UMA RELEITURA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA NO CONTEXTO ESCOLAR MARIA MAZARELO RODRIGUES DE LIMA



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Transcrição:

1 UMA RELEITURA SOBRE A IMPORTÂNCIA DA BIBLIOTECA NO CONTEXTO ESCOLAR MARIA MAZARELO RODRIGUES DE LIMA INTRODUÇÃO Compreende-se que na promoção de ações de estímulo à leitura, a escola tem como instrumento importante o espaço da biblioteca, no qual o aluno pode ter acesso a uma grande variedade textual. No entanto, notou-se, no contexto analisado, que a biblioteca se configurava como um local restrito à consulta dos conteúdos dados em sala de aula e transcrição de textos para o caderno. Este fenômeno pôde ser constatado em questionamentos feitos aos alunos sobre suas preferências literárias. A maioria afirmou não tê-las por não gostar de ler, achando ser esta uma atividade de difícil compreensão e por isso desgastante. Também os professores desta unidade de ensino ofereciam resistência em recorrer ao espaço da biblioteca para realização de atividades com os alunos, para consulta ou empréstimo de livros. Em plantões pedagógicos, professores costumam apontar como causa para o baixo rendimento escolar, a falta de interesse do aluno pela leitura Observa-se que a prática da leitura, apesar de estar no universo da criança antes mesmo dela conhecer a escola, tem sido muitas vezes, explorada de maneira equivocada e desestimulante, restringindo-se, com frequência, a uma mera decifração de códigos que desconsidera os conhecimentos prévios dos alunos. Neste contexto, a leitura se distancia de sua função social. O presente estudo tem como objetivo estimular o gosto pela leitura na perspectiva de promover a emancipação do saber através de atividades de pesquisa bibliográfica, com enfoque de gênero, reconhecendo a leitura e a escrita como recursos empregados para contribuir no processo de ensino e aprendizagem e também como

2 elemento importante para o ingresso e a participação do aluno na vida social, tendo, neste contexto, a biblioteca como espaço prioritário para intervenção nesse sentido. Entendendo o ato de leitura como uma forma de estabelecer uma relação com o mundo se faz necessário a criação de ambientes onde o aluno expresse suas idéias e experimente através da interação com professores e colegas, construir e reconstruir o conhecimento a partir da leitura crítica. De acordo com Andrade e Blattmann (1998) as ações que estimulam o hábito da leitura são fatores que influenciam o aprendizado nos diversos momentos da vida e os serviços bibliotecários de incentivo à leitura, associados ao processo de ensino aprendizagem, favorecem o desenvolvimento e consolidação do hábito de leitura nos alunos. REFERENCIAL TEÓRICO O desenvolvimento deste trabalho utilizou como pressuposto as teorias cognitivistas que valorizam a construção biológica, histórica, social e cultural do sujeito da aprendizagem. A teoria piagetiana dá a sua contribuição para esta proposta, no que se refere à construção do conhecimento destacando os estímulos externos e internos. Para Piaget, só através da ação, ou na interação entre o ser humano e os objetos, constroem-se formas de pensamento. Neste sentido, cabe ao mediador do processo de ensino e aprendizagem da leitura criar situações para que os alunos façam uso desses objetos. A teoria de Vygotsky destaca que o homem se forma e produz através da linguagem, ou seja, pela interação com outros sujeitos. O sujeito que se forma é um sujeito interativo que elabora seus conhecimentos através dos objetos, num processo mediado pelo outro. O conhecimento tem origem nas relações sociais, sendo produzido na intersubjetividade e traçado por condições sociais, culturais e históricas. A aprendizagem exerce uma função primordial para o desenvolvimento do saber e a produção do conhecimento. No processo ensino e aprendizagem ocorre uma relação recíproca entre quem aprende e quem ensina.

3 Neste sentido cabe ao professor o papel de interventor, desafiador, mediador e provocador de situações que levam os alunos a aprenderem a aprender. Aprender é de certa forma, descobrir com seus próprios instrumentos de pensamentos, conhecimentos institucionalizados socialmente. Sabendo-se que o ato de ler se constitui, enquanto experiência individual e social, a proposta de intervenção descrita a seguir produz maior alcance à ação do professor no processo de mediação de conhecimentos. METODOLOGIA O estudo foi realizado numa escola municipal da cidade do Paulista e teve como público alvo 340 alunos entre 09 e 17 anos de idade, estudantes das 3ª à 8ª séries do ensino fundamental e compreendeu o período de agosto a novembro de 2009. O mesmo foi desenvolvido em três etapas: Sensibilização e apresentação aos professores, alunos, funcionários, pais ou responsáveis e equipe técnica pedagógica da escola, construção de planejamento coletivo e a avaliação. Na intenção de estimular o gosto pela leitura a intervenção mediadora deste processo tomou como ponto de partida a realidade do contexto escolar no que se refere à prática da leitura, as vivências da comunidade e a maneira como as relações existentes nela se refletem no cotidiano da escola. Nesse contexto por ser observada a inquietação de estudantes do sexo feminino com as situações de violência e discriminação sofrida por elas no espaço escolar, a inclusão dos temas transversais enfocando questões de gênero foi contemplada por decisão coletiva. Todos os envolvidos optaram pela exposição oral de trabalhos de pesquisa sobre personagens femininas que deixaram legado sócio histórico e cultural para o Estado de Pernambuco tendo sua culminância com a escolha, pelo voto direto, de um nome para a biblioteca escolar. Procurou-se formar a identidade da biblioteca caracterizando-a como um espaço agradável de interação, de construção de conhecimento, onde alunos, professores,

