O USO DA BIODIVERSIDADE COMO PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
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- Renato Neto Bardini
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1 O USO DA BIODIVERSIDADE COMO PRESERVAÇÃO AMBIENTAL Stefani de Souza Patricia de Freitas Co-autor - Prof. MSc. Cristian Coelho Silva cristian_coelho@yahoo.com.br luscheuer@hotmail.com Palavras-chave: sustentabilidade, recursos naturais,comunidades. Resumo Os processos humanos de apropriação da natureza refletem à própria existência humana, que ao longo do tempo vem demonstrando sua fragilidade decorrente das alterações ambientais. O conhecimento da biodiversidade local é fundamental para que se possa determinar parâmetros de sustentabilidade para o uso dos recursos naturais, de modo que se possa traçar metas para sua conservação, vitais para a sobrevivência humana, principalmente para as populações inseridas em áreas naturais, dependentes exclusivamente destes recursos, como é o caso das diversas comunidades pesqueiras que habitam o interior da Bacia Litorânea do Paraná. Introdução A convenção de 1972 da UNESCO estabeleceu que os recursos biológicos, são herança comum da humanidade. O Brasil é o país com a maior diversidade biológica, abrigando entre 15% e 20% do número total de espécies do planeta, em seis grandes biomas: Amazônia, Caatinga, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Pampa. A dimensão exata dessa riqueza biológica 146
2 provavelmente jamais será conhecida, dadas as dimensões continentais do país, a extensão de sua plataforma marinha e a complexidade de seus ecossistemas (FAPESP, 2008). Grande parte desse patrimônio foi, e continua sendo, perdida de forma irreversível, antes mesmo de ser conhecida, em função principalmente da fragmentação de habitats, da exploração excessiva dos recursos naturais e da contaminação do solo, das águas e da atmosfera (FAPESP, 2008). O conhecimento e a conservação desses biomas com suas floras, faunas e microrganismos são essenciais, inclusive para a preservação da vida no planeta. Biodiversidade pode ser definida como a variedade e a variabilidade existente entre os organismos vivos e as complexidades ecológicas nas quais elas ocorrem. Ela pode ser entendida como uma associação de vários componentes hierárquicos: ecossistema, comunidade, espécies, populações e genes em uma área definida. A biodiversidade varia com as diferentes regiões ecológicas, sendo maior nas regiões tropicais do que nos climas temperados (WIKIPÉDIA, 2011). A espécie humana como toda outra forma de vida do planeta depende da biodiversidade para sua sobrevivência, pois é fonte primária de recursos fornecendo comida (colheitas, animais domésticos, recursos florestais e peixes), fibras para roupas, madeira para construções, remédios e energia. Esta "diversidade de colheitas" é também chamada agrobiodiversidade. A biodiversidade é na maioria das vezes entendida como um reservatório de recursos e matéria prima, que devem ser utilizados para a produção de produtos alimentícios, farmacos e cosméticos. Este conceito do gerenciamento de recursos biológicos provavelmente explica a maior parte do medo de se perderem estes recursos devido à redução da Biodiversidade. Entretanto, isso é também a origem de novos conflitos envolvendo a negociação da divisão e apropriação dos recursos naturais. Podemos discutir sobre a biodiversidade considerando seus aspectos de influencia direta e funcional, que influencia toda a dinâmica da vida nos ecossistemas e possui valor econômico: 147
3 valor intrínseco todas as espécies são importantes intrinsecamente, por uma questão de ética. valor funcional cada espécie tem um papel funcional no ecossistema. Por exemplo, predadores regulam a população de presas, plantas fotossintetizantes participam do balanço de gás carbônico na atmosfera, etc. valor de uso direto muitas espécies são utilizadas diretamente pela sociedade humana, como alimentos ou como matérias primas para produção de bens. valor de uso indireto outras espécies são indirectamente utilizadas pela sociedade. Por exemplo criar abelhas em laranjais favorece a polinização das flores de laranja, resultando numa melhor produção de frutos. valor potencial muitas espécies podem futuramente ter um uso direto, como por exemplo espécies de plantas que possuem princípios ativos a partir dos quais podem ser desenvolvidos medicamentos. O litoral do Paraná abriga diversas unidades de conservação de diferentes categotrias, sendo áreas naturais protegidas por lei que possuem o intuito de regular o uso dos recursos natuais, de modo à instituir sua conservação e a política de sustentabilidade, garantindo a manutenção da biodiversidade e dos ecossistemas. A grande pressão sofrida pelos complexos ecossistemas costeiros do Paraná nas últimas décadas torna urgente medidas e astratégias para sua conservação. A legislação ambiental é muitas vezes negligenciada, e as politicas públicas ainda não voltaram esforços suficientes para a presevação dos habitats, sendo o potencial da biodiversidade ainda desconhecido. Assim, este trabalho aborda as reflexões sobre a perda dos hábitats naturais decorrentes da ocupação humana, de modo que possamos viabilizar estratégias de consevação, permitindo analisar de forma mais específica os desafios para a sustentabilidade e desenvolvimento econômico. Materiais e Métodos 148
