ESTUDO DA FOLHA DE PAGAMENTO UMA DESCRIÇÃO DOS PROVENTOS E DESCONTOS SOB O ÂMBITO LEGAL E CONTÁBIL



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DANIELLE ALINE MEINERTZ DIEGO FERNANDO BISCAIA MARLUS BELLES SANTOS SILMARA DE ALMEIDA SILVA ESTUDO DA FOLHA DE PAGAMENTO UMA DESCRIÇÃO DOS PROVENTOS E DESCONTOS SOB O ÂMBITO LEGAL E CONTÁBIL CURITIBA 2008

DANIELLE ALINE MEINERTZ DIEGO FERNANDO BISCAIA MARLUS BELLES SANTOS SILMARA DE ALMEIDA SILVA ESTUDO DA FOLHA DE PAGAMENTO UMA DESCRIÇÃO DOS PROVENTOS E DESCONTOS SOB O ÂMBITO LEGAL E CONTÁBIL Trabalho de graduação apresentado à disciplina de Estágio Supervisionado, do Curso de Ciências Contábeis da FAE Centro Universitário. Orientadora: Profª Drª Vera Lúcia Lelis Calil CURITIBA NOVEMBRO 2008

RESUMO BISCAIA, Diego Fernando; MEINERTZ, Danille Aline; SANTOS, Marlus Belles; SILVA, Silmara de Almeida. O estudo da folha de pagamento uma descrição dos proventos e descontos sob o âmbito legal e contábil. 2008. 85f. Trabalho de conclusão de curso (Graduação em Ciências Contábeis) UNIFAE - Centro Universitário. Curitiba, 2008. Esta pesquisa tem o objetivo de realizar o estudo da folha de pagamento uma descrição dos proventos e descontos sob o âmbito legal e contábil com ênfase no setor privado, desta forma melhorando conhecimento para os interessados do assunto em questão. Com respeito aos objetivos específicos, para a consecução do objetivo geral supramencionado foram estabelecidos os objetivos específicos: descrever os elementos integrantes da remuneração; descrever os tipos especiais de remuneração, dos adicionais à remuneração; da duração da jornada de trabalho; dos descontos na folha de pagamento e dos proventos e descontos da folha de pagamento. As demonstrações da folha de pagamento geralmente causam interpretações errôneas por parte dos empregados, que em sua maioria não conseguem interpretar e não têm conhecimento suficiente para questionar um desconto destacado em seu recibo de salário. Essas demonstrações devem ser bem detalhadas, onde o empregador irá evidenciar o que é de direito do empregado e quais são os repasses e descontos que estão sendo envolvidos. Isto posto, depara-se com a problemática de como evidenciar de forma compreensível os proventos e descontos, separando o que é de direito do empregado, destacando quais os descontos pertinentes até o salário líquido, que é o montante final devido ao empregado.

LISTA DE SIGLAS CCT CLP CLT - Convenção Coletiva de Trabalho - Consolidação da Legislação Previdenciária - Consolidação das Leis do Trabalho CRFB - Constituição da República Federativa do Brasil DI DOU DSR - Dissídios Individuais - Diário Oficial da União - Descanso Semanal Remunerado FGTS - Fundo de Garantia por Tempo de Serviço INSS IR IRRF MF MP MPS OJ PAT PLR SDI STF TST - Instituto Nacional Seguro Social - Imposto de Renda - Imposto de Renda Retido Na Fonte - Ministério da Fazenda - Ministério Público - Ministério da Previdência Social - Orientações Jurisprudenciais - Programa de Alimentação ao Trabalhador - Participação nos Lucros ou Resultados - Seção de Dissídios Individuais - Supremo Tribunal Federal - Tribunal Superior Trabalho

