Práticas sindicais na Toyota do Brasil: os casos de São Bernardo do Campo (SP) e Indaiatuba (SP)



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Transcrição:

Práticas sindicais na Toyota do Brasil: os casos de São Bernardo do Campo (SP) e Indaiatuba (SP) Gustavo Takeshy Taniguti 1 Resumo Este texto analisa as formas pelas quais os sindicatos metalúrgicos de duas unidades produtivas de uma mesma empresa automobilística organizaram suas ações a partir de um contexto de grandes mudanças, iniciado a partir da década de 1990. São objetos de análise os trabalhadores de duas unidades da Toyota Motors Co. do Brasil: a de São Bernardo do Campo, localizada na região do ABC paulista, e a de Indaiatuba, localizada na região de Campinas-SP. Procuramos também comparar as distintas práticas sindicais dos sindicatos metalúrgicos em questão: o Sindicato dos metalúrgicos do ABC, localizado em uma tradicional região industrial; e o Sindicato dos Metalúrgicos da Região de Campinas, que representa um novo território produtivo brasileiro. No contexto das recentes transformações ocorridas no setor automotivo brasileiro, especialmente a partir da década de 1990, as estratégias de racionalização do processo produtivo desconfiguraram as formas tradicionais de ação sindical e de organização do trabalho, fazendo com que os atores sociais se repensem nesse contexto de mudanças. Ao mesmo tempo em que os sindicatos discutem novas possibilidades de atuação, as empresas do setor buscam adaptar os trabalhadores ao formato da fábrica enxuta. Palavras-chave: Toyota Reestruturação produtiva Sindicalismo Indústria automobilística Relações de trabalho Qualificação Antigos e novos territórios produtivos Metalúrgicos Esta pesquisa procura sistematizar uma discussão a respeito dos trabalhadores e dos sindicatos da Toyota do Brasil no contexto recente de abertura de novas plantas produtivas e de transformações na atuação dos sindicatos metalúrgicos. Dentro deste debate sindical, a atenção se volta para aqueles que representam os trabalhadores da Toyota: o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região. No caso do ABC paulista, são apontadas as principais práticas sindicais que surgiram como alternativa aos novos desafios relacionados às demissões, aos processos de reestruturação e à desterritorialização de unidades produtivas. Quanto ao sindicato da Região de Campinas, são demonstradas as suas principais formas de atuação a partir do crescimento de um novo contingente de trabalhadores metalúrgicos. Argumenta-se que, com o crescimento das atividades da Toyota no Brasil, houve uma renovação na atuação sindical de seus trabalhadores, mas por trajetórias distintas. Isto acompanha um movimento maior de ampliação quantitativa e qualitativa de prática sindical no Brasil desde a Constituição de 1988. 1 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de São Paulo gtaniguti@usp.br

Dados atuais reforçam a importância que o setor automotivo possui na economia nacional, acumulada ao longo dos seus 50 anos de história: no ano de 2007 o Brasil foi o sétimo maior produtor de veículos do mundo, contando com 27 montadoras e 49 plantas industriais abastecidas por mais de 600 empresas de autopeças. O seu complexo industrial possuía no momento capacidade instalada para produzir 3,5 milhões de veículos por ano. A participação do setor automotivo sobre o PIB industrial chegava 22,1% e 5,4% sobre o PIB total do país 2. A sua dinâmica, no entanto, extrapola o sentido atribuído aos dados econômicos, exercendo atração enquanto objeto de pesquisa de sociólogos, engenheiros, economistas. Isto porque trata-se de um rico universo de análise que revela a articulação de interesses empresariais, governamentais e de trabalhadores. Os personagens envolvidos nesta história foram centrais ao desenvolvimento da indústria brasileira de autoveículos, eleita, em um primeiro momento na década de 1960 no governo de Juscelino Kubitschek como sinônimo de progresso de nossa economia. Quarenta anos mais tarde, na década de 1990, novamente este segmento da indústria emergiu no âmbito da produção como um passaporte para a modernização da economia do país. Desta