Novembro 2018
EUA: Fed muda retórica Europa: Inflação segue contida China: Trégua comercial com os EUA 03 04 05 Inflação: Números voltam a surpreender para baixo Atividade: Indicadores de confiança avançam 06 07 Bolsa Renda Fixa Moedas 08 09 10 11 2
EUA A l t a s d e j u r o s p r e c i f i c a d a s e m 2 0 1 9 F e d F u n d s f u t u r e Com o aperto das condições financeiras visto nos últimos meses, reflexo da correção no índice acionário americano S&P 500, fortalecimento do dólar, e elevação dos spreads* de crédito, além da continuidade de números mais fracos da economia global, o banco central americano iniciou um processo de alteração no tom de seu discurso. Fonte: Bloomberg Em particular, o presidente Jerome Powell transpareceu uma postura mais cautelosa, ao sugerir que o nível atual dos Fed Funds não estaria necessariamente distante das estimativas do que seria o juro neutro (aquele que é condizente com uma postura neutra da política monetária). Ou seja, as altas de juros atualmente programadas pelo Fed (banco central americano) não estariam no piloto automático e os dados precisariam corroborar estas elevações. Embora, em tese, isto seja sempre verdade caso os dados piorassem sensivelmente, o Fed já poderia parar com as altas, em termos de sinalização foi uma mudança importante. Apesar disso, a alta em dezembro ainda segue muito provável. *Spread: diferença entre a taxa paga por um emissor e a taxa livre de risco. Pode ser interpretado como um indicador de risco de crédito do ativo. 3
ECONOMIA GLOBAL C o r e C P I : E u r o z o n e Ano- c o n t r a - Ano Imersa em uma sequência de surpresas negativas na atividade observada ao longo de 2018, a Zona do Euro vem mostrando um processo muito gradual de aceleração da inflação. Em particular, os dados preliminares de novembro decepcionaram e mostraram o Core Inflation (exclui alimentos e energia) variando apenas 1,0% ano-contra-ano, menos que o esperado pelo mercado, e mantendo o mesmo patamar observado no início de 2018. Com os dados do mercado de trabalho indicando um cenário benigno, com taxa de desemprego já historicamente baixa e trajetória de aceleração de salários, a ausência de convergência da inflação para o patamar de conforto do Banco Central Europeu (em torno de 2%) somada aos dados mais fracos de atividade sugerem que a postura dovish* da autoridade monetária deve seguir por mais tempo. Fonte: Bloomberg *Dovish & Hawkish: São termos utilizados como referência ao sentimento perante a política monetária de uma economia. Quando um banco central está dovish, há um viés para corte de juros ou a manutenção da taxa de juros em patamares mais baixos. O oposto ocorre quando ele está hawkish, havendo um viés para o aumento da taxa de juros. 4
ECONOMIA GLOBAL M S C I E m e r g i n g M a r k e t s I n d e x Após meses sem negociações ou contatos oficiais, os presidentes Xi Jinping e Trump retomaram o diálogo e chegaram a um acordo na reunião do G-20 no final de novembro. A trégua posterga a elevação na tributação sobre US$ 200 bilhões de importações oriundas da China, que subiriam em janeiro de 10% para 25%; os países terão agora 90 dias para negociar (até o final de fevereiro), e caso nenhum avanço seja feito, os tributos irão aumentar conforme previamente definido. Fonte: Bloomberg A trégua temporária é uma notícia positiva e o tom do comunicado mostra uma boa vontade maior entre as duas partes, impactando positivamente os mercados emergentes, conforme mostra o gráfico ao lado. Dito isso, as negociações tendem a ser duras e algumas demandas americanas não são fáceis de serem atendidas pelo governo chinês. Desta forma, decisões de investimento em bens de capital, por exemplo, que requerem um prazo de clareza mais longo, devem permanecer ainda suspensas até que se tenha um sinal mais claro. Ao longo dos próximos meses será importante monitorar os avanços nas negociações. 5
ECONOMIA BRASILEIRA I P C A - 1 5 N ú c l e o s 3 m e s e s / 3 m e s e s - T a x a A n u a l i z a d a c o m A j u s t e S a z o n a l Após acelerar temporariamente como reflexo da greve dos caminhoneiros (que impactou, por exemplo, a cadeia de produção de alimentos e preço de combustíveis) e da desvalorização cambial, a inflação voltou a surpreender negativamente na margem, acarretando redução relevante das projeções do IPCA para 2018. Em particular, olhando as métricas de inflação mais sensíveis ao ciclo econômico e acompanhadas de perto pelo Banco Central, é possível enxergar uma importante moderação nos dados mais recentes. Consequentemente, as apostas na permanência da Selic no patamar atual de 6,5% ao longo de todo o ano vêm crescendo, amparadas também pela estabilização do real em patamar mais valorizado. Com desemprego ainda muito elevado e taxa de utilização da capacidade instalada da indústria também deprimida, há no curto prazo grande espaço para que a economia cresça sem pressões inflacionárias de demanda. Fonte: IBGE 6
