CURSO ESPECIALIZAÇÃO CTBMF - FOUSP & FFO HOSPITAL AMA Arujá P.O.A. ODONTOLOGIA HOSPITALAR



Documentos relacionados
INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS

Curso de Aperfeiçoamento em Cirurgia Oral para o Clínico Geral

Diretrizes Assistenciais

CENTRO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS REGIONAL CEO/ CISA

Aplicação da Terapia Fotodinâmica e Laserterapia em Implantodontia

TERAPÊUTICA MEDICAMENTOSA em ODONTOPEDIATRIA SANDRA ECHEVERRIA

16/03/12 INTRODUÇÃO OBJETIVO MATERIAL E MÉTODOS MATERIAL E MÉTODOS

DIVISÂO DE ENSINO E PESQUISA. Especialização em Cirurgia e Traumatologia Buco- Maxilo- Facial na Modalidade de Residência.

PROTOCOLO MÉDICO. Assunto: Infecção do sítio cirúrgico. Especialidade: Infectologia. Autor: Cláudio de Cerqueira Cotrim Neto e Equipe GIPEA

NORMATIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR

Utilização da crista ilíaca nas reconstruções ósseas da cavidade oral. Relato de caso

PROTOCOLO INTEGRADO DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS CREO CISAMUSEP 1. PRÓTESE 2. ENDODONTIA 3. PERIODONTIA 4. CIRURGIA ORAL MENOR

TUMORES DOS TECIDOS MOLES: FIBROMATOSE GENGIVAL SOFT TISSUE TUMORS: GINGIVAL FIBROMATOSIS

Lucie Maura de Carvalho Corrá 1, Ana Flávia de Carvalho Corrá¹, Renata Amadei Nicolau 2, Iris Maria Frois 3

Nefrolitotripsia Percutânea

Tumores Odontogênicos

Pós operatório em Transplantes

Dr. Felipe Groch CRO Especialização em Implantes Dentários

30/03/2015 CEO O / C / ISA S R A e R gi g o i n o al 2015 Unid i ade I e II 1

DIAGNÓSTICO COLETA DE DADOS RACIOCÍNIO E DEDICAÇÃO

Atendimento odontológico ao paciente com câncer bucal na cidade de Goiânia*

N.º Seção 1, quinta-feira, 23 de setembro de Ministério da Saúde

Especialidades Odontológicas

REGIMENTO INTERNO DO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA EM CIRURGIA E TRAUMATOLOGIA BUCOMAXILOFACIAIS DO HOSPITAL DOS DEFEITOS DA FACE

Caso 14. 1ª Parte. Refletindo e Discutindo

INTERVENÇÃO FONOAUDIOLÓGICA NO SERVIÇO DE CONTROLE DA DOR OROFACIAL E DEFORMIDADES DENTOFACIAIS DO HULW/UFPB

PREVENÇÃO DE INFECÇÃO EM SÍTIO CIRÚRGICO (ISC)

Procedimento (Analitico)

Oxigenação tecidular Normotermia Antibioterapia profilática. Técnica cirúrgica Duração da cirurgia Hemorragia/Transfusão

Reabilitação cirúrgica dos Fissurados de lábio e palato. M.Sc.Viviane Marques

Diretrizes Assistenciais PREVENÇÃO DA DOENÇA ESTREPTOCÓCICA NEONATAL

MANUAL INSTRUTIVO DOS CÓDIGOS ODONTOLÓGICOS DO SIA/SUS - TSB E ASB -

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

UFSC CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE CURSO DE GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA PROGRAMA DE ENSINO

É a etapa inicial do tratamento do canal, consiste em o dentista atingir a polpa dentária (nervinho do dente).

Planejamento Cirúrgico

Curso de Especialização em Endodontia

CIRURGIAS ORTOGNÁTICAS

O sistema esquelético ou sistema ósseo é formado por vários ossos, cujo estudo é chamado de osteologia.

