FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA



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Transcrição:

FORMAÇÃO CONTINUADA PARA A ATUAÇÃO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA Resumo MACHADO, Nathália Savione 1 - UFPR BELÃO, Vanessa do Rocio Garret 2 - UFPR BRITO, Glaucia da Silva 3 - UFPR REICHEN, Melissa Milleo 4 - UFPR ROBALLO, Carlos Alberto Moreira 5 - UFPR Grupo de Trabalho - Comunicação e Tecnologia Agência Financiadora: não contou com financiamento Apresentamos aqui um relato de experiência de implantação de um curso de formação para a educação a distância numa instituição pública de Ensino Superior. Optamos por criar um curso de pós-graduação lato sensu com objetivo de capacitar professores e técnicos da instituição para atuarem em projetos de EaD considerando que estes profissionais devem compreender que na Educação a Distância a mediação didático-pedagógica e os processos de ensino e aprendizagem ocorrem com a utilização de tecnologias de informação e 1 Especialista em Gestão do trabalho Pedagógico, Graduada em Pedagogia, Coordenadora Pedagógica na Coordenação de Políticas de Educação a Distância da UFPR. Tutora do Curso de Pedagogia em EaD da UFPR e coorientadora no Curso de Especialização em EaD. Membro do Grupo de Pesquisa de Educação e Tecnologias GEPETE. E-mail nathcipead@gmail.com 2Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Organização do Trabalho Pedagógico pela Universidade Federal do Paraná (2007) Graduada em LETRAS - LIC. PLENA EM PORTUGUÊS/INGLES pelo Centro Universitário Campos de Andrade (2004). atuando na Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância. Coordenadora Adjunta do Programa Universidade Aberta do Brasil. E-mail: vanegarret@gmail.com 3 Doutora em Lingüística pela Universidade Federal de Santa Catarina (2002). Mestre em Tecnologia pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (1997) Especialista em Metodologia do Ensino Tecnológico pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (1994), Graduada em Bacharelado e Licenciatura Português Inglês pela Faculdade de Educação Ciências E Letras de Cascavel (1990), Professora adjunto da Universidade Federal do Paraná. E-mail: glaucia@ufpr.br 4 Mestranda em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Software Orientado a Objetos pela PUC-PR. Graduada em Artes Cênicas pela FAP-PR. Coordenadora de Recursos tecnológicos na Coordenação de Políticas de Educação a Distância da UFPR. E-mail: melissa.cipead@gmail.com. 5 Mestrando em Educação pela Universidade Federal do Paraná. Especialista em Gestão Pública. Graduado em Matemática pela UFPR e Administração. Coordenador Financeiro da UAB- UFPR. E-mail: roballo.ufpr@gmail.com

5323 comunicação. Estes profissionais também serão os responsáveis por envolver estudantes e professores no desenvolvimento de atividades educativas a distância. Assim, analisamos neste artigo o perfil dos alunos, coletados por meio de questionário aplicado no início do curso a todos os participantes. Levantamos dados sobre a experiência da tutoria por meio dos relatos dos tutores e dados levantados a partir dos relatórios mensais enviados a coordenação. Baseado em questionários aplicados aos alunos foi avaliada a infra-estrutura didática e pedagógica e sistematizados dados referentes ao sistema de comunicação, tarefas e avaliações, materiais didáticos e sistema de tutoria. Constatamos que a formação dos alunos é bem heterogênea e ainda que a grande maioria já havia tido algum contato com a modalidade de educação a distância. O Perfil de Evasão foi de 25%. A grande maioria dos alunos relatou que o curso poderá ser aplicado em seus ambientes de trabalho e em outras oportunidades de docência indo de encontro ao objetivo primeiro do curso. Neste momento 87 alunos deste curso encontram-se em fase de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. Palavras-chave: Educação a Distância. Formação continuada. Tecnologias Educacionais. Introdução A partir do crescimento vertiginoso da Educação a Distância no Brasil, surge a necessidade de se estruturar cursos de capacitação e formação para professores e técnicos de instituições interessadas em desenvolver projetos de Educação a Distância com qualidade. De acordo com o Relatório Analítico da Aprendizagem a Distância no Brasil Censo ead.br (ABED, 2010, p.8 ) o número de estudantes que optam pela educação a distância está em ascensão. Segundo este, mais de 2,2 milhões de alunos encontram-se matriculados em 9.892 cursos a Distância. Desta forma surge a necessidade das instituições públicas de ensino superior se prepararem para receber estes estudantes. Este curso foi organizado pela Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância CIPEAD - órgão responsável pelos cursos de Educação a distância de uma Instituição de Ensino Superior. Esta universidade obteve seu credenciamento para atuar em na Educação a Distância em 5 de abril de 1999. Desde então, a CIPEAD é responsável pela elaboração de políticas para a Educação a distância bem como de acompanhar os cursos na modalidade a distância, sejam eles nos níveis de graduação, extensão ou aperfeiçoamento. A proposta do curso de Especialização em Educação a Distância surgiu com o objetivo de democratizar o conhecimento acadêmico, possibilitando o desenvolvimento, complementação, aprimoramento e o aprofundamento de conhecimentos em Educação a Distância, bem como contribuir para a formação continuada de profissionais de diferentes áreas do conhecimento que pretendem atuar na formação técnica e acadêmica nos segmentos empresariais e educacionais, utilizando a metodologia de Educação a Distância.