vez, acompanhada pelo discurso da reestruturação e pela disseminação de um vocabulário extenso intimamente ligado às novas tecnologias, às novas formas de gestão da produção e aos novos encadeamentos produtivos: Just-In-time, Kanban, Kaizen, Círculos de Controle de Qualidade, flexibilização, mutlifuncionalidade, lean production. Neste contexto, grande parte da literatura sociológica sobre o tema convergiu ao constatar que os trabalhadores metalúrgicos e seus respectivos sindicatos foram pressionados por uma nova conjuntura, tanto nos chãos-de-fábrica, isto é, no espaço microorganizacional, quanto fora deles, através da dinâmica política e econômica conduzida pelo governo FHC. Por parte dos pesquisadores, diagnósticos apontavam a existência de uma nova contratualidade entre os principais atores envolvidos no complexo automotivo, isto é, a relação dos sindicatos com as empresas estaria passando de um tipo conflitivo de anulação a uma relação conflitiva de reconhecimento mútuo. Tal diagnóstico nos interessa aqui mais pela capacidade de fazer referência a um certo momento histórico do que pela sua validade. 2 Fonte: BNDES, 2008

Em meados de 1990 observou-se uma reanimação econômica resultante do plano de estabilização monetária que também apontava para novos ajustes do sistema de relações de trabalho, a exemplo das negociações descentralizadas, flexibilização da legislação e dos contratos. Ainda que o setor automotivo já indicasse a existência de processos de reestruturação defensiva (Cardoso, 2000) no início da década de 1980, as mudanças mais abruptas em termos de produção, gestão e trabalho se intensificaram a partir da criação do Mercado Comum do Sul (MERCOSUL) e da regulamentação do Novo Regime Automotivo (NRA). O NRA se constituiu em uma política industrial setorial elaborada em 1995 no governo FHC, após a interrupção das atividades das Câmaras Setoriais da Indústria Automobilística, obtendo êxito na atração de investimentos (aderiram ao regime 16 grandes montadoras, 150 empresas de autopeças e 29 firmas de outros setores produtivos), e até o ano de 2002 dezessete empresas 3 instalaram novas unidades no país. Já o MERCOSUL, cujo protocolo foi assinado em 1988, estabeleceu os primeiros parâmetros para o movimento mais generalizado de reestruturação produtiva da década de 1990, a partir da abertura comercial brasileira. Isto significa que o modelo de industrialização até então baseado no mercado cativo passou a ser pensado em termos regionais e, posteriormente, globais. Desencadeando uma intensa disputa fiscal que envolveu estados e municípios, vimos que a atração de novos investimentos por empresas do setor automotivo foi bemsucedida durante a vigência do NRA. Mas, por outro lado, o universo do trabalho e dos trabalhadores não fora contemplado por tais políticas (Zilbovicius; Arbix, 1997; Cardoso, 2000; Arbix, 2002), e o discurso que alimentava a constituição de novas institucionalidades constantemente condenava a ação dos sindicatos. Para estes personagens, o horizonte de possibilidades parecia traduzir-se no desfecho de um ciclo de renovação a partir do chamado novo sindicalismo para a abertura de um outro, caracterizado pela desregulamentação. Ao analisar estes acontecimentos, torna-se inevitável considerar a importância da região do ABC paulista: ela abriga as empresas automobilísticas brasileiras mais antigas 3 As empresas que instalaram novas unidades no Brasil entre os anos de 1995 e 2006 foram: Volvo (1995) em Pederneiras (SP); Volkswagen Caminhões e Ônibus (1996) Resende (RJ); Honda (1997) em Sumaré (SP);International (1998) em Caxias do Sul (RS); Mitsubishi (1998) em Catalão (GO); Toyota (1998) em Indaiatuba (SP); DaimlerChrysler (1999) em Juiz de Fora (MG);Land Rover (1999) em São Bernardo do Campo (SP); Renault (1999) em São José dos Pinhais (PR); Volkswagen-Audi (1999) em São José dos Pinhais (PR); John Deere (1999) em Catalão (GO); CNH Case (1999) em Piracicaba (SP); Iveco-Fiat (2000) em Sete Lagoas (MG);General Motors (2000) em Gravataí (RS); Ford (2001) em Camaçari (BA); Peugeot Citroën (2001) em Porto Real (RJ); Nissan (2002) em São José dos Pinhais (PR). Fonte: BNDES, 2008.

