Palavras-chave: Eureka, metodologias, aprendizagem colaborativa e ambientes virtuais de aprendizagem. Introdução



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Transcrição:

O EUREKA DA PUCPR UM CENÁRIO VIRTUAL Elizete Lúcia Moreira Matos PUCPR Rita de Cássia Veiga Marriott PUCPR RESUMO A educação na era da sociedade informatizada está passando por um período de mudanças. O professor como o dono da verdade, como o detentor do conhecimento está procurando atender às exigências da sociedade moderna e incorporar as novas tecnologias em sua prática em ambientes presenciais e virtuais. Usando-se a Internet para conectar-se à ambientes virtuais de aprendizagem, a integração entre o ensinar e o aprender, entre o humano e o tecnológico está cada vez mais almejada. Os professores estão procurando criar e inovar suas práticas pedagógicas, buscando metodologias como a aprendizagem colaborativa, construtivismo, interacionismo, instrução ancorada, aprendizagem significativa e aprendizagem cooperativa para efetivarem essa integração. Estes são alguns dos tópicos abordados nesta pesquisa, representada pelo ambiente virtual de aprendizagem colaborativa da PUCPR, o Eureka. Com isso, as idéias aqui apresentadas são fruto de uma caminhada de experiências e buscas que até o momento estão apontando alguns caminhos e possíveis reflexões sobre ambientes virtuais de aprendizagem e a sua complexidade bem como as possibilidades que apresentam. Cada momento e realidade que se apresenta tem sua própria especificidade, porém, a busca de compreender junto aos demais colegas que também estão envolvidos com suas salas neste ambiente é que está proporcionando, com muita riqueza, maiores condições e suporte para compreensões, já que trabalhar em ambientes virtuais em contexto acadêmico, onde se está interagindo diretamente com o processo de ensino-aprendizagem, se tem muito a aprender, trocar, refletir e construir. Palavras-chave: Eureka, metodologias, aprendizagem colaborativa e ambientes virtuais de aprendizagem. Introdução Este é o panorama da PUCPR: o Eureka - diferencial de ensino dessa instituição juntamente com o seu projeto pedagógico é o ambiente onde os alunos se encontram virtualmente para aprenderem, se comunicarem, compartilharem e disponibilizarem trabalhos e pesquisas. Completando 4 anos de uso em 2004, ele possui 996 salas abertas nos cursos de graduação, das quais 406 encontram-se ativas. O Eureka comporta hoje em sua totalidade, além das salas de graduação, 47.320 usuários.

Ainda estamos envoltos em diversos questionamentos sobre como utilizarmos o Eureka, um ambiente que suporta uma quantidade enorme de informações acerca de qualquer coisa, as quais podemos dispor a qualquer hora desde que estejamos habilitados nas salas. Por esse motivo, faz-se necessário uma preparação para saber usar este ambiente, ampliando espaços de busca, trocas e pesquisas, pois surge aí uma nova metodologia envolta em teorias de aprendizagem que ancoram estes ambientes virtuais. Cabe destacar o que Behrens nos reporta em sua tese de doutorado (1995, p. 225): A robótica e a informática são constatações reais dentro do universo de informações. Aprender a acessar estas informações e saber utilizá-las para a produção de novos conhecimentos é tarefa que o professor precisa se impor e levar a seus aluno. O Eureka é um ambiente virtual de aprendizagem que favorece a estas novas formas de lidar com grandes quantidades de informações e permite sua exploração em diferentes contextos numa perspectiva que pode ser individual ou grupal. Representa um ambiente tecnológico em que os alunos podem partilhar um espaço de trabalho, informação, pesquisa, construção, troca, cooperação e colaboração, por meio de um espaço virtual. As pessoas podem se encontrar em tempo real, porém a distância. No entanto, para que tudo isso aconteça é necessário partilhar conhecimentos, haver interação, além do próprio tempo individual. O Eureka permite este espaço, dando abertura a discussão e a realização de várias representações virtuais e organizando estas informações com o grupo. Isto nos leva às perguntas: Como trabalhar em ambiente virtual de aprendizagem? O que sustentam essas formas de ensinar e aprender nestes ambientes? Existe alguma metodologia ou teoria de aprendizagem que ancore o sucesso no trabalho em ambientes virtuais de aprendizagem? Diante disso é que se deu continuidade junto aos professores que, como essas autoras, encontram-se trabalhando nestes ambientes e em constante indagações e buscas. A curiosidade para conhecer um pouco mais sobre o Eureka leva ao