4 funcionários e comunidade pudessem explorar de forma metódica, dinâmica e prazerosa a variedade de textos existentes nela. Todo o planejamento, de caráter exploratório, foi ancorado na teoria construtivista sociointeracionista e afinado com os Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Portuguesa e os Temas Transversais. Todas as pesquisas foram feitas em equipes orientadas pelos (as) professores (as) facilitadores (as) de cada turma cabendo aos mesmos fornecer subsídios e elencar coletivamente os critérios a serem considerados para a apresentação dos seminários. RESULTADOS A proposta de se fazer um concurso para eleger um nome para a biblioteca foi bem recebida pela comunidade escolar. Na medida em que se deu a socialização dos trabalhos ela perdeu o seu caráter competitivo. Mesmo tendo sido escolhido apenas um nome para a biblioteca os outros nomes pesquisados contemplaram todas as salas de aula e o pátio da escola. A mesma se realizou de forma dinâmica e interativa e alcançou resultados além do esperado. As ações voltadas para o estímulo à leitura vividas neste contexto escolar motivaram professores e alunos a procurarem formas mais dinâmicas de interagir em sala de aula melhorando assim a relação professor- aluno. Além de proporcionar uma melhora significativa na expressão oral dos mesmos e concentração em outros trabalhos escolares esta intervenção resultou no aumento da procura por livros, por sugestões de leitura e exploração do acervo. Também foram elencados como aspectos positivos a troca espontânea do recreio pela visita à biblioteca da escola, o aumento significativo de empréstimos de livros e a inscrição de voluntários para fazer a catalogação de livros recebidos. CONSIDERAÇÕES FINAIS A prática da leitura está no universo da criança antes dela ingressar na escola, esta ação ocorre a partir da compreensão de coisas que podem ser lidas, das expressões dos outros no ato da leitura e no manuseio de livros ou revistas. Portanto, o indivíduo

5 que está na escola tem a predisposição para gerar conhecimento a partir da sua interação no ambiente de ensino e aprendizagem. Tal evento demanda ações estimulantes no sentido favorecer a construção do conhecimento. Os alunos envolvidos neste trabalho mostravam-se resistentes à prática de leitura, embora recorressem aos livros para as atividades escolares, indicando assim um distanciamento entre a leitura e sua função social. Segundo Paulo Freire (2003) o ato de ler é um processo que envolve uma compreensão crítica e que não se esgota na decodificação pura da palavra escrita. A partir desta afirmação podemos dizer que o processo de leitura deve ser mediado através de ações de estímulo à leitura, e que cabe à escola, neste contexto, despertar nos alunos o gosto pela leitura e conseqüentemente, o desejo pelo desenvolvimento contínuo. REFERÊNCIAS ANDRADE, Araci Isaltina de. Atividades de incentivo à leitura em bibliotecas escolares: biblioteca do Colégio Estadual Simão Hess. Florianópolis, 1997. (Relatório do projeto de extensão - Departamento de Biblioteconomia e Documentação da UFSC) Disponível em <http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/leitura.html>. Acesso em 19 de setembro de 2010. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1990 BLATTMANN, Ursula. Atividades de incentivo à leitura em bibliotecas escolares: biblioteca da Escola Desdobrada Jacinto Cardoso. Florianópolis, 1996. (Relatório do projeto de extensão - Departamento de Biblioteconomia e Documentação da UFSC) Disponível em <http://www.ced.ufsc.br/~ursula/papers/leitura.html>. acesso em 19 de setembro de 2010. BRASIL. Ministério da Educação. PCN s. Parâmetros curriculares nacionais: Língua Portuguesa/Secretaria de Educação Fundamental.Brasília: MEC/SEF,1997 BRASIL. Ministério da Educação. PCN s. Parâmetros curriculares nacionais: Apresentação dos Temas Transversais e Ética/Secretaria de Educação Fundamental.Brasília: MEC/SEF,1997 FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler. 44ª Ed. São Paulo: Bookman, 2002 MORETTO, Vasco Pedro. Planejamento: planejando a educação para o desenvolvimento de competências, São Paulo: Vozes, 2009.

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