e, historicamente, possui uma tradição de organização coletiva de trabalhadores e de atividade sindical. Por este motivo, o novo contexto de transformações do setor automobilístico teve forte impacto econômico e político-organizacional na região. Dados com relação à diminuição de postos de trabalho no ABC paulista ilustram o impacto que tais mudanças desencadearam na atividade econômica industrial: de um total de 69.154 trabalhadores empregados em montadoras em janeiro de 1980, o número passou a 31.745 em dezembro de 2002, o que representou a desativação de 55% dos postos de trabalho no período (Rodrigues; Ramalho, 2007, p.49). Dessa forma, os trabalhadores metalúrgicos do ABC iniciaram reflexões para propor novas formas de atuação sindical no então recente contexto do setor automotivo em que a desterritorialização das plantas produtivas passava a ocorrer de forma intensa. Podemos citar, entre outros aspectos, que ocorreram mudanças na atuação do sindicato dos metalúrgicos do ABC, como: a adoção de uma postura de maior negociação com as empresas e com a administração pública regional; a reformulação da estrutura institucional da oferta e da demanda de formação/qualificação profissional através da participação da Central única dos Trabalhadores (CUT) na definição, gestão e avaliação das políticas públicas de educação profissional, como ocorreu no caso do Plano Nacional de Qualificação do Trabalhador (Planfor), iniciado em 1995 segundo as diretrizes estabelecidas pelo governo federal. Neste aspecto, os sindicatos podem ser entendidos enquanto uma instância socializadora de percepção dos trabalhadores sobre a qualificação profissional. Para apresentar um quadro geral das políticas governamentais representadas pelo NRA, vale dizer também que a inclusão dos atores envolvidos na produção automobilística viu-se distorcida não somente para os sindicatos, mas também na cadeia produtiva, para o setor nacional de autopeças. Este praticamente não obteve proteção resultante do NRA em função das distintas alíquotas de importação concedidas a elas e às montadoras (máquinas e equipamentos poderiam ser importadas com alíquota zero e as autopeças com alíquota inicial de 2% ) 4. Por outro lado, acompanhando este cenário, pesquisadores da sociologia do trabalho dedicaram esforços para debater os sentidos das mudanças em curso que colocaram desafios interpretativos a esta área de investigação. Com isso, foi possível ampliar o seu foco de análise, incorporando estudos sobre: setores; cadeias; mercados de trabalho; 4 Para mais detalhes, ver Lopes(2006)

novas formas de gestão; precarização; trabalhadores informais; desterritorialização; deserdados do setor industrial, entre outros. Tendo isso em vista, foi possível formular questões mais amplas de pesquisa, o que torna possível situá-la no debate acadêmico da sociologia do trabalho: quais foram os caminhos percorridos pelos sindicatos metalúrgicos face às dificuldades encontradas durante a década de 1990? Quais os impactos que a abertura de novas plantas produtivas teve para a ação sindical de antigas e novas localidades? Entre os diversos possíveis temas de análise que se desdobraram a partir do período de investimentos no setor automotivo da década de 1990, privilegiamos neste texto a discussão sobre novos e antigos territórios produtivos do setor automotivo. Considerando este tema como fio condutor, realizo um debate sobre sindicalismo e relações na produção vinculando processos de modernização produtiva e associativismo sindical. Consideramos que é possível verificar inicialmente tais mudanças tendo em vista a reformulação de práticas sindicais. Dito isso, analisamos aqui os trabalhadores da empresa que, devido ao pioneirismo e ao relativo sucesso das suas formas de gestão, tem sido extensivamente discutida no âmbito acadêmico internacional nas últimas três décadas: a Toyota. Mas, cabe ressaltar que a pesquisa proposta