LISTAS DE TABELAS TABELA 1 - COTA DO SALÁRIO-FAMÍLIA DE ACORDO COM O A REMUNERAÇÃO... 34 TABELA 2 - HORAS EXTRAS... 36 TABELA 3 - CONVERSÃO DE HORAS DIURNAS EM HORA NOTURNA - ADICIONAL NOTURNO... 38 TABELA 4 - ADICIONAL NOTURNO... 39 TABELA 5 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE... 42 TABELA 6 - ADICIONAL DE PERICULOSIDADE... 43 TABELA 7 - ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA... 44 TABELA 8 - INSS - CONTRIBUIÇÃO DOS SEGURADOS EMPREGADOS, EMPREGADO DOMÉSTICO E TRABALHADOR AVULSO, PARA PAGAMENTO DE REMUNERAÇÃO A PARTIR DE 01 MARÇO DE 2008... 59 TABELA 9 - IRRF - IMPOSTO DE RENDA RETIDO NA FONTE... 59

SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 10 1.1 JUSTIFICATIVA... 11 1.2 PROBLEMA... 11 1.3 HIPÓTESE... 12 1.4 OBJETIVO... 13 1.4.1 Objetivo Geral... 13 1.4.2 Objetivos Específicos... 13 1.5 METODOLOGIA... 14 2 OS ELEMENTOS INTEGRANTES DA REMUNERAÇÃO... 15 2.1 DISTINÇÃO ENTRE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO... 15 2.1.1 Salário... 15 2.1.2 Remuneração... 15 2.1.3 Verbas que Compõem a Remuneração... 16 2.1.4 Classificação da Remuneração... 20 3 DESCRIÇÃO DOS TIPOS ESPECIAIS DE SALÁRIO... 24 3.1 PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS... 24 3.1.1 Lucros... 25 3.1.2 Resultados... 25 3.1.3 Procedimentos Práticos... 26 3.2 PRÊMIOS... 26 3.3 DIÁRIAS DE VIAGENS... 27 3.4 AJUDA DE CUSTO... 27 3.5 VERBAS DE REPRESENTAÇÃO... 28 3.6 QUEBRA DE CAIXA... 29 3.7 DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO - GRATIFICAÇÃO NATALINA... 29 3.7.1 Faltas Justificadas... 30 3.7.2 Pagamento do 13.º (Décimo Terceiro) Salário... 30 3.7.3 Rescisão do Contrato de Trabalho... 30 3.8 GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO... 31 3.9 SALÁRIO-FAMÍLIA... 32 3.10 SALÁRIO MATERNIDADE... 34

4 DESCRIÇÃO DOS ADICIONAIS DA REMUNERAÇÃO... 36 4.1 ADICIONAL DE HORAS EXTRAORDINÁRIAS... 36 4.2 ADICIONAL NOTURNO... 37 4.3 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE... 40 4.4 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE... 42 4.5 ADICIONAL DE PENOSIDADE... 43 4.6 ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA... 44 4.7 SALÁRIO COMPLESSIVO... 44 4.8 SALÁRIO IN NATURA... 45 5 A DURAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO... 47 5.1 HISTÓRICO... 47 5.2 CONCEITO... 47 5.3 DURAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO... 51 5.4 AS VARIAÇÕES DA JORNADA DE TRABALHO... 52 5.5 CLASSIFICAÇÃO DA JORNADA DE TRABALHO... 53 5.6 PERÍODO DA JORNADA DE TRABALHO... 54 5.7 CONTROLE DA JORNADA DE TRABALHO... 55 6 A DESCRIÇÃO DOS DESCONTOS NA FOLHA DE PAGAMENTO... 58 6.1 INSS... 58 6.2 IMPOSTO DE RENDA... 59 6.3 CONTRIBUIÇÃO SINDICAL... 60 6.4 VALE TRANSPORTE... 61 6.5 ASSISTÊNCIA MÉDICA, ODONTOLÓGICA, FARMÁCIA, SEGURO OU ASSOCIAÇÃO... 62 6.6 FALTAS E ATRASOS... 63 6.7 ADIANTAMENTO... 64 6.8 DESCONTO DESCANSO SEMANAL REMUNERADO SOBRE FALTAS... 64 7 DEMONSTRAÇÃO E DESCRIÇÃO DOS PROVENTOS E DESCONTOS DA FOLHA DE PAG AMENTO... 65 7.1 CASO N.º 1 - GRATIFICAÇÃO DE FUNÇÃO, PAT E VALE ALIMENTAÇÃO EM DINHEIRO... 66 7.1.1 Dados do Funcionário... 66 7.1.2 Proventos... 66 7.1.3 Descontos... 67