5324 A primeira oferta ocorreu em parceria com a Escola de Governo do Rio Grande do Norte, oferecendo 60 vagas. Recebemos 280 inscrições, sendo matriculados após processo seletivo, 60 alunos. Destes, 42 obtiveram o certificado de especialização; 16 obtiveram o certificado de aperfeiçoamento; 01 desistiu e 01 foi reprovado. A partir do êxito dessa primeira experiência, elaboramos a proposta de uma segunda oferta para os docentes e servidores técnico-administrativos desta instituição pública, ofertando 125 vagas. A seleção dos alunos foi realizada por meio de edital interno, publicado pela Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas, e as matrículas foram efetivadas com a documentação protocolada na secretaria acadêmica do curso na Coordenação de Integração de Políticas de Educação a Distância. O curso é ofertado na modalidade de educação a distância, com carga horária total de 360 horas em consonância a resolução 42/03 (UFPR, 2003) distribuídas em 12 meses de curso, com acréscimo de 6 meses para a conclusão do TCC. Sendo realizados 9 encontros presenciais obrigatórios com abertura das disciplinas e provas. O ambiente virtual de ensinoaprendizagem do curso é estruturado na plataforma Moodle, onde também é feito o acompanhamento e suporte de comunicação entre alunos, tutores, professores e coordenadores. Os alunos foram divididos em 4 turmas tendo em média 30 alunos cada, e com 1 tutor a distância para cada turma. O curso foi dividido em 6 módulos: Organização Pedagógica na EaD; Produção de Material Didático para a EaD; Sistemas de Comunicação e Tutoria na EaD; Planejamento e Produção de Cursos a Distância; Metodologia da Pesquisa Científica e Metodologia do Ensino Superior. As aulas presenciais aconteceram aos sábados em Curitiba, sendo o período da manhã utilizado para aula introdutória da disciplina que se iniciaria e a tarde para aplicação de avaliação da disciplina que estava sendo finalizada. Para o desenvolvimento das atividades durante o módulo, a parceria Professor-Tutor foi essencial. Houve reuniões entre professores e tutores para preparação e encaminhamento da disciplina. As atividades aconteciam semanalmente tendo geralmente uma semana de prazo para serem postadas. Durante os módulos os alunos tiveram o acompanhamento de um tutor que orientou durante todo o percurso das disciplinas. A tutoria foi viabilizada utilizando o Ambiente virtual de Aprendizagem Moodle, telefone, e-mail e chats. O encontro presencial com o tutor aconteceu no momento de aplicação da avaliação presencial. As indicações para essa ação