Linha 1: Resposta biológica nas terapias em Odontologia.

Apresentação do Plano de Saúde -2013

P R O S T AT E C T O M I A R A D I C A L L A P A R O S C Ó P I C A

TROMBOCITOPENIA NA GRAVIDEZ

CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO DE CARGOS DE NÍVEIS SUPERIOR, MÉDIO E TÉCNICO NO ÂMBITO DO PODER EXECUTIVO DO MUNICÍPIO DE PALMARES

Anexo I TABELA DE PROCEDIMENTOS COPARTICIPAÇÃO III UNIODONTO-SC

Cronologia dental. Professor: Bruno Aleixo Venturi. Hermann Blumenau Complexo Educacional Curso Técnico em Saúde Bucal

Assessoria ao Cirurgião Dentista. Publicação mensal interna a Papaiz edição 1I maio de papaizassociados.com.br

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia.

MANUAL DO ASSOCIADO. Plano Empresarial. A solução definitiva em odontologia

PROF.DR.JOÃO ROBERTO ANTONIO

PROTOCOLO TÉCNICO- IMPLANTODONTIA CEO_ SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

Assessoria ao Cirurgião Dentista

FINANCIAMENTO DOS CENTROS DE ESPECIALIDADES ODONTOLÓGICAS Diário Oficial da União Nº 251, Seção 1 31 de dezembro de 2010

PROTOCOLO DE ABORDAGEM E TRATAMENTO DA SEPSE GRAVE E CHOQUE SÉPTICO DAS UNIDADES DE PRONTO ATENDIMENTO (UPA)/ ISGH

[251] 114. AVALIAÇÃO SISTEMÁTICA DE RADIOGRAFIAS DO TÓRAX

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

MANUAL PARA PREENCHIMENTO DAS FICHAS

PORTARIA Nº 1.032, DE 5 DE MAIO DE 2010

UNIVERSIDADE FEDERAL DO TRIÂNGULO MINEIRO DIRETORIA DE ENFERMAGEM SERVIÇO DE EDUCAÇÃO EM ENFERMAGEM

I - Criação das especialidades: 1. ACUPUNTURA Aprovado. 2. HOMEOPATIA Aprovado. 3. HIPNOSE Aprovado. 4. TERAPIA FLORAL Aprovado

Ministério da Saúde - MS Secretaria de Atenção à Saúde Tabela de Procedimentos, Medicamentos, Órteses, Próteses e Materiais Especiais do SUS

Protocolo de Cirurgia de Coluna Vertebral. Descrição do Procedimento Operacional Padrão. Objetivos:

MORBIDADE FEBRIL PUERPERAL. Professora Marília da Glória Martins

MELANOMA EM CABEÇA E PESCOÇO

Fique atento ao abuso de antibióticos na pediatria

ANEXO I Descrição dos Cargos

DESENVOLVIMENTO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL NA REDE DE SERVIÇOS DA SMSA DOCUMENTO AUXILIAR

The Odontogenic Cyst in Children: Analysis of the Surgical Decompression in 2 Cases

CÂNCER DE BOCA. Disciplina: Proteção Radiológica. Docente: Karla Alves Discentes: André Luiz Silva de Jesus Paloma Oliveira Carvalho

BOARD BRASILEIRO DE ORTODONTIA E ORTOPEDIA FACIAL

INFORMÁTICA ANS GUIA TISS CERTIFICADO DIGITAL TABELA TUSS TABELA DE ATOS ESPECIALIDADES

Importância do exame radiográfico

Tabela de Procedimentos Odontológicos Página: 1 de 10 Especialidade: ENDODONTIA

Intestino Delgado. Bárbara Andrade Silva Allyson Cândido de Abreu

1. Da Comunicação de Segurança publicada pela Food and Drug Administration FDA.

Curso de Atualização Clínica para CD da Estratégia Saúde da Família. Urgências Pulpares. Fábio de Almeida Gomes Universidade de Fortaleza

