5.RELATO DA INICIATIVA OU PROJETO



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Transcrição:

5.RELATO DA INICIATIVA OU PROJETO 5.1 Nome da Iniciativa ou Projeto ESTRUTURAÇÃO DO SERVIÇO PRESTADO NO PRONTO ATENDIMENTO DA PRAIA DO SUÁ ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA - UMA PROPOSTA DE NORMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO, NOTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTO 5.2 Caracterização da Situação Anterior No Pronto Atendimento Municipal da Praia do Suá (PAPS), o atendimento a casos de violências são frequentes, no entanto a unidade carecia do desenvolvimento de metodologias que permitissem o acolhimento das pessoas em situação de violência oferecendo-lhes atenção oportuna, eficaz, segura e ética. Anteriormente à implementação desse projeto, a identificação desses casos ficava restrita a alguns profissionais e tantos outros sequer dispunham de informações básicas a permitir-lhes o diagnóstico do problema. Assim, evidenciou-se a necessidade de preparo técnico dos diversos profissionais do serviço para a identificação de maus tratos, das situações de risco e dos sinais de alerta. 5.3 Descrição da Iniciativa ou Projeto Mais do que definir um protocolo burocrático de fluxos, este projeto tem a pretensão de propor um verdadeiro serviço ao Pronto Atendimento da Praia do Suá, voltado às pessoas em situação de violência. Entendendo que as unidades de serviços precisam dar respostas efetivas às pessoas em situação de violências muitas vezes com lesões, traumas físicos e emocionais as mesmas devem preparar-se e equipar-se para tal. 5.3.1 Objetivos que se propôs e resultados visados Estruturar o serviço prestado às pessoas em situação de violência no PAPS, normatizando o atendimento, a notificação e o encaminhamento das mesmas; Estabelecer fluxograma interno para o atendimento às pessoas em situação de violência; Compartilhar com a equipe multiprofissional do serviço a importância da notificação dos casos de violência; Realizar capacitações temáticas com intuito de sensibilizar os profissionais do PAPS; Pactuar com a rede municipal e estadual o encaminhamento e acompanhamento dos casos notificados;

Acompanhar os casos notificados e encaminhados para a rede de proteção; Propor ações e campanhas educativas de prevenção da violência. Melhorar a qualidade e eficiência do acolhimento e encaminhamento das pessoas em situação de violência que buscam atendimento no PAPS; Disponibilizar para conhecimento de toda equipe do PAPS o mapeamento da rede de proteção para pessoas em situação de violência existente no município de Vitória; Dotar os profissionais, que atuam no atendimento, de ferramentas adequadas para o manejo dos casos identificados; Garantir a notificação e encaminhamento aos órgãos competentes de cem por cento dos casos de violência identificados na unidade do PAPS. 5.3.2 Público-alvo da Iniciativa ou Projeto PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA - Entendendo que as unidades de serviços precisam dar respostas efetivas às pessoas em situação de violências muitas vezes com lesões, traumas físicos e emocionais as mesmas devem preparar-se e equipar-se para tal e, paralelamente, implementar políticas públicas de combate à violência, criando estratégias de prevenção multisetoriais, com o compromisso final de promoção da cidadania. 5.3.3 Concepção e trabalho em equipe A idéia partiu do Serviço Social do PAPS, uma vez que o mesmo constantemente era acionado pelos médicos e enfermeiros do serviço, acerca de pacientes em situação de violência, sem que os mesmos tivessem uma idéia clara dos fluxos necessários a seguir, a partir da identificação dos fatos. Foi então proposto a Direção do PAPS a capacitação dos profissionais e a implementação do serviço de atendimento e notificação aos casos de pessoas em situação de violência atendidas no serviço, e assim foi realizado. 5.3.4 Ações e etapas da implementação Para a implementação deste projeto, foram necessárias as seguintes etapas de execução: 1. Apresentação da proposta à Direção do PAPS; 2. Realização de diagnóstico local e mapeamento da rede de proteção; 3. Estabelecimento de parceria com o Núcleo de Prevenção à Violência (NUPREVI), Programa Saúde do Idoso, Escola Técnica do SUS (ETSUS- Vitória) e Centro de Atendimento às Vítimas de Violência Doméstica (CAVVID), para realização das capacitações;