questionamento sobre que estratégias e metodologias estariam sendo usadas nesse ambiente virtual. Com esse intuito, de promover uma reflexão e um estudo a cerca das metodologias usadas no ambiente virtual de aprendizagem Eureka, é que se delineia este artigo. Iniciou-se por desenvolver uma pesquisa, junto aos professores de graduação da PUCPR com salas ativas no Eureka, para registrar o estágio de desenvolvimento das metodologias que estão sendo implementadas e criadas nesse ambiente virtual. Foi enviado um convite via e-mail aos 406 professores de graduação com salas ativas no Eureka convidando-os a participar dessa pesquisa que resultaria num livro sobre a teoria e metodologias que embasam esta prática em ambiente virtual. Dos 406 e-mails enviados, obteve-se 64 respostas de professores dizendo que tinham interesse em participar e colaborar. No segundo e-mail a esses 64 participantes, orientou-se os professores a pedirem habilitação na sala do Eureka, aberta especialmente para esse trabalho, na área Grupo de Pesquisa, sala de nome: Pesquisa Ambiente Virtual Eureka e foi pedido a eles que respondessem a um questionário que estava sendo enviado em anexo naquele e-mail a respeito de suas práticas pedagógicas. Esse questionário deveria ser então disponibilizado na sala do Eureka, na pasta Pesquisa_1, no módulo Conteúdo. QUESTIONÁRIO A. Nas suas práticas, você utiliza-se das seguintes teorias ou metodologias? Selecione: 1. ( ) Construtivismo 2. ( ) Inteligências Múltiplas 3. ( ) O sócio-interacionismo de Vygotsky (Teoria do Desenvolvimento Social) 4. ( ) Aprendizagem Significativa de Ausubel (Teoria da Inclusão) 5. ( ) Teoria Experimental (C. Rogers) 6. ( ) Instrução Ancorada 7. ( ) Aprendizagem Colaborativa 8. ( ) Aprendizagem Cooperativa

9. ( ) Ensino com Pesquisa (Discovery-Based Learning) 10. ( ) PBL Ensino por Resolução de Problemas (PBL) 11. ( ) Epistemologia Genética de Piaget B. Você utiliza-se de outra teoria / metodologia não mencionada acima? Qual? C. Como você descreveria sua metodologia de ensino atual? D. Como você descreveria seu próprio método de aprendizagem? Destes 64 professores, 32 pediram habilitação na sala e 15 deles disponibilizaram seu questionário respondido. São esses os participantes dessa caminhada até o presente momento. Apresentam-se abaixo os gráficos com os resultados nos quais todos os participantes foram nomeados Professor. Porém, neste artigo, não se faz a análise dos itens como resultados definitivos, pois esta pesquisa ainda encontra-se em andamento. Analisando a questão A e B, pois uma é continuidade da resposta da outra, apresenta-se um levantamento abaixo de como os professores se posicionaram frente a esta questão. Nota-se que as respostas tiveram grande incidência de aprendizagem colaborativa, cooperativa e instrução ancorada, o que de fato são as grandes representações em ambientes virtuais de aprendizagem. Também cabe ressaltar o destaque para o construtivismo, inteligências múltiplas e aprendizagem significativa que são grandes referências de base para se trabalhar também em ambientes virtuais, onde são de grande sustentação para atingir as metas propostas em salas virtuais de aprendizagem. As outras abordagens, não menos importantes do que as até o momento destacadas, são também elaborações teóricas e metodológicas para cenários virtuais.

A questão teórica ou metodológica que sustenta e dá suporte em ambientes virtuais define o sucesso ou insucesso das salas virtuais. Acredita-se que muita reflexão deva se fazer presente a respeito dessas metodologias, inclusive esse é um ato contínuo para o espaço virtual, bem como também o real refletir sobre estes suportes teóricos que podem modificar substancialmente o fazer pedagógico. Urge tentar-se ir a busca dessas compreensões para o processo ensino-aprendizagem. Este está sendo um outro intuito deste estudo, que, como foi dito anteriormente, ainda terá maiores constatações. Muitos ainda utilizam outras práticas metodológicas, porém ainda não conseguem nomeá-las, até por não terem esta compreensão que sustenta constantemente a prática docente e, ressalta-se, isto diz respeito tanto a espaços virtuais como presenciais. Por outro lado, alguns docentes já fazem uma visão mais reflexiva, embora muitos ainda estejam na busca. Algumas situações apontadas na questão B cabem ser destacadas, pois retrata a necessidade de estabelecer estratégias adequadas para estas metodologias que vão subsidiar a integração entre teoria e prática. Destacou-se a importância que recebeu por Behrens (progressista, pesquisa, visão sistêmica), denota a compreensão já em trabalhar nestes ambientes virtuais e suas características. Também as colocações de outras formas de construir em ambientes virtuais de aprendizagem foram apontadas, o que quer dizer que realmente irá se ampliar, cada vez mais, as ações neste cenário e isso é que gera, constantemente, para os pesquisadores, o inovar, criar e sustentar essas idéias na teoria e na prática. Abaixo gráfico das respostas A e B: Levantamento das Teorias e Metodologias usadas

