FÍSICA BRINCANDO E APRENDENDO (FI.BR.A.): DEMOSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS, MOTIVANDO O APRENDIZADO DE FÍSICA NO ENSINO MÉDIO



Documentos relacionados
A IMPORTÂNCIA DAS DISCIPLINAS DE MATEMÁTICA E FÍSICA NO ENEM: PERCEPÇÃO DOS ALUNOS DO CURSO PRÉ- UNIVERSITÁRIO DA UFPB LITORAL NORTE

PRODUÇÃO DE MATERIAL DIDÁTICO VOLTADO AO ENSINO DE FÍSICA E A INCLUSÃO NO ENSINO DE FÍSICA

Pesquisa com Professores de Escolas e com Alunos da Graduação em Matemática

PESQUISA AÇÃO: ACOMPANHANDO OS IMPACTOS DO PIBID NA FORMAÇÃO DOCENTE

como tutor, com a finalidade de estimular o processo de aprendizagem dos estudantes da

Mostra de Projetos Como ensinar os porquês dos conceitos básicos da Matemática, visando a melhora do processo ensino e aprendizado

EXPERIMENTAÇÃO EM SALA DE AULA: RESISTORES

A inserção de jogos e tecnologias no ensino da matemática

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

II ENCONTRO DE DIVULGAÇÃO DE ATIVIDADES DE PESQUISA, ENSINO E EXTENSÃO PIBID UENP: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

GUIA DE SUGESTÕES DE AÇÕES PARA IMPLEMENTAÇÃO E ACOMPANHAMENTO DO PROGRAMA DE INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA PIBID RELATÓRIO DE ATIVIDADES DO ALUNO BOLSISTA SUBPROJETO DE Semestre de 2011

OS CONHECIMENTOS MATEMÁTICOS NO ENSINO SUPERIOR: OUTRAS POSSIBILIDADES PARA A PRÁTICA DO PROFESSOR

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO RIO GRANDE DO NORTE CAMPUS CAICÓ

ANÁLISE DOS TEXTOS PRODUZIDOS POR UMA TURMA DO 3ºANO DO ENSINO MÉDIO À LUZ DOS CRITÉRIOS DO ENEM

TEORIA E PRÁTICA: AÇÕES DO PIBID/INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA. Palavras-chave: Ensino; Recomendações; Língua Estrangeira.

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR

Projeto de Redesenho Curricular

OLIMPÍADA BRASILEIRA DE MATEMÁTICA DAS ESCOLAS PÚBLICAS (OBMEP): EXPERIÊNCIAS VIVENCIADAS A PARTIR DO PIBID UEPB MONTEIRO

Um espaço colaborativo de formação continuada de professores de Matemática: Reflexões acerca de atividades com o GeoGebra

Colégio Cenecista Dr. José Ferreira

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

CONSIDERAÇÕES SOBRE USO DO SOFTWARE EDUCACIONAL FALANDO SOBRE... HISTÓRIA DO BRASIL EM AULA MINISTRADA EM LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA

UM ROTEIRO PARA A EXECUÇÃO DE ATIVIDADES EM UM PROJETO DE INCLUSÃO DIGITAL

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

A EXPLORAÇÃO DE SITUAÇÕES -PROBLEMA NA INTRODUÇÃO DO ESTUDO DE FRAÇÕES. GT 01 - Educação Matemática nos Anos Iniciais e Ensino Fundamental

SOB O DOMÍNIO DE NAPOLEÃO

CRIAÇÃO DO SITE DA DISCIPLINA DE EXPERIMENTAÇÃO E DA CENTRAL DE ANÁLISES ESTATÍSTICAS NA UTFPR-DV

UTILIZAÇÃO DE RECURSOS LÚDICOS NO PROCESSO ENSINO- APRENDIZAGEM DA MATEMÁTICA. Palavras-chave: Recursos lúdicos; ensino-aprendizagem; matemática.

