A Depressão na 3ª idade

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1 Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação Universidade de Coimbra A Depressão na 3ª idade Ana Lisa Silva Cátia Cristina Alves Vieira dos Santos Rui Leonel Lopes Santos Sónia Isabel Ferreira Vanessa dos Reis Guapo

2 Índice pp. 2 Introdução pp. 3 O Envelhecimento pp. 6 A Depressão pp. 9 A Depressão na Terceira Idade pp. 14 Conclusão pp. 15 Bibliografia 1

3 Introdução Com o aumento da esperança de vida, aumentou o número de idosos e o tempo de duração desta fase que passou a representar 1/3 da totalidade de vida, daí ter sido denominada de 3ª idade. É importante relembrar que a esperança de vida à nascença em Portugal, no princípio do século passado (1920), era de 35.8 (para os homens) e de 40 (para as mulheres), em 2000 esses valores subiram, respectivamente, para 72.7 e 79.7 (INE, 2002). Estas mudanças levantaram novos desafios à sociedade ocidental contemporânea, que podem ser constatados nos discursos sociais e políticos, bem como a nível da publicidade. No entanto, o discurso predominante relativo a esta fase continua a ser maioritariamente desprestigiante e caracterizado pela referência à perda. UPalavras-chaveU: Envelhecimento; Depressão; Modelo explicativo de Depressão de Beck; Acontecimentos de vida. 2

4 O envelhecimento O envelhecimento bem sucedido Por volta de 1960 começaram a desenvolver-se esquemas para descrever os resultados ideais do processo de envelhecimento: sucessful aging (Havighurst, 1961). Mas, devido à ambiguidade do termo sucesso não há uma definição ou modelo consensual. Destaca-se, no entanto, a definição de Palmore (1995) que nos diz que o envelhecimento bem sucedido seria fruto da combinação de três factores: Sobrevivência (longevidade) Saúde (ausência de incapacidades) Satisfação com a vida (felicidade) As alterações no significado do envelhecimento bem sucedido têm paralelo nas teorias gerais sobre o envelhecimento. Teorias Gerais sobre o Envelhecimento 1. UTeoria da DesvinculaçãoU (Disengagement Theory Cumming e Henry, 1961): esta postula que, no percurso normal do envelhecimento as pessoas tendem a recolher-se ou a desinvestirem de papéis sociais voluntariamente como resposta natural à diminuição das capacidades, interesses e dos incentivos sociais para a participação. Para Havighurst tal constitui uma tarefa de desenvolvimento, que será compensado pelo adoptar de novas actividades. Todavia, esta teoria já se encontra desenquadrada, segundo alguns autores, fazendo sentido numa época com uma esperança de vida menor, início mais precoce de doenças, trabalho físico mais exigente, reforma compulsiva e poucas actividades organizadas para as pessoas mais velhas. 2. UTeoria da ActividadeU (Activity Theory Lemon, Bengston & Peterson, 1972): esta propõe que as pessoas envelhecem melhor quando participam em muitas actividades busy ethic (tendo dado origem ao activismo sénior nos anos 60 e 70 do séc. XX). Contudo, esta é uma teoria restrita, dando relevo apenas a um determinado estilo de vida, em que muitos não querem ou não têm saúde para o adoptar ou mesmo meios para seguir um calendário de actividades. 3. UTeoria da ContinuidadeU (Continuity Theory Athley, 1972): esta refere que as pessoas que envelhecem melhor são aquelas que continuam com os seus hábitos, preferências e estilos de vida da meia-idade. Os alicerces da velhice bem sucedida são fundados em estilos de vida que mantém o corpo e a mente saudável através do exercício, bons hábitos de nutrição e envolvimento em actividades interessantes que desafiem a mente. Hábitos estes, que se relacionam com a educação e as atitudes da família e amigos que valorizam a vida saudável e produtiva. O envelhecimento adequado relaciona-se também com o facto de na meia-idade se: Aprenderem técnicas de redução de stress; Aprenderem técnicas de coping face ás mudanças; 3