4. Sensibilização dos profissionais do PAPS para o tema abordado; 5. Reunião com a coordenação do projeto e facilitadores para definir a agenda de reuniões do grupo e o cronograma das capacitações; 6. Elaboração de folders educativos para campanhas de combate à violência, a exemplo do elaborado para a campanha relativa à violência contra a mulher (ANEXO II); 7. Realização de capacitação, com reuniões mensais, nos turnos vespertinos e noturnos, sobre temas específicos (ANEXO III), possibilitando momentos de troca de experiências, discussão de casos e reflexão dos profissionais em relação à violência. Desde já, destacam-se os temas: -Vigilância de Acidentes e Violências; -Violência contra a Criança e o Adolescente; -Violência contra a Mulher; -Violência contra o Idoso. 8. Adequação e validação do fluxograma de atendimento e encaminhamento das pessoas em situação violência atendidas no PAPS (ANEXO V); 9. Reunião para apresentação e validação dos fluxogramas (internos e externos); 10. Pactuação com a rede de referência; 11. Apresentação da ficha de notificação e treinamento para o preenchimento; 12. Início da notificação; 13. Monitoramento e avaliação. 5.3.5 Recursos Utilizados (recursos humanos, financeiros, materiais, tecnológicos etc.) Para implantação deste projeto de intervenção, foram utilizados recursos já existentes no PAPS e profissionais que exercem suas atividades como servidores, pertencentes a diversas Secretarias da Prefeitura Municipal de Vitória. As capacitações e treinamentos foram realizados no auditório do PAPS. Os materiais permanentes, como data show e computador, foram disponibilizados pela SEMUS. Os materiais didáticos e de consumo, como cartolina, pincéis, folha chamex, caneta e reprografia, foram cedidos pelo PAPS. As fichas de notificação foram disponibilizadas pelo NUPREVI. 5.3.6 Por que considera que houve utilização eficiente dos recursos na Iniciativa ou Projeto? Existem questões que não se podem mensurar somente com números, e a implementação deste projeto no PAPS é um destes casos. Embora a utilização de recursos tenha sido mínima, não sendo

necessário contratação de pessoal e os recursos materiais já estivessem disponíveis dentro daqueles padronizados para o serviço, o ganho de conhecimento aos servidores e a melhoria do atendimento prestado a população em situação de violência que procura o PAPS, é imensurável. A possibilidade de notificação dos casos, com identificação do perfil de vítima e agressor pode ser levantado como primeiro ponto positivo, pois a partir dessas informações, será possível um diagnóstico adequado, para elaboração e implementação de políticas públicas e ações que dêem conta da violência em nosso município. Ainda podemos dizer, que um segundo ganho, não menor que o primeiro, diz respeito a construção e pactuação de redes de atenção à pessoa em situação de violência, que deixou de receber simplesmente uma medicação para sua dor e passou a receber o suporte adequado, de acordo com a situação apresentada. Muitos outros ganhos vêm sendo observados no processo, como a capacitação e sensibilização dos profissionais do PAPS em relação às pessoas em situação de violência, dentre outras. 5.4 Caracterização da Situação Atual Atualmente, os casos suspeitos ou confirmados de violência são encaminhados pelos enfermeiros até o S.Social que faz a escuta prévia e encaminha e acompanha o atendimento clínico, em seguida o S.Social aciona imediatamente o Conselho Tutelar ou outros, através de formulário padronizado, para que sejam tomadas as medidas protetivas, enviando cópia do relatório para a rede de proteção, onde serão acompanhados. O fluxo a ser seguido é definido de acordo com a especificidade de cada caso, se violência física ou violência sexual com lesão, sem lesão, negligência, maus tratos, violência autoinfligida, etc. Para cada caso de violência os fluxos de atendimento foram definidos e a rede de proteção mapeada. Posteriormente, realiza a notificação da violência através do preenchimento da FICHA DE NOTIFICAÇÃO/IVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL DE VIOLÊNCIA DOMÉTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS. 5.4.1 Mecanismos ou métodos de monitoramento e avaliação de resultados e indicadores utilizados Os casos notificados são monitorados através da Planilha de Acompanhamento de Casos Notificados - PAPS/2011 (ANEXO IV).