5325 tutorial constam no material disponibilizado para formação e capacitação do tutor. Adotamos o princípio da interatividade como essencial para o bom desenvolvimento do curso, conforme instrução: Na qualidade de responsável pela interatividade, o tutor deve cuidar dos grupos virtuais de colaboração, atender as dúvidas dos cursistas, dinamizar os momentos de encontros presenciais, aplicar os instrumentos avaliativos, sendo estes presenciais ou à distância. (CIPEAD, 2012, p.1) A coordenação acompanhou de perto a aprendizagem dos alunos se colocando a disposição tanto virtual quanto presencialmente. Neste momento os alunos encontram-se em fase de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso. Sobre o perfil dos alunos e a evasão no curso Consideramos necessário estudar o perfil inicial dos alunos matriculados e o motivo de sua saída do curso. Para isso foram coletados dados através da ficha cadastral, aplicada na matrícula, e coletados dados em questionário de desistência. Elencamos alguns fatores importantes, como o curso de graduação realizado, idade, sexo, cargo funcional, levando em consideração a pesquisa realizada. Efetuadas as matrículas, o passo seguinte foi procurar mecanismos e metodologias para inserir esses novos alunos na modalidade proposta, a EaD, porém, evidenciado na pesquisa, a fluência com a metodologia de ensino proposta, atingiu 90% do contingente matriculado, isto é, um alto percentual de servidores que já tiveram pelo menos uma experiência em cursos na modalidade EaD, o que, de certa forma, tornou o trabalho da equipe multidisciplinar um tanto mais fácil. Mapeamos a formação de graduação dos alunos nas diferentes áreas de estudo e, em relação a este, constatou-se a vasta heterogeneidade dos alunos, quanto às suas formações. Durante todo o curso deixamos disponível no Ambiente do curso um formulário para que o aluno expressasse os motivos de sua desistência. Considerando o índice de evasão, dos 125 alunos matriculados no curso houveram 32 desistências, o que representa 25,6%. Desses alunos que evadiram 15 justificaram sua saída. 31% alegaram que sua saída estava relacionada a problemas particulares, ou familiares, externos a organização do curso, 25% disseram estar passando por algum problema de saúde que o impedia a continuar, 19% relataram que tiveram dificuldade na dedicação de uma carga

5326 horária diária e semanal para as leituras necessárias, pesquisas, realização das tarefas e avaliações propostas no AVA; 13% optaram em cursar outro curso na modalidade a distância, 6% Realizava, concomitantemente, outro curso em EaD, ou outro curso presencial, o que me impossibilitou na dedicação devida ao curso; e outros 6% não conseguiu adequar os seus objetivos pessoais com as diretrizes e finalidades do curso. Dos 7 alunos reprovados foram realizadas provas de segunda chamada, recuperação fora do prazo, atendimento individualizado. A experiência na tutoria Os tutores realizaram acompanhamento pelo ambiente virtual, tendo contato com os alunos nos momentos da avaliação presencial. Nessas datas havia a oportunidade de esclarecimento de dúvidas pontuais e relato de algumas dificuldades no processo. Apesar da tutoria ocorrer, em sua maioria no modelo à distância, observou-se que entre os alunos e tutores havia um vínculo de confiança além das funções pedagógicas. Para atuar nessa função foi publicado edital de seleção específico para o curso e um dos requisitos solicitava que o candidato tivesse concluído o Curso de Capacitação de Tutores ofertado pela própria instituição. Conforme já apresentado, a maioria dos alunos não possuía vínculo com atividades pedagógicas ou docentes. Então, o tutor precisou associar o conteúdo do curso com a realidade profissional dos alunos e incentivar a criar iniciativas, na modalidade à distância, dentro da sua lotação para que os conceitos apresentados nas disciplinas pudessem ser compreendidos e observados na sua aplicabilidade. Nesse aspecto, consentimos com Lázaro, Corrêa, Zenha, (2006, p.3), sobre a responsabilidade do tutor: O material didático adotado no curso deve ser utilizado pela tutoria a partir de sua concepção pedagógica, de modo que se possa ao longo do processo detectar suas limitações e possibilidades. O tutor, ao se apropriar da estrutura e dinâmica do material a ser utilizado, tem condições de orientar o processo de aprendizagem do cursista, auxiliando-o em seu percurso e prevendo possíveis dificuldades. Apesar do estar junto virtualmente nortear a ação tutorial, ainda pudemos observar dificuldades no percurso. (VALENTE, 2009, p. 45) Na avaliação da disciplina de Metodologia do Ensino Superior, uma das questões solicitava que o aluno fizesse uma auto-avaliação sobre sua participação no curso. Com esses