NOVA TABELA DE PROCEDIMENTOS - TUSS PROCEDIMENTOS PLANOS PESSOA JURÍDICA VALOR CÓDIGO DESCRIÇÃO ANEXO 1 ANEXO 2 B1 E E-UN EX JÚNIOR US DIAGNÓSTICO

Anexo I Conclusões científicas e fundamentos para a alteração aos termos das autorizações de introdução no mercado

ANEXO IV CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

CIRURGIA DO NARIZ (RINOPLASTIA)

Título: PROMOÇÃO DE SAÚDE BUCAL NA EMEB JOÃO MARIA GONZAGA DE LACERDA

TUMORES OSSEOS EM CABEÇA E PESCOÇO

Tratamento de abscesso dentoalveolar em paciente com alcoolismo

ODONTOLOGIA/CIRURGIA BUCO-MAXILO-FACIAL

Tomografia Computorizada Dental

A DESNUTRIÇÃO DO PACIENTE ONCOLÓGICO

DO TERMO DE CONSENTIMENTO

Diagnóstico do câncer de mama Resumo de diretriz NHG M07 (segunda revisão, novembro 2008)

INFECÇÕES ODONTOGÊNICAS: REVISÃO SISTEMÁTICA DE LITERATURA

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TUMORES DE GLÂNDULAS SALIVARES

INCLUSÃO E ALTERAÇÃO DE PROCEDIMENTOS DA TABELA DE PROCEDIMENTOS, MEDICAMENTOS E OPM DO SUS

ESTUDO DA PREVALÊNCIA DO CÂNCER BUCAL NO HC DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA, ATRAVÉS DO CID 10

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA PRÓ-REITORIA DE ENSINO DEPARTAMENTO DE MEDICINA E ENFERMAGEM SELEÇÃO DE MONITOR NÍVEL I EDITAL Nº 02/2014/DEM

REAÇÃO ALÉRGICA AO CONTRASTE IODADO

Dimensão Segurança do Doente. Check-list Procedimentos de Segurança

A gengivite é uma inflamação das gengivas provocada por acumulação de placa bacteriana e tártaro como consequência

Transcrição:

ANGINA DE LUDWIG POR OSTEOMIELITE MANDIBULAR CASO CLÍNICO TATIANA VANESSA RIBEIRO*, ALMIR ALVES FEITOSA**, MARCOS VIANNA GAYOTTO*** Paciente D.A.S.S, sexo feminino, 29 anos de idade, leucoderma, apresentou-se para avaliação ambulatorial na Clínica de Cirurgia e Traumatologia Buco Maxilo Facial do Hospital AMA, Arujá, SP, relatando dor de dente há oito dias, aumento de volume e dor latejante na região mandibular direita, com grandes dificuldades de alimentar-se, com medicação em curso (Amoxicilina 500 mg via oral e antiinflamatório intramuscular) e com progressão dos sinais e sintomas patológicos, inclusive o de limitação da abertura de boca. Ao exame físico facial e cervical observou-se: tumefação tecidual na região mandibular e espaço submandibular direito; celulite cervical; dor à palpação; dor ao deglutir, dificuldade de deglutir, limitações na abertura bucal; hálito compatível com processo séptico e temperatura corpórea de 39,5ºC. Ao exame clínico intrabucal, apesar da limitação na abertura da boca, constatou-se coroas clínicas do segundo e terceiro molares inferiores direitos destruídas por cárie e a paciente não demonstrava adequada sensação de tato à palpação digital na região intra e extra bucal da área afetada.

