: Ensino Fundamental Componente Curricular: Educação Física Modalidade: Handebol Duração da atividade: Recomendam-se cinco encontros/aulas, com duração de uma hora-aula para cada encontro. O QUE O ALUNO PODERÁ APRENDER COM ESTAS AULAS OBJETIVOS: Estimular a discussão sobre os motivos que levam os alunos a praticarem o handebol; Apresentar, discutir e vivenciar as regras fundamentais para a prática do handebol; Oportunizar aos alunos a vivência dos elementos fundamentais para a prática do handebol, considerando a variabilidade na forma de execução e a compreensão da função destes fundamentos dentro do desdobramento do jogo propriamente dito. CONHECIMENTOS PRÉVIOS QUE DEVEM SER TRABALHADOS PELO PROFESSOR COM O ALUNO Considerando que o movimentar-se é a expressão de uma necessidade humana primordial e que, para a infância, adolescência e mesmo para a idade adulta, mover-se é necessário para descobrir-se a si mesmo, para situar-se no espaço, para estudar e explorar o mundo, o handebol oferece grandes e ricas manifestações de expressão do movimento, e o sujeito que o pratica, como o próprio educador, pode, constantemente, encontrar descobertas sugestivas para o desenvolvimento psicoafetivo e sociomotor. Portanto, reveste-se de importância absoluta que o professor oportunize aos alunos a apreensão prévia de informações e conhecimentos que possibilitem uma noção geral sobre a modalidade handebol, conforme indicados nos tópicos abaixo relacionados: Aspectos gerais relacionados à forma como surgiu o handebol; As regras básicas do handebol, considerando as mudanças das mesmas no processo de evolução da modalidade; Os processos técnico-táticos básicos ofensivos e defensivos do handebol. Técnicos: posição básica, recepção, passe, manejo de bola, drible, progressão, arremesso; defensivos: posição básica, movimentações defensivas, recuperação da bola, recuperação da bola, pegada defensiva, bloqueio da bola e da trajetória do oponente; jogo do goleiro: posição básica, deslocamentos do goleiro, tipos de defesa; Os diferentes benefícios da prática do handebol: fortalecimento dos músculos, ampliação da resistência e da capacidade anaeróbia, melhoria da coordenação motora e das habilidades dos praticantes, o convívio social, o respeito às regras e aos outros e o saber ganhar e perder, entre outros aspectos. 1
Alguns exemplos de atividades ou jogos pré-desportivos possíveis de serem realizados no dia a dia do ambiente escolar. ESTRATÉGIAS E RECURSOS DA AULA/DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES As sugestões metodológicas de cada aula deverão ser estruturadas em função do tema proposto. No entanto, de uma forma geral, o professor deverá organizar uma roda para começar a aula com uma discussão inicial. Como facilitador, o professor deverá estimular a participação de todos, valorizando a contribuição de cada um, procurando, quando necessário, possibilitar ao grupo decidir sobre a ação a ser realizada. Ao se trabalhar a história e as alterações das regras do handebol, o professor estimulará a pesquisa dos alunos, buscando informações com pessoas do seu entorno e também em instrumentos de busca, tais como revistas, livros e sites da internet. Apresentaremos, a seguir, a descrição de alguns roteiros de aulas que poderão auxiliar o professor. Mas lembrem-se: essas são apenas algumas sugestões; os professores devem ser autônomos para criar e recriar a partir das vivências de seus alunos. AULA 1 TEMA: POR QUE JOGAR HANDEBOL NA ESCOLA? Duas bolas de handebol H2 Sequência Pedagógica Primeiro momento: Em forma de roda, estimular os alunos a relatarem porque jogar handebol nas aulas de Educação Física Escolar, considerando que o esporte na escola só tem sentido quando completamente integrado às atividades escolares e ao projeto pedagógico desta. O handebol na escola deve atender a formação integral dos alunos nas dimensões física, cognitiva, psicológica, afetiva, social, crítica, proporcionando a formação de um cidadão pensante e atuante na sociedade e na cultura à qual está inserido. Considerando estas características do ensino do handebol na escola, o professor poderá iniciar as discussões sobre a modalidade, trazendo temas a partir das questões norteadoras apresentadas a seguir: 2
