TEXTO: FINANCIAMENTO (MECANISMOS E INSTRUMENTOS) Diretrizes Orçamentárias, Plano Integrado e Orçamento Público da União, Estados, Distrito Federal e Municípios: conhecer para exigir, exigir para incluir, fiscalizar. Francisco Paulo Pimenta Maria Tereza de Araújo Serra No dia a dia as pessoas precisam de dinheiro para pagar suas compras. Esse dinheiro é recebido de várias formas: de salários, de serviços prestados, de aluguéis, de juros de poupança ou de aplicações financeiras, de empréstimos, de venda de bens. Com essas entradas de dinheiro, são realizadas as compras e efetuado os pagamentos, tais como: compras de bens, como alimentos e de serviços, como consultas médicas e escola e os pagamentos de impostos (IPTU, IPVA), luz, telefone ou mesmo um empréstimo a um amigo. Em alguns casos, as despesas são financiadas com empréstimos. Para poder comprar agora sem dispor de dinheiro, usa-se um cartão de crédito, um financiamento bancário, o limite do cheque especial ou empréstimo com amigos ou familiares. Dessa forma faz-se um gasto com dinheiro de terceiros, para no futuro, pagar a dívida contraída. Podemos então dizer que, ao receber dinheiro dessas diversas fontes e gastálo nesses diferentes usos, as pessoas estão executando seu orçamento individual. Na linguagem do Orçamento Público, a receita pública designa ingresso de recursos no conjunto de órgãos da administração pública, incumbidos da arrecadação e fiscalização de tributos (erário), desdobrando-se em despesas correntes e despesa de capital. Por sua vez, a despesa pública representa a aplicação desses recursos, com a finalidade de atender às necessidades da coletividade. O Orçamento deve ser a expressão financeira do planejamento das ações governamentais. É por intermédio do orçamento que se alocam os recursos para executar as ações planejadas. Se, por exemplo, o governo está construindo uma estrada e, num ano, há necessidade de um alto montante de recursos para essa obra, ele poderá estruturar seu orçamento prevendo um empréstimo, a ser pago no futuro. Assim, como foi dito, o Orçamento Público contém a autorização para despesas em determinadas ações, a partir de uma estimativa de receitas. Ele é, portanto, um instrumento legal em que são previstas as receitas fixadas e as despesas de um determinado ente político (União, Estados, Distrito Federal e Municípios), para um período de um ano (exercício financeiro). Com a autorização do orçamento, o governo pode realizar as despesas necessárias para atender às necessidades da sociedade, que podem ser gastos com despesas correntes ou de capital.
São despesas com a execução e a manutenção da ação governamental, como pagamento de salários, água, luz, telefone, das repartições públicas, etc. São, também, despesas correntes, os juros de financiamentos contraídos no passado. As Despesas Correntes não contribuem diretamente para aumentar a capacidade produtiva da economia. Por Despesas de Capital, entende-se por aquelas com a formação de um bem de capital ou com a adição de valor a um bem já existente, como por exemplo: construção de escola, estradas, pontes, compra de computadores para repartições públicas, compra de imóveis etc. São classificadas em Investimentos, Inversões Financeira e Transferências de Capital. São, também, Despesas de Capital, a amortização de financiamentos contraídos no passado. Existem três instrumentos do Orçamento que devem ser construídos com prazos de elaboração e que devem ser encaminhados ao Legislativo pelo Executivo, e de devolução do Legislativo ao Executivo para a sanção e publicação. Também apresentam períodos de vigência diferentes no tempo que são: PPA - Plano Plurianual (04 Anos) LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias (Anual) LOA Lei Orçamentária Anual (Anual) Então vejamos, o Plano Plurianual -PPA estabelece as diretrizes, os objetivos e as metas da administração pública; LDO Lei de Diretrizes Orçamentárias foi uma inovação introduzida pela Constituição Federal de 1988 que dispõem sobre as metas e prioridades para a administração pública, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro seguinte, orientar a elaboração da LOA ( Lei Orçamentária Anual), efetuar as alterações na legislação tributária e estabelecer as formas de financiamento do orçamento; LOA Lei Orçamentária Anual Esta lei apresenta a estimativa da receita e a discriminação da despesa autorizada, de forma a evidenciar a política econômicofinanceira e o programa de trabalho do governo. MARCOS LEGAIS DO PPA: - Artigo 165 da Constituição Federal de 1988. - Artigo 203 Constituição Estadual : Prevê a instituição do PPA do Estado, como iniciativa de Lei do Poder Executivo.