7.1.4 Descontos... 67 7.1.5 Análise dos Dados... 68 7.2 CASO N.º 2 - ADICIONAL DE INSALUBRIDADE... 68 7.2.1 Dados do Funcionário... 69 7.2.2 Proventos... 69 7.2.3 Descontos... 69 7.2.4 Análise dos Dados... 69 7.3 CASO N.º 3 - DIÁRIAS PARA VIAGEM E COMISSÃO... 70 7.3.1 Dados do Funcionário... 70 7.3.2 Proventos... 70 7.3.3 Descontos... 70 7.3.4 Análise dos Dados... 71 7.4 CASO N.º 4 - GORJETAS E ADICIONAL NOTURNO... 71 7.4.1 Dados do Funcionário... 71 7.4.2 Proventos... 72 7.4.3 Descontos... 72 7.4.4 Análise dos Dados... 72 7.5 CASO N.º 5 - HORAS EXTRAS E DSR... 72 7.5.1 Dados do Funcionário... 73 7.5.2 Proventos... 73 7.5.3 Descontos... 73 7.5.4 Análise dos Dados... 73 7.6 CASO 6-13.º SALÁRIO... 74 7.6.1 Dados do Funcionário... 74 7.6.2 Proventos... 74 7.6.3 Descontos... 75 7.6.4 Análise dos Dados... 75 7.7 CASO N.º 7 - SALÁRIO MATERNIDADE E PLANO DE SAÚDE... 75 7.7.1 Dados do Funcionário... 76 7.7.2 Proventos... 76 7.7.3 Descontos... 76 7.7.4 Análise dos Dados... 76 7.8 CASO N.º 8 - SALÁRIO FAMÍLIA, FALTAS, DESCONTO DSR... 76 7.8.1 Dados do Funcionário... 77

7.8.2 Proventos... 77 7.8.3 Descontos... 77 7.8.4 Análise dos Dados... 78 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 79 REFERÊNCIAS... 83

10 1 INTRODUÇÃO A utilização da folha de pagamento é obrigatória para o empregador prevista na Lei n.º 8.212/91, da Consolidação da Legislação Previdenciária - CLP assim como é instituída na Consolidação das Leis do Trabalho - CLT pela Lei n.º 5.452/43. Independente da sua forma, seja feita à mão, por processos de pontos mecânicos ou pontos eletrônicos, onde os lançamentos dos apontamentos do cartão ponto são automatizados, desta forma, contendo o registro mensal de todos os proventos e descontos dos empregados. Alguns empregadores efetuam os pagamentos aos funcionários no último dia do mês, sendo que neste caso a folha de pagamento deve ser fechada alguns dias antes, ganhando-se assim tempo para a análise mensal e para o cálculo dos proventos e descontos. Outros empregadores preferem realizar os pagamentos no limite máximo preconizado por lei que é no quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido, de acordo com o Art. 459, 1.º da CLT. " 1.º - Quando o pagamento houver sido estipulado por mês, deverá ser efetuado, o mais tardar, até o quinto dia útil do mês subseqüente ao vencido". De acordo com Oliveira (2001, p.65), os principais proventos existentes na folha de pagamento são: Salário, horas extras, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade, adicional noturno, salário-família, diárias para viagem e ajuda de custo; e os principais descontos são: quota de previdência, imposto de renda, contribuição sindical, seguros, adiantamentos, faltas e atrasos, vale-transporte. Vale ressaltar que há uma grande diferença entre os Servidores Públicos e os Funcionários do Setor Privado, pois cada um tem as suas características e legislações específicas regidas pelo Estatuto dos Servidores Públicos ou CLT respectivamente. Com respeito à Administração Pública é segmentada conforme segue: A Direta que contempla os servidores públicos estatutários; A Indireta que contempla os empregados públicos celetistas; Na administração privada os empregados são regidos pela CLT, onde esta, busca atender as situações especiais de trabalho, como as participações nos lucros ou resultados, prêmios, as diárias para viagem, ajuda de custo, verbas de representação, quebra de caixa, décimo terceiro salário gratificação natalina,