5327 depoimentos tivemos um importante instrumento para verificarmos como os alunos se colocavam no processo de aprendizagem. Tomamos como amostra uma das quatro turmas. Conseguimos separar as respostas em três categoria principais: Dificuldades, Dedicação e Pontos Positivos. Nas dificuldades relataram acúmulo de tarefas, doenças e área de formação não correspondente ao magistério. Em relação à dedicação, 40% dos depoimentos apontaram que o interesse no curso poderia ter sido maior. Infelizmente não consegui me envolver da forma que gostaria e nem aprofundar as leituras (Aluno 3). O que mais nos despertou a atenção é que em 60% dos depoimentos os alunos conseguiram perceber que o conteúdo do curso poderá ser aplicado nas suas funções da UFPR e também em outras oportunidades de docência. Foi tudo muito proveitoso, e tentarei passar alguns ensinamentos no meu setor. (Aluno 9). Passei a admirar muito mais um docente, reconhecer todo um esforço que há por trás de alguns minutos ou horas na frente dos alunos. (Aluno 8) Com esse instrumento podemos direcionar a atuação tutorial para que não percam o foco de qual o objetivo do curso. Também que em mais oportunidades possam registrar essa auto-avaliação e que consigamos ajudá-los de forma eficiente nas dificuldades expressadas e também valorizar os avanços já observados. A avaliação da infra-estrutura didática e pedagógica Com o encerramento das atividades didático pedagógicas do curso mais um levantamento diagnóstico através de nova pesquisa foi feito, visando identificar, na visão dos alunos que chegaram até esta etapa, quais foram as apreensões do programa no que tange ao material didático, às tarefas e avaliações desenvolvidas, ao sistema de tutoria e de comunicação. Neste momento da pesquisa, do total de 87 alunos em fase de elaboração de Trabalho de Conclusão, estiveram presentes, ou retornaram a pesquisa, precisamente 70 alunos e, em alguns itens vieram sem avaliação. Cabe ressaltar que em toda pesquisa feita, os parâmetros criados foram notas para os diversos itens, variando de 5 a 10 numa escala crescente de qualidade nos serviços encontrados.

5328 Outro aspecto que salientamos é que as avaliações feitas com notas e 5 e 6 não representaram, em todos os itens, quantitativo razoável para que fossem indicados na resposta final desta avaliação, sendo assim, o primeiro parâmetro nas tabelas abaixo consideram avaliações com nota até 7. Sistemas de Comunicação Foram avaliadas as ferramentas disponibilizadas aos alunos para a comunicação síncrona e assíncrona e se estas cumpriram seus propósitos, sejam na qualidade e funcionalidade ou na forma como se apresentaram em divisões de horários de trabalho e atendimento dos Tutores e Professores do curso. A avaliação feita pelos alunos neste item indica que 50% deles consideraram como excelente as ferramentas apresentadas para a comunicação entre Professores Tutores Alunos, porém dentro da estratégia de gestão pedagógica de um curso em EaD, há que se preocupar com o percentual considerável de avaliações que classificam entre muito ruim e razoável as ferramentas e seus propósitos. Sendo assim, cabe à Coordenação do Curso e Equipe Multidisciplinar efetuar avaliações contínuas para que minimizem as dificuldades encontradas por Professores, Tutores e Alunos dentro deste aspecto de comunicação. As disponibilidades de tempo e horários dos Professores e Tutores para os devidos esclarecimentos das dúvidas mostrou-se inadequado, tendo em vista que tivemos uma avaliação entre muito ruim e bom, na ordem de 48,60% dos alunos, o que nos representa quase a metade deles. A característica dos alunos, servidores técnicos administrativos da UFPR, em sua maioria, indica alguma dificuldade no acesso e na comunicação com os Professores e Tutores o que pode ser traduzido por concomitância no horário de trabalho e, por conseqüência disto, impedimento no diálogo com estes. A ação da Coordenação do Curso, em uma nova oferta, sugere que o sistema seja revisto e que, após delineamento do perfil dos alunos, busque uma escala de trabalho e dedicação de tempo por parte dos Professores e Alunos que melhor se adéque às necessidades apontadas.