PLANILHA DE ACOMPANHAMENTO DE CASOS NOTIFICADOS PAPS 1 NOME IDADE SEXO BAIRRO/ MUNICÍPIO TIPO DE VIOLÊNCIA DATA DA NOTIFICAÇÃO L.R.M.S 24 F J.DE NAZARET V. FÍSICA 25/05/2011 L.B 25 F JABOUR V. FÍSICA 30/05/2011 S. B. 61 M J. CAMBURI T. DE SUICÍDIO 01/06/2011 M. D AJUDA B. S. 66 F CRUZAMENTO MAUS TRATOS 06/06/2011 C. A. D. 48 F VIANA V. FÍSICA 06/06/2011 A. A DOS S. 73 F S. DUMONT MAUS TRATOS 06/06/2011 A. R. M. 33 F JABOUR AUTO INFLIGIDA 09/06/2011 A. M. R. DO N. 35 F SERRA T. DE SUICÍDIO 10/06/2011 P. B. 30 F JABURÚ V. FÍSICA 13/06/2011 M. DA S.R. 30 F JABURÚ V. FÍSICA 13/06/2011 M. M. C. 42 M S. HELENA AUTO INFLIGIDA 15/06/2011 Z. M. M. R. 64 F M. CIPRESTE V. FÍSICA 20/06/2011 V. F. 44 F GRANDE VITÓRIA V. FÍSICA 20/06/2011 E. R. A. DOS S. 27 F SANTO ANDRÉ V. FÍSICA 27/06/2011 R. A. J. 9 M CRUZAMENTO NEGLIG/ I.EXOG. 29/06/2011 J. T. S. DE A. 5 M S.HELENA NEGLIG/ I.EXOG. 29/06/2011 V.A. P. 41 F JABOUR T. DE SUICÍDIO 01/07/2011 L. M. R. 25 F CARIACICA T. DE SUICÍDIO 05/07/2011 A.S. 28 F CARIACICA V. FÍSICA 18/07/2011 R. DE S. P. 45 F J. DA PENHA T. DE SUICÍDIO 20/07/2011 T. M. 84 F J. CAMBURI MAUS TRATOS 21/07/2011 L. M. SANT'ANNA R. 19 F M. DO MOSCOSO T. DE SUICÍDIO 25/07/2011 M. DOS S. S. 30 F CARIACICA V. FÍSICA 01/08/2011 J. M. DA S. M. 65 F CARIACICA I. EXÓGENA 10/08/2011 C. L. T. 40 F TABUAZEIRO T. DE SUICÍDIO 15/08/2011 P. D. DOS S. 22 M CENTRO T. DE SUICÍDIO 18/08/2011 R. L. T. 42 M SANTA LUIZA T. DE SUICÍDIO 22/08/2011 L. N. F. DE O. 1 F ILHA DO PRÍNCIPE I. EXÓGENA 25/08/2011 L. A. F. 17 F B. REPÚBLICA T. DE SUICÍDIO. 29/08/2011 S. F. B. 27 F CARIACICA T. DE SUICÍDIO 31/08/2011 J.M. DA S. 17 M CENTRO V. FÍSICA 01/09/2011 F. F. DOS S. 34 F PRAIA DO SUÁ T. DE SUICÍDIO 01/09/2011 1 Para preservar a identidade das vítimas optamos por inserir na planilha, apenas as iniciais dos nomes de cada uma delas.

L. G. P. 62 F BAIRRO DA PENHA MAUS TRATOS 01/09/2011 M. A. C. A. 41 F BONFIM T. DE SUICÍDIO 03/09/2011 B. DE J. DE O. 18 F S. BENEDITO V. FÍSICA 05/09/2011 M. A. P. 67 M CARIACICA V. FÍSICA 15/09/2011 E. F. 32 M BELA VISTA V. SEXUAL 19/09/2011 M. DE L. B. 63 F ILHA DO PRÍNCIPE T. DE SUICÍDIO 11/10/2011 R.R S. DE O. 21 F SERRA V. SEXUAL 11/10/2011 M. C. R. P. N. 16 F PRAIA DO SUÁ V. FÍSICA 12/10/2011 K. S. L. 37 F SERRA V. FÍSICA 21/10/2011 E. F. DE S. 47 M CENTRO T. DE SUICÍDIO. 22/10/2011 R. DE F. C. 3 F DO QUADRO NEGLIGÊNCIA 25/10/2011 R. DE F. C. 5 F DO QUADRO NEGLIGÊNCIA 25/10/2011 M. C. DE M. N. 71 M CARIACICA MAUS TRATOS 26/10/2011 G. DE S. D. 47 F JUCUTUQUARA V. FÍSICA 28/10/2011 R. DE S.D. C. 20 F S.PEDRO V V. FÍSICA 04/11/2011 L. V. L. 31 F FRADINHOS V. FÍSICA 14/11/2011 P. DOS S. 31 F B. DA PENHA I. EXÓGENA 14/11/2011 M. N. DE O. 13 M ILHA DO PRINCÍPE V. FÍSICA 16/11/2011 A. M. B. 57 F J. DE NAZARETH V. FÍSICA 17/11/2011 J. G. P. DOS S. 02 M CARIACICA NEGLIGÊNCIA 22/11/2011 K.F. DA S. 22 F ILHA DAS DAIEIRAS T. DE SUICÍDIO 28/11/2011 5.4.2 Resultados quantitativos e qualitativos concretamente mensurados A violência perpassa diferentes tipologias. Todos os tipos de violência podem levar a diversos efeitos colaterais, impactando diretamente a saúde física e mental das vítimas e também dos agressores. A violência é um fenômeno concreto que ocorre em cada estado e município de forma especifica. Assim, se evidencia a necessidade de estudos locais e específicos para que se compreenda adequadamente cada realidade abordada. A partir das notificações realizadas no PAPS foi possível identificar que no Município de Vitória a violência está disseminada entre as diversas faixas etárias, a vítima com menor idade possui apenas 01 (um) ano e a de maior idade 81 anos (oitenta e um ). Após o início das notificações em 25/ 05/2011, 56 (ciquenta e seis) casos de violência foram identificados, e aponta que, dentre as causas externas, a violência física e a tentativa de suicídio são