11 gratificação de função, salário família e o salário maternidade, que em sua maioria não ocorrem no setor público. Sendo assim, esta pesquisa tem o intuito de enfatizar o Tema proposto, relacionando somente os empregados do setor privado, evidenciando como fonte de pesquisa aos interessados do assunto, dirimindo possíveis dúvidas no tocante à Folha de Pagamento, tanto para empregadores quanto para empregados que desconheçam detalhes da legislação vigente. Para melhor elucidar o assunto dos elementos que compõem a folha de pagamento, foi enfatizada a diferença entre salário e remuneração (Art. 457 CLT), seus elementos integrantes (Art. 457 e 458 CLT), classificações, tipos especiais e adicionais permitidos. Analisou-se a composição da jornada de trabalho (Constituição da República Federativa do Brasil - CRFB/1988 Art. 7; CLT Art. 58), suas compensações, jornadas especiais, trabalhos noturnos e também os intervalos e repousos semanais conforme enunciado na Lei n.º 5.889/73, envolvendo também uma breve análise sobre os descontos legais para a folha de pagamento. 1.1 JUSTIFICATIVA Esta pesquisa contribui no âmbito interno para o corpo docente e para o corpo discente, fazendo com que tenha uma abordagem sobre os proventos e os descontos de uma maneira clara e objetiva, onde foram analisadas as demonstrações envolvidas na folha de pagamento, as obrigações relacionadas à empresa e também dos direitos que o empregado poderá receber além do salário. Contribui também para o âmbito externo, qualitativamente, instruindo o cidadão com os conhecimentos das legislações vigentes enfatizando o estudo da folha de pagamento, revelando assim os direitos e obrigações através da lei, relacionando os proventos e descontos da mesma, sendo este empregado ou empregador. 1.2 PROBLEMA Descrever os proventos e descontos da folha de pagamento sob o âmbito legal e contábil através das empresas do setor privado, enfatizando direitos, deveres e obrigações da relação empregador e empregado. Segundo Oliveira (2000, p.106), o problema pode ser definido como:

12 O problema é um fato ou fenômeno que ainda não possui respostas ou explicações. Trata-se de uma questão ainda sem solução e que é objeto de discussão, em qualquer área de domínio do conhecimento. A sua solução, resposta ou explicação só será possível por meio de pesquisa ou da comprovação dos fatos, que, no caso da ciência antecede a hipótese. O problema delimita a pesquisa e facilita a investigação. Entende-se que todos os colaboradores têm o dever de conhecer tudo aquilo que lhes é por direito em decorrência do contrato de trabalho firmado com o empregador, para que se tenha ênfase nos questionamentos relativos aos proventos e aos descontos aplicados na folha salarial. Logo, depara-se a um freqüente problema, qual seja: o desconhecimento de seus direitos, por parte dos colaboradores, a respeito dos proventos e aos descontos supramencionados. Muitas vezes o empregador, utilizando-se da boa fé de seus colaboradores, bem como de manobras instruídas pelas diversas consultorias, diminuem os salários auferidos pelos mesmos, além de descontarem o que é de direito dos colaboradores, buscando sempre se fundamentar, obviamente a seu favor, na legislação pertinente à matéria aqui tratada. Como os proventos e descontos serão descritos na folha de pagamento sob o âmbito legal e contábil? 1.3 HIPÓTESE A hipótese que nada mais é do que a suposição de uma resposta para o problema formulado em relação ao tema, podendo ser confirmada ou negada. Segundo Lakatos (1983, p.160), a hipótese pode ser definida como: A hipótese é um enunciado geral de relações entre variáveis (fatos, fenômenos), formulado como solução provisória, para determinado problema, apresentando caráter explicativo ou preditivo, compatível com o conhecimento cientifico (coerência externa) e revelando consistência lógica (coerência interna), sendo passível de verificação empírica em suas conseqüências. Destarte, a hipótese que será comprovada ou não nesta pesquisa, terá ênfase no tema proposto, de maneira a envolver os proventos e descontos. Se os proventos e descontos da folha de pagamento enquadrarem-se nos requisitos da legislação aplicada, então serão diferenciados de acordo com a natureza jurídica e tipo de ramo de atividade.