5 Ingresso em actividades de lazer não demasiado exigentes em força física e endurance; Manter um sistema de apoio social: substituição dos amigos que perdemos por outros; Manutenção da auto-estima. Desta forma, a terceira idade não é um corte radical com o passado, mas fruto de mudanças que ocorrem gradualmente e mesmo imperceptivelmente. Factores que colocam em causa a associação da passividade e da perda ao envelhecimento 1. Distinção entre o envelhecimento normal / patológico e óptimo: O número de doenças aumenta com a idade, mas o declínio físico e mental não tem que acompanhar o envelhecimento normal. Aqui surge o conceito de Optimal Aging, em que o envelhecimento bem conseguido envolve a selectividade de esforços e a utilização de estratégias e actividades alternativas para compensar perdas devidas ao processo de envelhecimento. O Optimal Aging passa assim, por compensar as disfunções menores do processo normal do envelhecimento com a auto-actualização e o potencial para a maturação. 2. Reconhecimento de que esta fase não é homogénea: pode ser dividida em vários substádios: Idoso jovem (65 aos anos); Idoso (75 80 anos 90 anos); Idoso velho (dos 90 anos adiante). Logo, o padrão de características não deve ser comum ao longo desta etapa de vida, visto que ela é composta por 30/40 anos. 3. Resultados das investigações sobre o paradoxo do bem-estar subjectivo: estes demonstram que não há um tempo para ser feliz, mesmo na velhice, e mesmo com as limitações e perdas que podem advir, os indivíduos podem e são felizes. 4. Reconhecimento da importância de outras variáveis que não a idade no risco de declínio na velhice: como por exemplo, a pouca escolarização, a pobreza ou a solidão. Birren e Schaie (1996, p.143) exemplificam esta ideia com as adaptações das pessoas mais velhas à doença que reflectem um dos seguintes mecanismos: Efeito da idade: a doença na velhice é mais habitual e logo menos perturbadora que nos mais jovens, talvez devido aos mais velhos terem desenvolvido mais mecanismos para lidar com os deficits de saúde. Efeito do Sobrevivente: as pessoas mais susceptíveis às consequências negativas das doenças já morreram. 4

6 Efeito de Coorte: gerações mais velhas podem ser mais tolerantes para com os problemas de saúde do que as gerações mais novas. 5. Constatação de que os estudos indicam menor prevalência de depressão e doenças mentais nos idosos mais velhos: de acordo com estes estudos, as pessoas mais novas deprimem-se por problemas muito menores, e mesmo sem razão aparente, revelando os idosos uma melhor saúde mental do que os pacientes mais novos com doenças semelhantes. Assim, os idosos, embora tenham encarado mais acontecimentos de vida negativos (doenças, etc.) devem ser vistos como adultos fortes e maduros que são colocados perante desafios específicos que desanimariam qualquer pessoa. 5