ECONOMIA BRASILEIRA C o n f i a n ç a n a I n d ú s t r i a Com o fim da incerteza do período eleitoral, alguns indicadores de confiança mostraram uma forte melhora em novembro. Embora nem todos tenham mostrado um comportamento tão positivo, os sinais são promissores para a retomada da atividade em 2019. Vale ressaltar, entretanto, que ainda há incerteza em relação a estratégia de implementação de reformas do novo governo, e, apesar dos sinais positivos da equipe econômica, será necessário tempo para avaliar a capacidade de articulação política para aprovar as essenciais medidas de ajuste fiscal no congresso. Dito isso, as condições para uma aceleração da atividade estão colocadas: (i) famílias e empresas passaram por um processo longo de desalavancagem nos últimos anos; (ii) juros historicamente baixos; (iii) setor bancário líquido, com inadimplência historicamente baixa mesmo após forte recessão e pronto para retomar concessão de crédito; (iv) capacidade ociosa grande na economia permitindo crescer em um primeiro Fonte: Bloomberg momento sem pressões inflacionárias de demanda. 7
MERCADOS 20% S&P500 FTSE100 CAC DAX NIKKEI SHANGHAI COMP BOVESPA MSCI ACWI 17,1% 10% 0% -10% 1,8% 3,2% -2,1% -1,8% -1,7% -5,8% -9,2% -12,9% 2,0% -1,8% -0,6% 2,4% 1,3% -4,3% -20% -21,7% -30% *Resultados apresentados na moeda local. VARIAÇÃO NOVEMBRO VARIAÇÃO EM 2018 Em novembro, as principais bolsas globais mostraram ligeira recuperação das quedas fortes de outubro. Os principais catalisadores foram a moderação do discurso do Fed e a antecipação de um acordo dos EUA com a China. O S&P 500 subiu 1,8%, apenas recuperando parte do forte recuo de 6,9% no mês anterior, enquanto na Europa e China as bolsas voltaram a recuar. No Brasil, o Ibovespa voltou a subir, avançando 2,4%, apesar da elevada volatilidade observada ao longo do mês. O MSCI ACWI é um índice global de mercados de ações que engloba 23 países desenvolvidos e 23 emergentes. 8
MERCADOS R e n d a F i x a G l o b a l As taxas de juros de 10 anos dos títulos americanos recuaram 14 basis points (0,14%) em novembro (para 3,02%). Isso se deve a uma combinação de surpresa baixista no CPI americano (consumer price index), mudança de tom na comunicação do Fed (banco central americano), e a sequência de dados mais fracos na economia global, gerando receio de contaminação em algum momento nos números americanos. As taxas dos títulos alemães (-8 basis points) e japoneses (-4 basis points) também recuaram no mês. No Brasil, após dois meses de queda expressiva, o Risco Brasil mensurado pelo CDS (Credit Default Swap) de 5 anos apresentou pequeno ajuste, avançando 6 basis points para 207 basis points. Fonte: Thomson Reuters Datastream 9
MERCADOS Índice US Dollar (DXY) O índice DXY (que mede o desempenho do dólar contra as principais moedas do mercado) permaneceu estável em novembro, com ligeira alta de 0,1%. Dito isso, ao longo do mês as moedas emergentes mostraram uma recuperação frente às perdas vistas contra o USD nos meses anteriores, fruto da antecipação de um acordo entre China e EUA. Fonte: Thomson Reuters Datastream 10
ÍNDICES VARIAÇÃO NOVEMBRO VALOR EM 30/11/2018 VARIAÇÃO EM 2018 VARIAÇÃO 12 MESES COMMODITIES PETRÓLEO WTI -22,02% 50,93-15,71% -11,27% OURO 0,47% 1.220,52-6,32% -4,27% MOEDAS (EM RELAÇÃO AO US$) EURO 0,04% 1,1317-5,73% -4,93% LIBRA -0,13% 1,2749-5,65% -5,74% YEN -0,55% 113,5700-0,77% -0,91% REAL -3,70% 3,8671-14,34% -15,49% ÍNDICES S&P500 1,79% 2.760,17 3,24% 4,25% FTSE100-2,07% 6.980,24-9,20% -4,73% CAC -1,76% 5.003,92-5,81% -6,87% DAX -1,66% 11.257,24-12,85% -13,57% NIKKEI 1,96% 22.351,06-1,82% -1,65% SHANGHAI COMP -0,56% 2.588,19-21,74% -21,98% BOVESPA 2,38% 89.504,03 17,15% 24,36% MSCI ACWI 1,30% 490,86-4,32% -2,88% *Valores e Resultados apresentados na moeda local. 11
Nossas opiniões são frequentemente baseadas em várias fontes, já que despendemos grande parte de nosso tempo com análises de amplitude global de vários bancos, gestores, corretoras e consultores independentes. Todas as opiniões contidas neste relatório representam nosso julgamento até esta data e podem mudar sem aviso prévio, a qualquer momento. Este material tem caráter meramente informativo, não devendo ser considerado uma oferta de venda de nossos serviços. 12
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