INTERPRETANDO A GEOMETRIA DE RODAS DE UM CARRO: UMA EXPERIÊNCIA COM MODELAGEM MATEMÁTICA

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

AS REDES SOCIAIS COMO AUXÍLIO NA COMUNICAÇÃO DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO MUNICÍPIO DE ITAPERUNA- RJ

NOÇÕES DE VELOCIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL. Palavras Chave: Conhecimentos físicos. Noções iniciais de velocidade. Matemática na Educação Infantil.

O ENSINO DE FÍSICA NA VISÃO DOS ALUNOS DE UMA TURMA DE 2º ANO DO ENSINO MÉDIO: ESTUDO DE CASO EM UMA ESCOLA DO MUNICÍPIO DE ABAETETUBA PARÁ.

FACULDADE CENECISTA DE OSÓRIO CURSO DE EXTENSÃO PROJETO NOSSA ESCOLA PESQUISA SUA OPINIÃO - PÓLO RS CURSO ESCOLA E PESQUISA: UM ENCONTRO POSSÍVEL

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

FUTEBOL DE BOTÃO: RELATO DE EXPERIÊNCIA REALIZADA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Justificativa: Cláudia Queiroz Miranda (SEEDF 1 ) webclaudia33@gmail.com Raimunda de Oliveira (SEEDF) deoliveirarai@hotmail.com

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ACERCA DO PROJETO A CONSTRUÇÃO DO TEXTO DISSERTATIVO/ARGUMENTATIVO NO ENSINO MÉDIO: UM OLHAR SOBRE A REDAÇÃO DO ENEM

A Sustentabilidade e a Inovação na formação dos Engenheiros Brasileiros. Prof.Dr. Marco Antônio Dias CEETEPS

A EXTENSÃO EM MATEMÁTICA: UMA PRÁTICA DESENVOLVIDA NA COMUNIDADE ESCOLAR. GT 05 Educação Matemática: tecnologias informáticas e educação à distância

CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPERIMENTAÇÃO DE QUÍMICA NO ENSINO MÉDIO

PRÁTICA PROFISSIONAL INTEGRADA: Uma estratégia de integração curricular

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

V Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência INSERINDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO COPA DO MUNDO.

Um mundo de formas do concreto ao abstrato

01 UNINORTE ENADE. Faça também por você.

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

PROBLEMATIZANDO ATIVIDADES EXPERIMENTAIS NA FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES/AS

Orientações para informação das turmas do Programa Mais Educação/Ensino Médio Inovador

A AÇÃO DO PROFESSOR DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA NA FORMAÇÃO DE ALUNOS DE CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA SEMIPRESENCIAL

ATIVIDADES EXPERIMENTAIS PARA O ESTUDO DA ASTRONOMIA: CONSTRUINDO O SISTEMA SOLAR REDUZIDO

2. METODOLOGIA DO TRABALHO DESENVOLVIDO NA PASTORAL DO MENOR E DO ADOLESCENTE

Planejamento Anual

História e ensino da tabela periódica através de jogo educativo

Proposta de ensino da Segunda lei de Newton para o ensino médio com uso de sensores da PASCO. Carolina de Sousa Leandro Cirilo Thiago Cordeiro

Estadual de Ponta Grossa -Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Culturais gquimelli@uepg.br.

PROJETO DE MONITORIA ANUAL DEPARTAMENTO: INTERDISCIPLINAR DE RIO DAS OSTRAS RIR. Monitoria em Espaços culturais, memória e patrimônio

MODELAGEM MATEMÁTICA: PRINCIPAIS DIFICULDADES DOS PROFESSORES DO ENSINO MÉDIO 1

BRITO, Jéssika Pereira Universidade Estadual da Paraíba

UTILIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE SOFTWARES EDUCACIONAIS PARA PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS.