Epistemologia Genética 6% PBL 3% Ensino c/ Pesquisa Ap. Cooperativa 11% Outras 13% Ap. Colaborativa 1 Construtivisvo 13% Instrução Ancorada 10% Inteligências Múltiplas Interacionismo 8% Teoria da Inclusão 8% Teoria Experimental 3% Na questão C, que dá continuidade às duas anteriores, tem-se como pretensão avançar um pouco mais na insistência de aspectos metodológicos, com isso apresentase abaixo o gráfico destas respostas e situações que foram apontadas: Metodologias Usadas Apresentaram metodologias Usa metodologia mas não descreve Desconhece a metodologia usada Não respondeu 13% 7% 13% 67%

Conforme o gráfico acima, na resposta aos questionários 67% dos professores descrevem sua metodologia e fazem reflexões mesmo que sucintas sobre sua atuação. Apontam situações como: problematização x investigação; exposição teórica, resolução de problemas, discussão; problematização e teorização; dedutiva-científica, seminário e interpretação; aprendizagem colaborativa; experiências do cotidiano; debate e problematização. Já 13% dos docentes responderam que usam metodologias, mas não as descreveram. Outros 13% colocaram que não entendem bem ainda essas metodologias e 7% não responderam a esta questão. Analisou-se, a partir das respostas, que ainda a grande dificuldade dos professores está em entenderem a utilização de metodologias e os meios que as sustentam. Outra situação é a confusão entre metodologias que utiliza em sala de aula presencial e em ambiente virtual de aprendizagem, seja a distância ou em laboratórios. Estes itens serão ainda mais trabalhados interpretativamente, por ora fica um grande desafio. Por último apresenta-se a questão D, que pontua sobre os métodos de aprendizagem, e em seguida são feitas algumas considerações, após o gráfico: Metodologias Apresentadas

Descoberta Reflexão Aprendizagem Cognitiva Inteligências Múltiplas Contexto Aprendizagem por Experimentos Associação de diversas Metodologias 10% Instrução Ancorada Interação Teoria Prática 18% Aprendizagem Colaborativa 13% Ensino com pesquisa 9% Problema 10% Discussão Observando esses dados, sente-se ainda a falta de uma visão diferenciada, pois a dificuldade de integrar teoria e prática ainda se faz presente. Para contrabalançar estes aspectos insere-se vídeo, Internet, trazendo com isso uma visão mais real, e reforça-se a aprendizagem colaborativa. A falta de tempo também é destacada. Situação também apontada foi o ensino com pesquisa, porém mais uma vez entra a questão do tempo para que os estudantes possam absorver a idéia e ainda a dificuldade em vencer paradigmas. Ainda situações apresentadas como discussão, problematização e interação entre teoria e prática. Ressalta-se também a importância da associação de diversos métodos bem como surge a importância da instrução ancorada, aprendizagem experimental, inteligências múltiplas e aprendizagem colaborativa. A aprendizagem cognitiva e a interação de Vygotsky também marcam

presença. Destaque para a participação colaborativa, levando a questionamentos e reflexões de assuntos tratados, como a importância sobre os aspectos social, cognitivo e pedagógico, seja a distância ou presencial. O trabalho com problemas, em que se faz inicialmente a observação, levanta-se o conceito, em seguida especifica-se, estabelece relações e aí vem a compreensão que se recompõe na avaliação, onde se verifica se a proposta foi atingida. Também há destaque ao levantamento de material necessário, pesquisa com auxílio inclusive de terceiros. A interação, reflexão e descobertas são condições necessárias e com isto diminui a distância entre o conhecimento e promove aprendizagem. Diversas metodologias vão proporcionar um aprendizado mais eficiente. O feedback sinaliza a importância tanto para o docente como discente do grau de satisfação e com isso pode-se chegar ao resultado desejado, numa melhoria contínua da aprendizagem. Nesta caminhada evidenciou-se que o trabalho no Eureka aponta, até o momento, uma metodologia de aprendizagem representada por um conjunto de métodos e técnicas de aprendizagem para utilização em grupos estruturados, assim como de estratégias de desenvolvimento de competências mistas (aprendizagem e desenvolvimento pessoal e social), onde cada membro do grupo é responsável, quer pela sua aprendizagem quer pela aprendizagem dos restantes elementos. Ao se analisar as respostas, fica ainda clara a impressão de que ao formularem essas idéias, os professores pensaram às vezes no ambiente virtual Eureka, mas muito mais em suas aulas presenciais. Aponta-se também que as evidências por ora captadas, e que estão neste trabalho representadas pelos professores e demais colaboradores deste estudo, pesquisa, colaboração, interação, problematização, são indicativos fundamentais para o sucesso destas salas bem como o ensaio e erro, para acertarmos a cada dia mais. Também se desenhou logisticamente neste cenário etapas de trabalho, tarefas e compromissos individuais e grupais, um certo grau de desafio e problematização constantes na construção e re-elaboração do conhecimento, suportes fundamentais para se trabalhar em ambientes virtuais de aprendizagem. O fator falta de tempo e ainda a resistência a mudar antigos paradigmas, merecem o destaque das idéias de

