Noctúria na Hiperplasia Benigna Prostática



Documentos relacionados
Noctúria Etiopatogenia e terapêutica

TEMA: Tansulosina (Tamsulon ) para o tratamento de hiperplasia benigna da próstata

Perturbações do Sono. 16/ Maio 11 UPI Área de Pedopsiquiatria do CHLC Margarida Crujo

Trabalho em Turnos e Impactos na Saúde

Todos sabemos a importância de uma boa noite de sono. O que nem todos sabem é que alternância entre o dormir e estar acordado resulta da ação

ORIENTAÇÕES SOBRE HIPERPLASIA BENIGNA DA PROSTATA

hidratação ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DAS BEBIDAS REFRESCANTES NÃO ALCOÓLICAS

DIABETES MELLITUS. Prof. Claudia Witzel

Pergunte ao Especialista

Mestrado Integrado em Medicina Ano Lectivo 2010/2011 Artigo de investigação na área científica de Urologia

Sessão Televoter Urologia

Cefaleia crónica diária

Controle da Osmolaridade dos Líquidos Corporais

à diabetes? As complicações resultam da de açúcar no sangue. São frequentes e graves podendo (hiperglicemia).

Pneumologia do HG. Centro Medicina Sono

VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS

Tansulosina HCl. Identificação. Aplicações. Material Técnico

A ENDOCRINOLOGIA CLÍNICA

Câncer de Próstata. Fernando Magioni Enfermeiro do Trabalho

Recupere. sono. o ritmo. Conselhos para pessoas que sofrem de insónia

FACULDADE DE FARMÁCIA DA UNIVERSIDADE DE LISBOA. Bases Fisiológicas da Sede, Fome e Saciedade Fisiologia Humana

As principais causas de diabetes insípidus central são tumores que acometem a região hipotalâmica hipofisária, como por exemplo:

Hipertensão arterial. Casos clínicos. A. Galvão-Teles 22º CURSO NEDO PÓS-GRADUADO DE ENDOCRINOLOGIA ENDOCRINOLOGIA EM CASOS CLÍNICOS

5º Congresso Internacional dos Hospitais Serviço Nacional de Saúde. (Re)Conhecer as Mudanças

DISTÚRBIOS URINÁRIOS DO CLIMATÉRIO : Bethania Rodrigues Maia Orientadora : Ana Luisa

Incontinência por imperiosidade

HBP. Sintomas e impacto na qualidade de vida. Introdução: O que é a HBP? Para que serve a próstata? Júlio Fidalgo Fonseca. Artur Sabugueiro Palmas

O Câncer de Próstata. O que é a Próstata

Modelo de Atenção às Condições Crônicas. Seminário II. Laboratório de Atenção às Condições Crônicas. O caso da depressão. Gustavo Pradi Adam

Centro de Estudos de Fisiologia do Exercício CEFE UNIFESP / EPM

EXERCÍCIO E DIABETES

Congresso do Desporto Desporto, Saúde e Segurança

Sistema circulatório. Componentes: - Vasos sanguíneos. - Sangue (elementos figurados e plasma) - Coração

A contribuição da Psicologia no Tratamento Clínico e Cirúrgico da Obesidade

SAÚDE. Apresentação do tema: Saúde. É um completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidade.

1 IDENTIFICAÇÃO 2 E CAUSA O QUE É O ESTRESSE? EDITORIAL INTRODUÇÃO DEFINIÇÃO EDITORIAL ÍNDICE COMBATA O ESTRESSE COMO IDENTIFICAR O ESTRESSE?

Sessão Televoter Urologia

Que tipos de Diabetes existem?

O PAPEL DA ENFERMAGEM NA REABILITAÇÃO CARDIACA RAQUEL BOLAS

A Importância do Sono

Homeopatia. Copyrights - Movimento Nacional de Valorização e Divulgação da Homeopatia mnvdh@terra.com.br 2

Saúde da Próstata. XXX Ciclo de Debate Município Saudável Envelhecimento Ativo. Claudio B. Murta

Hipert r en e são ã A rteri r a i l

DISTÚRBIOS RESPIRATÓRIOS DO SONO OBJETIVOS CLASSIFICAÇÃO INTERNACIONAL DOS DISTÚRBIOS DO SONO AASM 2006 CARLOS A A VIEGAS UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

Você conhece a Medicina de Família e Comunidade?