BRINCAR E APRENDER: A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL

AS TIRAS DA MAFALDA: CONTEÚDOS DE GEOGRAFIA NA LINGUAGEM DE QUADRINHOS

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

ANAIS DA 66ª REUNIÃO ANUAL DA SBPC - RIO BRANCO, AC - JULHO/2014

A ABORDAGEM DAS HISTÓRIAS EM QUADRINHO NOS LIVROS DIDÁTICOS DE QUÍMICA. Palavras-chave: Ensino de química; histórias em quadrinhos; livro didático.

REFORÇO AO ENSINO DE FÍSICA PARA CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

NORMAS PARA A APRESENTAÇÃO DOS ARTIGOS. Revista Interdisciplinaridade

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

A RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS NO ENSINO DAS PROPRIEDADES DE POTÊNCIAS

UNIÃO BRASILEIRA EDUCACIONAL UNIBR FACULDADE DE SÃO VICENTE

QUALIFICAÇÃO E PARTICIPAÇÃO DE PROFESSORES DAS UNIDADES DE ENSINO NA ELABORAÇÃO DE PROGRAMAS FORMAIS DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO PARA TUTORES - PCAT

Métodos de ensino-aprendizagem aplicados às aulas de ciências: Um olhar sobre a didática.

A UTILIZAÇÃO DE MATERIAIS ALTERNATIVOS NA CONSTRUÇÃO DE PROJETOS MUSEOGRÁFICOS VOLTADOS PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA

USO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO

OS JOGOS E O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DE LÌNGUA ESTRANGEIRA

Mostra de Projetos Mostra de Educação Ambiental

MAPAS CONCEITUAIS NAS PESQUISAS DO NÚCLEO DE ETNOGRAFIA EM EDUCAÇÃO

HISTÓRIA DO DIREITO: MESTRA DA EXPERIÊNCIA JURÍDICA

CALENDÁRIO 2014 MATERIAIS COMPLEMENTARES DIA 1 DE AGOSTO DIA DO ESTUDANTE

PEDAGOGIA EM AÇÃO: O USO DE PRÁTICAS PEDAGÓGICAS COMO ELEMENTO INDISPENSÁVEL PARA A TRANSFORMAÇÃO DA CONSCIÊNCIA AMBIENTAL

SUPERANDO TRAUMAS EM MATEMÁTICA

Relato de Grupo de Pesquisa: Pesquisa, Educação e Atuação Profissional em Turismo e Hospitalidade.

WALDILÉIA DO SOCORRO CARDOSO PEREIRA

Palavras-chave: aulas coletivas; motivação; execução musical; flauta transversal; prática interpretativa.

GRADUAÇÃO INOVADORA NA UNESP

Contexto da ação: Detalhamento das atividades:

JOGOS MATEMÁTICOS NO ENSINO MÉDIO UMA EXPERIÊNCIA NO PIBID/CAPES/IFCE

PROGRAMA ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA

11 de maio de Análise do uso dos Resultados _ Proposta Técnica

PORTARIA - FAFIA Nº 016/2014

Questionário do Pessoal Docente do Pré-escolar

COMISSÃO PRÓPRIA DE AVALIAÇÃO DA FACULDADE ARAGUAIA

Transcrição:

