NORMATIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR
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- Sabrina Fontes Amaro
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1 NORMATIZAÇÃO DO FUNCIONAMENTO DO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA HOSPITALAR Atuação e conceitos da Odontologia Hospitalar e Medicina Oral A Odontologia exercida pela grande maioria dos dentistas brasileiros enfoca questões de controle e prevenção de problemas relacionados aos dentes e seus tecidos de suporte. Neste modelo atuam as especialidades de dentística, prótese, endodontia, ortodontia, implantodontia e odontopediatria, por exemplo. Porém, existem situações clínicas onde o paciente pode apresentar problemas médicos que interferem em algum aspecto do tratamento. Nestes casos a ênfase dada aos dentes e tecidos de suporte deve ser respaldada nos protocolos de atendimento aos pacientes especiais e comprometidos. Outras especialidades odontológicas, entretanto, têm a necessidade de maior conhecimento médico geral. São elas a patologia bucal, a dor orofacial e disfunções da ATM, a periodontia, a especialidade de pacientes especiais (abrangendo pacientes com compromentimentos sistêmico, crianças, idosos e grávidas) e a estomatologia. Nestas, conhecimentos básicos de patologia geral, semiologia, fisiologia, anatomia, farmacologia, imunologia e microbiologia, além de outros, são de profunda importância para um correto diagnóstico e condutas clínicas. Assim, em um nível hospitalar, deve ser prioridade o atendimento clínico de pacientes especiais e na atuação das 4 especialidades (Pacientes Especiais, Dor Orofacial/ DTM, Estomatologia, Periodontia) em nível ambulatorial ou hospitalar, além das outras especialidades citadas quando do atendimento ao
2 paciente com comprometimento sistêmico. Este é o escopo da Medicina Oral aplicado à alta complexidade. Segundo Camargo 1 a Odontologia Hospitalar pode ser compreendida por cuidados das alterações bucais que exigem intervenções de equipes multidisciplinares no atendimentos de alta complexidade ao paciente. A odontologia, especialidade da área da saúde, integrada ao hospital, permite melhor desempenho no compromisso de assistência ao paciente. O cirurgião-dentista preparado para proceder internações, interpretar exames complementares e controlar infecções hospitalares atua na diminuição de custos e na média de permanência hospitalar. Conhecimento e busca do objetivo comum permite o crescimento de todos os profissionais envolvidos no processo 1. Estabelecimento de rotina de avaliação da saúde bucal pelos serviços hospitalares A Promoção de saúde só será completa com integração do Cirurgião Dentista (CD) na equipe multiprofissional de saúde hospitalar, colaborando com seu conhecimento na sua área de atuação para restaurar na plenitude, e no mais breve tempo possível, a saúde do paciente. Diversos protocolos médicos já inserem a necessidade da avaliação e intervenção do CD previamente a determinados procedimentos médicos (cirurgias cardíacas, transplantes, tratamento com bifosfonatos, etc...) e, alguns destes protocolos exigem a atuação do CD dentro do hospital (entre outros, pela possibilidade de ocorrência de emergências, melhores recursos, necessidade de equipe auxiliar treinada, possibilidade de internação) 2. Avaliação, adequação e atuação do CD alteram positivamente o quadro clinico dos pacientes, minimizando fatores que possam influenciar negativamente o tratamento sistêmico, pois a condição oral altera a evolução e resposta ao
3 tratamento médico. Assim, o conceito ampliado de saúde se faz indispensável com a atuação do CD no hospital. No atual formato, a atuação dos CD nos hospitais está com baixo aproveitamento, focando mera prestação de serviços curativos (atenção básica principalmente) e de baixa resolução. Baseado na atuação somente nas cadeiras odontológicas, como resposta a uma demanda espontânea. Portanto se faz necessário reorganizar o modelo de atuação dos CD nos hospitais e casas de saúde, buscando a formação de um serviço de odontologia hospitalar que promova a saúde bucal dentro de uma visão integrada com as outras profissões de saúde, e nas necessidades do paciente enquanto internado ou necessitando de serviços odontológicos de alta complexidade. Diversos trabalhos, por exemplo, comprovam a associação entre infecções orais e doenças sistêmicas, e necessitam da atuação do CD hospitalar na resolução dessas patologias 3,4,5,6.