Por que jogar handebol? Há algum familiar que joga/jogou handebol? Você conhece algum ídolo no handebol? Quem? Quando você começou a jogar handebol? Foi na Educação Física? Quem o incentivou? Você joga handebol fora do espaço da Educação Física Escolar? Segundo momento: Realizar um jogo de handebol gigante (com todos os alunos divididos em duas equipes de igual número). Considerando o número de componentes de cada equipe, estabelecer regras para diminuir gradativamente o número de componentes até se compor duas equipes com número oficial de jogadores, ou seja, 7 jogadores atuantes em cada equipe. Após isso, se fará o revezamento dos jogadores em cada equipe, oportunizando a todos que vivenciem o jogo propriamente dito, considerando o conhecimento e a vivência dos alunos com a modalidade. Terceiro momento: Na roda final, retomar a conversa inicial a partir de algumas características esboçadas pelos próprios participantes durante a prática do handebol, destacando os benefícios proporcionados por esta prática. Importante considerar que a prática do handebol deve valorizar a auto-estima, o fortalecimento dos princípios de solidariedade e cooperação, estimulando o espírito de coletividade, a luta pelos ideais e o respeito às regras, assim como a convivência harmoniosa e o fortalecimento da autodeterminação. AULA 2 TEMA: REGRAS FUNDAMENTAIS PARA JOGAR HANDEBOL 7 bolas de handebol. Sequência Pedagógica: Primeiro momento - exposição verbal roda inicial: Organizar a turma em roda para um conversa inicial. Explicar que o objetivo da aula é conhecer e vivenciar as regras fundamentais para se jogar o handebol. O professor deve levantar questões para os alunos estimulando-os a demonstrar seus conhecimentos sobre as regras do jogo de handebol. 3
O professor deve, com o auxílio de um painel, explanar sobre as regras fundamentais para o jogo: a quadra, a bola, os equipamentos dos jogadores, o número de jogadores, a duração do jogo; os jogadores de campo; o goleiro; a marcação de um gol; o tiro de saída; o tiro lateral; o tiro de meta; o tiro livre; o tiro de 7 metros; as sanções no jogo Texto auxiliar: regras oficiais da Confederação Brasileira de Handebol. Segundo momento jogos e vivências: Jogo 1: pega-pega com drible O objetivo do jogo: pegar o máximo de jogadores das outras equipes durante um determinado tempo; As equipes: dividir a turma em quantas equipes de 7 componentes forem possíveis; O tempo de jogo: as equipes terão tempos iguais para tentarem atingir o objetivo do jogo (tempo entre 1 a 3 minutos; O resultado do jogo: vencerá a equipe que pegar mais adversários ou pegar todos os componentes das demais equipes no menor tempo possível. O desenvolvimento do jogo: cada jogador se deslocará, driblando a bola pela quadra de handebol, e tentará encostar a bola nos jogadores das outras equipes, que tentarão fugir se deslocando somente dentro da quadra de handebol. O jogador que for pego deverá se deslocar para a área do goleiro e aguardar o final do tempo. O jogador que estiver fugindo e sair dos limites da quadra de handebol ou entrar nas áreas dos goleiros estarão automaticamente pegos e deverão permanecer na área de gol. Jogo 2: jogo de handebol com marcação individual quadra toda O objetivo do jogo: marcar o maior número de gols em um determinado tempo; As equipes: as mesmas equipes do jogo 1; O tempo de jogo: considerar o número de equipes e dividir o tempo para esta parte da aula de forma a permitir um rodízio entre todas as equipes formadas com 7 jogadores; O resultado do jogo: vencerá a equipe que obtiver maior número de vitórias. O desenvolvimento do jogo: jogo com marcação individual na quadra toda. Terceiro momento - trabalho em grupo: Ao final da aula (reservar pelo menos 10 minutos para esta parte), o professor deve reunir todo o grupo e discutir sobre as regras básicas para jogar o handebol. Mostrar o painel inicial contendo as regras e questionar os alunos sobre a aplicação das mesmas em jogo e solicitando que façam propostas de mudanças das mesmas. É muito importante o professor solicitar a participação dos alunos no plano conceitual a partir da vivência e aplicação dos conhecimentos, propondo a resolução de problemas por meio da discussão em grupo, valorizando a participação de todos. Retomar este tema na próxima aula de forma a valorizar a produção dos alunos. 4