FÍSICA BRINCANDO E APRENDENDO (FI.BR.A.): DEMOSTRAÇÕES EXPERIMENTAIS, MOTIVANDO O APRENDIZADO DE FÍSICA NO ENSINO MÉDIO Área Temática: Educação: Educação Básica, Ensino Médio Equipe Executora: Antonio Marcos A. Veloso 1, Guilherme de M. Aguiar 2, Luciano Deichmann 2, Paulo Eduardo P. Rosa 1, Roberto V. dos Santos 1, Rosemeri Cruz Fagundes 1, Wellington Celestino dos Santos 2, Cyro S. Ketzer 3,, Irineu Mazzaro 3, Neide K. Kuromoto 3, Sérgio L. M. Berleze 3, Vanderley Veiga 3, Wilson Marques 3 e Tânia Braga Garcia 4 1 Aluno do curso de Física extensionista bolsistas, 2 Aluno do curso de Física extensionista voluntários, 3 Professor do Departamento de Física S.C. Exatas 4 Professora do Departamento de Teoria e Prática de Ensino S.Educação Universidade Federal do Paraná. Palavras-chave: Ensino de Física, Fundamental e Médio, Demonstrações O Projeto FiBrA- Física: Brincando e Aprendendo, é uma atividade direcionada a alunos do ensino médio que visitam os Laboratórios do Departamento de Física da UFPR. Este projeto tem como objetivo promover, divulgar, motivar e o aprendizado de Física para os alunos visitantes, como também oferecer aos alunos acadêmicos extensionistas uma oportunidade adicional de treinamento em didática experimental. As atividades constam de apresentações de experimentos de Física envolvendo fenômenos de Mecânica, Ondas, Fluidos, Calor, Eletricidade, Magnetismo e Óptica, em todos procura-se mostrar a correlação dos fenômenos com as observações do cotidiano. Os materiais utilizados são em sua maioria de grande simplicidade, no entanto equipamentos como, osciloscópios, fontes de alta tensão, laser, dão um toque especial nas demonstrações. Este é o quinto ano de apresentação do Projeto FiBrA, onde já passaram 12200 alunos do ensino médio com a participação de 35 extensionistas.

Introdução Há alguns anos, um grupo de professores do Departamento de Física, preocupados com o processo de ensino aprendizagem de ciências físicas, propuseram e realizaram cursos de aperfeiçoamento para professores do ensino médio (Pró-Ciências). Durante as discussões sobre a problemática do ensino e ações a serem tomadas, alguns professores propuseram trazer seus alunos para uma visita aos laboratórios da Universidade. Tais visitas começaram ocorrer com freqüência e para sua continuidade necessitava-se de uma estrutura mínima para não prejudicar as atividades didáticas das disciplinas ofertadas pelo Departamento. Uma das soluções foi o envolvimento dos alunos do curso de Licenciatura em Física, que inicialmente atuaram como voluntários. No ano de 2000, foi submetido um projeto a PROEC, solicitando alguns extensionistas para atuarem como apresentadores dos experimentos durante estas visitas. Por sugestões dos próprios bolsistas, inicialmente esta atividade recebeu o nome Fisicando na UFPR. Após esta iniciativa, iniciou-se de forma sistemática, durante os anos seguintes apresentações de experimentos simples, na forma de demonstrações, para alunos do ensino médio, dando origem assim, o que posteriormente denominamos de Fi.Br.A Física Brincando e Aprendendo. A falta de laboratórios e materiais didáticos adequados na maioria das escolas públicas, a não disponibilidade de museus interativos ou centro de ciências, entre outros elementos, são fatores que contribuem para que os conhecimentos de física sejam apresentados, na maioria das vezes, de forma não articuladas aos fenômenos que fazem parte do cotidiano dos alunos. Assim, para eles, a Física se apresenta como algo abstrato e de pouco interesse para a maioria das pessoas, já que se limitam a enxergá-la apenas como uma ciência baseada em aplicações de fórmulas matemáticas (CRESTANA, et Al 2002),(RODRIGUES e SILVA,1999). As atividades do Fi.Br.A. tem como objetivo principal apresentar a Física como uma ciência atraente e fundamental para a compreensão da maioria dos fenômenos que fazem parte do cotidiano. A compreensão dos conceitos básicos da Física dará aos alunos instrumentos para melhor enfrentar os desafios que surgirão