13 1.4 OBJETIVO Os objetivos são diretrizes que orientam as pesquisas, devendo ser estabelecidos antecipadamente para que seja possível completá-la. 1.4.1 Objetivo Geral O objetivo geral de uma pesquisa acadêmica é uma investigação metódica acerca de um assunto determinado onde deve expressar de forma clara o que o pesquisador pretende atingir com o resultado intelectual da pesquisa. como: De acordo com Santos (1999, p.60) o objetivo geral pode ser definido Um projeto de pesquisa científica é sua espinha dorsal. Deve expressar claramente aquilo que o pesquisador pretende conseguir com sua investigação. Não é o que ele vai fazer (isto se prevê nos procedimentos), mas o que pretende conseguir como resultado intelectual final de sua investigação. Diante do exposto para atender o tema proposto, foi delineado o seguinte objetivo geral: Realizar o estudo da folha de pagamento uma descrição dos proventos e descontos sob o âmbito legal e contábil. Este estudo teve ênfase no setor privado, desta forma melhorando conhecimento para os interessados do assunto em questão. 1.4.2 Objetivos Específicos Com respeito aos objetivos específicos, Santos (1999, p.63) define-os como a "subdivisão em tantos quanto os necessários para o estudo e solução satisfatória do problema contido no objetivo geral", isto posto, para a consecução do objetivo geral supramencionado foram estabelecidos os objetivos específicos dispostos a seguir: descrever os elementos integrantes da remuneração; descrever os tipos especiais de remuneração; descrever os adicionais à remuneração; descrever a duração da jornada de trabalho; descrever os descontos na folha de pagamento; demonstrar e descrever os proventos e descontos da folha de pagamento.

14 1.5 METODOLOGIA A metodologia pode ser compreendida de acordo com os ensinamentos do doutrinador Kerlinger conforme a seguir, "[...] pode-se definir como sendo o plano e a estrutura da investigação, concebidos de forma a permitir a obtenção de respostas, para as perguntas da pesquisa", Kerlinger (1979, p.94). Desta forma a metodologia a ser utilizada na condução da pesquisa relaciona-se com os objetivos da mesma. a) entende-se por metodologia o delineamento/estrutura da pesquisa. Para obtenção dos resultados foram coletados dados que dividem-se em primários e secundários; b) para a elaboração desta pesquisa, foram utilizados como base, pesquisas bibliográficas, referenciadas em premissas de obras já publicadas, ou seja, limitou-se a uma pesquisa descritiva, com o principal objetivo de descrever as características referenciadas através de coleta de dados onde subdividem-se em primários e secundários: - os dados primários foram obtidos através de pesquisa em doutrinas; - com respeito aos dados secundários foram extraídos através de pesquisa em legislações trabalhistas aplicada, artigos, citações, sites especializados e demais documentos, objetivando o êxito do pleito. Com base nos dados primários e secundários emprega-se a metodologia qualitativa, onde descreve-se a complexidade da folha de pagamento, sendo analisada, compreendida e classificada de acordo com os proventos e descontos e também com a natureza jurídica da empresa.

