Escola Secundária com 3º CEB de Coruche EDUCAÇÃO SEXUAL
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- Rosa Dinis Osório
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1 Escola Secundária com 3º CEB de Coruche 0 EDUCAÇÃO SEXUAL
2 INTRODUÇÃO A Educação da sexualidade é uma educação moral porque o ser humano é moral. É, também, uma educação das atitudes uma vez que, com base nas nossas crenças e nas escolhas de ordem afectiva, exprimimos um comportamento que, dotado de estabilidade e frequência, comunica aquilo que somos, os traços da nossa personalidade. Como as crenças fazem parte de uma componente cognitiva, a informação sobre a sexualidade faz parte da sua educação. Mas, a dimensão afectiva, dos sentimentos e das emoções, das relações sociais e interpessoais devem ser aprendidas no contexto familiar com a escola como parceira, e não apenas pela relação que estabelecem com a vida sexual, mas porque condicionam/facilitam o nosso relacionamento com todo o universo humano. Segundo a Organização Mundial de Saúde, sexualidade é uma energia que nos motiva a procura de amor, contacto, ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo ser-se sexual; ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso influencia também a nossa saúde física e mental. A sexualidade é construída ao longo da vida, desde o nascimento até ao fim da vida do ser humano, constituindo-se como um percurso traçado com influência do desenvolvimento e maturação física e psico-afectiva. Ao longo da adolescência a relação com os pais e com os colegas sofre alterações. Os adolescentes vão construindo a sua identidade pessoal, o seu sistema de valores e consolidando a sua identidade sexual. Estabelecem relações com o grupo de pares, muito importante para o seu desenvolvimento. Mas, a relação com a família e com a escola também serão determinantes no projecto que está (e continua ao longo de toda a vida) a ser construído. O êxito deste projecto depende da qualidade das interacções entre pares, escola e família. Na adolescência ocorrem alterações de ordem biológica, cognitiva e social, constituindo-se como um tempo de formação, de estruturação de valores, atitudes e comportamentos. É na adolescência que o relacionamento afectivo se torna mais explícito. Deste modo, tanto a escola como a família deverão funcionar como agentes facilitadores de decisão, permitindo a aquisição de estilos de vida saudáveis. Neste contexto, a Educação sexual é a mais importante forma de prevenção de problemas ligados à saúde sexual e reprodutiva dos adolescentes bem como uma importante orientação para a ética e para os valores. Promove a responsabilidade, o conhecimento do corpo, dos impulsos, a integração social e a adopção de estilos de vida saudáveis. O facto de os adolescentes terem acesso fácil à informação não garante que façam uma triagem correcta dessa informação, constituindo-se a Educação Sexual como um contributo muito importante nesse processo. O projecto de Educação sexual a aplicar está de acordo com a lei nº60/2009 de 6 de Agosto e com a portaria nº 196-A/2010 de 9 de Abril. 1
3 Âmbito da Educação Sexual ATITUDES: - Valores sexuais e afectivos - Ética relacional - Valores sociais Conhecimentos: - Conceito de sexualidade - Corpo sexuado - Fecundação - Competências relacionais: - Sociais - Relacionais - resolução de conflitos. Educação Sexual: Para que o aluno se assuma positivamente como ser sexuado, viva a sua sexualidade de maneira saudável, evite comportamentos de risco e estabeleça relações interpessoais gratificantes e não discriminatórias Factores de personalidade: - Auto-estima - Controlo emocional - Assertividade Indicadores afectivos: - Segurança emocional -Amizade - Intimidade
4 a) Âmbito dos conhecimentos Neste âmbito devemos reconhecer que a mera transmissão de conhecimentos não é suficiente para assegurar uma educação integral dos alunos. O conhecimento determina a interpretação da realidade, uma vez que constitui um dos componentes que orientam as atitudes. Em matéria de educação sexual, alguns dos conteúdos que se devem desenvolver são os seguintes: - Conceito de sexualidade - Corpo sexuado anatomia e fisiologia - Alterações físicas e emocionais na puberdade - Afectos - Fecundação, gravidez e parto - Riscos b) Âmbito dos valores e atitudes Os nossos valores e as nossas atitudes vão guiar a nossa conduta, por isso, devemos cultivar os valores tolerantes e éticos. Alguns destes valores poderiam ser: - Concepção positiva do mundo e do ser humano, da sexualidade e dos vínculos afectivos. Uma moral e valores em que as relações interpessoais sejam consideradas necessárias e benéficas, actuarão como factor favorecedor de tais condutas. - Valor de tolerância e respeito pela diferença Cada pessoa é única, sendo este aspecto o nosso principal valor. Por outro lado, a vivência pessoal constitui um processo dinâmico de construção pessoal e subjectiva, existindo tantas sexualidades como pessoas. Perante estas premissas será fácil compreender que a tolerância e o respeito pela diferença são os valores básicos para aceitar e valorizar o relacionamento com os outros. - Critérios para uma ética das relações interpessoais As relações sexuais e os vínculos afectivos devem estabelecer-se sobre critérios éticos que favoreçam o seu carácter saudável e a integridade das pessoas. Alguns destes critérios poderão ser: Igualdade entre os sexos Sinceridade interpessoal 3