em sua vida, pois a ciência e a tecnologia têm avançado muito nos últimos anos e os alunos precisam estar preparados para compreender e se apropriar dos resultados desse desenvolvimento. Assim, o grande desafio do projeto FI.BR.A. é contribuir para a construção, pelos alunos, de uma outra perspectiva de entendimento sobre a ciência física e apresentar aos professores, opções adicionais, do ponto de vista experimental, para que se sintam estimulados a tornar seu ensino mais dinâmico e ao mesmo tempo, agradável. É relevante citar também que experiências anteriores mostraram que, com as apresentações dos experimentos nos laboratórios de Ensino de Física, os alunos se sentem motivados e cada vez mais curiosos em relacionar a Física com o cotidiano. Tal fato, então, poderá estimular um melhor desempenho, por parte deles, em sala de aula. As atividades no Projeto Fi.Br.A, visam fornecer uma oportunidade complementar para a divulgação, motivação e o aprendizado de Física, para todos os envolvidos: alunos do ensino médio, professores e acadêmicos do curso de Licenciatura em Física. Metodologia O elemento motivador do projeto está centrado na experimentação. Pesquisadores na área de ensino (BARBOSA, 1999, AXT,1991, THOMAZ, 2000) têm evidenciado a importância da introdução dos experimentos nas salas de aula do ensino médio. As atividades desenvolvidas pelos bolsistas até se chegar à etapa de apresentação durante as visitas das escolas ao Laboratório de Ensino de Física Experimental do Departamento de Física da UFPR, inicia-se com um trabalho intensivo na etapa de montagem de experimentos, observando e discutindo detalhes desse processo e os conceitos físicos envolvidos em cada demonstração. A partir das discussões pode-se identificar que existem várias maneiras de se iniciar e de conduzir a demonstração, quais etapas exigem maior importância e atenção, quais os conceitos físicos envolvidos nas práticas experimentais e sua relação com situações e elementos do cotidiano, etc. Assim, os alunos bolsistas selecionaram a

metodologia adequada para apresentar o experimento ou demonstração de forma mais descontraída, proporcionando aos alunos do ensino fundamental e médio que participam das demonstrações um rápido entendimento e, talvez o mais importante, despertando o senso de curiosidade dos participantes. As visitas durante 2004, foram previamente agendadas pelas escolas interessadas nos primeiros meses do ano e ocorreram nos períodos da manhã, tarde e noite, nas quartas e quintas-feiras. Uma turma típica com 40 alunos era dividida em grupos de 20 alunos e cada grupo se dirigia a um laboratório, de forma que simultaneamente eram utilizados dois laboratórios: experimental A, contendo experimentos de mecânica, hidrostática, ondas e acústica; e experimental B, contendo experimentos de eletrostática, eletromagnetismo e óptica. As demonstrações foram feitas sempre pelos bolsistas de extensão. Para verificar se os objetivos propostos no projeto foram atingidos foi elaborado um questionário para os professores e alunos responderem após o término das apresentações. Esse questionário inclui perguntas referentes à opinião individual, com relação ao trabalho realizado no laboratório pelos alunos bolsistas, interesse pelo assunto abordado, interação aluno-experimento e interesse em voltar. Resultados e Conclusões Em 2004, recebemos 2852 alunos, acompanhados pelos 48 professores responsáveis pelas turmas, de 33 escolas ou colégios dos quais 95% foram escolas públicas. Foram realizados 85 horários apresentações. O gráfico da figura 1, mostra o número de alunos recebidos nestes 5 anos de atividades do projeto, o que representa uma quantidade significativa que por si só é indicativo da relevância e abrangência do projeto. Como em anos anteriores, recebemos também, várias escolas fora da região metropolitana de Curitiba, tivemos presentes escolas das cidades de Lapa, Bocaiúva do Sul, Paranaguá. Os extensionistas são alunos do curso de Licenciatura em Física. Neste ano, foram 4 bolsistas e 2 atuaram como voluntários. A figura 1.b, mostra a evolução do número de extensionistas participantes nos últimos 5 anos.