Disfunção miccional e Qualidade de vida...no homem. Vanessa Vilas Boas Urologista HVFX FEBU

INSTITUIÇÃO: CENTRO UNIVERSITÁRIO DAS FACULDADES METROPOLITANAS UNIDAS

Brochura. Apenas ao saborear o vinho moderada e calmamente, os seus sabores complexos podem ser apreciados e desfrutados na totalidade.

A SEDE. Conselho Científico do Instituto de Hidratação e Saúde

Tensão Arterial e Obesidade na comunidade assídua do mercado municipal de Portalegre

CENTRO DE APOIO OPERACIONAL DE DEFESA DA SAÚDE CESAU

O corpo humano está organizado desde o mais simples até o mais complexo, ou seja, do átomo microscópico ao complexo organismo humano macroscópico.

Saúde Mental do Trabalhador. Grazieli Barbier Barros Terapeuta Ocupacional Especialista em Saúde Pública e da família.

FINASTIL (finasterida)

Exposição de Motivos

Ficha Informativa da Área dos Conhecimentos

DIAS AULA TEMA CONTEÚDO

Somatropina no adulto. Fernando Baptista Serviço de Endocrinologia Diabetes e Metabolismo. Hospital de Santa Maria. Lisboa

Curso de Técnico Auxiliar de Geriatria

Incontinência Urinária

Estado- Titular da autorização de Nome do medicamento introdução no mercado. Postfach Ludwigshafen DE Germany.

Ensino Profissional Departamento MATEMÁTICA E CIÊNCIAS EXPERIMENTAIS

Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação-Porto\Portugal. Uma perspectiva comportamental em Adolescentes Obesos: Brasil x Portugal

A ACTIVIDADE FÍSICA F PREVENÇÃO DA IMOBILIDADE NO IDOSO EDNA FERNANDES

FLAXIN finasterida Merck S/A comprimidos revestidos 5 mg

o Ressonar e a Apneia de Sono

29 de Novembro de 2010 Universidade Lusíada - Lisboa

FISIOLOGIA DA HIDRATAÇÃO:

Incontinência urinária: o estudo urodinâmicoé indispensável?

Dia Mundial da Diabetes - 14 Novembro de 2012 Controle a diabetes antes que a diabetes o controle a si

ACTIVIDADES DE RELAXAÇÃO

O que é diabetes mellitus tipo 2?

Caracterização dos doentes toxicodependentes observados pela equipa de Psiquiatria de Ligação - análise comparativa dos anos de 1997 e 2004

ENVELHECER COM SABEDORIA Actividade física para manter a independência MEXA-SE MAIS!

Martins Pereira, S. Moreira, F.; Breda, M.; Pratas, R.; Dias, L. Serviço de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial Hospital de Braga

EFICÁCIA E SEGURANÇA DA TADALAFILA 5 MG/DIA EM HOMENS COM LUTS/HPB COM E SEM DISFUNÇÃO ERÉTIL

CORRELAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA RENAL E ANEMIA EM PACIENTES NORMOGLICEMICOS E HIPERGLICEMICOS EM UM LABORATÓRIO DA CIDADE DE JUAZEIRO DO NORTE, CE

Normas de cuidados para as pessoas com osteoartrite

TEMA: Uso de Calcitriol no hipoparatireoidismo após cirurgia de tireóide

A patroa quer emagrecer

1 - Estrutura e Finalidades da disciplina

Qualidade de vida e funcionalidade das pessoas com insuficiência cardíaca crónica grave

DESIDRATAÇÃO E ALTERAÇÕES COGNITIVAS

HISTÓRIA HISTÓRIA DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS MENTAIS. Paradigma da alienação mental. Paradigma das doenças mentais

A pneumonia é uma doença inflamatória do pulmão que afecta os alvéolos pulmonares (sacos de ar) que são preenchidos por líquido resultante da

