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Transcrição:

Tribunal de Contas da União Dados Materiais: Decisão 227/95 - Segunda Câmara - Ata 30/95 Processo nº TC 001.524/90-9 Responsáveis: Augusto Barreira Pereira e outros Entidade: Banco da Amazônia S/A. Vinculação: Ministério da Fazenda. Relator: Ministro ADHEMAR PALADINI GHISI. Representante do Ministério Público: Dr. Ubaldo Alves Costa Unidade Técnica: SECEX-PA Especificação do quorum: Ministros presentes: Fernando Gonçalves (Presidente), Adhemar Paladini Ghisi (Relator), Paulo Affonso Martins de Oliveira e o Ministro-Substituto Lincoln Magalhães da Rocha. Assunto: Tomada de Contas Especial Ementa: Tomada de Contas Especial. BASA. Concessão de empréstimos beneficiando diversas empresas. Responsabilidade solidária. Citação dos responsáveis. Restituição do processo à SECEX para citação da empresa. - Processual. Citação da pessoa jurídica e não dos sócios e dirigentes. Considerações sobre a matéria. Data DOU: 19/08/1995 Página DOU: 14488 Data da Sessão: 31/08/1995 Relatório do Ministro Relator: GRUPO II - Classe II - 2ª Câmara TC 001.524/90-9 Natureza: Tomada de Contas Especial Entidade: Banco da Amazônia S.A.

Ementa: Tomada de Contas Especial instaurada por ilícito em operações bancárias. Citação de pessoa jurídica procedida incorretamente na pessoa de seus sócios e dirigentes. Para que se estabeleça corretamente o nexo processual, as pessoas jurídicas que de alguma forma hajam concorrido para a existência de dano ao erário devem ser citadas diretamente, não se confundindo tal citação com a pessoa de seus sócios ou dirigentes, que nos termos do art. 12 do Código de Processo Civil são competentes apenas para representá-las em juízo. A presente Tomada de Contas Especial foi instaurada em cumprimento à Decisão prolatada no TC 004.667/88-3, Sessão Plenária de 03.05.88, que apreciou Relatório de Auditoria Especial realizada pela extinta CISET/MINTER no Banco da Amazônia S.A. apontando a existência de ilícitos em operações bancárias. 2. Naquela assentada o Tribunal decidiu, dentre outras providências: "a) que fosse providenciada pelo BASA a instauração e o encaminhamento a este Tribunal, das Tomadas de Contas Especiais de todos aqueles (funcionários e/ou terceiros) que concorreram, por ação ou omissão, para as ilicitudes e conseqüentes prejuízos ao citado Banco, apurados em inquéritos Administrativo e Policial, sendo de observar, para tanto, as Súmulas da Jurisprudência do TCU nºs 186 e 187 ("in" DOU de 09 de novembro de 1982), no tocante à Jurisdição desta Corte sobre co-autores envolvidos em peculatos, e ainda, de respeitar, no caso, o prazo regimental (art. 122 do Regimento Interno), para o exato cumprimento desta diligência, que, atendida, será submetida à audiência do Ministério Público junto a este Tribunal; b) que fosse requerida a remessa, para conhecimento deste Colegiado, de cópia dos resultados do Inquérito instaurado pela Polícia Federal, bem como de todas as informações esclarecedoras sobre datas dos eventos, valores dos prejuízos e débitos, nomes das pessoas envolvidas e outros dados elucidativos acerca dos aspectos destacados pelo Sr. Inspetor Geral... sendo, aqui, de se observar, também o prazo regimental para atendimento e, se necessária, averiguação complementar dos fatos ou coleta adicional de dados, deverá a Inspetoria-Geral, com a colaboração das Regionais do Pará e do Rio de Janeiro, realizar as auditorias `in loco'." 3. A partir da aludida Decisão, foram constituídos 91 (noventa e um) processos de Tomadas de Contas Especiais, todos versando

