Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica PIBIC/CNPq/IBMEC-RJ Relatório Final 2013/2014 Título do Projeto: Atualização Base de Dados - Análise de Consistência de Desempenho de Fundos de Ações no Brasil Aluno: Rafael Barbosa de Carvalho Curso: Administração Orientador responsável (seguido da maior titulação): Luis Filipe Rossi, Doutor Três palavras-chave: Fundos, Investimentos, Desempenho
1-Introdução: O presente artigo tem por objetivo examinar consistência de desempenho de fundos de ações no Brasil, usando retornos deflacionados pelo IGP-DI, sem ajuste para risco e ajustados para riscos segundo a modelagem de Jensen (1968). Elaboramos tabelas de contigência 2 x 2, conforme aplicado por Brownm, Goetzman, Ibbotson e Ross (1992) e Goetzmann e Ibbotson (1994). A possibilidade de explorar a vantagem de diversificação de ativos, bem como poder contar com assessoria especializada na seleção e gestão das carteiras elaboradas confere, teoricamente, aos fundos de investimentos vantagens para os investidores. Admite-se como hipótese que, mediante pagamento de taxas e honorários a administradores profissionais, investidores podem usufruir das vantagens de seletividade e "timing". Assim sendo procede a expectativa dos investidores de auferir lucros extras em relação àqueles provenientes da estratégia passiva de seguir a composição de um determinado índice de mercado tomado como "benchmark". Se tais lucros extras realmente são provenientes de talento e conhecimento de mercado dos administradores profissionais, é de se esperar que os fundos gerenciados pelos mesmos apresentem padrão de desempenho superior e consistente ao longo do tempo. Assim sendo, a análise de séries temporais de retornos de tais fundos deve revelar tais evidências. Ao longo das últimas décadas este tema tem apresentado controvérsia, gerando acirrado debate entre acadêmicos e profissionais de mercado. Como de hábito na área de finanças, a maior parte destes estudos tem sido desenvolvido para a economia dos EUA, embora existam também para outras economias, porém em quantidade muito menor. Para a economia brasileira pouco se tem desenvolvido até o momento, o que vem a ser motivação para o presente artigo. Que seja do conhecimento dos autores, trata-se da primeira aplicação da metodologia empregada neste artigo em retornos de fundos de ações brasileiros.
2-Objetivos: O principal objetivo do projeto é apresentar parâmetros que permitam mensurar o quão consistente e eficiente são os métodos utilizados pelo Administrador do fundo ao gerir a carteira de ativos de seus fundos de investimentos em ações. Dessa forma, usa-se planilhas no programa Microsoft Office Excel com uma base de dados contendo ponderação e os ativos respectivos a cada fundo. 3-Metodologia utilizada: No Microsoft Office Excel foram tabulados todos os dados inerentes ao estudo como por exemplo: A composição e a proporção dos ativos mantidos em carteira em cada mês (preferencialmente de agosto 2007 até julho de 2014). Entretanto, por motivos estratégicos alguns Administradores dos fundos optam por ocultar dados mais recentes. Para obter acesso às informações referentes a composição das carteiras dos fundos de investimentos em ações foi necessário acessar o sítio eletrônico da Comissão de Valores Mobiliários(www.cvm.gov.br), que dispõe para consulta, dados desde de agosto de 2007 até julho de 2014. Em relação a descontinuidade de fundos, estes foram consultados no site da CVM(www.cvm.gov.br), no site do Valor Econômico(www.valor.com.br) e no site da BM&FBovespa(www.bmfbovespa.com.br). Depois de dispor estas informações, ativos e ponderações em planilhas eletrônicas com um espaço amostral correspondente a 84 meses torna-se necessário consultar os dados referentes aos respectivos retornos de cada ativo no Software Ecomomática e calcular o Portfolio Change Measure (PCM) da seguinte maneira:
(Ponderação do período 2 Ponderação do Período 1) x Retorno do ativo No qual: Retorno do ativo = preço de fechamento no período 2-1 preço de fechamento no período 1 Observação: Utiliza-se a forma centesimal em vez da forma porcentual para simplificação dos cálculos. Em cada mês, soma-se o PCM total que irá por sua vez somar-se ao PCM total do mês seguinte e assim por diante, podendo assumir tanto valores negativos como positivos. Com PCM total calculado, é elaborado um gráfico de linha no próprio Microsoft Office Excel que demonstrará a desenvoltura do fundo de investimento ao longo do tempo, auxiliando assim a averiguar se tal desempenho é constante ou não. Dando continuidade ao estudo, calculou-se ainda o desvio-padrão, a média aritmética e o coeficiente de variação do PCM total ao longo dos meses. Os parâmetros para aferição da consistência do desempenho dos fundos de investimentos são: O menor desvio-padrão possível, a maior média possível e por consequência o menor coeficiente de variação possível. Não se esquecendo das seguintes relações matemáticas: Coeficiente de variação = Desvio- padrão Média
PCM TOTAL 4- Resultados alcançados: Assim, há abaixo os fundos pesquisados com seu devido ranqueamento, bem como informações relevantes e pertinentes ao estudo: Primeira Posição Caixa Ibovespa / CNPJ: 01.525.057/0001-77 0,795 0,595 0,395 0,195-0,005 CEF IBOVESPA 1 7 13 19 25 31 37 43 49 55 61 PERIODO Série1 Média 0,555108967 Desvio Padrão 0,117821629 C. Variação 4,711435184
PCM TOTAL PCM TOTAL Segunda Posição Fator ações institucional FIA / CNPJ: 01.619.647/0001-69 FIA FATOR INSTITUCIONAL 1,20 1,00 0,80 0,60 0,40 0,20 0,00 1 6 11 16 21 26 31 36 41 PERIODO Média 0,807126 Desvio Padrão 0,138585 C. Variação 5,824046 Série1 Terceira Posição 1,00 Itau Ações FIA / CNPJ: 54.486.055/0001-82 ITAU FIA 0,50 Série1 0,00 1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 PERIODO Média 0,664596 Desvio Padrão 0,158367 C. Variação 4,196551
PCM TOTAL Quarta Posição 1,50 1,00 0,50 0,00-0,50 TOP ULTRA FIA 1 9 17 25 33 41 49 57 65 73 81 PERIODO Série1 Média 0,29666346 Desvio Padrão 0,32651745 C. Variação 0,90856847
5- Conclusão: Mediante o levantamento e análise dos fundos em questão, podemos reparar no elevado desempenho entre os três primeiros colocados que obtiveram médias do PCM Total de cada mês bem mais relevantes que os demais por exemplo o fundo da Caixa Ibovespa - que foi nosso primeiro colocado - obteve média cerca de 2 vezes maior que o último colocado que foi o Top Ultra(Unibanco). Ao avaliar também os gráficos de linha desenvolvidos no Microsoft Office Excel podemos obter de forma mais clara a dimensão do bom ou mau desempenho de cada Fundo de Investimento e concluímos qual Gestor adotou a melhor estratégia na elaboração de quais ativos comprar ou vender e em que momento e proporção tomar tais medidas. Fundos como Credit Suisse Fig, ABN Top Benefit, Geração 157 e Mercatto Estratégia foram descontinuados ao longo do tempo, dessa forma não foi possível incluí-los na análise acima. Isso de acordo com o sítio eletrônico da CVM (www.cvm.gov.br), sítio eletrônico do Valor Econômico (www.valor.com.br) e sítio eletrônico da BM&FBovespa (www.bmfbovespa.com.br). O fundo Itau Ações se juntou com outro fundo de investimento em ações, dessa forma não se pode obter todos os 7 anos de dados deste. O fundo Caixa Ibovespa passou a obter cotas de outros fundos de investimento, e assim houve uma diminuição na ponderação do fundo, fazendo com que menos de 67% deste fosse composto por ações.
6 - Bibliografia: Rossi, Luis F. A consistência de desempenho de Fundos de Ações no Brasil Tese de Doutorado IAG/PUC- Rio. Rio de Janeiro. 2004) e bibliografia dessa Tese. Sítio eletrônico da CVM. www.cvm.gov.br Sítio eletrônico do Valor Econômico. www.valor.com.br Sítio eletrônico da BM&FBovespa. www.bmfbovespa.com.br