ao mesmo tempo se apóia em uma lacuna observada na literatura da sociologia do trabalho brasileira. Aponto para o fato de que há, até o presente momento, poucos estudos de caso dedicados à Toyota do Brasil que contemplem questões a respeito dos sindicatos metalúrgicos e do cotidiano de seus trabalhadores ao longo da trajetória desta empresa no país. Parte da ausência de estudos de caso sobre as atividades da Toyota do Brasil se deve a algumas particularidades no seu histórico de atividades no país. Em seguida, sugerimos quais seriam elas. A primeira unidade de produção internacional da empresa (ou seja, fora do Japão) foi instalada em 1958 no município de São Paulo. Quatro anos mais tarde, em 1962, no município de São Bernardo do Campo (SP), foi inaugurada outra unidade produtiva, dedicada à fabricação do veículo agrícola Bandeirante. Dando início a um novo período de investimentos, somente no ano de 1996 esta planta sofreu um processo intenso de reestruturação produtiva, ou seja, quase trinta e cinco anos após a sua chegada ao Brasil. No ano de 1998. uma nova unidade produtiva foi criada no município de Indaiatuba (SP), com investimentos de cerca de 700 milhões de dólares e no ano de 2008, a empresa anunciou a criação de uma futura unidade de produção no município de

Sorocaba (SP), com investimentos estimados em cerca de 1 bilhão de dólares. Assim, é possível verificar que apenas recentemente a Toyota tornou-se representativa na produção de veículos de passeio no mercado brasileiro. Com a abertura das unidades produtivas de Honda em 1997 no município de Sumaré (SP), da planta de Indaiatuba (SP) em 1998 e das várias empresas de autopeças que compõem a cadeia automotiva, o contingente de trabalhadores metalúrgicos da região de Campinas aumentou de forma considerável. Isto repercutiu diretamente na atuação do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região enquanto um importante catalisador de demandas dos trabalhadores. Mas, em relação ao ABC paulista, a postura adotada por este sindicato é bastante distinta, o que culminou no seu desligamento da Central Única dos Trabalhadores CUT em 2007. A postura mais pragmática e propositiva adotada pelo sindicato dos metalúrgicos do ABC e posteriormente pela corrente majoritária da CUT gerou uma série de conflitos internos na manutenção dos sindicatos filiados a este órgão. Desde o início das negociações a respeito da formulação de políticas industriais com a participação da CUT, a postura adotada pela direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, ligada à corrente Fórum Socialista, foi bastante crítica face à mencionada orientação do sindicato do ABC e da CUT, opondo-se firmemente à participação nas Câmaras Setoriais 5. Vemos, portanto, que há um intervalo de décadas desde a chegada da Toyota ao Brasil à inauguração de plantas enxutas sob o formato de gestão do STP (Sistema Toyota de Produção). Do ponto de vista das relações de trabalho estabelecidas no âmbito da produção, esta distância se apresenta também enquanto práticas sociais construídas de formas distintas em São Bernardo do Campo e em Indaiatuba. Sob este ponto de vista, trata-se de diferenças que então parecem reverberar como uma tensão. Objetivamos, portanto, resgatar algumas das principais atuações sindicais dos trabalhadores da Toyota nos dois locais. Considerando os acontecimentos que envolvem empresa, sindicatos e trabalhadores em uma ordem cronológica, tratamos a seguir da relação da Toyota com o sindicato na produtiva na unidade de São Bernardo do Campo, onde hoje estão empregados no total cerca de 1.200 trabalhadores. Sobre esta questão, o então vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC considera que: 5 Ver PINTO, Geraldo Augusto. O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e a reestruturação produtiva do setor de autopeças, In: Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia, 2007.

