rotinas de DP- Professor: Robson Soares

TERMO DE REFERÊNCIA (TR) GAUD VAGA

Mestrado em Educação Superior Menção Docência Universitária

Estratégias de e-learning no Ensino Superior

Relatório Consolidado Indicadores Quantitativos. Programa de Fortalecimento Institucional, Participação e Controle Social Barro Alto - GO

A AÇÃO COMUNITÁRIA NO PROJOVEM. Síntese da proposta de Ação Comunitária de seus desafios 2007

APRESENTAÇÃO DE AÇÃO DE FORMAÇÃO NAS MODALIDADES DE ESTÁGIO, PROJETO, OFICINA DE FORMAÇÃO E CÍRCULO DE ESTUDOS

Termo de Referência para contratação de consultor na modalidade Produto

Transcrição:

CURSO DE CAPACITAÇÃO SISTEMA INTERMUNICIPAL DE CAPACITAÇÃO EM PLANEJAMENTO E GESTÃO LOCAL PARTICIPATIVA REDE 9 - URB-AL FINANCIAMENTO LOCAL E ORÇAMENTO PARTICIPATIVO MÓDULO DE BARCELONA: AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DIREÇÃO/COORDENAÇÃO: Marc Pares Ramón Canal EQUIPE DE INVESTIGAÇÃO: Melissa Pomeroy Alejandro Jurado AYUNTAMENTO DE BARCELONA Angel Luís Aragués Martí

PREFEITURA DE BELO HORIZONTE PREFEITO MUNICIPAL DE BELO HORIZONTE Fernando Damata Pimentel SECRETÁRIA MUNICIPAL DE PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E INFORMAÇÃO Maria Fernandes Caldas SECRETÁRIA MUNICIPAL ADJUNTA DE PLANEJAMENTO Ana Luíza Nabuco Palhano REPRESENTANTE DO CONSELHO ACADÊMICO Maria de Lourdes Dolabela UFMG COORDENAÇÃO DO PROJETO Maria Auxiliadora Gomes PBH Ronaldo Luciano Costa Correia PBH ASSESSORIA PROJETO URB-AL Maria do Carmo Pena PBH EQUIPE Gilma Carmélia Alves Santos PBH Emília Carolina Gonçalves de Oliveira e Souza PBH Rosana Baccarini PBH Gerentes Regionais do OP PBH Gerência do Observatório do Milênio de Belo Horizonte

APRESENTAÇÃO O projeto B da Rede 9 do Programa URB-AL Sistema Intermunicipal de Capacitação em Planejamento e Gestão Local Participativa, coordenado pela Prefeitura Municipal de Porto Alegre, tem como sócias as cidades de Belo Horizonte, Barcelona, Quito, Córdoba, San Salvador, Região Toscana, Rosário, Cuenca e como sócios externos o Centro Internacional de Gestão Urbana - CIGU e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS. O projeto tem como objetivo principal desenvolver as capacidades estruturais dos sócios através da formação de seus recursos humanos sejam esses municipais ou atores das entidades, organizações e pessoas que participam dos processos de orçamento participativo e/ou outros espaços, âmbitos e canais de gestão local participativa e governança solidária local. O Projeto prevê o intercambio de cursos entre as cidades sócias sendo que o tema pelo qual Barcelona é responsável no âmbito do mesmo se refere à Montagem de Observatórios de Democracia Participativa, a ser reproduzido em Belo Horizonte. Este se constituiu no módulo local Formação em Avaliação da Participação, ministrado na cidade de Barcelona. O objetivo deste Projeto é a elaboração de um material pedagógico por parte da cada uma delas a partir da própria experiência acumulada. O material que apresentamos a seguir é a adaptação do módulo que foi organizado pela Prefeitura de Barcelona e o Instituto de Governo e Políticas Públicas da Universidade Autônoma de Barcelona. Esta apostila, que se compõe dos conteúdos a serem ministrados durante o desenvolvimento do referido módulo de capacitação é uma ferramenta para o acompanhamento dos participantes, bem como para consultas futuras. A adaptação realizada visa adequar conteúdos e metodologias ao contexto brasileiro e de Belo Horizonte. O trabalho de adaptação foi realizado conjuntamente entre as instituições de Barcelona, a Prefeitura de Belo Horizonte e Universidade Federal de Minas Gerais. Local Espaço Municipal Prefeitura de Belo Horizonte Avenida Afonso Pena, 1212 - Centro

