PROPOSTA DE PROGRAMA PARA UMA INTERVENÇÃO SISTEMATIZADA NO SÍNDROME DE APNEIA DO SONO NO ÂMBITO PLANO NACIONAL DE SAÚDE 2011-2016



Documentos relacionados
Pneumologia do HG. Centro Medicina Sono

DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO OBJETIVOS CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DOS DISTÚRBIOS DO SONO AASM 2006 CARLOS A A VIEGAS UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

o Ressonar e a Apneia de Sono

SÍNDROME DE APNEIA DO SONO: UM NOVO ALVO TERAPÊUTICO NO DOENTE CARDÍACO

Sistema de Informação/Vigilância epidemiológica

Programa de CPAP/BIPAP

Critérios para Admissão em Longo e Curto Internamento e Unidade de Dia

Treinamento de Força e Diabetes. Ms. Sandro de Souza

SEJA COMPETITIVO, PROMOVENDO A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ACÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO

NÍVEIS DE PREVENÇÃO. Ana Catarina Peixoto R. Meireles. Médica Interna de Saúde Pública Unidade Operativa de Saúde Pública P

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA REABILITAÇÃO CARDIACA RAQUEL BOLAS

CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DOS DISTÚRBIOS DO SONO AASM 2006

Estado- Titular da autorização de Nome do medicamento introdução no mercado. Postfach Ludwigshafen DE Germany.

Saúde e Desporto. Manuel Teixeira Veríssimo Hospitais da Universidade de Coimbra. Relação do Desporto com a Saúde

Pré diabetes. Diagnóstico e Tratamento

Introdução. Procura, oferta e intervenção. Cuidados continuados - uma visão económica

A actividade física e o desporto: um meio para melhorar a saúde e o bem-estar

azul NOVEMBRO azul Saúde também é coisa de homem. Doenças Cardiovasculares (DCV)

Valor do sector do Diagnóstico in vitro, em Portugal. Principais conclusões APIFARMA CEMD. Outubro 2014

Tema: CPAP NA SÍNDROME DA APNÉIA E HIPOPNÉIA OBSTRUTIVAS DO SONO

Tensão Arterial e Obesidade na comunidade assídua do mercado municipal de Portalegre

CARDIOLOGIA ORIENTAÇÃO P/ ENCAMINHAMENTO À ESPECIALIDADE

Você conhece a Medicina de Família e Comunidade?

DIABETES TIPO 2 PREVALÊNCIA DIAGNÓSTICO E ABORDAGEM. Paula Bogalho. S. Endocrinologia Diabetes e Metabolismo

das Doenças Cérebro Cardiovasculares

Sessão Televoter Diabetes

Qualidade de vida e funcionalidade das pessoas com insuficiência cardíaca crónica grave

PROTOCOLO ENERGIA POSITIVA CONTRA A OBESIDADE

Identificar como funciona o sistema de gestão da rede (espaços de pactuação colegiado de gestão, PPI, CIR, CIB, entre outros);

AVALIAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO ENTRE A AR E A DM TIPO II. Agenda: 1. INTRODUÇÃO 2. OBJECTIVOS 3. METODOLOGIA 4. PLANIFICAÇÃO DO PROJECTO

Élsio Paiva Nº 11 Rui Gomes Nº 20 Tiago Santos Nº21. Disciplina : Área de Projecto Professora : Sandra Vitória Escola Básica e Secundária de Fajões

Epidemiologia DIABETES MELLITUS

ROSNorte Rede de Observatórios de Saúde do Norte

RESUMOS SIMPLES...156

A esposa refere que o paciente ronca!!

PREVENÇÃO DAS DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS PREVENIR É PRECISO MANUAL DE ORIENTAÇÕES AOS SERVIDORES VIGIAS DA PREFEITURA DE MONTES CLAROS

Participar em estudos de investigação científica é contribuir para o conhecimento e melhoria dos serviços de saúde em Portugal

Linha de Cuidado da Obesidade. Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

hipertensão arterial

+Vida com hospitalização

Na diabetes e dislipidemia

ASSOCIAÇÃO CULTURAL EDUCACIONAL DE ITAPEVA FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS E AGRÁRIAS DE ITAPEVA

Serviços - pressão de Inverno

CLASSIFICAÇÃO DAS CEFALEIAS (IHS 2004)

GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO SERVIÇO DE SAÚDE COMUNITÁRIA APOIO TÉCNICO EM MONITORAMENTO E AVALIAÇÃO

Causas de morte 2013

Apnéia do Sono e Ronco Guia Rápido

Insuficiência Cardíaca Aguda e Síndrome Coronária Aguda. Dois Espectros da Mesma Doença

Consulta de Enfermagem para Pessoas com Hipertensão Arterial Sistêmica. Ms. Enf. Sandra R. S. Ferreira

Obesidade Infantil. O que é a obesidade

O que é O que é. colesterol?