A relação da empresa até por volta de 1993 era fechada. Não havia uma relação com o sindicato, ela tinha um controle sobre os empregados muito grande, empregados de um bom tempo de casa. Como no Japão oferecia-se a condição de estabilidade dos empregados, dificilmente demite (...) Era assim naquela época, continua assim hoje. Do ponto de vista sindical, fechada, com pouco relacionamento. O sindicato, por conta de um grupo interno, grupo de fábrica que nós identificamos que tinha vontade de mudar as relações mais internamente, conseguiu montar um grupo internamente na empresa. Num primeiro momento, havia muito conflito entre nós e a direção da empresa (...) Segundo esta fala, podemos observar que, a relação entre sindicato e empresa na Toyota era bastante restrita e as relações de trabalho fortemente controladas, não havendo representação sindical interna na fábrica, o que motivou a criação de um grupo oficial de trabalhadores ligados ao sindicato. A criação deste grupo interno de fábrica em 1994 e sua formalização em 1996 resultaram em um primeiro avanço nas relações de trabalho nesta unidade, expressando, ainda que tardiamente, a tendência à mobilização e à organização dos trabalhadores nos locais de trabalho. Ao mesmo tempo, em 1996 passou a ocorrer o processo de reestruturação produtiva da planta, que foi acompanhado pelo sindicato através da nomeação de um representante. Ao mesmo tempo, o entrevistado ressalta que a unidade produtiva sofria de problemas relacionados à infra-estrutura, repercutindo sobre as condições de trabalho. Ou seja, as formas de gestão toyotistas, discutidas tão intensamente pelos estudiosos durante as décadas de 1980 em nível internacional e, durante a década de 1990 no Brasil não ocorriam, na prática na Toyota de São Bernardo do Campo. Esta reestruturação foi importante, segundo o entrevistado, porque tornou a relação entre empresa e sindicato mais próxima para formular negociações que contemplassem as reivindicações dos trabalhadores, assegurando postos de trabalho. Mesmo havendo demissões e o risco do fechamento da unidade de São Bernardo do Campo devido à criação da planta de Indaiatuba, a reestruturação pode ser considerada como um momento central para a atividade sindical na Toyota: Então, do ponto de vista histórico nosso com a empresa foi esse: a reestruturação por qual a empresa teve que passar aproximou as discussões entre sindicato e empresa. Isto também trouxe uma garantia aos trabalhadores que o sindicato estava presente e que não deixaria acontecer o pior, que seria o fechamento da unidade. (...) Então, por isso eu te digo: a

reestruturação foi importante, as conquistas ao assumir foram importantes, hoje a Toyota emprega mil e duzentos trabalhadores aqui, o diretor da empresa responsável que liderou esse processo e o nosso sindicato e o dirigente do sindicato que liderou o processo foram responsáveis pelo êxito. Por isso que eu falo que avançou consideravelmente, não se compara com a Toyota de 1990 o que se tem hoje. No ano de 1998 a Toyota inaugurou a sua nova planta produtiva no município de Indaiatuba (SP), considerada na época uma unidade exemplar da empresa em termos de produtividade. A confirmação do investimento da Toyota em uma nova unidade foi confirmada no ano de 1996, quando a empresa iniciou o processo de reestruturação da sua unidade em São Bernardo do Campo. Inicialmente, como foi apontado, havia dúvidas sobre o destino desta antiga fábrica, havendo até mesmo a possibilidade do seu fechamento. A chegada da Toyota e da Honda no intervalo de dois anos consolidou a região de Campinas enquanto uma nova região industrial do setor automotivo, criando expectativas com relação à geração de empregos. Isto pode ser ressaltado pelo fato de que em 1997 a Mercedes, então principal empresa automobilística do município de Campinas, instalada em 1979, anunciou a criação da nova unidade da empresa em Juiz de Fora (MG), o que culminou na desativação da sua produção de caminhões. Atualmente esta unidade se tornou uma central de distribuição de peças. Em um primeiro momento, no início de suas atividades, a empresa contratou cerca de 