SUMÁRIO INTRODUÇÃO 5 OBJETIVOS 6 PROGRAMA 7 METODOLOGIA DO CURSO 9 PRIMEIRA SESSÃO: OBSERVATÓRIOS LOCAIS 11 SEGUNDA SESSÃO: AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO 13 TERCEIRA SESSÃO: IMPACTO DA PARTICIPAÇÃO 16

INTRODUÇÃO Como resultado da evidente expansão de experiências participativas em todo o mundo nas últimas décadas, os atores envolvidos nestas experiências se interessam cada vez mais pelas práticas de avaliação, como um instrumento para a reflexão e, conseqüentemente, capaz de gerar propostas de melhora. Desde o âmbito acadêmico, bem como desde o mundo político-administrativo e associativo, trabalhou-se nos últimos tempos na busca de metodologias, critérios e indicadores de avaliação da qualidade das práticas de participação institucional, entendendo estas como as iniciativas estimuladas pelos governos locais e outras instituições públicas para incorporar a opinião e o saber cidadão nos processos de tomada de decisões. Somos conscientes de que as conclusões obtidas até agora não são definitivas e, portanto, ainda são objeto de debate e reflexão, mas acreditamos necessário compartilhar com um circulo maior de atores todo o trabalho desenvolvido até agora, de uma forma sistematizada e profunda. Propomos, portanto, um curso de formação em avaliação da participação que combinará exposições de acadêmicos e exercícios práticos, com o objetivo de estimular a reflexão critica sobre os progressos na matéria. No entanto, é importante aproveitar estes espaços de debate para adiantar em outras reflexões e ir além da avaliação dos processos, mecanismos e espaços de participação de maneira isolada. Neste sentido, é interessante refletir sobre a avaliação em outros âmbitos que nos proporcionam uma visão mais global sobre a participação no mundo local. Por um lado, propomos aprofundar no debate e na sistematização de critérios para a avaliação das Políticas Públicas de Participação, desde a perspectiva da Análise de Políticas Públicas e por outro, lançar algumas primeiras idéias sobre a participação na governança local. Ambas temáticas serão melhor explicadas nos apartados correpondentes. Como continuidade às ações previstas pelo projeto Tipo B Sistema Intermunicipal de Capacitação em Gestão Local Participativa, neste documento estão sendo apresentadas todas as informações relativas ao módulo adaptado Avaliação da Participação a ser realizado em Belo Horizonte, e guiará sua aplicação.

OBJETIVOS Objetivo Geral O objetivo geral do curso de formação é proporcionar aos agentes implicados nos processos de participação ferramentas para a sistematização, avaliação e melhora dos mesmos, assumindo que a avaliação é um elemento imprescindível no planejamento da pluralidade das práticas participativas. O curso em Avaliação da Participação está destinado de forma prioritária às pessoas que trabalham ou participam nas experiências participativas da cidade de Belo Horizonte: representantes políticos eleitos, técnicos e membros da sociedade civil. Além da formação em avaliação, o curso propõe uma reflexão sobre os impactos da participação nas políticas locais, considerando que, até agora, a maioria dos estudos se centraram exclusivamente na avaliação da qualidade de experiências concretas. Objetivos específicos A. Apresentar alguns aprendizados sobre Observatórios Locais de Participação e debater sobre o Observatório de Belo Horizonte. B. Estimular a reflexão, através de exercícios práticos, sobre as estratégias de avaliação para processos participativos (critérios, metodologias, atores, âmbitos da avaliação, quando fizer a avaliação). C. Estimular a reflexão sobre os critérios e os possíveis indicadores que possam guiar uma avaliação de uma política de participação e dos impactos da participação nos processos de formulação de uma política pública. O objetivo é estimular a criatividade e o intercâmbio de diferentes visões sobre o tema. Não há ainda uma bagagem sólida neste campo. Por isto a sessão será um primeiro brainstorm que tentará recolher as diferentes percepções que possam ter os participantes sobre os aspectos mais fundamentais à hora de dar este salto analítico.