ENURESE: TRATAMENTO COM ALARME ASSOCIADO OU NÃO À OXIBUTININA EM CONTEXTO AMBULATORIAL

Direcção-Geral da Saúde Circular Normativa

SEJA COMPETITIVO, PROMOVENDO A QUALIDADE DE VIDA NO TRABALHO ACÇÕES DE SENSIBILIZAÇÃO

Proposta para Implantação do Programa Atividade Física & Mulheres

Fundação Cardeal Cerejeira. Acção de Formação

Saúde e Desporto. Manuel Teixeira Veríssimo Hospitais da Universidade de Coimbra. Relação do Desporto com a Saúde

Alterações de comportamento nos cães geriátricos secundárias a problemas de saúde. Daniel Gonçalves MV

BRUXISMO EM CRIANÇAS COM DENTIÇÃO MISTA (A PROPÓSITO DE UM CASO CLÍNICO)

Sintomas do trato urinário inferior em homens Resumo de diretriz NHG M42 (Março 2013)

O QUE SABE SOBRE A DIABETES?

Transcrição:

Artigos de Revisão 49 Noctúria na Hiperplasia Benigna Prostática Júlio Fidalgo Fonseca* Artur Palmas** *Assistente Graduado de Urologia Hospital Amadora Sintra **Interno do I. Complementar de Urologia Hospital Amadora Sintra Correspondência: Júlio Fidalgo Fonseca E-mail: juliofonseca @ netcabo.pt Resumo A noctúria é uma das queixas mais prevalentes na HBP sintomática (LUTS). A propósito deste importante sintoma, tantas vezes desvalorizado, abordam-se os conceitos da fisiologia da produção e emissão da urina e os mecanismos homeostáticos da sua regulação através da vasopressina/adh. Naturalmente que o sono, as suas fases e ciclos, estão aqui referidos, até porque a grave interferência que a noctúria tem neste importante mecanismo homeostático, provoca doença e perda da qualidade de vida. Por fim elabora-se uma pequena sinopse terapêutica, para relembrar a multidisciplinaridade desta patologia tão frequente e tão perturbadora da qualidade do sono. Palavras-chave: noctúria, poliúria, HBP, sono, qualidade de vida. Abstract Nocturia is one of the most prevalent and bothersome of lower urinary tract symptoms, suggestive (LUTS) of benign prostatic hyperplasia (BPH). Despite that, this symptom is frequently neglected in clinical practice. In this paper, the physiology of the production and emission of urine and the regulatory role of the antidiurethic hormone/adh in this physiological cycle are discussed. The well-known negative impact of nocturia on the quality of sleep and consequently on the quality of life and health status of the patients is also discussed. Finally, a therapeutic scheme is presented in which the multidisciplinary approach for this bothersome symptom is discussed. Key-Words: nocturia, poliuria, BPH, sleep, quality of life. A HBP é um aumento volumétrico da próstata com diversos sintomas associados, incluindo os sintomas de esvaziamento e armazenamento indicativos de LUTS (lower urinary tract symptons) e de outros problemas vesicais, incluindo falência do músculo detrusor (1) A noctúria é um sintoma apresentado pelo doente que o obriga a acordar durante a noite uma ou mais vezes, antecedido e precedido por sono. (I.C.S.) (2) É o sintoma de armazenamento mais importante e perturbador, quando experimentado 2 ou mais vezes por noite (3) É prevalente na disfunção miccional e surge em 4% das crianças dos 7 aos 15 anos, em 66 % dos homens dos 50 aos 59 anos, e 91 % dos homens com> 80 anos (4).