Foram solicitados exames radiográficos de mandíbula com incidência oblíqua e antero-posterior. Radiograficamente observou-se imagem de rarefação óssea circunscrevendo raízes dos segundo e terceiro molares inferiores direitos compatível com quadro séptico em tecido ósseo de origem odontogênica. Pelo quadro clínico e dados colhidos pelos exames físico e radiográfico estabeleceu-se como hipótese diagnóstica: Quadro Séptico sugestivo de Angina de Ludwig de origem odontogênica. A paciente foi submetida à internação hospitalar para tratamento endovenoso com antibiótico de largo espectro (penicilina G potássica associada à gentamicina); antiinflamatório não esteróide (Tenoxican) e analgésico e antitérmico (Dipirona). No segundo dia hospitalar a paciente não apresentava dor e nem desconforto ao deglutir, porém estava inalterado o quadro clínico de abertura máxima de boca e da tumefação tecidual. As condutas terapêuticas foram mantidas. No terceiro dia houve aparente regressão da tumefação tecidual localizando-se na região do espaço mandibular sem, no entanto, apresentar alteração na limitação da abertura bucal. Devido a não evidência de resolução decidiu-se abordar cirurgicamente o sítio do foco infeccioso. Como preparo pré operatório foram atualizados os exames clínico-laboratoriais (hemograma; glicose; dosagens de sódio e potássio; Tempo de

Sangramento; Tempo de Coagulação) e os de interesse para a clínica de anestesia (eletrocardiograma e Rx de tórax). Os exames pré-operatórios mostravam parâmetros clínicos que permitiram à clínica médica considerá-la apta para a execução do procedimento sob anestesia geral inalatória a qual foi realizada por intubação naso-traqueal. O acesso cirúrgico ao foco infeccioso foi intrabucal. Realizou-se curetagem dos tecidos necróticos das coroas clínicas dos dentes 2º e 3º molares inferiores direito, exodontia desses elementos, lavagem abundante dos alvéolos com soro fisiológico e clorexidina a 2% e remoção dos restos necróticos de tecido ósseo. À curetagem intra-alveolar constatou-se reabsorção da tábua óssea lingual da mandíbula em nível de região dos ápices radiculares dos dentes extraídos compatível com quadro clínico de osteomielite mandibular de origem odontogênica com disseminação do quadro séptico para os espaços anatômicos submandibular e cervical direito. Após limpeza e abundante irrigação e aspiração do sítio cirúrgico realizou-se osteotomia nas margens do rebordo alveolar vestibular para permitir aproximação e contato primário livre de tensão das margens da mucosa bucal, sutura com pontos simples e com fio Vicryl 3,0. Como prevenção de complicação infecciosa além de manter a terapia medicamentosa em curso instalou-se sonda nasogástrica para fins de via para dieta nutricional imediata. A partir do primeiro dia pós-operatório evidenciava-se regressão da tumefação tecidual em face e pescoço e sinais iniciais de melhora na abertura da boca.

No terceiro dia pós-operatório evidenciava-se retorno da sensação de tato na região intrabucal direita; sinais vitais normais, porém, ainda persistia a limitação de abertura de boca. No sexto dia pós-operatório evidenciava-se melhora na abertura da boca; sinais vitais com parâmetros normais e ao exame físico a área operatória apresentava boa evolução reparacional. Com estes parâmetros estabeleceu-se dieta via boca e a alta hospitalar com agendamento ambulatorial para controle pós operatório e orientação para submeter-se a avaliação odontológica para remoção de focos cariosos. No quadragésimo dia de pós-operatório a paciente apresentava-se sem queixas clínicas, excelente evolução clínica e pleno restabelecimento da abertura da boca, obtendo alta do acompanhamento ambulatorial. DISCUSSÃO A paciente é do sexo feminino, leucoderma, está na terceira década de vida e não tem história de imunodeficiência prévia à ocorrência de Angina de Ludwig apresentando como provável fator etiológico foco infeccioso de natureza odontogênico sediado em região posterior do corpo mandibular direito o que se