600 funcionários para a produção do veículo Corolla. Com o relativo sucesso das vendas deste modelo no mercado interno, houve o aumento gradual da produção, acarretamento contratações diretas no quadro de funcionários da empresa. Atualmente, no total há cerca de 1.600 funcionários empregados nesta unidade, sendo que os trabalhadores metalúrgicos são em grande parte jovens e com o segundo grau completo. A entrevista a seguir com o dirigente sindical do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região procura demonstrar a formação de um novo contingente de trabalhadores operários e as ações sindicais desenvolvidas pela entidade neste novo contexto de abertura de novas unidades de produção. Estas novas unidades, tanto da Honda como da Toyota se caracterizaram por serem fábricas enxutas, ou seja, se traduziam, no plano produtivo, pela dinâmica de cadeias regionais e globais visando maior produtividade. Já no plano organizacional, as formas de gestão correspondiam às recentes estratégias que privilegiam o envolvimento do trabalhador. Quanto à média salarial, esta em 2003 era cerca de metade da existente no ABC. Como revela o dirigente sindical, os primeiros anos de atividade da unidade de Indaiatuba foram

bastante conflitivas, tendo em vista as condições de trabalho, bastante intensas, e com remunerações muito abaixo do que era esperado. A greve de 3 de novembro de 1999 é considerada pelo sindicato um marco na sua atuação, mesmo que não tenha conseguido se prolongar por muito tempo devido à forte pressão exercida pela empresa. As principais ações do Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região puderam ser resumidas na fala do dirigente sindical entrevistado, em que são ressaltados os principais resultados positivos das negociações desde 1999, envolvendo principalmente questões referentes à jornada de trabalho, à PLR e aos salários. Estas considerações são importantes para constatar que houve, de fato, uma renovação na atuação sindical metalúrgica no Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região. Trata-se de um contexto social distinto daquele verificado em São Bernardo, onde as condições de trabalho se apresentam melhores para os trabalhadores, os salários são superiores, onde há representação sindical interna, além de outros benefícios: A Toyota veio no sentido de reduzir custos, de pagar baixos salários, de trabalhar 44 horas semanais. Com a atuação do sindicato conseguimos reduzir a jornada para 40 horas, a empresa não tinha política de cargos e salários e hoje tem. Na política de cargos e salários o trabalhador entra na empresa e durante cinco anos ele tem um aumento de 3,5% até chegar num teto. Daí uma luta de vários meses de discussão que tivemos que fazer vários protestos, comunicados de greve. Então o trabalhador tem aumento automático a cada seis meses independente da chefia. Os PLRs, existe uma disputa muito pesada na concepção da PLR. Porque nós não discutimos PLR com metas, porque as metas já estão incluídas na produção em si. Porque toda empresa tem a sua meta de quanto vai produzir por dia, por mês, por ano. E o trabalhador entende isso. Foram várias conquistas nesse sentido e estamos hoje aí para manter políticas de cargo e salário, redução da jornada, PLR que a gente conseguiu aumentar, hoje é um dos melhores da região e sem metas. Os dados obtidos até o presente momento nos permitem concluir que, no caso do ABC paulista, a mudança de atuação nas práticas sindicais observada é traduzida pela adoção de uma postura de maior negociação com as empresas e uma maior participação em questões econômicas e sociais junto aos órgãos de administração pública. Isto foi expresso, por exemplo, a partir de experiências como a Câmara Setorial Automotiva, a Câmara Regional do Grande ABC, a participação do sindicato no Planfor. Com relação às negociações por empresa, observamos que houve uma renovação na atuação sindical na Toyota no ano de 1996, quando o processo de reestruturação produtiva teve início da