7 A Depressão A natureza da Depressão A depressão clínica é tão divulgada que tem sido denominada como a vulgar patologia da psiquiatria (Seligman, 1975). A qualquer momento das suas vidas, 15 a 20% dos adultos sofrem níveis de sintomatologia depressiva significativos. Pelo menos 12% experienciam estados depressivos severos, vindo a requer tratamento, sendo a depressão estimada como contabilizando 75% das hospitalizações psiquiátricas. Por razões ainda desconhecidas, a média da depressão entre as mulheres que habitam as nações civilizadas do Ocidente é duas vezes maior que a média da depressão entre os homens (Brown e Harris, 1978). Torna-se evidente que um único factor não é explicativo da ocorrência da depressão, mas que esta resulta da interacção entre diferentes factores. O seu aparecimento e desenvolvimento parecem estar relacionados com uma variedade de factores biológicos, históricos, ambientais e psicológicos. Estes incluem distúrbios no funcionamento dos neurotransmissores, uma história clínica familiar de depressão ou alcoolismo, perda ou negligência parental nos primeiros anos de vida, acontecimentos negativos de vida recentes, uma resposta crítica ou hostil, a inexistência de uma relação de confiança, a ausência de um suporte social adequado e uma baixa auto-estima. Neste sentido, a depressão clínica é bem diferente das experiências transitórias de mau humor, vividas pela maioria das pessoas como uma reacção normal à perda, afectando muitos aspectos do nosso funcionamento. Quando as pessoas se tornam depressivas clinicamente, sentem-se tristes e, habitualmente, chorosas. São atingidas pela culpa, acreditando que desiludem aqueles que as rodeiam. Podem tornar-se mais irritáveis que o costume, mais ansiosas e tensas. Quando a depressão atinge patamares mais altos e graves, os sujeitos podem perder a capacidade para reagir emocionalmente, considerando que tanto os bons como os maus sentimentos são completamente indiferentes. Torna-se difícil aproveitar ou interessar-se pelas actividades normais. A energia encontra-se reduzida, e tudo parece um grande esforço. Deste modo, tendem a abdicar das actividades que normalmente realizavam e, a passar largas horas no sofá ou deitados na cama. Prazeres ordinários, como ler o jornal ou ver televisão, tornam-se difíceis porque é difícil concentrarem-se e recordarem-se daquilo que foi lido ou dito. Tornam-se preocupados com o seu mal-estar e com as suas preocupações, aparentemente insolucionáveis. Dormir é difícil, o apetite diminui, o desejo sexual desaparece. Na forma mais austera da depressão, pode parecer ao doente que à medida que o tempo passa, o final para o seu estado depressivo estará cada vez mais longe, e que nada poderá ser feito para que as coisas sejam alteradas para melhor. Assim, a incredulidade cresce, podendo levar a um desejo de morte, e para pensamentos suicidários. Entre os depressivos severos, 15%, eventualmente, matam-se (Coryell e Winokur, 1982). Na maioria dos casos, a depressão desenvolve-se por tempo limitado. Usualmente, episódios não tratados são resolvidos entre 3 a 6 meses. Todavia, as recaídas são frequentes, e 15 a 20% das pessoas tornam-se doentes crónicos. Por esta razão, o tratamento deve ter como objectivos não só, o acelerar da recuperação do episódio actual, como também, a manutenção de aspectos positivos e, se possível, a redução da probabilidade de ocorrência. 6

8 O modelo cognitivo da Depressão O modelo cognitivo da Depressão de Beck encontra-se ilustrado esquematicamente na Fig. 1. Este sugere que a experiência conduz as pessoas a formarem esquemas sobre si mesmas e sobre o mundo; esquemas estes que são, subsequentemente, utilizados na organização perceptiva, no controlo e avaliação do comportamento. A capacidade para prever e atribuir sentido às experiências individuais é de uma grande ajuda e, concerteza, necessária para o funcionamento normal. Alguns esquemas, no entanto, são rígidos, extremos, resistentes à mudança e, de certa forma, disfuncionais ou contraproducente. Tais esquemas englobam, por exemplo, aquilo que as pessoas necessitam para serem felizes (ex., se alguém pensa mal de mim, eu não posso ser feliz ), e o que têm que fazer no sentido de se considerarem úteis (ex., tenho que ser perfeito naquilo que faço ). Esquemas disfuncionais isolados não são relevantes para o desenvolvimento da depressão clínica. Os problemas surgem quando incidentes críticos ocorrem combinados com o sistema de crenças da pessoa. De tal forma que, se a crença de valorização da pessoa depende inteiramente do sucesso, esta pode tornar-se depressiva quando falha em determinada situação; ou, a crença de que ser amada é essencial para alcançar a felicidade, pode levar à depressão após a vivência da rejeição. Uma vez activados, os esquemas disfuncionais produzem uma sobreprodução de pensamentos automáticos negativos negativos, no sentido em que estão associados a emoções desagradáveis e, automáticos, no sentido em que provêm inconscientemente dos sujeitos, não constituindo produtos de qualquer processo deliberativo. Estes podem constituir interpretações de experiências correntes, previsões relacionadas com futuros eventos, ou a recordação de acontecimentos passados. Estes, por sua vez, levam a outros sintomas da depressão: sintomas comportamentais (ex., níveis baixos de actividade); sintomas motivacionais (ex., perda de interesse, inércia); sintomas emocionais (ex., ansiedade, culpa); sintomas cognitivos (ex., concentração pobre, indecisão); e sintomas físicos (ex., perda de apetite, perda de sono). À medida que a depressão se desenvolve, os pensamentos automáticos negativos tornam-se cada vez mais frequentes e intensos, e os pensamentos mais racionais, gradualmente, escasseiam. Este processo é mantido pelo desenvolvimento de humor depressivo crescente. Como tal, um ciclo vicioso é formado. Por um lado, quanto mais grave for a depressão, maior é o número de pensamentos depressivos, e maior será a crença, por parte dos indivíduos, nos mesmos. Por outro lado, quanto maior for o número de pensamentos depressivos, maior a crença nestes e, mais depressivos os indivíduos se tornam. Para finalizar, é importante apresentar dois pontos gerais relativos ao modelo cognitivo: 1. Inicialmente, o modelo foi desenvolvido e tem sido extensivamente estudado, de modo prioritário, para a depressão. Contudo, não apresenta relevância apenas para esta patologia ou para distúrbios emocionais com intensidade clínica. A distorção de informação apreendida em paralelo com conceitos pré-existentes não é, em si mesma, anormal. Não existe uma diferença qualitativa entre o processamento de pensamento da maioria dos pacientes depressivos e aqueles que os tratam; ao invés, a depressão exagera e intensifica os processos presentes em todos nós. O reconhecimento desta premissa pode ser importante para a formação de uma relação colaborativa, igual entre o terapeuta e o paciente. 7