15 2 OS ELEMENTOS INTEGRANTES DA REMUNERAÇÃO Neste capítulo estão contidos nos subitens descritos no 2.1: distinção entre salário e a remuneração e nas suas subseções conceituando salário e remuneração e sobre as verbas que compõem a remuneração e as classificações da remuneração. 2.1 DISTINÇÃO ENTRE SALÁRIO E REMUNERAÇÃO A principal distinção existente entre o salário e a remuneração, é que o salário é apenas o valor fixo estipulado pelo empregador ao seu empregado, e a remuneração implica na soma do valor do salário mais os eventuais adicionais de direito do empregado, se for o caso. Conforme consubstanciados nos subitens a seguir. 2.1.1 Salário O salário é integrado à remuneração pelo valor fixo estipulado pelo seu empregador, além deste valor, as comissões, percentagens, gratificações ajustadas, diárias para viagens e abonos pagos pelo empregador que veremos com mais detalhes no discorrer do tema, porém é importante atentar-se ao 2.º do Art. 457 da CLT: " 2.º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado". Conceituando melhor, o salário é a importância fixa estipulada, dada como contraprestação mínima, devida e paga pelo empregador, não podendo este fazer diferença de salários no que refere-se o exercício de funções, bem como, de critérios de admissão por motivo de sexo, idade, cor, estado civil ou deficiência. 2.1.2 Remuneração A CLT, em seu artigo 457 dispõe que os valores pagos pelo empregador ao seu empregado considera-se remuneração, além do salário, como as contraprestações do serviço, as gorjetas que receber, conforme a seguir: "Art. 457 - Compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber".

16 Portanto remuneração pode ser entendida como contraprestação de serviço, sendo esta a que se é dada espontaneamente, bem como, a que é cobrada pela empresa, por exemplo, a inclusão dos 10% (dez por cento) do valor total da fatura, sendo aquela do garçom; além do salário devido e pago pelo empregador (salário mais contraprestação de serviço). Vale dizer que os valores atribuídos às prestações não poderão exceder as parcelas componentes do salário mínimo. 2.1.3 Verbas que Compõem a Remuneração Entende-se por salário pago aquele que é "estipulado" pelo empregador de acordo com a função exercida, bem como horas de trabalho, utilidade não podendo ser o salário inferior ao mínimo, garantia esta da CRFB/1988 em seu Art. 7.º, XII. Dito isso, será pontuado abaixo as verbas que compõem a remuneração: Adicional de insalubridade - tal adicional poderá ser classificado nos graus máximo, médio e mínimo, contando respectivamente, 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, sendo assegurado ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento), sobre o salário, não sendo contados acréscimos resultantes de gratificações, prêmios, ou participação nos lucros da empresa. Este adicional é aplicado quando, mediante perícia, de médico do trabalho e/ou engenheiro do trabalho caracterize uma operação de insalubridade, haja vista que esta implica condições ou métodos de trabalho que colocam o empregado em situações nocivas a saúde acima do limite de tolerância fixado em razão da natureza e da intensidade da condição, bem como, do tempo de exposição aos efeitos. Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. (Art. 192 CLT). As gorjetas são partes integrantes da remuneração, tendo assim como importância que poderá ser dada espontaneamente pelo cliente, como também, cobrada como adicional na conta do referido cliente, por exemplo: valor total da fatura mais 10% (dez por cento), que será gorjeta do garçom, podendo ser distribuída aos empregados ou ter destino certo.