Fisiopatologia, Epidemiologia, Consequências, Diagnóstico e Tratamento

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

DIABETES MELLITUS NO BRASIL

TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR PEDIÁTRICO DA REGIÃO NORTE NORMAS DE ACTIVAÇÃO E CRITÉRIOS DE TRANSPORTE

ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO

Hipert r en e são ã A rteri r a i l

Assunto: Fibromialgia Nº: 45/DGCG DATA: 09/09/05. Administrações Regionais de Saúde e Médicos dos Serviços Prestadores de Cuidados de Saúde

Plano Nacional de Saúde Avaliação de indicadores. Maio de 2010

TRABALHOS CIENTÍFICOS 23 DE NOVEMBRO DE H30 ÀS 10H30 TV 01

Sessão Televoter Diabetes

CAPSULITE ADESIVA OU OMBRO CONGELADO. A capsulite adesiva ou ombro congelado é uma doença de causa

EXERCÍCIO E DIABETES

Martins Pereira, S. Moreira, F.; Breda, M.; Pratas, R.; Dias, L. Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial Hospital de Braga

Projeto de Resolução n.º 238/XIII/1.ª. Recomenda ao Governo que implemente medidas de prevenção e combate à Diabetes e à Hiperglicemia Intermédia.

à diabetes? As complicações resultam da de açúcar no sangue. São frequentes e graves podendo (hiperglicemia).

História Natural das Doenças e Níveis de Aplicação de Medidas Preventivas

Colesterol O que é Isso? Trabalhamos pela vida

A ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU. Av. Joana Angélica, 1312, Prédio Principal, sala 404 Nazaré. Tel.: / 6812.

SEGUIMENTO DO DOENTE CORONÁRIO APÓS A ALTA HOSPITALAR. Uma viagem a quatro mãos

Risco de Morrer em 2012

1 - Estrutura e Finalidades da disciplina

Elevação dos custos do setor saúde

Função pulmonar na diabetes mellitus

Envelhecimento da população realidade portuguesa. Unidade de Neurologia Vânia Almeida

Em 2013 perderam-se anos potenciais de vida devido à diabetes mellitus

Congresso do Desporto Desporto, Saúde e Segurança

O GUIA COMPLETO TIRE TODAS SUAS DÚVIDAS SOBRE ANDROPAUSA

5º Congresso Internacional dos Hospitais Serviço Nacional de Saúde. (Re)Conhecer as Mudanças

Dra. Sandra Camacho* IMPORTÂNCIA DA ACTIVIDADE FÍSICA


Planificação anual de Saúde- 10ºano

UNIVERSIDADE LUSÍADA DE LISBOA. Programa da Unidade Curricular AVALIAÇÃO DA CONDIÇÃO FÍSICA Ano Lectivo 2015/2016

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

INSTITUTO DE DOENÇAS CARDIOLÓGICAS

UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE MEDICINA DE LISBOA

PUBLICAÇÕES:TECNOMETAL n.º 139 (Março/Abril de 2002) KÉRAMICA n.º 249 (Julho/Agosto de 2002)

TEMA: Seretide, para Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).

Retinopatia Diabética

SÍNDROME DE APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO E OBESIDADE

Diagnóstico Domiciliar da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono

NÚMERO: 002/2011 DATA: 14/01/2011 ASSUNTO: PALAVRAS CHAVE: PARA: CONTACTO:

Hipertensão arterial. Casos clínicos. A. Galvão-Teles 22º CURSO NEDO PÓS-GRADUADO DE ENDOCRINOLOGIA ENDOCRINOLOGIA EM CASOS CLÍNICOS

Saúde da mulher em idade fértil e de crianças com até 5 anos de idade dados da PNDS 2006

PALAVRAS CHAVE Diabetes mellitus tipo 2, IMC. Obesidade. Hemoglobina glicada.

1. BENEFÍCIOS DOS UTENTES DO SERVIÇO NACIONAL DE SAÚDE (SNS) Decreto-Lei nº11/93, DR. I série -A, Nº 12,

Transcrição:

PROPOSTA DE PROGRAMA PARA UMA INTERVENÇÃO SISTEMATIZADA NO SÍNDROME DE APNEIA DO SONO NO ÂMBITO PLANO NACIONAL DE SAÚDE 2011-2016 1 - PONTOS CHAVE 1 - O Síndrome de Apneia do Sono (SAS) é uma doença frequente, sendo previsível que atinja cerca de 5% dos portugueses. A prevalência tende a aumentar, enquanto as taxas de obesidade e o consumo de álcool (dois do principais factores risco) não diminuírem. 2 - O SAS, por si memo, representa um factor de risco significativo para as doenças cardio e cerebrovasculares. Como tal está associado à mortalidade destas patologias. Relaciona-se, ainda, com o desenvolvimento de insulino-resistência e Diabetes Mellitus. 3 - A sonolência diurna excessiva (SDE), uma das manifestações cardinais da doença, é uma das principais causas de acidentes de viação. Condiciona por outro lado diminuição do desempenho profissional. O SAS tem custos indirectos em saúde elevados. 4 - A incapacidade resultante da SDE, em paralelo com o ressonar, a disfunção eréctil, e as comorbilidades cardiovasculares presentes na doença fomentam a desintegração social e familiar. A depressão é comum nos doentes com SAS. 5 - Apesar da cronicidade e morbilidade o SAS é uma doença tratável. Contudo, estima-se que, no melhor dos cenários, só 15 000 doentes (cerca de 2,5% do total previsto de casos) beneficiem de tratamento. 6 - Existem graves limitações quanto à capacidade instalada de centros e laboratórios de sono onde o diagnóstico clínico e a sua confirmação diagnóstica (por estudo poligráfico ou simplificado do sono) são efectuados e o tratamento orientado. Este constrangimento pode ser atenuado se a suspeita diagnóstica for realizada a nível dos Cuidados Primários e da comunidade médica em geral. Para os centros diferenciados ficaria reservado à comprovação diagnóstica e orientação terapêutica. 7 - O impacto do SAS em saúde pública justifica a criação de um Programa Nacional de Controlo que defina como metas principais: - Aumentar e melhorar o conhecimento da doença na população. - Capacitar os médicos, em particular, os de Medicina Familiar, com informação necessária para identificar a doença, os seus critérios de gravidade. e acompanhar o tratamento. - Identificar centros de diagnóstico de 2ª e 3ª linha de intervenção

- Promover mecanismos de referenciação e articulação entre cuidados primários e hospitalares facilitadores do diagnóstico e tratamento. 2 - PREVALÊNCIA E MORTALIDADE DO SAS A prevalência do SAS ronda os 5 % na população geral entre os 30 a 60 anos de idade, mas poderá estar subestimada. A incidência aumenta com a idade e é maior no sexo masculino (2 a 3:1). No sexo feminino é mais frequente na menopausa (1,2,3). Os doentes com SAS moderado a grave têm maior risco global de morte, particularmente quando são homens com menos de 50 anos (4). 3 - DEFINIÇÃO O SAS caracteriza-se por um quadro de sonolência, alterações cardiovasculares e neuro psiquiátricas, secundárias a episódios repetidos de obstrução das vias aéreas superiores durante o sono, que provocam dessaturações e fragmentação do sono por despertares transitórios. O diagnóstico pressupõe uma avaliação clínica adequada e um estudo poligráfico nocturno do sono. 4 - FACTORES DE RISCO A obesidade é o principal factor de risco. Contudo, o SAS, muitas vezes na sua expressão mais grave, ocorre também em indivíduos sem excesso de peso, particularmente naqueles que apresentam dismorfias crânio-faciais que predispõem ao estreitamento da faringe: palato ogivado, micrognatia, retrognatia e anomalias ORL. A maioria destas alterações anatómicas é adquirida na infância. A ingestão de álcool e sedativos interferem com actividade dos músculos dilatadores da faringe facilitando a ocorrência de apneias. 5 - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A suspeita clínica de síndroma de apneia obstrutiva do sono assenta, geralmente, na presença de três manifestações cardinais: roncopatia, descrição de apneias e sonolência diurna excessiva. São também frequentes a deterioração intelectual, as perturbações da memória, as alterações da personalidade, as cefaleias matinais, e a disfunção sexual. No SAS não tratado, a sonolência é responsável pelo aumento da incidência de acidentes de viação (5). 6 - SAS E PATOLOGIA CARDIOVASCULAR Os estudos epidemiológicos apontam para uma associação marcada entre SAS e morbilidade cardiovascular. Face a coexistência de vários factores de risco nestes doentes é difícil estabelecer relação causa efeito.