9 2. O facto de que as cognições influenciam o humor não implica que o pensamento negativo causa depressão. A depressão pode ser vista como o resultado de variáveis predisponentes e precipitantes (biológicas, desenvolvimentais, sociais e psicológicas). O pensamento depressivo não causa depressão; é sim, parte dela. As cognições podem, no entanto, ter uma prioridade temporal no desenvolvimento de distúrbios de humor, podendo contribuir para despoletar, expandir e manter outros sintomas. Por esta razão, estas formam um ponto ideal para a intervenção. Depressão Experiências (prévias) Formação de esquemas disfuncionais Incidente (s) críticos Esquemas activados Pensamentos automáticos negativos Sintomas depressivos Comportamentais Motivacionais Afectivos Cognitivos Somáticos Fig. 1 O modelo cognitivo da Depressão 8

10 A depressão na terceira idade Sinais e sintomas da Depressão em Idosos O distúrbio depressivo afecta uma em dez pessoas com idades acima dos 65 anos, fazendo deste distúrbio o mais comum no que toca a saúde mental em idosos. É, por isso, importante distinguir o distúrbio Depressivo Major da Tristeza. A Depressão Major requer a presença de cinco (ou mais) dos seguintes sintomas durante o mesmo período de duas semanas e representam uma alteração do funcionamento prévio; pelo menos um dos sintomas é (1) humor depressivo ou (2) perda de prazer ou de interesse: (1) Humor depressivo durante a maior parte do dia, quase todos os dias, indicados ou pelo relato subjectivo (por exemplo, sente-se triste ou vazio) ou pela observação de outros (por exemplo, parece choroso); (2) Diminuição clara do interesse ou prazer em todas ou quase todas, as actividades, da maior parte do dia, quase todos os dias (indicado pelo relato subjectivo ou pela descrição de outros); (3) Perda de peso, quando não está a fazer dieta, ou aumento de peso significativos (por exemplo, uma alteração de mais de 5% do peso corporal num mês), ou diminuição ou aumento do apetite quase todos os dias; (4) Insónia ou hipersónia quase todos os dias; (5) Agitação ou lentificação psicomotora quase todos os dias (observável por outros, e não meramente pelo relato subjectivo de se sentir agitado ou lento); (6) Fadiga ou perda de energia quase todos os dias; (7) Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inapropriada (que pode ser delirante) quase todos os dias (não meramente auto-censura ou sentimentos de culpa por estar doente); (8) Diminuição da capacidade de pensamento ou da concentração, ou indecisão quase todos os dias (ou pelo relato, ou pela observação de outros); (9) Pensamentos recorrentes acerca da morte (não somente acerca do medo de morrer), ideação suicida recorrente sem planos específicos ou uma tentativa de suicídio ou um plano específico para cometer suicídio. (DSM IV TR, 2002) Adicionado a estes sintomas, o individuo também pode experienciar algum grau de incapacidade como resultado de se sentir deprimido. A Depressão Major nos idosos tem essencialmente as mesmas características que noutra fase da vida. Parece haver provas insuficientes no sentido de um subtipo de Depressão Major única para idosos, mas por outro lado, há provas suficientes que apontam um subtipo, uma Depressão menor, uma vez que, o envelhecimento pode acentuar algumas características do distúrbio depressivo, mas pode suprimir outras. Assim, vários factores modificam a manifestação da depressão na terceira idade: Reduzidas queixas de tristeza Hipocondria e preocupações somáticas em vez de tristeza Ansiedade marcada Apatia e fraca motivação 9