as que lideram o ranking das violências nos atendimentos realizados no PAPS, sendo 21 casos de violência física, dessas 18 vitimas do sexo feminino e 03 do sexo masculino e 17 casos de tentativa de suicídio por sobredosagem/envenenamento, dessas 12 vitimas do sexo feminino e 04 (quatro) do sexo masculino. Chama atenção ainda, a violência contra idosos, com 11 casos identificados, desses 05 sofreram maus tratos, sendo que 03 foram a óbito. 5.5 Lições Aprendidas Ficou evidente que para atuar de forma eficaz nos desdobramentos da violência é preciso o comprometimento de toda a equipe do PAPS, da integralidade das ações e da resolutividade na assistência prestada, sobretudo pela característica deste serviço que lida com profissionais plantonistas que atuam em turnos de doze horas, no período diurno e noturno. Essa característica do serviço de plantão, muitas vezes não permitia que houvesse continuidade das ações desenvolvidas, por não haver um fluxo de responsabilização adequado às atribuições de cada profissional na sequência do atendimento às pessoas em situação de violência. 5.5.1 Soluções adotadas para a superação dos principais obstáculos encontrados Não houve obstáculos a iniciativa. Muito pelo contrário, desde a Direção, até os profissionais do PAPS, a proposta foi muito bem recebida. 5.5.2 Fatores críticos de sucesso O apoio da Direção do PAPS, o estímulo dos colegas do NUPREVI e do Serviço Social do PAPS foram fatores fundamentais para o sucesso da iniciativa, ainda a determinação dos profissionais que participaram das capacitações e estão colocando em prática o que foi aprendido, favorecendo assim a identificação das pessoas em situação de violência atendidas neste serviço, bem como o encaminhamento adequado das mesmas para a rede de proteção onde serão acompanhadas. Medida obrigatória e primeiro passo à implementação do que se busca com o presente trabalho, a notificação permite o conhecimento das dimensões, formas, vítimas e agentes da violência, possibilitando o desenvolvimento das demais ações de prevenção e assistência, bem como a correta avaliação dos seus resultados.

5.5.3 Por que a Iniciativa ou Projeto pode ser considerado uma inovação? Anteriormente à implementação do projeto ESTRUTURAÇÃO DO SERVIÇO PRESTADO NO PRONTO ATENDIMENTO DA PRAIA DO SUÁ ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA - UMA PROPOSTA DE NORMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO, NOTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTO, no PAPS não havia uma normatização do serviço voltado para as pessoas em situação de violência, tão pouco notificação dos casos atendidos. Entendemos que pela característica de um Serviço de Pronto-Atendimento, que se propõe a atender situações de urgência e emergência, com funcionamento de vinte e quatro (24) horas, estes estão mais propícios a representarem a porta de entrada principal, para pessoas em situação de violência. A partir dessa iniciativa pioneira o PAPS passou a ser o único da região metropolitana de Vitória e do Estado do Espírito Santo a ter um serviço voltado para melhoria no acolhimento e atendimento das pessoas em situação de violência, e também o único a notificar os casos de violências identificados através da ficha de notificação, construindo indicadores que serão utilizados pelo NUPREVI/SINAN, além de encaminhar as pessoas em situação de violência para a rede de proteção, conforme especificidade de cada caso. Os fluxos de atendimento às pessoas em situação de violência foram definidos e a rede de proteção mapeada. Vários profissionais, que exercem suas atividades nos períodos diurno e noturno, no PAPS, foram sensibilizados para as questões da violência através de capacitações e treinados para o preenchimento da FICHA DE NOTIFICAÇÃO/ INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL VIOLÊNCIA DOMESTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLÊNCIAS. Houve uma significativa melhoria na identificação dos casos de violências e as pessoas em situação de violências são atendidas de forma a não sofrerem revitimizações, já que não precisam repetir para diversos profissionais do serviço os fatos/história da violência sofrida.