Os mecanismos possíveis são a promoção da aterogénese, atribuível à repetida activação do simpático, elevação de pressão arterial e stress oxidativo. Cerca de 50% dos doentes com SAS tem hipertensão arterial. A evidência unindo estas duas entidades é tão forte que o SAS foi assumido como a primeira causa identificável e tratável de HTA (6). O tratamento do SAS melhora, pois, os valores de pressão arterial, nomeadamente na hipertensão refractária. Indivíduos com SAS têm maior risco (2 a 4 vezes) de desenvolver arritmias complexas (7). O tratamento do SAS com ventilação por pressão positiva (CPAP) diminui a incidência de doença isquémica coronária. O intervalo entre episódios aumenta (8). O SAS aumenta a incidência e mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC). Esta associação é independente de outros factores de risco como a HTA. O risco de contrair AVC correlaciona-se com a gravidade do SAS, o que releva a importância do diagnóstico precoce (9). O SAS é um factor de risco independente para o desenvolvimento de resistência a insulina e Diabetes Mellitus (10). A fragmentação do sono e a hipoxia parecem estar associados às alterações metabólicas. O uso de CPAP melhora o controlo das glicemias. O SAS parece ser um dos componentes do Síndrome Metabólico associado a obesidade visceral, HTA, dislipidemia e resistência à insulina. 7 - DIAGNÓSTICO O diagnóstico da Síndroma de Apneia Obstrutiva do Sono faz-se pela demonstração dos eventos obstrutivos durante o sono e respectiva repercussão, ao nível da SaO2 e da estrutura do sono. O exame diagnóstico é feito por estudo poligráfico do sono standard, em laboratório, vigiado por técnico credenciado. É assumido como possível a inferência diagnóstica em estudos simplificados com monitorização cardiorespiratória, em ambiente domiciliário, desde que realizados por médicos habilitados para realização de estadiamento manual e conhecedores das suas limitações. 8 - TRATAMENTO A Síndroma de Apneia Obstrutiva do Sono tem tratamento eficaz, em primeira linha, por ventilação por pressão positiva. Outras alternativas, como a cirurgia ou próteses de avanço mandibular, podem ser opção em situações determinadas. A indicação da opção terapêutica deve ser adoptada por médico credenciado.

9 ESTRUTURAÇÃO DA INTERVENÇÃO SISTEMATIZADA A suspeita diagnóstica é considerada um processo essencial na intervenção sistematizada uma vez que as manifestações da doença, cuja expressão directa ocorre durante o sono, não são, habitualmente, percebidas pelo doente. Assim, as entidades a quem competirá a triagem deverão estar habilitadas a suspeitar da presença da doença face a determinadas manifestações sintomas, sinais e patologia associada. Partindo do princípio que a primeira linha de intervenção deverá estar localizada nos Cuidados Primários de Saúde há necessidade de habilitar os médicos de Clínica Geral de instrumentos simples (questionários padronizados e validados) para a suspeita de doença. Os doentes com suspeita de doença deverão ser referenciados a centros habilitados para o diagnóstico quer exclusivamente da Síndroma de Apneia do Sono (2ª linha de intervenção) que a Centros de Medicina do Sono (3ª linha de intervenção). Os centros de 2ª linha de intervenção deverão possuir referenciação directa aos centros de 3ª linha de intervenção em caso de dúvida diagnóstica, ausência de resposta ao tratamento ou suspeita de outra patologia do sono associada. A prescrição terapêutica deve ser objecto dos centros de 2ª e 3ª linha de intervenção que deverão assegurar a resposta terapêutica eficaz. Uma vez isso conseguido os doentes deverão ser acompanhados pelos Cuidados Primários de Saúde para o que há que habilitar os Médicos de Família no sentido de reconhecer a adesão à terapêutica e sua eficácia, iatrogenia e as situações de referenciação aos centros prescritores. REFERÊNCIAS 1 - Young T et al. The occurrence of sleep disordered breathing among middle aged adults. NEJM 1993; 32:1230-1235. 2 - Hiestad DM, Britz P et al.prevalence of symptoms and risk of sleep apnea in the US population. Results from the National Sleep Foundation Sleep in America 2005. Chest 2006; 130: 780-86. 3 - Duran, et al. Am J Respir Crit Care Med 2001. 4 - Lavie P, et all. All-cause mortality in males with sleep apnoea syndrome.declining mortality rates with age. Eur Respir J 2005; 25: 514-520

5 - Pack AI, Pien GW. How much do crashes related to obstructive sleep apnea cost? Sleep 2004; 27: 369-370 6 - Chobanian A, et all. NHLBI Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation and Treatment of High Blood Pressure and National High Blood Pressure Education Program Coordinating Committee. The seventh report. JAMA 2003; 289:2560-2572 7 - Mehra R, Benjamin EJ et al. Association of nocturnal arrhythmias with sleepdisordered breathing. The Sleep Heart Health Study. AJRCCM 2006; 173: 910-916. 8 - Olivier M et al. Benefits of obstructive sleep apnoea treatment in coronary artery disease: a long-term follow-up study. Presented in part at European Society of Cardiology Congress, Vienna, Austria, 2003 9 - Yaggi HK et al. Obstructive sleep apnea as a risk factor for stroke and death. NEJM 2005; 353: 2034-2041 10 - Resnick HE et al. Diabetes and Sleep Disturbances.Findings from the Sleep Heart Health Study. Diabetes Care 2003; 26:702-709.