11 O Fardo da Doença A depressão tem vindo a aumentar, sendo o seu impacto negativo tão visível na idade adulta como na terceira idade: A depressão é a oitava doença mais incapacitante ao lado das doenças do coração Leva a um uso inapropriado de camas do hospital Leva a um maior risco de hospitalização É um dos maiores preditores do suicídio na terceira idade É uma das causas de incapacidade e leva a um maior declínio físico Prolonga a hospitalização por causas físicas Gera pouca confiança nos tratamentos médicos Reduz a qualidade de vida Aumenta os custos no SNS (Sistema Nacional de Saúde) Tipos de Distúrbios Depressivos na Terceira Idade O CID-10 e a DSM-IV consideram que tanto em jovens adultos como em idosos, a Depressão Major representa sintomatologias similares. No entanto, o uso de critérios de diagnóstico rígidos arrisca ao ignorar aquelas características que podem ser específicas da terceira idade. Um estudo de Blazer (1991) identificou um conjunto de sintomas depressivos únicos a uma comunidade de pessoas com idade superior a 60 anos: Humor depressivo Retardação psicomotora Falta de concentração Prisão de ventre Saúde percebida como má Défices cognitivos Para além de estes demonstrarem que por vezes sintomas importantes são subvalorizados, demonstra também que poderá haver uma forma distinta do distúrbio depressivo. Está provado que estes casos de depressão menor são causa de sofrimento e morbidez. No entanto, não devemos considerar a Depressão Major e menor como distúrbios distintos mas antes como um contínuo. Esta última manifesta-se como o distúrbio depressivo mais comum nos idosos, estando associado aos mesmos efeitos negativos que a Depressão Major. Adicionalmente, não é trivial, é comummente associada à saúde/doença física, podendo ter sintomas característicos tais como a pouca motivação, pouca concentração e cognição pobre. Um outro subtipo específico ocorre em pacientes com depressão devido a doenças cardíacas ou neurológicas. Episódios depressivos associados a causas orgânicas são mais frequentes em pacientes idosos do que em jovens. O distúrbio depressivo em idosos é subdiagnosticado nos cuidados de saúde primários, sendo muitas vezes desconsiderado e tratado inadequadamente. Isto deve-se 10