situações análogas. 4. No presente processo foram responsabilizados, solidariamente, os Srs. Augusto Barreira Pereira, ex-diretor de Crédito do BASA, Clélio Airton de Lima Pontes, Gerente da agência bancária concedente do crédito, Augusto Barreira Pereira Júnior e Guilherme Feldhaus, considerados "agenciadores do crédito", os sócios e dirigentes das empresas beneficiadas e ainda o Sr. Antônio Nunes da Silva, ex-assessor da Diretoria de Crédito. 5. Em instrução preliminar, a Unidade Técnica opinou pela exclusão de responsabilidade do Sr. Antônio Nunes da Silva, por entender que esse apenas detinha cargo de assessoria, sem poder decisório, e de diversos servidores da agência concedente dos empréstimos, por não restar comprovada sua responsabilidade nas operações fraudulentas. 6. Também não foram responsabilizados pela Unidade Técnica os denominados "agenciadores de crédito", por entender-se que inexistem provas concretas para sua responsabilização solidária. 7. Promovidas as citações dos demais responsáveis, a SECEX-PA entendeu procedentes as alegações de defesa do Sr. Clélio Ayrton de Lima Pontes, aceitando, assim, que os atos praticados por aquele Responsável tenham sofrido influência da Diretoria de Crédito. Como precedente, a SECEX-PA mencionou processo análogo, no qual a 1ª Câmara entendeu por bem determinar a exclusão de responsabilidade do ex-gerente da Agência Belém-Metro-Pedreira, por idêntica conclusão (Acórdão nº 078/92-1ª Câmara). 8. Quanto às alegações de defesa do Sr. Augusto Barreira Pereira, a Instrução destaca que são as mesmas já apresentadas nos autos do TC 001.563/90-7, rejeitadas pelo Plenário por intermédio da Decisão nº 035/93 - Plenário (Sessão de 03.03.93, Ata 07/93), recorrida e mantida consoante Decisão nº 115/94 - Plenário (Sessão de 09.03.94, Ata nº 08/94), e em diversas outras assentadas. 9. No que tange aos dirigentes das empresas beneficiadas, apenas um, dentre os quatro citados, apresentou alegações de defesa, permanecendo os demais revéis. Ainda assim, no caso em que foi apresentada defesa, a Unidade Técnica destaca que o responsável não trouxe qualquer elemento novo capaz de eximi-lo da responsabilidade. 10. Desta forma, a SECEX-PA concluiu propondo: "a) exclusão da responsabilidade solidária do Sr. Clélio Ayrton de Lima Pontes; b) rejeição das alegações de defesa oferecidas pelos Srs.

Augusto Barreira Pereira e Jaime do Carmo Costa, e c) seja dado conhecimento aos responsáveis arrolados no item b, de que suas alegações de defesa foram rejeitadas, dando novo prazo improrrogável de 15 (quinze) dias para o recolhimento do débito no valor de Cz$ 23.315.110,00 (vinte e três milhões, trezentos e quinze mil e cento e dez cruzados) com os acréscimos legais devidos a partir de 1º.07.87 até a data do recolhimento na forma da legislação em vigor, com fundamento no art. 12, 1º da Lei nº 8443/92, c/c o art. 153, 2º do Regimento Interno deste Tribunal. 10. O Ministério Público manifestou-se de acordo com as conclusões da Unidade Técnica. Voto do Ministro Relator: Consoante mencionado no Relatório, o Tribunal já teve oportunidade de apreciar e rejeitar, em várias oportunidades, alegações de defesa do Sr. Augusto Barreira Pereira e dos demais responsáveis solidários, em diversos processos análogos, inclusive a nível recursal. 2. As alegações constantes dos autos que ora se apreciam não trazem fatos outros que não os já considerados pelo Tribunal nos processos da mesma natureza. Assim, nada teria a opor aos pareceres, não fosse uma questão formal que merece a atenção desta Casa. 3. Rememorando os fatos, foram detectadas, no Banco da Amazônia S.A. - BASA, práticas ilícitas na concessão de empréstimos bancários, beneficiando empresas diversas, dentre as quais a MADECOL - Madeireira Colorado Ind. e Com. Ltda, tratada nos presentes autos. Entendeu-se, "in casu", que a responsabilidade pelos débitos incorridos era solidária, devendo ser compartilhada entre diversos servidores da Instituição Financeira, nominalmente identificados, e a empresa beneficiada. 4. Nesse ponto, vale ressaltar o acerto do entendimento firmado, principalmente no que tange à responsabilização da empresa, e não de seus sócios ou dirigentes, uma vez que aquela tem personalidade jurídica própria, e seu patrimônio não pode ser confundido com o de seus controladores. 5. Entretanto, por razões evidentes, em sendo as pessoas jurídicas entes abstratos, devem ser representadas por seus dirigentes ou representantes legais. Deve ficar claro, contudo, que