assemelha aos achados da literatura (DURAZZO, 1997; ARIJI et al; 2002; STEWART, 2005; ULUIBAL et al; 2005; WANG, 2005; HO MP et al, 2006; LARAWIN et al; 2006; REGA, 2006). A paciente foi submetida a antibioticoterapia endovenosa e devidamente assistida em ambiente hospitalar sem que houvesse comprometimento do fluxo de ar pelas das vias aéreas. O procedimento cirúrgico objetivou a remoção do foco infeccioso e o quadro clínico pós operatório imediato apresentou boa evolução. Não se realizou exame ultrasonográfico dos espaços submandibulares pela não necessidade de se realizar drenagem cirúrgica dos mesmos e o antibiograma por não ter ocorrido drenagem de secreção durante a abordagem cirúrgica para remoção do foco infeccioso (HO MP et al, 2005; STEWART, 2005; HO MW et al; 2006; REGA, 2006). A paciente evoluiu bem e a alta do acompanhamento ambulatorial ocorreu no quadragésimo dia de pós operatório. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nos casos da infecção odontogênica é importante que o cirurgião bucomaxilofacial conheça o estágio do processo infeccioso a fim de requerer as medidas preliminares para a administração dos antibióticos, abordagem cirúrgica se necessária;

O diagnóstico de Angina de Ludwig é eminentemente clínico e sua ocorrência é freqüente. (ARIJI, 2002; DURAZZO, 1997; REGA, 2006; STEWART, 2005; HUANG et al; 2006, LARAWIN et al; 2006) O reconhecimento precoce e uso adequado dos antibióticos e drenagem cirúrgica, quando necessária, asseguram a sobrevivência do paciente. REFERÊNCIAS 1. Ariji Y, et al. Odontogenic infection pathway to the submandibular space: imaging assessment. Int J Oral Maxillofac Surg 2002; 31: 165 169 2. BARRY PC, et al. Osteomyelitis of the maxilla secondary to steopetrosis: Report of a case. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Clin Notes 2003; 95(1):12-5. 3. Bartkowski SB, et al. Combined treatment with antibiotic, heparin and streptokinase- a new approach to the therapy of bacterial osteomyelitis. J Cranio-Maxillo-Facial Surg 1994; 22:167-76. 4. Dumlu A. Yalcinkayal S, Olgac V, Guvercin M. Osteomyelitis due to arsenic trioxide use for tooth devitalization. I Endodontic J 2007;1:1-4. 5. Durazzo DM, et al. Os espaços cervicais profundos e seu interesse nas infecções da região. Rev Ass Med Brasil 1997;43(2):119-26. 6. Ho MW, et al. Use of interventional radiology in the management of mediastinitis of odontogenic origin. British Journal of Oral and Maxillofacial Surgery, 44; 2006, 538 542 7. Ho MP, et al. A rare cause of Ludwig s angina by Morganella morganii. J Infection 2006; 53:191-4. 8. Peleg M et al. The Use of Ultrasonography as Diagnostic Tool for superficial Fascial Space Infections. J Oral Maxillofac Surg 1998;56:1129-31. 9. Rega AJ. Microbiology and Antibiotic Sensitivities of Head an Neck Space Infections of Odontogenic Origin. J Oral Maxillofac Surg 2006;64:1377-80. 10. Stewart LK. Orofacial Infections in the 21st Century. NY State Dent J 2005;71(6): 36-41. 11. Huang TT, et al. Factors affecting the bacteriology of deep neck infection: a retrospective study of 128 patients. Acta Otolaryngol 2006;126:396-401 12. Larawin V, et al. Head and neck space infections. Otolaryngol Head Neck Surg 2006;135:889-93 13. Wang J, et al. A five-year retrospective study of odontogenic maxillofacial infections in a large urban public hospital. Int J Oral Maxillofac Surg 2005; 34: 646 9. 14. Uluibau IC, Jaunay T, Goss AN. Severe Odontogenic Infections. Aust Dent J 2005;50 Suppl 2:S74-S81.