50 Júlio Fidalgo Fonseca, Artur Palmas Dada a sua natureza multifactorial pode ser considerada uma Síndrome da qual fazem parte: a poliúria; a poliúria nocturna; a redução da capacidade vesical e as alterações do sono. A sua avaliação deve ser obtida por diário miccional de 24 horas (5). A poliúria por definição consiste na produção de mais de 2.8 litros de urina nas 24 h, num adulto de 70 kg. (I.C.S.). Surge na diabetes Mellitus (diurese osmótica induzida pela glucose) e na diabetes i nsípida (neurogénica ADH pela Hipófise e nefrogénica por incapacidade dos tubulos renais de absorverem H2O causando desidratação e sede) assim como na Polidipsia psicogénica (ingestão exagerada de H2O nas neuroses e psicoses) e na polidipsia primária ( secreção de ADH por osmolaridade plasmática). A poliúria nocturna por definição é o aumento da produção nocturna de urina, chegando a um volume urinado superior a 35 % do total nas 24 h. (o volume total das 24 horas é normal). Isto é explicado porque a vasopressina (ADH) tem produção circadiana e regula a excreção de H2O e a produção de urina. A menor produção de ADH à noite condiciona maior produção de urina (hipotónica), ao reduzir a permeabilidade nos tubulos renais e diminuir a absorção de H2O (6,7). A Poliúria nocturna é um importante sintoma de patologias como: as alterações da secreção diurna da vasopressina; a I.C.C. (insuficiência cardíaca congestiva) e as alterações do 3º espaço vascular (insuficiência venosa periférica e síndrome nefrótico) e isto, porque o repouso nocturno condiciona a mobilização do pool de fluidos do 3º espaço, (edemas acumulados durante o dia) para o compartimento vascular. Surge também associada ao consumo nocturno de diuréticos e nos doentes com apneia de sono obstrutiva. Nestes últimos, a pressão intratorácica negativa condicionada pelo esforço inspiratório, quando associado à hipoxia, estimula os receptores auriculares de volume a libertar pépticos natruriéticos que vão promover a excreção renal de Na+ e H2O e a inibição da ADH e do sistema renina-angiotensina-aldosterona. São factores de risco; a obesidade, a acromegalia, a asma, a HTA e a diabetes. Curiosamente os doentes com Apneia de sono acordam subitamente por hipoxia e muitas vezes assumem que acordam para urinar (8). A redução funcional da capacidade vesical é encontrada nos doentes com bexiga neurogénica, naqueles com cistite (bacteriana, intersticial, tuberculosa ou rádica), e nos portadores de carcinoma urotelial, prostático ou da uretra. Aparece acompanhando a disfunção miccional obstrutiva por HBP (barragem infra-vesical) e na litíase vesical. Nos doentes psiquiátricos com crises de ansiedade e naqueles que usam determinados fármacos (xantinas; cafeína; teofilina; â bloqueantes) também se verifica a ocorrência deste problema (9). Em todos estes doentes a produção nocturna de urina excede a capacidade vesical, criando-se o conceito de Noctúria Índex (NI) que será o quociente entre volume miccional nocturno e a capacidade vesical nocturno (=1). Se for maior que 2 então estamos perante um doente com noctúria (10). O envelhecimento condiciona alterações do ritmo circadiano da diurese. A redução da produção nocturna da vasopressina reduz a capacidade renal em concentrar a urina. A noctúria na velhice