Behrens (1995, p. 224): o ensino com pesquisa exige trabalho docente qualificado, as universidades precisam encontrar recursos urgentes para aparelhar os laboratórios de informática, as bibliotecas e os espaços de encontro de alunos e professores. As idéias acima citadas nos permitem relacionar que a PUCPR, hoje com o Eureka, favorece, neste ambiente virtual, um enorme espaço à pesquisa com a biblioteca virtual que está diretamente inserida neste ambiente, um vasto campo de pesquisa na Internet, um acervo de registros por meio do link, bem como um lugar comum onde podem existir encontros em fóruns e debates em tempo real, porém a distância entre os participantes. Aí, gerenciar essa falta de tempo apontada na pesquisa, pode ser um dos caminhos. O Eureka é um ambiente de aprendizagem que pretende oferecer um estímulo à passagem de um sistema tradicional de educação para um sistema que ajude a aprendizagem do aluno, auxilie as atividades do professor e modifique a prática pedagógica da instituição. O ambiente possibilita a construção de cenários de trabalho adequados a diferentes situações e requisitos de aprendizagem. Fornece, ainda, ferramentas que apóiam o trabalho do professor relacionadas ao planejamento didático, à avaliação educacional e à construção e produção constante de idéias mediadas pela colaboração e cooperação. Caracteriza-se este cenário educacional para quem o utiliza como filosofia de trabalho, requerendo uma compreensão deste meio como um apoio a mais que deve ser planejado para o exercício de sua prática, prática esta com uma sintonia de colaboração, não finalizada e pronta, mas de caráter construtivo com o meio. Lévy (1994, p. 135), aponta: (...) a inteligência ou a cognição são resultados de uma rede complexa, (...) não sou eu que sou inteligente, mas eu com o grupo humano do qual sou membro. O pretenso sujeito inteligente nada mais é do que um dos micro-atores de uma ecologia cognitiva que o engloba e restringe.

O Eureka exige estratégias de ensino nas quais os alunos, de vários níveis, trabalham juntos tendo uma única meta, sendo, então, responsáveis pela aprendizagem uns dos outros, assim como a sua própria. A troca ativa de idéias não somente aumenta o interesse assim como promove o pensamento crítico. Há evidência persuasiva de que grupos cooperativos atingem níveis mais avançados de pensamento e retém informação por mais tempo que os alunos que trabalham individualmente. A atividade em grupo possibilita uma menor competitividade, pois na negociação reúne propostas e soluções dos vários elementos, possibilitando assim alcançar níveis qualitativos mais elevados em conteúdo. A aprendizagem colaborativa destaca a participação ativa e a interação, tanto dos alunos como dos professores. O conhecimento é visto como uma construção social e, por isso, o processo educativo é favorecido pela participação social em ambientes que propiciem a interação, a colaboração e a avaliação. Pretende-se que os ambientes de aprendizagem colaborativos sejam ricos em possibilidades e propiciem o crescimento do grupo. Pretende-se que os professores possam tornar este ambiente um espaço virtual de aprendizagem constante com um espaço onde realmente se favoreça colaboração, cooperação, busca, problematização, criatividade, desafios interativos nos olhos do pesquisador docente e discente. Essa idéia não é um mero sonho, mas já estamos a alguns passos desta realidade, para isso, basta querermos. PONTOS EXPRESSIVOS NO EUREKA O que se espera, é que nesta caminhada que ainda se está trilhando para entender mais ambientes virtuais de aprendizagem, nessa visão, é que se possa delinear e caracterizar maiores saberes técnicos, práticos, teóricos, num sentido conceitual, procedimental e atitudinal, numa real ciranda entre viver, aprender, ser e conviver. Que as pessoas, equipadas com ferramentas e com o conhecimento sobre os processos de aprendizagem, e portadores da visão global da importância da troca, interação e colaboração, dentre outros tantos indicativos, sejam capazes de articular os processos básicos de Informação e Comunicação que nos desafiam diretamente neste