AULA 3 TEMA: PRATICAR OS ASPECTOS TÉCNICOS DO HANDEBOL Bolas de handebol H2 2 cartolinas; 2 pincéis atômicos. Sequência Pedagógica: Preparação para a realização da aula Com uma semana de antecedência, pedir para os alunos fazerem uma pesquisa junto a pessoas com mais idade (pai, mãe, irmãos mais velhos, avós ou tios) com o objetivo de identificar diferentes jogos da cultura corporal que estes praticavam em sua infância ou adolescência. Identificar, também, quais equipamentos eles usavam na realização dos jogos. Primeiro momento roda inicial: Numa roda, iniciar a aula dando espaço para os alunos falarem sobre o resultado de suas pesquisas. Enquanto os alunos forem apresentando, o professor, ou um aluno, deverá ir anotando em uma cartolina os nomes das atividades e dos equipamentos que forem citados. Após as apresentações, o professor pedirá ao grupo para escolher uma das atividades, a qual será adaptada em sua estrutura e funcionalidade no sentido de colocar elementos técnicos (drible, passe, arremesso, recuperação da bola, bloqueio da bola e da trajetória do adversário, etc.) do handebol e realizada por todos. Após escolhida e adaptada a atividade, o grupo deverá discutir quais serão as regras básicas para a realização do jogo. Segundo momento jogo de handebol com marcação individual; meia quadra. Terceiro momento roda final: Ao final da aula, o professor poderá trazer manifestações culturais que podem ser adaptadas para a prática do handebol e que não foram citadas pelos alunos, tais como: rebatida, bobinho, gol a gol, bola queimada, entre outras. 5
AULA 4 TEMA: ENSINANDO FUNDAMENTOS - PASSE 1 bola para cada 5 alunos; 12 cones; Sequência Pedagógica: Primeiro momento roda inicial: Expor aos alunos que a aula será sobre o fundamento passe. Iniciar uma discussão com perguntas operacionalizadas, tais como: - Quais os tipos de passe que vocês conhecem? De ombro, lateral, de costas, por trás das costas, por trás da cabeça e outros. - Qual é o melhor passe? É aquele que chega ao companheiro, pois este é o objetivo do passe. - O que pode interferir na execução de um passe? A distância em que se encontra o companheiro que receberá o passe; A presença de um adversário entre o executor do passe e receptor; entro outros motivos. OBS: colocamos algumas possíveis respostas às perguntas. No entanto, com certeza, outras possibilidades poderão ser expostas pelos alunos ou pelo professor. O mais importante, neste caso, é que as respostas partam dos alunos, tendo o professor como um facilitador por meio de perguntas operacionalizadas. Segundo momento exercícios de passe em trio: Organizar os alunos em grupos de cinco, cada grupo com uma bola. Três jogadores formarão uma coluna de um lado da quadra, próximo a linha lateral, e dois formarão outra coluna, posicionada frontalmente a primeira, do outro lado. A bola inicia na coluna com três jogadores, sendo que, quando o primeiro passar a bola, este deve ir se posicionar atrás da coluna do jogador que recebeu. Exercício 1 receber a bola, driblá-la por três vezes e passá-la com o passe de ombro (passe básico), com trajetória direta, para o companheiro que estiver no outro lado da quadra; Exercício 2 idem ao anterior, com trajetória quicada no solo; Exercício 3 idem ao anterior, com trajetória parabólica; Exercício 4 diminuir a distância e realizar o passe sem a realização do drible, mas utilizando-se da progressão (3 passos); Exercício 5 idem, executar o passe com salto e com trajetória livre; Exercício 6 receber a bola, virar de costas e executar o passe de reversão; 6