4 OBJETIVOS Geral Atuar junto aos serviços de saúde propondo a implantação de protocolos interdisciplinares com o Serviço de Odontologia. Específicos Propor a rotina de inspeção clínica e cuidados preventivos aos pacientes internados (ver anexo). Capacitar os serviços de Enfermagem para a realização de inspeção clínica e higiene oral básicos. Estabelecer critérios que justifiquem a convocação do CD para o exame do paciente internado, ou seu encaminhamento ao Serviço de Odontologia. Criar condições que permitam o atendimento no leito, pelo CD, ao paciente internado impedido de se locomover até o Ambulatório de Odontologia, tanto nas enfermarias quanto nas Unidades de Tratamentos Intensivos. Estabelecer critérios para o envio de pacientes ambulatoriais ao Serviço de Odontologia. Viabilizar o atendimento de pacientes especiais (de demanda externa ou interna) no Centro Cirúrgico para a realização de procedimentos clínicos e cirúrgicos da área da Odontologia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1- Camargo E Odontologia Hospitalar é mais do que Cirurgia Bucomaxilofacial. Disponível em em 01/06/ Sonis ST, Fang LST, Fazio RC Oral Medicine Secrets, 2003.
5 3- Araújo RJG, Oliveira LCG, Hanna LMO, et al Análise de percepções e ações de cuidados bucais realizados por equipes de enfermagem em unidades de tratamento intensivo. Rev. bras. ter. intensiva. 2009,21(1): Abidia RF Oral care in the intensive care unit: a review. J Contemp Dent Pract. 2007;8(1): Santos PSS, Mello WR, Wakim RCS, et al Uso de solução bucal com sistema enzimático em pacientes totalmente dependentes de cuidados em unidade de terapia intensiva. Rev. bras. ter. intensiva. 2008,20(2): Morais TMN, SiIva A, Avi ARLO, et al A Importância da Atuação Odontológica em Pacientes Internados em Unidade de Terapia Intensiva. Rev. bras. ter. intensiva. 2006,18(4):
6 ANEXO FICHA DE SAÚDE BUCAL (FRENTE) NOME: IDADE: MATRÍCULA: ENFERMARIA: LEITO: Escova de dentes, creme e fio dental apropriados? ( ) sim, ( ) não Soluções para bochecho antisséptico e lubrificação oral adequados? ( ) sim, ( ) não Conhecimentos prévios de higiene oral? ( ) sim, ( ) não Há impedimento motor ou dificuldade para o autocuidado? ( ) sim, ( ) não INSPEÇÃO VISUAL EXTRA ORAL (FACE OU AO REDOR DA MANDÍBULA) E INTRA ORAL: Assimetrias, tumefações ou lesões? ( ) sim, ( ) não Relato de dores ou dificuldade de movimentação mandibular (mastigação, fala, bocejo)? ( ) sim, ( ) não Possui quantidade suficiente de dentes? ( ) sim, ( ) não Utiliza prótese dentária? ( ) sim, ( ) não Presença de sangramento? ( ) sim, ( ) não Dentes com mobilidade? ( ) sim, ( ) não Feridas, ulcerações, avermelhamento na mucosa bucal e labial? ( ) sim, ( ) não Mau hálito, fissuras linguais, saburra ou secreção purulenta? ( ) sim, ( ) não Cálculo dentário ou placa bacteriana? ( ) sim, ( ) não Ressecamento da mucosa, relato de secura ou hipersalivação? ( ) sim, ( ) não Dentes em mau estado de conservação (quebrado ou furado)? ( ) sim, ( ) não DATA: PREENCHIDO POR: Rotina diária de cuidados bucais: Dia / Hora Tipo de cuidado bucal Observações
7 FICHA DE SAÚDE BUCAL (VERSO) Rotina diária de cuidados bucais: Dia / Hora Tipo de cuidado bucal Observações CRITÉRIOS PARA PEDIDO DE AVALIAÇÃO AO SERVIÇO DE ODONTOLOGIA: Detecção de alteração na região bucofacial: Assimetrias, tumefações ou lesões Relato de dores ou dificuldade de movimentação mandibular Presença de sangramento aumentado ou sem causa aparente Dentes com mobilidade excessiva que dificultem a alimentação Feridas, ulcerações, avermelhamento na mucosa bucal e labial Mau hálito, cálculo dentário e placa bacteriana de difícil remoção Ressecamento da mucosa, relato de secura não responsivo à saliva artificial Local de Lesão encontrada: Língua em repouso Língua elevada
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