unidade de São Bernardo do Campo. O avanço nas negociações entre sindicato e empresa possibilitou a criação de uma comissão interna de fábrica, além de assegurar a permanência desta planta na região, hoje dedicada à fabricação de componentes para a unidade de Indaiatuba e também para o exterior. No caso de Indaiatuba, constatamos que a postura mais combativa do sindicato metalúrgico desde 1984 foi bastante distinta daquela existente no ABC, rejeitando, por exemplo, a sua participação nas Câmaras Setoriais. A chegada da Toyota à região de Campinas trouxe, inicialmente, uma expectativa com relação à geração de novos empregos, uma vez que a montadora de caminhões da Mercedes-Benz localizada no município de Campinas havia sido desativada em 1998. Estas expectativas foram logo sendo desmistificadas por práticas de contratação, salários e jornada de trabalho que desapontavam os trabalhadores e o sindicato metalúrgico, especialmente quando comparadas à realidade vivida em São Bernardo do Campo. Neste caso, observamos a partir da fala dos entrevistados que a partir de 1999 houve mudanças significativas na ação sindical, período em que ocorreu a primeira greve dos trabalhadores da unidade de Indaiatuba. Esta greve revelou a possibilidade de questionar as condições de trabalho e reivindicar melhorias nos salários dos trabalhadores. Mais do que isso, é possível verificar que a greve de 1999 representou a capacidade coletiva de organização dos trabalhadores, ainda que estes não possuam representação sindical interna de fábrica. E, se, por um lado, a abertura da planta da Toyota em Indaiatuba no ano de 1998 se concretizou motivada pela busca da empresa por redução de custos na produção e pelo recrutamento de trabalhadores com pouca participação sindical, a atuação do sindicato metalúrgico de Campinas desde então vem se fortalecendo. Desta forma, argumentamos que apesar da tendência ao estreitamento das bases dos sindicatos metalúrgicos verificada durante a década de 1990, isto não significa em dias atuais o enfraquecimento da ação sindical, mas sim a consolidação de uma tendência à micro-regulação nas relações de trabalho. De uma forma geral, as novas formas de atuação dos sindicatos revelam um crescimento qualitativo de prática sindical metalúrgica em dias atuais. Já nas duas unidades produtivas verificadas, as ações sindicais não necessariamente representam ações sindicais inéditas, mas o ineditismo parece ser sim residir em um maior diálogo com a empresa, tornando possível atender as reivindicações dos trabalhadores. Do ponto de vista das relações de trabalho socialmente construídas, trata-se então da existência de práticas distintas em São Bernardo do Campo e em Indaiatuba. Apesar das diferenças regionais, salariais, de

tempo de empresa e experiência em organização sindical, tais práticas distintas, no limite, se tornam similares quando consideramos a fala dos entrevistados, pois buscam contornar os desafios trazidos aos sindicatos por um novo contexto da indústria automobilística brasileira. Referências bibliográficas ARBIX, Glauco. Políticas do desperdício e assimetria entre público e privado na indústria Automobilística. Revista Brasileira de Ciências Sociais, Rio de Janeiro, v.17, n. 48. 2002. p. 109-129. BNDES. CASOTTI, Bruna Pretti; GOLDENSTEIN, Marcelo. Panorama do Setor Automotivo: As Mudanças Estruturais da Indústria e as Perspectivas para o Brasil. BNDES Setorial, Rio de Janeiro, n. 28, p. 147-188, set. 2008 CARDOSO, Adalberto Moreira. Trabalhar, verbo transitivo: destinos profissionais dos deserdados da indústria automobilística. Rio de Janeiro, Ed. FGV, 2000. LOPES, Ademil Lucio. "A desconstrução da indústria automobilística constituída no governo JK pela política setorial do governo FHC". Revista UNIARA, n.17/18, 2005/2006. PINTO, Geraldo Augusto. O Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e a reestruturação produtiva do setor de autopeças, In: Anais do XIII Congresso Brasileiro de Sociologia, 2007. RODRIGUES, Iram Jácome; RAMALHO, José Ricardo (Orgs). Trabalho e sindicato em antigos e novos territórios produtivos. Comparações entre o ABC paulista e o Sul Fluminense. Annablume, São Paulo, 2007. Zilbovicius, Mauro; Arbix, Glauco, De JK a FHC: a reinvenção dos carros. São Paulo, Scritta, 1997.