4 Foi realizado um levantamento documental que trata a respeito do histórico ocupacional geográfico e sobre a biodiversidade do litoral do Paraná. Foi possível observar a existência de inúmeras Unidades de Conservação de uso sustentável e de proteção integral, destinadas a regulamentação de seu uso e ocupação, ocupando a maior parte do território por áreas protegidas. As diversas formações de paisagens naturais de beleza exuberante destes ecossistemas possuem grande potencial para o desenvolvimento de atividades turísticas, ainda tão pouco difundidas como ferramenta para o desenvolvimento local. Resultados e Discussão Segundo as observações do histórico temporal nas imagens do satélite LandSat 1, 2, 3, 4 e 5 podemos determinar que de 1973 a 2010 houve um crescimento significativo na ocupação dos habitats litorâneos, acentuado na década de 80 com crescimento em torno de 80% de ocupação, promovendo inúmeras consequências negativas para a cobertura vegetal e para as diversas espécies da fauna. A consequência mais direta á a contaminação da água, solo e ar, que atentam para estratégias voltadas para atividades reguladoras que venham a contribuir com políticas e ferramentas de conservação dos ecossistemas. O litoral paranaense está inserido no Bioma Mata Atlântica, considerado um dos hotspots ou áreas prioritárias para conservação no planeta. O complexo de ambientes formado pelos remanescentes de floresta atlântica, restinga, manguezais e brejos abrigam uma alta biodiversidade, incluindo espécies raras, endêmicas e ameaçadas. Diversas unidades de conservação compõem um mosaico fundamental para a conservação dos diversos habitats da vida, sendo englobadas pelo zoneamento as APA s de Guaraqueçaba e Guaratuba. As APA s tem como objetivos específicos proteger um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do Brasil, como por exemplo proteger o 149
5 complexo estuarino da Baía de Paranaguá, os sítios arqueológicos, as comunidades caiçaras integradas ao ecossistema regional, controlar o uso de agrotóxicos e estabelecer critérios racionais de uso e ocupação do solo na região. Em seu interior estão localizadas unidades de conservação de uso restrito: a Estação Ecológica de Guaraqueçaba, o Parque Nacional do Superagui e cinco Reservas Particulares do Patrimônio Natural - RPPN, que têm na APA de Guaraqueçaba uma zona de amortecimento para redução dos impactos ambientais (ICMBIO, 2011). Conclusões As estratégias de conservação dos ecossistemas devem partir da necessidade de preservação dos recursos naturais com a consciência de que são matérias primas vitais para a sobrevivência humana. Estas estratégias devem abordar questões práticas no sentido de que se aborde questões urgentes de conservação dos ecossistemas. Abordagens que devem partir dos estudos necessários para o desenvolvimento de ferramentas práticas, como por exemplo a integração do conhecimento da biodiversidade por parte das instituições de pesquisa e Universidades, com programa estratégicos que tragam à luz do conhecimento da sociedade aspectos ambientais sobre monitoramento climático, zoneamento costeiro, levantamentos biológicos, relevo, áreas degradadas, atividades impactantes, impactos ambientais, desenvolvimento tecnológico, possibilidades para o desenvolvimento turístico e econômico regional, etc. Assim através do compartilhamento de informações, poderemos adquirir o conhecimento complexo sobre os ecossistemas e sua biodiversidade, bem como os aspectos das atividades humanas que possuem potencial de degradação do meio ambiente natural, que além de causar diversos desequilíbrios ecológicos podem inibir a própria sobrevivência da espécie humana, e por final estimular a uso racional dos recursos com metas de conservação ambiental. Referências 150
6 ICMBIO. Parque Nacional Saint-Hilaire Lange. Mosaico de UC s do Litoral Paranaense. Disponível em Acesso em 03/11/2011. Ministério do Meio Ambiente MMA. Departamento da Conservação da Biodiversidade. Campos Sulinos Conservação e uso sustentável da biodiversidade. Brasília DF, FAPESP Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo. Conhecimento e Uso Sustentável da Biodiversidade Brasileira: O programa Biota FAPESP SP. São Paulo, WIKPÉDIA. Enciclopédia Digital. Disponível em Acesso em: 29/11/
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