NO CASO DO ESTADO DO CEARÁ: O PLANO PLURIANUAL será anualmente revisado e encaminhado à Assembleia Legislativa até o dia 30 de setembro de cada ano, que precede o início do exercício fiscal. LDO LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS Define as metas e prioridades da administração pública estadual para cada ano. As setoriais não participam da sua elaboração. (Metas e riscos fiscais) (Ex. Crescimento do PIB, aumento da receita impacto nas bolsas de valores e na economia global) A LDO orienta na elaboração da LOA. Interface entre o Plano e o Orçamento. LEGISLAÇÃO BÁSICA DA LDO: Constituição Federal, Título VI, capítulo V, seção II, artigos 165 a 169. Lei complementar Nº. 101, Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, artigos 4º, 9º e 14. TRÂMITE LEGAL DA LDO : PODER EXECUTIVO ELABORA O PROJETO DE LEI (SEPLAG/SEFAZ/CGE) PODER LEGISLATIVO (discute,altera e aprova o projeto de lei EXECUTIVO : sanciona e publica a lei, podendo propor veto ao texto aprovado pelo legislativo LEGISLATIVO : Aprova ou não os vetos propostos pelo Excutivo O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias deverá ser encaminhado pelo Executivo à Assembleia até 02/maio do ano que precederá à vigência do orçamento anual subsequente.
A LDO é instituída pela Constituição Federal de 1988, é o instrumento norteador da elaboração da LOA na medida em que estabelece para cada exercício: Prioridades e metas da administração Pública Estadual. Estrutura e organização dos orçamentos; Diretrizes para elaboração e execução do orçamento do Estado e suas alterações; Disposições relativas à dívida Pública Estadual; Disposições relativas as despesas do Estado com pessoal e encargos sociais; As disposições sobre alterações na legislação tributária do Estado. LOA LEI ORÇAMENTÁRIA ANUAL Orçamento Público é o processo de previsão de Receitas e fixação de despesas que darão respaldo à execução de políticas públicas. É um processo contínuo, dinâmico e flexível, que traduz em termos financeiros o planejamento dos gastos públicos anual. O tipo de orçamento utilizado atualmente no Brasil é o ORÇAMNETO PROGRAMA, essa modalidade está ligada aos programas de governo, às realizações que tanto os governantes almejam. Desta maneira, o orçamento - programa é uma peça com ligação estreita ao planejamento (PPA). Ele indica as ações, programas, projetos e atividades governamentais, bem como seus montantes monetários, as fontes de recursos e as metas de gestão dos mesmos. Orçamento Programa é a única modalidade de orçamento que vincula o Planejamento (PPA) à execução ou ao orçamento (LOA), por intermédio das Diretrizes Orçamentárias (LDO). Os principais ditames legais que se regulamentam a prática orçamentária no setor público são: 1 A Lei 4.320/64; 2 A Constituição Federal de 1988 (artigos 165 à 169); 3 - A Lei complementar 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal); 4 O manual Técnico de Contabilidade Aplicada ao Setor Público (STN); 5 O Decreto Federal 93.872/86; 6 O Decreto Lei 200/67; 7 LOAS - Lei Orgânica da Assistência Social
Prazos de elaboração de cada Instrumento: INSTRUMENT OS PPA LDO LOA PRAZO DE ENCAMINHAMENTO AO LEGISLATIVO 31 de agosto do primeiro ano de mandato 15 de abril de cada ano 31 de agosto de cada ano PRAZOS DE DEVOLUÇÃO AO EXECUTIVO PARA SANÇÃO E PUBLICAÇÃO 15 de dezembro do primeiro ano de mandato 30 de junho de cada ano 15 de dezembro de cada PRAZOS DE VIGÊNCIA. Quatro anos, a contar do 2.º ano de cada administração, até o 1 º ano da seguinte Ano seguinte ao em que é apresentado ao Legislativo Ano seguinte ao em que é apresentado ao Legislativo Isso no caso da União. No caso dos Estados e Municípios, essas datas são comumente, fixadas nas Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais. Em geral, a LDO segue o prazo federal e o PPA e a LOA são apresentadas em setembro, sempre para vigência no ano seguinte. Agora que você já sabe sobre tudo isso; vamos refletir como devemos acompanhar a execução das políticas públicas e a verificação do cumprimento da legislação no seu Município: 1 - O Conselho participa da elaboração do Orçamento Municipal? 2 - Antes de ser encaminhado para a Câmara Municipal, o Conselho aprova por meio de Resolução o Orçamento da Secretaria Municipal de Assistência Social? 3 - Participa da discussão/aprovação na Câmara Municipal? 4 - Fiscaliza a execução das ações referentes a política de atendimento ao idoso? Como? 5 - Acompanha a aplicação dos recursos federais para os serviços, programas e projetos direcionados aos idosos nos CRAS, CREAS, dentre outros? Como? 6 Foi criado por Lei Municipal o Fundo dos Direitos do Idoso? Referências BRASIL. Caderno 4. Programa Nacional de Educação Fiscal PNEWF 4ª Edição Brasília/DF 2009. BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: http://www.planalto;gov.br
BRASIL. Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993. Dispõe sobre a organização da assistência social e dá outras providências. Disponível em: http://www.planalto;gov.br CEARÁ. Constituição Estado do Ceara, 1989. Atualizada, até a Emenda Constitucional n 56, de 07 de janeiro de 2004. Disponível em: http://www.ceara.gov.br/