componentes e fatores condicionantes Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos Glaucia Falcone Fonseca
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1 Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores condicionantes Glaucia Falcone Fonseca Nos dias de hoje, em todas as organizações, seja ela voltada para serviços, ramo industrial ou qualquer outro, fala-se na Gestão de Pessoas. (Glaucia Falcone Fonseca) Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores 1
2 Nos dias de hoje, em todas as organizações, seja ela voltada para serviços, ramo industrial ou qualquer outro, fala-se na Gestão de Pessoas. Para entendermos esse conceito, é importante compreender o que é o Comportamento Humano na Empresa. Comportamento Humano na Empresa refere-se a como as pessoas agem na organização, envolvendo as relações pessoais, interpessoais e sociais que ocorrem no âmbito organizacional. E neste sentido, o que vem a ser Gestão de Pessoas? Gestão de Pessoas consiste na orientação e direcionamento do agregado de interações humanas que ocorrem na organização. Logo, quando falamos em um Modelo de Gestão de Pessoas, este diz respeito à maneira pela qual uma empresa se organiza para gerenciar e orientar o comportamento humano no trabalho. Para isso, a empresa estrutura-se definindo princípios, políticas e processos de gestão e, através desses mecanismos, implementa diretrizes e orienta os estilos de atuação dos gestores em sua relação com aqueles que nela trabalham. Elementos Componentes do Modelo de Gestão de Pessoas Conforme vimos anteriormente, os elementos que compõem o Modelo de Gestão de Pessoas são: Princípios, Políticas, Processos, Estrutura e Estilo Gerencial. O desenho abaixo ilustra os elementos componentes do modelo de gestão de pessoas. 2 Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores condicionantes
3 Princípios Referem-se às orientações de valor e crenças básicas adotadas pela organização. Um exemplo conhecido é o da Disney: A empresa, ao definir como valores: honestidade, integridade, respeito, determinação e diversidade, estabeleceu os parâmetros de relacionamento entre as pessoas e das pessoas com a organização. Logo, seu modelo de gestão deverá seguir, respeitar e reforçar esses valores na cultura da organização. Políticas Estabelecem diretrizes de atuação de longo e médio prazo para as relações organizacionais. São orientadoras e integradoras dos processos voltados para gestão de pessoas. Um exemplo conhecido também, é o da Xerox, que tem por definição atrair e reter profissionais qualificados. Logo, como política estabeleceu-se a prática de pesquisa salarial junto ao mercado para orientação e alinhamento da estrutura de salários e benefícios da organização. Processos São os cursos de ação que visam alcançar objetivos orientados por políticas específicas. Podem ser instrumentalizados por uma ou mais ferramentas de gestão com procedimentos específicos. São exemplos de processos de gestão: planos de cargos e salários, programas de sucessão, programas de avaliação de desempenho e diagnóstico de clima organizacional. Pesquisas salariais e de clima são exemplos de ferramentas inseridas em processos de gestão de pessoas e que devem também estar alinhadas com os princípios e políticas definidos. Estilo gerencial Consiste na maneira pela qual o gestor atua ao estabelecer limites e estimular padrões de comportamento. E a organização interfere no estilo gerencial de cada gestor? Através da capacitação gerencial, orientações de valor e do perfil de comportamentos desejados, a organização influencia o estilo gerencial pessoal e assinala o estilo de gestão a ser praticado. Um exemplo clássico a ser citado é a Rhodia, que definiu que o estilo gerencial a ser perseguido pela organização deveria seguir princípios como: visão sistêmica, foco em processos e valorização de pessoas. Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores 3
4 Vale ressaltar, que o estilo gerencial é um dos elementos mais críticos do modelo, uma vez que os princípios e principalmente as políticas, processos e suas ferramentas de gestão são utilizadas, colocadas em uso pelos gestores e, portanto, a boa ou má utilização determina o sentido que tem o Modelo de Gestão de Pessoas para a organização. Estrutura É o desenho organizacional, a maneira pela qual o modelo opera, a estrutura específica da organização. Demonstra as relações entre as áreas, bem como aspectos da cultura organizacional: por exemplo, uma estrutura departamental orientada para cadeia de comando e controle implica em práticas segmentadas; uma estrutura matricial, demanda práticas de gestão de pessoas em que se perceba a empresa como totalidade. Importante observar que: Quanto mais alinhados entre si estiverem os elementos que compõem