tais dirigentes ou representantes legais, sempre que comparecerem aos autos, estarão atuando em nome de pessoas jurídicas, nunca em nome próprio, até porque como pessoas físicas não serão partes no processo. 6. Nestes autos, ao pretender-se citar a pessoa jurídica MADECOL - Madeira Colorado Indústria e Comércio Ltda, foram expedidos ofícios citatórios a cada um dos sócios da referida firma, e tendo a SECEX-PA verificado que outra firma, a "Parquet" Brazil Com. Brasileira de Madeiras Ltda, era também sócia da MADECOL, expediu igualmente ofícios citatórios a todos os seus sócios. 7. Permito-me transcrever o texto (padrão) dos ofícios citatórios, o que, embora torne mais longo meu Voto, torna-se fundamental para a maior compreensão dos fatos que adiante irei expor. O texto de cada um dos ofícios foi o seguinte: "Ilustríssimo Senhor, Tendo em vista a tomada de contas especial levantada junto ao Banco da Amazônia S.A. para apurar irregularidades ocorridas na modalidade Títulos Descontados SD's 4998/5000, (...), valores esses levados a crédito em liquidação em 30.06.87, em favor da firma MADECOL - Madeireira Colorado Indústria e Comércio Ltda, fica citado V.Sª, para apresentar, no prazo de 15 (quinze) dias contados da ciência, alegações de defesa, ou recolher solidariamente com os demais implicados a importância de (...), com os acréscimos legais devidos a partir de 01.07.87 até a data do recolhimento, na forma da legislação em vigor." 8. Consoante se verifica, nos termos da citação efetuada não se estabeleceu o vínculo processual entre o Tribunal e a firma MADECOL, uma vez que seus sócios e dirigentes não foram, no expediente citatório, qualificados como "representantes" daquela firma. O que se fez, na prática, foi citar, erroneamente, as pessoas físicas. 9. Dispôs o Código de Processo Civil que as pessoas jurídicas serão representadas em juízo "por quem seus respectivos estatutos designarem, ou, não os designando, por seus diretores" (art. 12, VI). Claro está que as pessoas físicas apenas representarão as pessoas jurídicas, não respondendo pessoalmente em nome dela. 10. Em verdade, os sócios e administradores somente poderão ser instados a honrar as dívidas das firmas as quais pertençam na fase de execução das sentenças, caso a pessoa jurídica não disponha de patrimônio suficiente para quitar seus passivos, e ainda assim nos

limites estabelecidos em cada contrato social, dependendo do tipo de sociedade que houver sido definida estatutariamente (se por cotas de responsabilidade limitada, sociedade anônima, etc). 11. A citação individual de cada um dos sócios e/ou dirigentes, além de indevida pelos motivos que apresentei, traz um substancial acréscimo de serviço às Unidades Técnicas, na medida em que essas passam a analisar um número maior de alegações de defesa, por vezes até mesmo discrepantes entre si. No presente processo, por exemplo, apenas um dos sócios citados apresentou suas alegações de defesa, e argüiu, dentre outras questões, o fato de deter apenas 3% do Capital Social da firma. Sendo a pessoa jurídica um ente único, apenas uma alegação de defesa deve se fazer presente nesta Casa, sob o risco de se chegar ao absurdo de condenar alguns dos sócios pelos ilícitos da empresa, e outros não. 12. Finalmente, gostaria de deixar consignado que na citação de uma pessoa jurídica não é requisito essencial a explicitação do nome de seu representante legal, até por que isso requer o conhecimento prévio do Estatuto de cada uma das empresas que se pretenda citar. Antes, mais prático e acertado é utilizar-se a expressão: "fica citada a empresa (...), na pessoa de seus representantes legais, (...)" 13. Assim, com as devidas venias por dissentir dos pareceres, e no intuito de evitar futuras demandas argüindo falhas processuais, VOTO no sentido de que seja adotada a Decisão que ora submeto ao Colegiado. Decisão: A Segunda Câmara, diante das razões expostas pelo Relator, DECIDE restituir o processo à SECEX-PA para que seja promovida a citação da empresa MADECOL - Madeireira Colorado Indústria e Comércio Ltda, uma vez que as citações já efetuadas alcançaram apenas as pessoas físicas de seus sócios e dirigentes, e não a referida pessoa jurídica. Indexação: Tomada de Contas Especial; Sociedade de Economia Mista; Empréstimo; Concessão Considerada Ilegal; BASA; Citação do Responsável; Pessoa Jurídica; Responsabilidade Solidária;