PROGRAMA Quarta Feira 26 - Observatórios Locais (De 14:00 às 15:00 horas) Abertura Apresentação do Módulo O que é o Observatório Local Secretária Adjunta de Planejamento Ana Luiza Nabuco Palhano Melissa Pomeroy Instituto de Governo e Políticas Públicas Universidade Autônoma de Barcelona (De 15:00 às 16:00 horas) Apresentação: Resultados dos Projetos Observatórios OLDP BCN Melissa Pomeroy Instituto de Governo e Políticas Públicas Universidade Autônoma de Barcelona Debate (De 16:00 às 17:00 horas) Apresentação: Observatório de Belo Horizonte Haydée Frota - Gerente do Observatório da Prefeitura de Belo Horizonte Debate (De 17:00 às 17:30 horas) Intervalo Explicação das dinâmicas de trabalhos em grupos (grupos com 8 a 9 participantes cada). (De 17:30 as 20:00) Trabalho em grupo Debate sobre Observatórios Locais Quinta Feira 27- Avaliação da Participação (De 14:00 às 15:00 horas) (De 15:00 às 16:00 horas) Apresentação: Avaliação da Participação Apresentação: Critérios e Indicadores Debate Melissa Pomeroy Instituto de Governo e Políticas Públicas Universidade Autônoma de Barcelona Melissa Pomeroy Instituto de Governo e Políticas Públicas Universidade Autonoma de Barcelona

(De 16:00 às 16:45 horas) Intervalo Explicação das dinâmicas de trabalhos em grupos (De 16:45 às 19:15 horas) (De 19:15 às 20:00) Trabalhos em grupo A experiência da COMFORÇA Orçamento Participativo - BH. Plenária Exposição dos resultados dos trabalhos em grupos Sexta Feira 28 - Impacto da Participação (De 14:00 às 15:00 horas) Apresentação: Avaliação das Políticas Públicas Debate (De 15:00 às 16:00 horas) Apresentação: Políticas Públicas e Políticas Participativas Debate Telma Menicucci Professora da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro Eleonora Schettini Professora do Curso de Serviços Sociais da PUC Pesquisadora do Departamento de Ciência Política da UFMG (De 16:00 às 16:45 horas) Intervalo Explicação da dinâmica dos trabalhos em grupos (De 16:45 às 17:30 horas) Aplicação dos Questionários de Avaliação (De 17:30 as 20:00) Trabalhos em grupo Os alunos distribuídos pelos grupos irão aplicar os conteúdos apreendidos à sua própria experiência.

METODOLOGIA DO CURSO A proposta do módulo se desenvolve a partir do uso da metodologia da aprendizagem ativa e combina palestras e dinâmica de grupo. Ambas as modalidades são de extrema importância para a assimilação de todos os conteúdos do curso. Os trabalhos em grupos terão o acompanhamento de formadores com experiência no tema. A metodologia pretende estimular uma participação ativa de todos os alunos. A finalidade de utilizar esta diversidade de metodologias é proporcionar informação, mas respeitando os tempos necessários para a reflexão, e aplicando o conhecimento aprendido através de exercícios variados. 1.1. A estrutura do curso O curso em Avaliação da Participação é composto de três blocos de conteúdos complementares. Como introdução a estes conteúdos contamos com algumas palestras realizadas por especialistas técnicos da administração e acadêmicos que contribuirão para uma melhor reflexão sobre as perspectivas e finalidades da avaliação da participação. Os conteúdos trabalhados nos diferentes blocos são: Bloco 1: Nesse bloco o conteúdo consiste principalmente em trabalhar os Observatórios Locais e seus resultados. Serão apresentadas diferentes experiências de Observatórios Locais (municipal, estatal abrangendo vários municípios) com ênfase para os resultados do projeto dos Observatórios Locais de Democracia Participativa e o Observatório de Belo Horizonte (os objetivos, as estruturas e as metodologias utilizadas por cada um dos respectivos observatórios). Para este bloco contamos com as palestras da consultora acadêmica do Projeto Melissa Pomeroy do Instituto de Governo e Políticas Públicas Universidade Autonoma de Barcelona e de Aydée Frota - Gerente do Observatório da Prefeitura de Belo Horizonte.