Exercício 6 pedir para os alunos simularem uma finta num cone colocado à sua frente e só depois executarem o passe. Neste caso, o tipo de passe ficará a critério do jogador, adaptando à situação em que o mesmo estiver ao final da execução da finta; Exercício 7 receber a bola, fazer o passe sob marcação do colega que realizou o passe e se deslocar para fazer a marcação do passe do colega seguinte; passe será livre conforme o posicionamento do oponente; Exercício 8 incentivar os alunos a criarem formas diferentes de executar um passe. Terceiro momento jogo de handebol sem drible: Organizar os alunos em dois ou mais times para jogarem handebol com a seguinte alteração da regra: não será permitido a execução do drible; cada jogador poderá somente realizar 3 passos em posse da bola e passá-la a um companheiro ou arremessar ao gol. Se os alunos tiverem uma dificuldade inicial e o jogo não estiver dinâmico, pode-se permitir a execução de um ou mais batimento da bola, conforme as regras oficiais, e depois volta-se a realizar o jogo apenas com passes. AULA 5 TEMA: SISTEMATIZANDO O JOGO DE HANDEBOL 4 cartolinas de cor clara; 4 pinceis atômicos; 4 lápis 4 caixas de giz de cera Sequência Pedagógica: Primeiro momento: Começar a aula realizando um jogo de handebol com marcação individual na zona de eficácia (a partir da linha de tiro livre linha pontilhada). Segundo momento: Depois que todos os alunos tiverem jogado pelo menos 10 minutos, o professor deve reunir o grupo numa roda para uma breve discussão com as seguintes perguntas operacionalizadas: Quais os problemas que vocês detectam no seu time, quanto à forma de defender, que podem estar dificultando a vitória no jogo? 7
Ou, quais os problemas que têm impedido a participação efetiva de todos? Exemplos de possíveis respostas: - É muito difícil acompanhar o meu oponente; - Acabamos trombando um no outro na defesa; - Nosso goleiro fica muito exposto; entre outras situações. - Diante das respostas, o professor solicitará aos alunos que escolham uma dificuldade que queiram superar e, por meio da realização de um brainstorming, encontrem possíveis soluções para essa dificuldade. O grupo deverá escolher uma idéia que represente uma solução tática de consenso e tentar colocá-la em prática. Neste exercício, o mais importante será a atitude do grupo, entendendo que a idéia eleita deve ser considerada uma decisão do grupo e, como tal, deverá haver o compromisso de todos para que a mesma se materialize. Terceiro momento: Realizar um jogo de handebol colocando em prática a solução tática escolhida pela maioria dos jogadores. Quando necessário, o professor deve estimular os grupos a se reunirem para se organizarem de forma tática, de acordo com as escolhas coletivas que estes tiveram. Ao final da aula, organizar a roda e motivar os alunos a expressarem quais decisões táticas foram mais exitosas de acordo com as soluções que foram propostas pelo grupo. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES PARA FINALIZAR As aulas sugeridas acima não foram organizadas para serem realizadas de forma conjunta, nem mesmo possuem alguma sequência pré-estabelecida para que aconteçam. Entendemos que a decisão sobre quando trabalhar com cada tema é exclusiva do professor. Quando as aulas exigirem um momento de discussão, este deverá ser realizado oportunizando-se realmente a participação do aluno, pois este é o maior objetivo de um trabalho em grupo: valorizar os alunos como atores e não somente como executores de uma proposta. 8
REFERÊNCIAS CBHb. Handebol: regras oficiais 2006-2009. Tradução de Sávio Pereira Sedrez. São Paulo: Phorte, 2006. EHRET, Arno et al. Manual de handebol (Org. pela Confederação Alemã de Handebol - CAHb). Trad. e revisão científica: Pablo Juan Greco, São Paulo: Phorte, 2002. LAUDURÉ, P.; CURELLI, Jean-Jacques. O handebol: as regras, a técnica, a tática. (faltam dados da referência) MARTINI, Karl. O handebol: Técnica, tática, metodologia. Portugal: Publicações Europa-América Ltda, 1980. OLIVEIRA, Amauri A. B.; PERIN, Gianna L. Fundamentos pedagógicos do programa Segundo Tempo. Organizadores: Oliveira; Perin. Editora Eduem: Maringá. 9