12 geralmente a variáveis sócio-culturais, como o receio em assumir alguns sintomas em que pode ser considerado louco ou fraco ou com baixo nível de instrução. Isto pode levar a uma deterioração do estado de saúde geral e consequentemente trazer risco de complicações ou mesmo suicídio. Assim, são importantes as intervenções sociais tais como encontros de grupo, trabalho voluntário e visitas regulares, bem como uma terapia medicamentada anti-depressiva monitorizada para evitar efeitos colaterais. Prevalência do distúrbio depressivo na terceira idade Relativamente à velhice, cerca de um para oito idosos terá sintomas clinicamente depressivos em que as mulheres terão valores mais elevados do que os homens. Apesar de algumas sociedades apresentarem taxas mais baixas, a prevalência é marcadamente consistente a nível internacional. No que diz respeito à prevalência por raças, a maior parte dos estudos acerca de idosos negros e brancos, em Inglaterra e nos EUA, demonstraram baixas diferenças raciais. Paralelamente, existem vários estudos acerca da prevalência do distúrbio depressivo entre idosos que recebem cuidados médicos primários, que vão a hospitais ou que residem em lares. os idosos que recebem cuidados médicos primários, manifestam significativamente 17 a 30% da sintomatologia depressiva entre os idosos hospitalizados a prevalência da depressão encontra-se entre os 10 e os 45% em lares ou com serviço de cuidados médicos domiciliários, a prevalência é de 30 a 45% conclui-se que a taxa de distúrbios depressivos em idosos que recebem tratamento domiciliário o dia inteiro é o dobro comparada com idosos sem a mesma necessidade. Tudo isto demonstra que a prevalência da depressão aumenta com a dependência de cuidados ou incapacidade. Actualmente questiona-se se a prevalência do distúrbio depressivo aumenta, diminui ou se se mantém estática com a idade. Alguns estudos, usando critérios para a Depressão Major, demonstraram que as taxas se mantêm ou diminuem com a idade, ao passo que usando critérios mais abrangentes como os da depressão menor, as taxas aumentam com a idade, tanto em homens como em mulheres. A etiologia da depressão na terceira idade Existem diversos factores que constituem risco para a depressão, tais como situações de vida que a despoletam. Aqui, incluem-se os factores psicossociais, tais como o suporte social ou a segurança que o meio envolvente oferece. Usualmente é a interacção entre estes diversos factores que determina se uma pessoa desenvolve uma depressão ou não, e não um simples factor isolado. 11

13 É devido a isto, que algumas pessoas desenvolvem uma depressão mesmo na ausência de uma situação de vida adversa, e outras não deprimem durante acontecimentos desfavoráveis. É importante referir que não existem estudos que provem que o envelhecimento por si só seja um factor de risco para a Depressão Major, mas será antes a sua associação ao aumento dos problemas de saúde que constitui um risco para o desenvolvimento de sintomas depressivos. Assim, apontam-se como: Factores predisponentes para a depressão na terceira idade: O sexo feminino parece ser mais predisposto para a depressão Historial de depressões anteriores História familiar de depressão Viuvez ou divórcio Mudanças nos neurotransmissores (o envelhecimento está associado a uma diminuição e alteração de metabolismo da serotonina, dopamina, noradrenalina, o que poderá provocar depressão) Distúrbios neuroendocrinais (embora os estudos não sejam conclusivos) Mudanças ao nível cerebral (está presente um ligeiro definhamento cerebral quando se sofre de depressão em qualquer idade, mas não se sabe se é causa ou consequência) Personalidade (capacidade reduzida de estabelecer relações ou ligações permanentes) comorbilidade médica, incapacidade ou deficiência Medicação Álcool/drogas Cuidados prestados Desvantagens sociais Falta de suporte social Factores precipitantes para a depressão na terceira idade: Acontecimentos de vida adversos (tais como: roubo, separação, doenças ou o seu tratamento, morte de alguém significativo, mudança de habitação ou a ida para lares, crises financeiras, más relações com um membro da família ou amigos, etc.) Stresse crónico (tal como: diminuição da saúde, dependência, perda progressiva de alguns sentidos, declínio cognitivo, problemas familiares, declínio socioeconómico, dificuldades conjugais, reforma, isolamento ou solidão, etc.) Factores protectores para a depressão na terceira idade: Qualidade dos cuidados médicos (boa nutrição, exercício físico, correcção dos défices sensoriais, etc.) Comportamentos de coping positivos (personalidade adaptativa, capacidade de estabelecer relações) Suporte social (suporte social tangível, percepção positiva do suporte, relações de confidência, crenças religiosas ou espirituais, etc.) 12

