APELAÇÃO CÍVEL Nº /RJ PROCESSO ORIGINÁRIO N.º /RJ

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Lara Delgado Aragão
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1 RELATOR APELANTE ADVOGADO APELADO ADVOGADO REMETENTE ORIGEM : JUÍZA FEDERAL CONVOCADA LANA REGUEIRA : CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRACAO DO R.J.- CRA/RJ : RODRIGO TOSTES DE A. MASCARENHAS E OUTROS : FIDELITY FACTORING FOMENTO MERCANTIL LTDA : LEANDRO DUARTE SILVA E OUTROS : JUIZO FEDERAL DA 10A VARA-RJ : DÉCIMA VARA FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ( ) APELAÇÃO CÍVEL Nº /RJ PROCESSO ORIGINÁRIO N.º /RJ RELATOR : JUIZA FEDERAL CONVOCADA LANA REGUEIRA APTE. : CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO DO R.J.- CRA/RJ ADV. : Rodrigo Tostes de A. Mascarenhas e outros APDO. : FIDELITY FACTORING FOMENTO MERCANTIL LTDA ADV. : Leandro Duarte Silva e outros RMTE. : JUÍZO FEDERAL DE 10 a VARA-RJ ANOTAÇ : DUPLO GRAU AGR. RET. RELATÓRIO Trata-se de remessa necessária e apelação interposta pelo Conselho Regional de Administração do Rio de janeiro- C.R.A./RJ contra sentença prolatada nos autos de ação ordinária com pedido de antecipação parcial de tutela. 1

2 A sentença de fls.227/230 julgou procedente o pedido para considerando o objeto social da autora, declarar a inexistência de relação jurídica que obrigue esta a se inscrever nos registros do Réu, bem como a lhe pagar a respectiva contribuição que seria devida por força do referido registro, devendo o réu se abster de praticar quaisquer atos que visem intimar, autuar ou executar a autora, em virtude de multas, taxas ou quaisquer pagamentos relativos à inscrição de sociedades na autarquia-ré. O Conselho Regional de Administração do Rio de janeiro apresenta seu recurso de apelação, às fls.232/245, pedindo a reforma integral da sentença. Fidelity Factoring Fomento Mercantil LTDA apresenta suas contra-razões, às fls.252/257, pela manutenção da sentença. O Ministério Público Federal afirma que o feito não necessita de sua intervenção. É o relatório. LANA REGUEIRA Juíza Federal Convocada VOTO. Insurge-se o Apelante contra a sentença que, considerando o objeto social da empresa Autora, declarou a inexistência da relação jurídica que a obrigue a se inscrever nos registro do Réu, bem como a lhe pagar a respectiva contribuição que seria devida por força do referido registro. Preliminarmente, quanto ao Agravo retido de fls. 209/215 interposto pelo Apelado, não houve pedido de julgamento pelo mesmo 2

3 nesta instância, até porque não houve recurso, motivo pelo qual descabido seu conhecimento. Andou bem a sentença ao julgar procedente o pedido, posto que pelo que se vê do Contrato Social de fls. 21/24 a Autora é sociedade por quotas de responsabilidade limitada exercendo atividade comercial de fomento mercantil, ou factoring. O fato de constar da razão social a nomenclatura administração, não é o bastante para obrigatoriedade do registro no Conselho-Réu, porque o objeto ou atividade básica da sociedade é a aquisição de créditos de terceiros, mediante cessão pro soluto, conceituada pelo 1º do art. 28, da Lei nº 8.981/95 a atividade de factoring consiste em: Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviço. No caso em tela, não se pode dizer que a Autora efetivamente pratica a atividade de administrador, no sentido técnico da atividade, sendo certo que apesar de suas alegações, o Apelante não comprovou que a Apelada se enquadra nas atividades previstas na Lei nº 4.769/65, sendo certo que nos termos do art. 1º da Lei nº 6.839/80, o registro de empresa em entidade competente para fiscalização do exercício profissional é obrigatório em razão da atividade básica por ela exercida. E, do simples exame do estatuto da Autora, restou demonstrado que seu objeto social não guarda qualquer relação com as atividades definidas na Lei nº 4.769/65, inexistindo motivo, dessa forma, para seu registro junto ao Conselho Regional de Administração. Isto posto, não conheço do Agravo Retido e nego provimento ao recurso e a remessa necessária, mantendo a sentença na sua integralidade. LANA REGUEIRA Juíza Federal Convocada. 3

4 EMENTA ADMINISTRATIVO. CONSELHO REGIONAL DE ADMINISTRAÇÃO. REGISTRO. 1 Não se enquadrando a empresa nas atividades previstas na Lei 4.769/65, não existe relação jurídica que a obrigue ao registro junto ao Conselho Regional de Administração, muito menos ao pagamento da contribuição que seria devida por força de tal registro. 2 Agravo retido não conhecido. Remessa necessária e recurso voluntário improvidos. ACÓRDÃO indicadas. Vistos e relatados estes autos, em que são partes acima Acordam os membros da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, por unanimidade, não conhecer do agravo retido e negar provimento à remessa necessária e ao recurso, nos termos do voto do Relator. Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de Juíza Federal Convocada LANA REGUEIRA 4

5 Relatora 5

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