Bloco 2: No segundo bloco serão trabalhados os critérios e possíveis indicadores que possam guiar uma avaliação dos impactos da participação nos processos de formulação de umas políticas pública. A palestrante será a consultora acadêmica do Projeto Melissa Pomeroy do Instituto de Governo e Políticas Públicas Universidade Autonoma de Barcelona que abordará os temas Critérios para Avaliação da Participação. Para os trabalhos em grupo contaremos com a participação dos gerentes do OP de Belo Horizonte que discutirão o caso da experiência da COMFORÇA no acompanhamento do Orçamento Participativo de Belo Horizonte (OP-BH). Bloco 3: Na sessão final os temas serão Políticas Públicas e Políticas Públicas Participativas sendo o objetivo principal acompanhar o processo de aplicação dos conhecimentos aprendidos às experiências de cada participante discente do curso. Duas palestras serão apresentadas sendo a primeira Políticas Públicas pela professora da Escola de Governo da Fundação João Pinheiro Telma Menicucci e a segunda sobre Políticas Participativas que ficará a cargo da professora do Curso de Serviços Sociais da PUC e Pesquisadora do Departamento de Ciência Política da UFMG Eleonora Schettini.

PRIMEIRA SESSÃO OBSERVATÓRIOS LOCAIS

Metodologia para a primeira sessão: Tema 1: Observatórios Locais Objetivos da sessão: Debater e pactuar as dimensões prioritárias a serem sistematizadas e avaliadas pelo observatório de BH. Perguntas de debate: Que tipo de informação deveria disponibilizar o Observatório de BH? Quais seriam os aspectos fundamentais a serem avaliados sobre a participação local em BH? Por quê? Quais seriam os produtos/resultados esperados do Observatório de BH? Dinâmica da Sessão (para cada sub grupo): 17h30m Em duplas os participantes respondem às perguntas propostas e escrevem suas opiniões em papel. Para cada pergunta os grupos devem escrever três respostas para cada pergunta (em papéis separados, total 9) 18h15m Cada dupla comenta suas respostas e colamos as respostas de cada dupla em uma cartolina, agregando as respostas parecidas. 18h45m Debate sobre as respostas de todas as duplas. Se escolhe um representante para tomar anotações do debate e outro para contar sobre as respostas e o debate aos outros subgrupos 19h15m Reunimos todos os subgrupos para comentar sobre seus trabalhos. 20h Fim da sessão.

SEGUNDA SESSÃO AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO

1. Metodologia para a segunda sessão: Tema 2: Critérios, metodologias e indicadores de avaliação para processos/experiências de participação. Objetivos da sessão: Trabalhar os indicadores a serem sistematizados e avaliados na experiência de participação da COMFORÇA de BH. Perguntas de debate: 1 Qual o papel da COMFORÇA junto à comunidade, considerando-se os seguintes aspectos: a) repasse das informações transmitidas nas reuniões ordinárias da COMFORÇA e através de contatos com os órgãos responsáveis pelo OP? b) os mecanismos utilizados pela COMFORÇA para o repasse das informações. 2 Qual o papel da COMFORÇA junto à PBH, a exemplo do corpo técnico da Secretaria Municipal de Administração Regional, da Secretaria Municipal de Planejamento, Orçamento e Informação, da SUDECAP e da URBEL.Tomar como referência as definições do Fórum de Regional do OP. 3 Como você avalia a atuação da COMFORÇA no processo de licitação das obras e na fiscalização das empresas contratadas. 4 Na sua avaliação qual a importância da COMFORÇA no processo do Orçamento Participativo e da gestão das políticas públicas do Município? Dinâmica da Sessão (para cada subgrupo): 16:30 Explicação das dinâmicas de trabalhos em grupos 17:00m Trabalhos em grupo Em cada um dos oito ou nove grupos os dois representantes da COMFORÇA apresentam a experiência de atuação em sua Regional e respondem às perguntas propostas.