Noctúria na Hiperplasia Benigna Prostática 51 explica-se pela disparidade entre a produção nocturna de urina e a capacidade vesical de a armazenar durante as horas de sono (11). A noctúria é um sintoma de armazenamento, dos mais perturbadores da HBP/LUTS que afecta a qualidade do sono QoS e naturalmente a qualidade de vida QoL Apesar disso, os tratamentos para a HBP/ /LUTS, sejam médicos ou cirúrgicos, têm como prioridade o controlo dos sintomas de esvaziamento e a melhoria do fluxo urinário. O I-PSS aborda este importante problema mas não quantifica o prejuízo sobre a QoL. O impacto dos sintomas de armazenamento e em particular a noctúria, são subestimados. Há a necessidade de introduzir na prática clínica questionários específicos (12,13): 1. Noctúria QoL (sono/energia = Incomodo/ /preocupação) 2. HUS: horas de sono não perturbado O sono, do latim Somnu é um estado ordinário de consciência, complementar ao da vigília, em que há repouso normal e periódico, caracterizado pela suspensão temporária da actividade perceptiva, sensorial e motora voluntária. Dormir significa passar do estado de vigília para o estado de sono. É um período de repouso para o corpo e mente. Consiste na redução do estado de consciência que dura 8 horas e do qual resulta uma sensação de energia física, psíquica e intelectual restabelecida. É importante para a recuperação da saúde em situação de doença, cuja privação afecta a regeneração celular e a recuperação da função imunitária (14). Como se pode facilmente depreender a noctúria não é somente um problema urológico. Fragmenta o sono eéaprincipal causa de perturbação do mesmo no idoso. São necessárias 8hde sono. Contas feitas passamos 1/3 da nossa vida a dormir. É um importante processo cerebral dinâmico que assenta em 2 mecanismos: ritmo circadiano e homeostasia (13). Ao dormir os sentidos perdem-se pela seguinte ordem: 1. Visão 2. Paladar 3. Olfacto 4. Audição 5. Tacto O sono tem dois padrões distintos: Sono REM Rapid-Eye-Movement 20 a 25 % do tempo total do sono. Nele há intensa actividade cerebral (sono paradoxal). Restabelece as emoções e o repouso psicológico. Surge em intervalos de 60 a 90 minutos. ( 2ª parte da noite). Sono N-REM (75 a 80 %) Tem um papel anabólico e restabelece a energia física e o sistema imunitário. (1ª parte da noite). Assenta em 4 fases. O sono funciona por ciclos, durando cada um deles cerca de 90 min e ocorrendo4a5ciclos num período de sono. Estes ciclos são repetitivos e começam na fase 1 do nrem e progridem até á 4. Depois regridem até ao REM (15). O sono dura aproximadamente 8 horas ea1ª parte da noite é de sono profundo na fase3e4do nrem. A%desono REM aumenta em cada ciclo na última parte da noite.

52 Júlio Fidalgo Fonseca, Artur Palmas Provocar o acordar durante aquelas fases de sono mais profundo, interfere profundamente com a QoS e condiciona perda de energia para o dia e baixa performance. Com o avanço da idade estes padrões alteramse. O sono profundo começa a diminuir depois da adolescência e assim continua com o avanço da idade, podendo mesmo desaparecer nos mais idosos. Também o idoso não acorda só durante o sono REM como acontece no jovem, mas também no sono nrem, condicionando um impacto negativo nas funções diurnas. A noctúria é a causa mais prevalente na perturbação do sono nos homens dos 50 aos 93 anos. A LUTS/HBP é a causa principal de noctúria no idoso. A falta crónica ou aguda de sono tem um impacto profundamente negativo na saúde mental e somática (16). Cria-se assim o conceito de HUS Hours of Undisturbed Sleep o tempo entre o inicio do sonoeo1ºdespertar para urinar (3 a 4 horas). Dormir é vital para o bom funcionamento físico e mental. A falta de sono condiciona(17-20): Fadiga diurna e má disposição Perturbação das funções cognitivas e depressão Alterações imunitárias e? defesas Alterações endócrinas e metabólicas Baixo rendimento profissional Acidentes de trabalho e de viação Quedas e fracturas 10 a 21 % Morte ou invalidez Grave problema social e de saúde pública O tratamento deste multifactorial problema carece (21-23): 1. Controlo da causa subjacente 2. De modificação comportamental: Hábitos medicamentosos Ingestão de líquidos Estilo de vida Dieta 3. Terapêutica farmacológica: á bloqueantes á bloqueantes + 5 ARIs Desmopressina Anticolinérgicos 4. Por vezes recurso à terapêutica Cirúrgica Pretende-se desta forma, que ao avaliarmos um doente com queixas de noctúria, se veja para além da disfunção miccional prostática, porque muitas vezes a resolução do problema passa por terapêutica multidisciplinar Bibliografia 1. Cunningham GR and Kadman D. Epidemology and pathogenesis of benign prostatic hyperplasia. Up To Date Literature Review, Apr 29; 1998