17 Considera-se gorjeta não só a importância espontaneamente dada pelo cliente ao empregado, como também aquela que for cobrada pela empresa ao cliente, como adicional nas contas, a qualquer título, e destinada à distribuição aos empregados. ( Art. 457, 3.º CLT). Diferenciam-se das gratificações as gorjetas, pois elas são pagas pelo cliente e a gratificação pelo empregador, então entende-se que as gorjetas têm natureza de doação, pois o cliente não é obrigado a pagar a referida remuneração ao garçom e não podendo ser pagas pelo seu empregador, para que não caracterize salário. Apesar dessas características as gorjetas sempre serão provenientes do contrato de trabalho entre o empregado e o empregador. Pode-se dividir as gorjetas em duas espécies: as obrigatórias (sistema alemão Serviersystem), fixadas na nota de despesa e destinadas a um fundo para distribuição a todos os empregados; e as facultativas (sistema latino Troncsystem), que são as espontâneas, ficando ao livre arbítrio do cliente. No Brasil, adota-se o sistema facultativo, sendo que o cliente não é obrigado a pagar a gorjeta, mesmo que ela venha incluída na conta, Martins (2001, p.224). Vale ressaltar que as gorjetas não podem ser uma complementação do salário mínimo, já que o salário mínimo é pago pelo empregador de acordo com o Art. 76 CLT e a gorjeta deve ser paga por um terceiro, pois segundo o Enunciado n.º 290 do Tribunal Superior Trabalho - TST diz que, " as gorjetas, sejam cobradas pelo empregador ou oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado", inclusive para o cálculo das férias, 13.º (décimo terceiro) salário, havendo incidência do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). Não haverá integração nos Descanso Semanal remunerado (DSR), adicional noturno, adicional de insalubridade, adicional de periculosidade. Comissões são percentuais fixados sobre o preço das mercadorias ou serviços da empresa. Um exemplo prático são as vendas de R$ 1.000,00 (dez mil reais), 5% (cinco por cento) sobre as vendas, atribuídos ao empregado intermediador do negócio, a título de remuneração pela participação na transação. As comissões integram o salário do empregado segundo o 1.º, Art. 457 CLT. Porém não deve-se confundir comissão com percentagens, pois as comissões são valores expressos em números, exemplo R$ 10,00 (dez reais) a cada unidade vendida e a percentagem são percentuais estipulados sobre as vendas, como no exemplo supracitado.

18 As comissões são estipuladas geralmente para empregados do comércio e representantes comerciais, também recebem comissões os bancários nas vendas de papéis do banco. Os pagamentos feitos pelo empregador, como uma forma de retribuição pelo reconhecimento dos serviços do empregado, caracterizam-se gratificação. A gratificação paga com habitualidade, tornar-se-á parte integrante do salário de acordo com a Súmula n.º 207 do Supremo Tribunal Federal (STF). "As gratificações habituais, inclusive a de Natal, consideram-se tacitamente convencionadas, integrando o salário". As gratificações segundo Martins (2001, p.225), podem ter várias finalidades: a) retributiva, de modo a remunerar o empregado pelo serviço prestado, seja de maneira expressa ou tácita; b) premial, ou de recompensa pelos serviços extras prestados; c) estimulante, de modo a fazer com que o empregado produza mais ou melhore a sua produção. Existem também as gratificações de função que é devida em relação à maior responsabilidade que é atribuída ao empregado no desempenho de sua função. A hipótese mais clara prevista na legislação refere-se ao bancário ( 2.º do Art. 224 CLT). As diárias para viagem compõem a remuneração do empregado, porém só tornar-se-á parte integrante do salário se exceder 50% do salário do empregado. " 2.º - Não se incluem nos salários as ajudas de custo, assim como as diárias para viagem que não excedam de 50% (cinqüenta por cento) do salário percebido pelo empregado". (Art. 457 CLT). Pode-se conceituar as diárias para viagem como o pagamento feito ao empregado para indenizar despesas com o deslocamento, hospedagem ou pousada e alimentação a sua manutenção quando precisa viajar para executar as determinações do empregador. O abono salarial é assegurado o seu recebimento quando o empregado enquadrar-se no incido I ou II, Art. 9.º da Lei n.º 7.998 de 11.01.1990: I tenham percebido, de empregadores que contribuem para o Programa de Integração Social - PIS ou para o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Publico - PASEP, até 2 (dois) salários mínimos médios de remuneração mensal o período trabalhado e que tenham exercido atividade remunerada pelo menos durante 30 (trinta) dias no ano-base; II estejam cadastrados há pelo menos 5 (cinco) no fundo de participação PIS-PASEP ou no Cadastro Nacional do Trabalhador.