14 Comorbilidade e distúrbio depressivo A interacção entre a saúde e a doença e os distúrbios depressivos é complexa e bidireccional. Deste modo, A depressão pode ser um factor de risco para doenças do coração entre os mais idosos; Sintomas depressivos associados à incapacidade devido a doenças físicas; Sintomas depressivos associados ao declínio físico; Sintomas depressivos em idosos com mais de 75 anos estão associados a uma maior hospitalização; Incapacidade é um risco para a depressão; Diminuição de alguns dos sentidos (tal como a visão e a audição) está associada à depressão; O estado nutricional pode afectar e ser afectado pela depressão. Devido a estas interacções, a pessoa deve ser vista como um todo. Os profissionais de saúde devem focar-se tanto nos problemas médicos como nos sintomas psiquiátricos, pelo que se requer a atenção para ambos. Em termos comórbidos, verifica-se que a depressão nos idosos coexiste frequentemente com outros sintomas psiquiátricos (tais como a ansiedade); a demência; a fragilidade, a incapacidade e a dependência. Tal como foi dito, alguns problemas físicos e médicos podem predispor para a depressão. Os mais frequentes são o enfarte, a doença de Parkinson, fracturas, cancro, problemas de coração e doenças pulmonares crónicas. 13

15 Conclusão A velhice é um posto é uma frase popular utilizada normalmente com o intuito de valorizar e de chamar a atenção para aspectos ligados com essa etapa de vida. De facto, ao utilizarmos essa frase procuramos enfatizar a importância do conhecimento e experiência de vida de pessoas que já viveram longos anos, durante os quais foram armazenando uma sabedoria única e constituindo um reportório vasto acerca do que é viver. Contudo, apesar dos seus aspectos positivos, a velhice tem o seu lado negativo, e apesar de nessa altura já não se ter o vigor de outros tempos, os idosos continuam a ser seres humanos e como tal a enfrentar dificuldades. Essas dificuldades muitas vezes são provocadas por uma sociedade que cada vez mais se descuida, despreza e não quer saber dos seus idosos. E tal, está patente, quando de forma desprezível certas pessoas alteram sarcasticamente a frase com que abrimos esta conclusão: A velhice é um posto, de parte. Tal facto ilustra bem o desrespeito que certas pessoas apresentam pelos idosos da nossa sociedade. É preciso evitar esta situação. Tendo em conta estas considerações, a ideia do envelhecimento preocupa qualquer um, pois com a chegada da velhice altera-se toda uma série de hábitos e coisas e, por vezes as tarefas mais simples ou os passatempos preferidos são muito difíceis de executar ou de pôr em prática. Além disso o corpo sofre inúmeras transformações, a vulnerabilidade ás doenças é maior, as tarefas ocupacionais são cada vez menos, o fulgor e a energia de outros tempos foi-se, tal faz com que o idoso comece a desinvestir em vários aspectos da sua vida. E não nos podemos esquecer da importância de certos acontecimentos de vida e de certas tarefas desenvolvimentais que, por vezes, ainda ajudam a piorar a situação e levam a um maior isolamento do idoso. Tendo em conta tudo isto, somos levados a pensar que a velhice predispões as pessoas para a depressão, ou que é muito provável que a depressão apareça nesta fase de vida. Felizmente, alguns autores e a psicologia em si, têm-se preocupado em apresentar soluções para a depressão, não só na velhice, mas de um modo geral. Esperamos com este trabalho ter contribuído para um esclarecimento acerca do que é a velhice, o que é a depressão e a maneira como ela é vivida, encarada, qual o seu impacto e qual a melhor forma de lidar com ela numa etapa de vida tão delicada como é a velhice. 14

16 Bibliografia Baldwin, R.; Chiu, E.; Katona, C. & Graham, N. (2002). Guidelines on Depression in Older People: Practising the evidence. Londres: Cromwell Press. Hawton, K.; Salkovskis, P.; Kirk, J. & Clark, D. (1989). Cognitive Behaviour Therapy for Psychiatric Problems: a practical guide. Oxford: Oxford University Press. Lima, M. P. (2004). Envelhecimento e perdas: Como posso não me perder?. Psychologica, 35, pp DSM-IV-TR: manual de diagnóstico e estatística das perturbações mentais (2002). Lisboa: Climepsi editores 15

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