ANEXOS

ANEXO I FORMULÁRIO DE SOLICITAÇÃO DE INTERVENÇÃO DO CONSELHO TUTELAR I

ANEXO II FOLDER CAMPANHA CONTRA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

ANEXO III- CRONOGRAMA DA CAPACITAÇÃO CAPACITAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO DO PROJETO ESTRUTURAÇÃO DO SERVIÇO PRESTADO ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO PRONTO ATENDIMENTO DA PRAIA DO SUÁ - UMA PROPOSTA DE NORMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO, NOTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTO TURMA 1 HORÁRIO: 18:00 AS 23:00HS LOCAL: AUDITORIO PAPS CARGA HORARIA TOTAL: 20:00 HS DATA HORARIO ASSUNTO FACILITADOR 24/03/2011 13:00 as 15:30 Vigilância acidentes e violências SEMUS/NUPREVI 15:30 as 18:00 Crianças e adolescentes em situação de violência SEMUS/ ETSUS- VITÓRIA 07/04/11 13:00 as 15:30 Mulheres em situação de violência SEMCID/ CAVVID 15:30 as 18:00 Pessoa idosa em situação de violência SEMUS/ SAUDE IDOSO 14/05/2011 18:00 as 23:00 Reunião para apresentação e validação dos fluxos ( internos e externos) de atendimento, notificação e encaminhamento das pessoas em situação de violência no PAPS PAPS/ NUPREVI 22/05/2011 13:00 as 18:00 Treinamento para preenchimento da FICHA DE NOTIFICAÇÃO/ INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL VIOLENCIA DOMESTICA, SEXUAL PAPS/ NUPREVI E/OU OUTRAS VIOLENCIAS CAPACITAÇÃO PARA IMPLANTAÇÃO PROJETO ESTRUTURAÇÃO DO SERVIÇO PRESTADO ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA NO PRONTO ATENDIMENTO DA PRAIA DO SUÁ - UMA PROPOSTA DE NORMATIZAÇÃO DO ATENDIMENTO, NOTIFICAÇÃO E ENCAMINHAMENTO TURMA 2 HORÁRIO: 18:00 AS 23:00HS LOCAL: AUDITORIO PAPS CARGA HORARIA TOTAL: 20:00 HS DATA HORARIO ASSUNTO FACILITADOR 24/03/2011 18:00 as 21:30 Vigilância acidentes e violências SEMUS/NUPREVI 21:30 as 23:00 Crianças e adolescentes em situação de violência SEMUS/ ETSUS-VITÓRIA 13/04/2011 18:00 as 21:30 Mulheres em situação de violência SEMCID/ CAVVID 21:30 as 23:00 Pessoa idosa em situação de violência SEMUS/ SAUDE IDOSO 14/05/2011 18:00 as 23:00 22/05/2011 13:00 as 18:00 Reunião para apresentação e validação dos fluxos (internos e externos) de atendimento, notificação e encaminhamento das pessoas em situação de violência no PAPS Capacitação para preenchimento da FICHA DE NOTIFICAÇÃO/ INVESTIGAÇÃO INDIVIDUAL VIOLENCIA DOMESTICA, SEXUAL E/OU OUTRAS VIOLENCIAS PAPS/ NUPREVI PAPS/ NUPREVI

ANEXO IV- PLANILHA DE ACOMPANHAMENTO DE CASOS NOTIFICADOS PAPS PLANILHA DE ACOMPANHAMENTO DE CASOS NOTIFICADOS PAPS NOME N PRONT. IDADE SEXO BAIRRO/ MUNICÍPIO TIPO/ VIOLÊNCIA DATA DA NOTIFICAÇÃO

ANEXO V FLUXO DE ATENDIMENTO ÀS PESSOAS EM SITUAÇÃO DE VIOLÊNCIA

ANEXO VI MAPEAMENTO DA REDE DE ATENDIMENTO/ PROTEÇÃO