3000 2992 3113 11 Número de visitantes 2000 2852 2099 1180 1000 0 2000 2001 2002 2003 2004 a) ano de atuação do FiBrA extensionistas 10 8 6 4 2 0 b) 7 6 6 5 2000 2001 2002 2003 2004 ano de atuação do FiBrA Figura 1. Evolução do número de participantes no projeto Fi.Br.A. a) visitantes b) extensionistas

A figura 2 mostra duas imagens colhidas durante as apresentações, as quais permitem observar o ambiente descontraído envolvendo os participantes. Figura 2. Alunos do ensino médio durante as apresentações O projeto Fi.Br.A esteve presente durante a Feira de Profissões em 2004 e 2005. Para esta atividade externa foram selecionados em torno de 10 demonstrações e foram apresentadas em regime contínuo, durante os 3 dias do evento, com auxilio de acadêmicos do curso de física que atuaram como voluntários. Estima-se que circularam pela sala da Física mais de 10.000 alunos. A análise dos questionários pôde-se perceber a importância das atividades de observação e de experimentação. Muitos dos participantes, 95%, responderam que gostaram das apresentações porque eram diferentes, ou seja, porque fugiam da forma tradicional de como a física lhes é apresentada na sala de aula. Os alunos opinaram também sobre sua preferência pelos experimentos. Temas de eletromagnetismo e óptica foram os preferidos pelos alunos e que dentre eles, aqueles que proporcionaram maior interação entre aluno/ experimento tiveram maior preferência. Quantos às situações vivenciadas pelos alunos extensionistas, podem-se destacar vários elementos relacionados a sua formação acadêmica, dentre eles a possibilidade de aprofundamento dos conhecimentos de física e ampliação das atividades voltadas ao ensino. Para estes acadêmicos e possivelmente futuros professores, as atividades são um verdadeiro laboratório vivencial, onde podem

criar, inovar, isto é, treinar suas competências na busca das formas mais adequadas comunicação com os alunos e modo de envolve-los no processo de ensinoaprendizagem. Muitas vezes foi preciso introduzir brincadeiras e histórias nas apresentações, de forma a se obter maior interesse por parte dos alunos. Acreditamos que os resultados mostram o sucesso da interação entre a comunidade (maioria escolas públicas) e a Universidade (departamento e coordenação do curso de Física), com ganhos acadêmicos não expressos de forma quantitativa, mas que claramente se refletem nas atividades formativas das partes envolvidas, ou seja, dos alunos do ensino médio e dos alunos do curso de graduação em física. Referências CRESTANA, Silvério, HAMBURGER, Ernst W., SILVA, Dilma M., MASCARENHAS, Sergio, Ed. Educação para a Ciência - Curso de Treinamento em Centros e Museus de Ciências. Vários artigos mostrando a importância, desenvolvimento, perspectivas e formas de atuação dos museus e centros de ciências no Brasil, Editora Livraria da Física Ltda, São Paulo, 2002. RODRIGUES, Rafael de Lima e SILVA, José Pereira, Aulas. Práticas de Física no Ensino Médio. In: XIII SIMPÓSIO NACIONAL DE ENSINO DE FÍSICA (1999 : Brasília). Anais. Brasília : UFB, 1999, p. 81. BARBOSA, Joaquim de Oliveira., Investigação do papel da experimentação na construção de conceitos em eletricidade no ensino médio, Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis-UFSC, vol.16, n o 1, p.105-122, abril 1999. AXT, Rolando, O papel da experimentação no ensino de ciências, em Moreira,M.A. e Axt,R., Tópicos em Ensino de Ciências, Sagra, 1991. p. 79-80. THOMAZ, Marília Fernandez, A experimentação e a formação de professores de ciências: uma reflexão, Caderno Catarinense de Ensino de Física, Florianópolis- UFSC, vol.17, n o 3, p.360-369, dez. 2000.

Coordenador do Projeto: Fi.Br.A: Física Brincando e Aprendendo- UFPR Prof. Irineu Mazzaro, mazzaro@fisica.ufpr.br Departamento de Física Setor de Ciências Exatas