UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA BOVINOS LEITEIROS



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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA BOVINOS LEITEIROS Prof. Ricardo Alexandre Silva Pessoa

MANEJO DE VACAS SECAS E PERÍODO DE TRANSIÇÃO ponto de vista tecnológico = alimentar atender as exigências nutricionais - alimentação farta e equilibrada = essencial para o desenvolvimento de uma pecuária lucrativa - nesse sentido alimentação adequada no pré-parto = efeitos positivos no pós-parto (reduzindo a amplitude do balanço energético negativo) praticamente impossível prevenir a fase de BEN (vacas de alta produção) pré e pós-parto = maximizar a ingestão de energia (evitando perdas excessivas de peso no pós-parto) prejuízos na produção e eficiência reprodutiva do rebanho Vaca seca? Vaca que não está produzindo leite e que passou por um processo de secagem 45 a 60 dias antes do parto (interrupção da produção de leite)

Vantagens do período seco: produção de leite e colostro (quantidade e qualidade); desenvolvimento do feto (terço final da gestação); reprodução (vaca magra não dá cio = ausência de cio IEP vida útil); prevenção de doenças metabólicas. Colocadas em segundo plano (não estão produzindo leite) = grande contradição - o manejo e a dieta no PS marcam de maneira significativa o desempenho animal após o parto PERÍODO SECO = dividido em duas partes final da lactação até 3 a 2 semanas antes do parto = fase de recuperação 3 a 2semanas antes do parto até o parto = fase de preparação

Fase de recuperação período de exigências nutricionais relativamente baixas (apesar do crescimento fetal acelerado no terço final da gestação) - ideal = dietas com poucas quantidades de concentrados e alimentos fermentados (ênfase a fenos, pastagens e subprodutos fibrosos) visando reduzir a produção de ácidos orgânicos (abaixamento de ph) - prevenindo também ganhos excessivos de peso (problemas no parto) Fase de preparação alterações metabólicas e hormonais drásticas - exigências nutricionais aumentam concomitantemente a redução no CMS (35% comparado com aquele do início do PS) - resultado prático = dieta precisa conter maior [nutrientes] sob o risco de gerar déficit nutricional (ainda antes da lactação se iniciar) - esta fase pré-parto é também chamada de período de transição

PERÍODO DE TRANSIÇÃO período decorrido entre as 3 semanas que antecedem a parição e 3 semanas após a parição Principais objetivos: - atender as exigências de nutrientes da vaca; - maximizar o CMS; - acostumar o rúmen e a vaca à dieta da lactação; - fornecer ração completa; - Agrupar as vacas; - minimizar as perdas de condição corporal; - evitar doenças metabólicas. PT marca a passagem do período seco para a lactação (etapa de adaptação à dieta fornecida após o parto)

mudança abrupta (dieta rica em volumosos como ocorre no PS inicial dieta carregada em CNF típica do pós-parto) = pode afetar negativamente a fermentação ruminal fornecimento de dieta rica em CNF no pré-parto = maior estímulo ao desenvolvimento das papilas ruminais (aumentando capacidade de absorção de AGV s) fundamental para prevenir o acúmulo de AGV s no rúmen Objetivo: permitir o estabelecimento gradativo de microorganismos ruminais (mais adaptados a dietas com [energia]) estimular a expansão da superfície de absorção de nutrientes na parede ruminal vacas de alta produção = início da lactação resulta em aumentos drásticos nas exigências de nutrientes (que não podem ser atendidos somente pelo consumo da dieta) aumento nas exigências concomitante a redução no CMS = conseqüência: - déficit energético = mobilização das reservas corporais

Mobilização de gordura (lipólise) = libera AGL para a circulação (AGNE) que serão oxidados nos diversos tecidos (intuito de gerar energia) Importante!!! - porém = caso a mobilização seja extensa grande quantidade de AGL será captada pelo fígado - infelizmente o fígado dos ruminantes tem baixa capacidade para exportar TG s (exportação em taxas muito baixas X altas taxas de mobilização) - resultado = TG s se acumulam no fígado (fígado do gordo) Maximização do CMS medir o CMS (se não pode medir não pode monitorar se não pode monitorar não pode manter - não deixar faltar alimento no cocho (odor e aparência); - cochos sempre limpos (alimento estragado, mofo); - evitar competição no cocho (pelo menos 0,8m por animal); - bebedouro próximo ao cocho (sombra em ambos); - alimentos nas horas mais frescas do dia; - baias maternidades (diminui estresse); - evitar alimentos pouco palatáveis;

- forragens de ótima qualidade; - evitar mudanças bruscas de ingredientes; - evitar mudanças bruscas de ambiente; - ideal separar novilhas de vacas; - desejável trabalhar com ração completa; - utilizar (na medida do possível) = mesmos ingredientes usados no pós-parto. Como avaliar o período de transição? vaca parir sem dificuldade; não ocorrer desordens metabólicas e doenças infecciosas; consumo de MS aumentar rapidamente após o parto; produção de leite aumentar exponencialmente; retornar a atividade ovariana rapidamente = alta fertilidade.

OBRIGADO PELA ATENÇÃO!!! Ricardo Alexandre Silva Pessoa Professor Adjunto DZ/UFRPE ricardo.pessoa@dz.ufrpe.br www.ricardopessoa.jimdo.com