o modelo de gestão de pessoas, mais solidez e sentido faz para a organização, que pode demonstrar coerência nos seus padrões de comportamento humano, nas relações que estabelecem com seus diversos públicos: interno, clientes, acionistas, fornecedores e comunidade. Fatores condicionantes do Modelo de Gestão de Pessoas Para completarmos o conceito de Modelo de Gestão de Pessoas, é importante compreender que ele é determinado por fatores internos e externos ao contexto organizacional. São fatores internos: produto ou serviço oferecido, tecnologia adotada, estratégia de organização e a cultura organizacional. Os fatores internos são aspectos interrelacionados e que determinam o comportamento esperado dos empregados. Por exemplo, se há um grande número de pessoas na linha de produção, o que mais se espera é velocidade, de acordo com o ritmo das máquinas. As práticas mais utilizadas são as relacionadas ao controle de freqüência e produção quantitativa. 4 Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores condicionantes
5 Já para linhas automatizadas, a atuação do trabalhador está mais relacionada à gestão das ferramentas e acompanhamento do processo e, portanto, espera-se dele comportamentos que demonstrem iniciativa e organização. Consequentemente, as práticas mais utilizadas serão as relacionadas à avaliação de desempenho e comportamentos e ao estímulo ao comprometimento com o trabalho. Os aspectos culturais também se encontram presentes: aqueles que trabalham em determinadas áreas são mais valorizados que outros que atuam em outros setores. Por exemplo, especialistas de marketing são mais considerados que o pessoal da produção em empresas de serviços; engenheiros são mais valorizados em empresas metalúrgicas e de mineração (Fleury, 1986). São fatores externos: aspectos sócio-políticos e econômicos Nos aspectos sócio-políticos, estão incluídos as relações com Estado, sociedade e sindicatos. Como aspectos econômicos, estão incluídos o mercado, a concorrência que faz com que a organização defina suas competências essenciais. (Prahalad e Hamel, 1995). O desenho abaixo representa o Modelo de Gestão de Pessoas, seus elementos e fatores condicionantes, procurando demonstrar a riqueza de seu papel para uma organização. Aspectos sócio-políticos Aspectos econômicos Estratégia da Organização Produto ou Serviço Modelo de Gestão Cultura Tecnologia Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores 5
6 mais repertório Competências essenciais Segundo Prahalad, 1995, competência essencial é um conjunto de habilidades e tecnologias que permite a uma empresa oferecer um determinado benefício aos clientes. Segundo o autor, este é um dos conceitos menos compreendidos de todos os tempos. Ele propõe três questões para saber se determinado aspecto é realmente uma competência essencial: 1) Saber se aquilo que pensa ser competência é um conjunto único de habilidades que inclui um componente tecnológico e um componente de aprendizagem e se este conjunto está presente nas múltiplas unidades de negócios. Não vale se estiver restrito a uma única unidade. 2) Verificar se outras empresas têm dificuldade em imitar aquilo. 3) Descobrir se o aspecto em análise cria e se pode ser utilizado em novas oportunidades de negócio. Se a resposta for afirmativa, estamos olhando para uma competência essencial. Cultura organizacional Conjunto de valores e pressupostos básicos expressos em elementos simbólicos que ordenam, atribuem significações e constroem a identidade de uma organização. Haverá uma aula específica para tratar do tema mais detalhadamente. 6 Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores condicionantes
7 Saiba mais sobre Prahalad: saiba mais C.K. Prahalad é professor de Estratégia Corporativa e Negócios Inrternacionais da University of Michigan. Escreveu junto com Gary Hamel o best seller Competindo pelo o futuro Estratégias inovadoras para obter o controle de seu setor e criar mercados de amanhã (Ed. Campus, 1995), entre outros. É um dos principais autores da atualidade que estuda estratégias. Material de apoio: Para entender um pouco mais sobre as idéias de Prahalad sobre competências essenciais, há um artigo muito interessante sobre o tema na revista HSM: Em busca do Novo - número 7, ano 2, março-abril/98. Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores 7
8 Anotações: bibliografia Limongi-França, A. C. e outros autores As pessoas na organização. São Paulo: Ed. Gente, Albuquerque, L. G. O papel estratégico de recursos humanos. São Paulo: FEA/USP, Tese de livre-docência. Fleury, M.T.L. e Fisher, R.M. (org.) Cultura e poder nas organizações. São Paulo: Atlas, Modelo de Gestão de Pessoas: definição, elementos componentes e fatores condicionantes
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