Noctúria na Hiperplasia Benigna Prostática 53 2. Abrams P, Cardoso L, Fall M, Griffiths D, Rosier P, Ulmsten U, van Kerrebroek P, Victor A, Wein A. The standardisation of terminology in lower urinary tract function: report from the standardisation subcommittee of ICS. Urology 2003;61: 37-49 3. Peters TJ, Donovan JL, Kay HE, Abrams P, de la Rosette JJMCH, Porru D et al. Benign prostatic hyperplasia study group.: the bothersomeness of urinary symptons. J. Urol 1997;157: 885-889 4. Sommer P, Bauer T, Nielsen KK, Kristensen ES, Hermann GG, Steven K, et al. Voiding patterns and prevalence of incontinence in women. A questionnaire survey. Br J Urol. 1990 ;66 (1): 12-15 5. Weiss JP, Blaivas JG.Nocturnal polyuria versus overactive bladder in nocturia. Urology. 2002; 60 (5 Suppl 1): 28-32 6. Asplund R, Aberg H. Diurnal variation in the levels of antidiuretic hormone in the elderly. J Intern Med. 1991; 229 (2): 131-134 7. Saito M, Kondo A, Kato T, Yamada Y. Frequencyvolume charts: comparison of frequency between elderly and adult patients. Br J Urol. 1993; 72 (1): 38- -41 8. Umlauf MG, Chasens ER. Sleep disordered breathing and nocturnal polyuria: nocturia and enuresis. Sleep Med Rev 2003: 403-411 9. Madersbacher S, Pycha A, Klingler CH, Mian C, Djavan B, Stulnig T et al. Interrelationships of bladder compliance with age, detrusor instability, and obstruction in elderly men with lower urinary tract symptoms. Neurourol Urodyn 1999, 18: 3-5 10. Gosling JA, Gilpin SA, Dixon JS, Gilpin CJ. Decrease in the autonomic innervation of human detrusor muscle in outflow obstruction.j Urol. 1986;136 (2): 501-4 11. Miller M. Nocturnal polyuria in older people. J Am Geriatr Soc 2000; 48 (10): 1321-1329 12. Abraham L. Development and validation of a quality-of-life measure for men with nocturia. Urology 2004; 63 (3): 481-486 13. Chapple C, Batista J, Berges R, Chartier-Kastler E, Tubaro A, Van Kerrebroeck P et al.the Impact of Nocturia in Patients with LUTS/BPH: Need for New Recommendations. Eur Urol Suppl, 2006; 5 (1): 12-8 14. Heiser P, Dickhaus B, Opper C, Hemmeter U, Remschmidt H, Wesemann W et al. Alterations of host defence system after sleep deprivation are followed by impaired mood and psychosocial functioning. World J Biol Psychiatry. 2001; 2 (2): 89-94 15. Stanley N. The physiology of sleep and the impact of ageing. Eur Urol Suppl; 3 (6): 17-23 16. Abrams P. Nocturia: the major problem in patients with lower urinary tract symptoms suggestive of benign prostatic obstruction (LUTS/BPO). Eur Urol Suppl, 3 (6): 8-16 17. Irwin M, McClintick J, Costlow C, Fortner M, White J, Gillin JC. Partial night sleep deprivation reduces natural killer and cellular immune responses in humans FASEB J 1996; 10: 643-653 18. Asplund R, Henriksson S, Johansson S, Isacsson G. Nocturia and depression BJU Int 1999; 84: 297-01 19. Asplund R, Henriksson S, Johansson S, Isacsson G. Nocturia and depression BJU Int 1999; 84: 297-01 20. Asplund R. Nocturia: consequences for sleep and daytime activities and associated risks.eur Urol Suppl; 3 (6), 24-2 21. Djavan B.. The Impact of Tamsulosin Oral Controlled Absorption System (OCAS) on Nocturia and the Quality of Sleep: Preliminary Results of a Pilot Study. Eur Urol Suppl 2005; 4 (2): 61-8 22. Mattiasson A, Abrams P, Van Kerrebroeck P, Walter S, Weiss J. Efficacy of desmopressin in the treatment of nocturia: a double-blind placebo-controlled study in men. BJU Int. 2002; 89 (9): 855-862 23. Cai T, Gardener N, Abraham L, Boddi V, Abrams P, Bartoletti R.Impact of surgical treatment on nocturia in men with benign prostatic obstruction. Abraham. Impact of surgical treatment on nocturia in men with benign prostatic obstruction. BJU Int 2006; 98 (4): 717-37.