5329 Tarefas e Avaliações Neste quesito, procuramos verificar elementos que pudessem auxiliar a Coordenação no entendimento de como foram conduzidas as tarefas e atividades postadas no Ambiente Virtual e disponibilizadas para resolução ao longo das etapas e módulos. Houve uma preocupação em verificar a relevância das atividades e tarefas propostas, no que tange a intencionalidade no processo de apreensão dos conteúdos abordados. Destarte, as orientações contidas no enunciado ou mesmo aquelas repassadas pelos Professores e Tutores, também foram objeto de investigação junto aos alunos no intuito de perceber as facilidades e dificuldades na sua consecução bem com a quantidade de tarefas dentro de um lapso de tempo possível de resoluções e apresentações devidas. A maioria dos aluno, 58%, avaliaram com notas 9 e 10 a relevância das atividades e tarefas que proporcionaram a aprendizagem ao longo do curso. Em relação a quantidade de atividades, tarefas e o tempo adequado para a realização das mesmas, 63% avaliaram com notas 9 e 10, e em relação a quantidade de atividades e tarefas e o tempo adequado para a realização das mesmas 76% avaliaram com as notas 9 e 10. De um modo geral, as tarefas e avaliações obtiveram uma conceituação acima de 60% em todos os itens investigados, o que demonstra que as preocupações em relação à quantidade, entendimento dos enunciados, tempo para a resolução e relevância no processo de aprendizagem foram mais do que satisfatórias. Para uma nova oferta do Curso e, realizando uma auto-avaliação, elemento imprescindível na gestão de um projeto EaD, novas formas de avaliação apontam como necessidade e se fazem presentes nas respostas na pesquisa ora apresentada. Referente á relevância no processo de aprendizagem interpretamos como primaz a necessidade de se rever a propositura de algumas tarefas, tanto em relação à forma e como a consistência teórica, forçando o aluno a uma maior investigação e reflexão na sua formação. A avaliação é compreendida como um processo de investigação, tanto do Aluno como dos Professores, da Equipe Multidisciplinar envolvida e da Instituição, no sentido de que avaliar é interrogar e interrogar-se (ESTEBAN, 1999, p.22). Isso posto, o aprofundamento das discussões relativas em cada módulo do presente curso devem conter essa premissa traduzindo-se em questões, tarefas e atividades de maior poder de reflexão, por parte dos alunos.

5330 Material Didático A preocupação do gestor com o material didático em um curso EaD está diretamente ligado ao sucesso deste, uma vez que o material será o ponto de partida para o aluno nas suas reflexões e orientações do conteúdo trabalho. O material é elemento mediador do conhecimento e, sendo assim, a sua estruturação, organização e relevância deve proporcionar uma leitura suave e agradável daquilo que se pretende apreender de conhecimento, independente da mídia utilizada. Na pesquisa, solicitamos manifesto por parte dos alunos para que tivéssemos um panorama de como o material didático se apresenta e se ele satisfaz as necessidades iniciais do educando e, para isto, os itens analisados foram: a relevância e densidade do material, a formatação e diagramação, a relação entre o conteúdo dos módulos do curso e as referências de texto, organização dos conteúdos e metodológica, e o diálogo com o ambiente Moodle. Em todos estes itens houve uma boa aceitação do material, apontada pelos índices de avaliação dos alunos, atingindo percentuais acima de 50% em quase todos eles. O ponto que merece atenção especial pelo gestor do curso está na organização dos conteúdos e orientações metodológicas. Aqui, um ajuste na comunicação entre o próprio material auxiliará no entendimento e compreensão da dinâmica e desenvolvimento do curso bem como na resolução das tarefas e atividades propostas. Sistema de Tutoria Em todos os quesitos, a avaliação positiva demonstra que a forma e condução dos trabalhos dos Tutores e Coordenação de Tutoria auxiliaram no índice reduzido de evasão conforme demonstrado na tabela 1. Tabela 1- Sistema de tutoria Objetivos Parâmetros Qtdd % dos Alunos Domínio dos conteúdos, orientações, esclarecimentos e tempo de retorno nas dúvidas Até 7 12 17,10% 8 11 15,70% 9 17 24,30% 10 30 42,90% Comunicação Tutor/Aluno Até 7 12 17,10% 8 12 17,10%