século. O papel passa a ser de um catalisador e de um facilitador do aprendizado, e não o detentor do saber. Que possamos aprender com estes ambientes virtuais a compartilhar o conhecimento, atualizar o conhecimento, processar e aplicar o conhecimento para algum benefício social, encontrar o conhecimento internamente, adquirir conhecimento externamente, reutilizar conhecimento, criar novos conhecimentos e compartilhar o conhecimento com a aldeia global. É fato que as comunidades virtuais podem ajudar nesse processo. Como se diz habitualmente, a Internet em que as comunidades virtuais de aprendizagem e de trabalho se instalam, é uma poderosa ferramenta de comunicação. Porém, mais do que isso, é o meio de propulsão do conhecimento mais eficiente. É uma tecnologia arrasadora de muitas tradições, mas também integradora, revelando nova forma de viver, de trabalhar, de ensinar, de aprender, de trocar, de interagir, de colaborar, de produzir, é um novo tipo de vida complexa que alarga, aprofunda ou agoniza experiências do passado. Tempo de desaprender e destruir receitas do mundo velho e regras superadas. Usando com sabedoria, porém, a experiência acumulada. Mais do que nunca, é tempo de criar. De estar o tempo todo alerta a tudo que ocorre a nossa volta e buscar novas soluções. Os fenômenos no ciclo da evolução humana de tempos em tempos são determinados e redeterminados por fluxos descontínuos, nem sempre é possível perceber com clareza o centro das coisas e para onde as sociedades caminham. Estamos, talvez, exatamente no meio desse universo e dessas alternativas, como o Eureka na PUCPR que pode ser uma ínfima partícula ainda a ser desvendada. CONSIDERAÇÕES CIRCUNSTANCIAIS

O papel a ser desempenhado pela Tecnologia da Informação é estratégico: ajudar o desenvolvimento do conhecimento coletivo e do aprendizado contínuo, tornando mais fácil para as pessoas onde quer que estejam e nas mais diversas formas a compartilharem conhecimento, problemas, desafios, perspectivas, idéias e soluções. Pois, com os aspectos democráticos da Internet, que abre espaços para trabalhos como o aqui refletido, lança possibilidades ilimitadas de todos produzirem novas formas de trabalhar, aprender, organizar-se, agir, viver. A democracia na Internet equivale estruturalmente à autonomia gerida virtualmente por todos que queiram ou se predisponham a isso. É esse o conjunto político, se de fato se busca algo de novo diante da Sociedade da Informação em espaços mais amplos para gerir conhecimentos compartilhados, é o que pode inovar e revigorar a sociedade em termos de comunicação social e profissional e aprofundar a prática democrática. É preciso compreender com razoável clareza o que entendemos, hoje em dia, por sociedade em rede, comunidades virtuais... pode ser ainda um conceito abstrato ou sentimento longínquo (distante do real) mas é a face humana virtual no século XXI. E que, certamente, não responderá aos problemas do passado (divisão de classes sociais, por exemplo) se não olhar, entender e tirar proveito das promessas do presente e apontar para as possíveis conseqüências do futuro. Que estas novas propostas possam romper barreiras favoráveis à condição da humanidade, que possamos perceber como elas perpassam a vida-trabalho de todos, e que possamos aderir a elas enquanto opção e contar com elas como bens e recursos. As idéias mais abrangentes nas instituições podem começar com visão dos valores e propósitos para o que nela existe, e o que as pessoas que dela fazem parte desejam criar. No fundo, acredita-se que todo o movimento em torno do Eureka se referiu a esse ponto. Por isso, e diante do que se explorou até o momento com o Eureka e o ambiente virtual de aprendizagem e de trabalho que nele habita, para melhorar as formas de ensinar e aprender com tecnologias, mediada nesta rede virtual que é a Internet que

ora se gesta, não há conclusão ou análise fechada, mas - só aberturas para novos cenários e atores. REFERÊNCIAS LÉVY, P. As tecnologias da Inteligência. Rio de Janeiro: Ed. 34, 1994. BEHRENS, M. A. A prática pedagógica dos professores universitários: perspectivas e desafios frente ao novo século. 1995, 467 p. Tese de Doutorado. PUC São Paulo, 1995. Site para acesso do Eureka www.lami.pucpr.br/eureka