5 Prazer, ternura, comunicação e afectos partilhados Responsabilidade partilhada Valorizar os vínculos afectivos c) Âmbito das competências relacionais: Pode acontecer um indivíduo possuir conhecimentos, valores e personalidade necessária para estabelecer relações interpessoais adequadas mas, não poder fazê-lo pelo facto de não dominar as competências relacionais necessárias. - Desenvolvimento da empatia A empatia, como capacidade de se colocar no lugar do outro e partilhar os seus afectos e o seu ponto de vista, é essencial para a educação afectivo-sexual. Desenvolver a empatia significa favorecer a comunicação íntima e o apoio emocional. - Desenvolvimento de competências sociais e interpessoais Desenvolver estas competências significa preparar os jovens para agir de maneira socialmente correcta e melhorar as relações interpessoais. Tornam-se muito valiosas as competências de comunicação, a capacidade de identificar e expressar emoções, a assertividade, a resolução de conflitos, resolver situações de pressão ou chantagem, tomar decisões, solicitar ajuda - Resolução de conflitos e tomada de decisões As relações interpessoais são dinâmicas e sujeitas a múltiplos interesses. O conflito é algo inerente às relações humanas (manipulação, pressão de grupo, chantagem emocional, situações de risco, etc). Portanto, é importante preparar os jovens para a análise de conflitos e a tomada de decisões. d) Âmbito da personalidade A nossa capacidade relacional e a nossa vivência da sexualidade são fortemente marcadas por determinadas características da nossa própria personalidade. - Auto-estima Ninguém pode relacionar-se satisfatoriamente com as outras pessoas se não se aceitar a si próprio de forma positiva e se não se sentir digno de ser querido e capaz de querer. - Controlo emocional Sentir-se capaz de levar a cabo condutas interpessoais e antecipar as suas consequências positivas e negativas favorece o desenvolvimento afectivo e sexual. - Assertividade 4
6 Assumir a responsabilidade do que nos acontece é uma variável que facilita as relações interpessoais, o assumir de responsabilidades e o desenvolvimento de condutas saudáveis. e) Variáveis de índole afectiva A resolução das necessidades interpessoais (segurança emocional, apoio social e intimidade) deve considerar-se como um dos objectivos fundamentais da educação - Segurança emocional A segurança emocional é referida como a necessidade de nos sentirmos seguros e protegidos por outras pessoas que entendemos como incondicionais, disponíveis e eficazes. Estas pessoas são, em geral, os pais a quem nos apegamos desde o primeiro ano de vida. - Apoio social Todas as pessoas sentem necessidade de estar integrados e ser aceites. É importante contar com uma rede de apoio social mais ampla que a própria família. Formam essa rede as amizades, os grupos de pares, os colegas, os vizinhos, etc. Estas relações abrangem, entre outros aspectos, as necessidades lúdicas, de afirmação de identidade, de comunicação, de colaboração e de socialização. Devemos favorecer a amizade e as relações com o grupo de pares, providenciando o convívio continuado, afectivo e não discriminatório. - Intimidade A intimidade relaciona-se com a nossa capacidade de comunicar e partilhar as nossas emoções e os nossos sentimentos e estabelecer vínculos afectivos estreitos e intensos. Devemos favorecer uma visão positiva da sexualidade e do contacto corporal, possibilitar a construção do conhecimento sexual e uma ética para as relações interpessoais. 5
7 APLICAÇÃO DAS ACTIVIDADES NA ESCOLA 2º e 3º CICLO No 2º e 3º ciclo do ensino básico e no 10º ano do ensino secundário, as aulas de Educação sexual serão leccionadas na disciplina de Formação Cívica. É aconselhável que a referida disciplina, em todos os anos de escolaridade, seja leccionada por professores com formação e perfil para leccionar os conteúdos de educação sexual. GABINETE DE SAÚDE De acordo com o disposto na Lei 60/2009 de 6 de Agosto, será constituído um gabinete de apoio. Neste gabinete devem ser contempladas as seguintes actividades: - Dinamização da página moodle da Escola Promotora de saúde. - Caixa de dúvidas - Dias mundiais a comemorar no âmbito da Educação para a saúde. - Encaminhamento de alunos para profissionais de saúde. - Apoio na dinamização do projecto de educação sexual. - Apoio a professores e alunos no âmbito da promoção e educação para a saúde. Parcerias a estabelecer - Centro de saúde de Coruche - Escola de Enfermagem de Santarém - Escola Superior de Tecnologias da Saúde Avaliação - A fim de avaliar o projecto a equipa reunirá periodicamente com os docentes. 6
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