5331 Orientação quanto à resolução e correção de tarefas e atividades bem como seus critérios. Apoio e incentivo ao aluno e participação de fóruns e chats Fonte: Organizado pelos autores 9 14 20,00% 10 32 45,70% Até 7 12 17,10% 8 9 12,90% 9 14 20,00% 10 35 50,00% Até 7 15 21,40% 8 15 21,40% 9 9 12,90% 10 31 44,30% Destes resultados podemos concluir que a seleção de tutores e a escolha feita mediante análise de seus currículos, todos com formação sólida em EaD, contribuiu para aqueles pontos importantes que devem ser observados pelo gestor na implantação e implementação do projeto, tais como estabelecer dias e horários para o trabalho, definir cronograma e critérios de avaliação, orientação aos quanto ao tempo dedicado ao estudo e resolução de tarefas, propor estratégias para recuperação de conteúdos e retomada de percurso. Conforme nos ensina Pretti (2005, p. 5) Tendo um conhecimento de base do conteúdo, é um facilitador que ajuda o estudante a compreender os objetivos do curso, um observador que reflete e um conselheiro sobre os métodos de trabalho, um psicólogo que é capaz de compreender as questões e as dificuldades do aprendiz e de ajudá-lo a responder de maneira adequada e, finalmente, um especialista em avaliação formativa. O trabalho da tutoria no curso analisado atendeu as expectativas, uma vez que nos quesitos pesquisados, em todos eles, os alunos valoraram como muito bom, e acima disso, o que garante ao gestor uma base de trabalho e metodologia para as próximas edições. Considerações Desta forma o curso entra na sua última etapa que é a produção e apresentação do Trabalho de Conclusão de Curso. Além de mostrar o conhecimento alcançado pelo aluno, seu desenvolvimento tem como objetivo de demonstrar que a aplicação de um curso na modalidade a distância é possível em todos os espaços. Nesse sentido os alunos foram orientados a escreverem no primeiro capítulo a introdução explicitando sua justificativa para e

5332 e seu tema de Pesquisa. O segundo capítulo é dedicado ao histórico da Educação a Distância e o capítulo seguinte ao desenvolvimento tema escolhido, tendo como ponto culminante a proposição de um curso na modalidade a distância baseado nas características da EaD. Estes 87 alunos apresentarão seu trabalho de conclusão no final do mês de agosto e estarão aptos a aplicarem seus projetos nos espaços escolhidos. REFERÊNCIAS ABED. Censo ead.br: Relatório analítico da aprendizagem a distância no Brasil 2010. São Paulo : Pearson Education do Brasil, 2010. CIPEAD. A prática da tutoria: curso de formação de tutores. Curitiba: UFPR, 2012. ESTEBAN, M. T. (Org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. Rio de Janeiro: DP&A, 1999. LÁZARO, J; CORRÊA, J; ZENHA, L. A Prática pedagógica em educação a distância: novas articulações de tempos e espaços. Revista Pátio, 2006. Disponível em: <http://www.patioonline.com.br/patioonline/fr_conteudo_patio.php?codigo=1074&secao=54 &pai=53>. Acesso em: 12 maio 2013. PRETTI, O et. al. Educação a Distância: ressignificando práticas. Liber Editora, 2005. UFPR. Resolução 42/03 - COUN. Curitiba: UFPR, 2003 Disponível em: <http://www.funpar.ufpr.br:8080/intranet/apps/formularios/manual/leis/resolucao%2042-03coun.pdf> Acesso em: 20 abr. 2013 VALENTE, J. A. O Estar Junto Virtual como uma Abordagem de Educação a distância: sua gênese e aplicação na formação de educadores reflexivos. In: MENEZES, C. S. et al (Orgs.). Educação a Distância: prática e formação do profissional reflexivo. São Paulo: Avercamp, 2009. p. 37-64