19 Consiste num adiantamento em dinheiro, numa antecipação salarial ou num valor a mais, que é concedido ao empregado, então os aumentos salariais concedidos pelos empregadores, por iniciativa própria aos empregados serão considerados abonos, não se incorporando aos salários ou outras vantagens já percebidas. Abono de férias - é a remuneração devida ao empregador na data da concessão das suas férias, a mesma poderá ser paga conforme diz respeito ao salário do empregado, têm-se então três hipóteses: Pagamento de salário por hora com jornada variável - média de período aquisitivo --> valor do salário na concessão das férias; Pagamento de salário por tarefa - média de produção no período aquisitivo do direito férias --> valor de remuneração da tarefa na data de concessão de férias; Pagamento do salário por porcentagem, comissão ou viagem - média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precedem a concessão de férias. Poderá os adicionais, ser computados no salário servindo de base de cálculo, na remuneração de férias nos casos de trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou perigoso conforme descrito no Art. 142. " O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe for devida na data da sua concessão". Abono de Pecuniário (Art. 143 e 144 CLT): poderá o trabalhador converter 1/3 (um terço) do período de férias em abono pecuniário, no valor de remuneração que lhe seria paga nos dias correspondentes, porém tal remuneração quando excede 20 (vinte) dias de salário não poderá ser integrada como tal, para efeitos de legislação trabalhista. Quando se tratar de férias coletivas deverá haver acordo coletivo, entre empregador e sindicato representativo para que haja tal conversão, este fato independe do requerimento individual a concessão do abono. Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias correspondentes. Art. 144 - O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa, de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de 20 (vinte) dias do salário, não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do trabalho. Alimentação, Habitação, Vestuário: poderão tornar-se parte integrante do Salário a Alimentação, habitação, vestuário desde que in natura, por habitualidade ou por meio de contrato. Estes valores in natura não deverão exceder os percentuais de cada caso do salário mínimo.

20 Em síntese ao Art. 457, 2.º, incisos I, II, III, IV, V, VI da CLT, os vestuários e acessórios fornecidos aos empregados para a prestação do serviço, o pagamento de mensalidades, livros, educação e transporte de deslocamento do empregado, assistência médica, hospitalar e odontológica, seguros de vida e previdência privada, não poderão ser parte integrante do salário. A habitação e a alimentação conforme 3.º se fornecidas como salárioutilidade deverão atender aos fins a que se destinam e não poderão exceder, respectivamente, a 25% (vinte e cinco por cento) e 20% (vinte por cento) do salário-contratual. (Art. 458 CLT). Art. 458 - Além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações in natura que a empresa, por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente am empregado. Em caso algum será permitido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas. Desta forma percebe-se que a Alimentação, habitação e vestuário poderão integrar o salário do empregado, desde que in natura. 2.1.4 Classificação da Remuneração Salário-Base O salário base é o salário fixo mais a porcentagem dos adicionais que são de direito do empregado em casos especiais de condições de trabalho, que é discorrido no Art 193 da CLT: " 1.º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa". Remunerações Variáveis Nos salários por empreitada, por tarefa ou por peça, onde o trabalhador recebe de forma variável a sua produção diária, ele terá garantias de um salário mínimo conforme artigo 78: "Quando o salário for ajustado por empreitada, ou convencionado por tarefa ou peça, será garantida ao trabalhador uma remuneração diária nunca inferior à do salário mínimo por dia normal". (Art. 78 da CLT).