Juntamente com os demais participantes, distribuídos em subgrupos de três, escrevem suas opiniões em papel. Cada subgrupo de três deve escrever três respostas para cada pergunta (em papéis separados, total 9) 18h15m Cada subgrupo de três comenta suas respostas que serão coladas em uma cartolina, agregando as respostas parecidas. 18h45m Debate sobre as respostas de todas os subgrupos. Escolhe-se um representante para tomar anotações do debate e outro para contar sobre as respostas e o debate aos outros subgrupos 19h15m Reunimos todos os subgrupos para comentar sobre seus trabalhos. 20h Fim da sessão.

TERCEIRA SESSÃO IMPACTO DA PARTICIPAÇÃO

1. Metodologia para última sessão Avaliação de políticas locais de participação e a participação na governança local A proposta para esta sessão é seguir avançando na reflexão sobre as práticas de participação e ir além da análise das práticas individuais, tentando encontrar elementos para analisar o componente participativo, mas contextualizando-o no modelo de governança local. Neste campo não existe, ainda, uma bagagem sólida de investigação e sistematização de conclusões ou reflexões A maior parte dos progressos nesta matéria se encontra no âmbito teórico. Esta segunda parte do curso de formação é, portanto, o primeiro passo para uma reflexão mais aplicada sobre os elementos que constituem uma política pública de participação. Desenvolvimento do Trabalho Durante a etapa presencial desta sessão se pretende debater sobre como analisar uma política de participação a partir de suas diversas formas e componentes (processos, mecanismos, relações com o tecido associativo e com a cidadania não associada, transversalidade, coerência, programas de formação, etc.) e encontrar a relação entre esta e a governança local, através das seguintes perguntas: A existência de mecanismos, processos e espaços de participação, influi para que o processo de formulação das políticas públicas seja mais democrático? Em que medida? Estas práticas de participação têm capacidade por incidir nos aspectos substantivos das políticas públicas? Ou existem outros espaços formais ou informais com maior capacidade de influência? Para abordar o debate a sessão de trabalho se estruturará da seguinte maneira: Conferência sobre as políticas públicas e sua avaliação, seguida de debate. Conferências sobre políticas participativas e governança local e debate

Trabalhos em Grupos Montaremos seis grupos de discussão que se dividirão nos dois temas propostos (avaliação de políticas de participação e participação na governança local). Os grupos debaterão sobre os conteúdos expostos ao redor das perguntas propostas pelos formadores, com a seguinte dinâmica: Divisão dos participantes em grupos para debate dos conteúdos e perguntas (máximo 10 pessoas por grupo, organizados em subgrupos de 5 pessoas) Posta em comum por grupo, preparação das respostas às perguntas. Plenário para a posta em comum e debate. Finalmente, a última parte desta sessão a dedicaremos à explicação do trabalho não presencial para a sessão de fechamento Desenvolvimento do Trabalho O trabalho da sessão de encerramento se baseará na apresentação das estratégias de avaliação e reflexões dos participantes. Este trabalho se desenvolverá em grupos e subgrupos dinamizados pelos formadores do curso O trabalho consistirá na aplicação dos conteúdos aprendidos no curso a sua própria experiência. Para isto os participantes deverão: a) Selecionar um processo/mecanismo/espaço participativo no qual participaram b) Selecionar os principais critérios a avaliar e as variáveis a observar c) Desenhar uma estratégia para a obtenção de informação necessária d) Situar a prática no conjunto da política de participação e) Refletir sobre o impacto desta experiência na governança local e refletir sobre possíveis critérios e indicadores que poderiam sistematizar estas reflexões