AMS PB ( ). RELATÓRIO

Transcrição

1 APTE : MARCO AURELIO FEITOSA. : CHARLES FELIX LAYME. RELATÓRIO 1. Cuida-se de Apelação Cível interposta por MARCO AURÉLIO FEITOSA, em face da sentença proferida pelo eminente juiz da 4a. Vara da SJ/PB, que julgou improcedente o pedido formulado na exordial, por entender que, apesar de o impetrante afirmar ter cumprido as 200 (duzentas) horas de atividades complementares exigidas pela IES, os documentos constantes dos autos demonstram que, das atividades extracurriculares por ele realizadas, o máximo que poderia ser aproveitado eram 135 (cento e trinta e cinco) horas, o que se mostra insuficiente para a conclusão do curso. 2. Em suas razões recursais, o apelante alega que, tendo concluído regularmente o curso de Direito, fere o princípio da razoabilidade a atitude da IES de impedi-lo de colar grau e receber o seu diploma de conclusão de curso. 3. Às contra-razões, pugna a apelada pela manutenção in totum da sentença proferida em Primeira Instância. 4. É o relatório. mk/lnc. 1

2 APTE : MARCO AURELIO FEITOSA. : CHARLES FELIX LAYME. VOTO 1. Versa o presente recurso acerca da possibilidade de o apelante, na condição de discente, obter a conclusão do curso de Direito, sem ter integralizado as 200 (duzentas) horas de atividades complementares, inseridas como componente curricular obrigatório pela Instituição de Ensino apelada. 2. Alega a apelante que, tendo concluído regularmente o curso de Direito, fere o princípio da razoabilidade a atitude do CESED/FACISA de impedi-lo de colar grau e receber o seu diploma de conclusão de curso. Aduz que as 65 (sessenta e cinco) horas de atividades complementares que faltam ser cumpridas podem sê-lo posteriormente à colação de grau e à expedição do diploma. 3. Não obstante as razões trazidas aos autos, entendo não assistir razão ao apelante. Isto porque, as exigências elencadas pela IES, no que tange à observância da integralização das disciplinas componentes do currículo obrigatório, para a conclusão do curso de Direito, não constituem em ilegalidade, mas, sim, exercício de sua autonomia didático-científica, garantida pela Carta Magna em seu art A IES tem, portanto, desde que obedecidas as diretrizes traçadas pelo MEC, liberdade para compor sua estrutura curricular, inclusive definindo, conforme ressaltado pelo juiz sentenciante, quais sejam as atividades complementares por ela tidas como imprescindíveis. Ademais, a exigência de integralização das 200 (duzentas) horas de atividades complementares se coaduna com o objetivo de se alcançar um ensino superior de qualidade. mk/lnc. 2

3 5. Analisando os documentos acostados aos autos (fls. 43) e conforme as alegações do apelante em suas razoes recursais (fls. 68), este apenas integralizou 135 (cento e trinta e cinco) horas de atividades complementares, do total de 200 (duzentas) horas exigidas pelo CESED/FACISA, o que se mostra insuficiente para a conclusão do curso. 6. Face ao exposto, nego provimento a Apelação, mantendo em todos os seus termos a sentença proferida em Primeira Instância. 7. É como voto. mk/lnc. 3

4 APTE : MARCO AURELIO FEITOSA. : CHARLES FELIX LAYME. ACÓRDÃO ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. ENSINO SUPERIOR. ATIVIDADES COMPLEMENTARES INSERIDAS NO CURRÍCULO OBRIGATÓRIO DOS DISCENTES. AUTONOMIA DIDÁTICO-CIENTÍFICA DA IES. 1. As exigências elencadas pela IES, no que tange à observância da integralização das disciplinas complementares componentes do currículo obrigatório, para a conclusão do curso de direito, não constituem em ilegalidade, mas, sim, exercício de sua autonomia didático-científica, garantida pela Carta Magna em seu art A IES tem, desde que obedecidas as diretrizes traçadas pelo MEC, liberdade para compor sua estrutura curricular, inclusive definindo quais sejam as atividades complementares por ela tidas como imprescindíveis. A integralização das 200 (duzentas) horas de atividades complementares se coaduna com o objetivo de se alcançar um ensino superior de qualidade, somente havendo o apelante integralizado 135 (cento e trinta e cinco horas) dessas atividades, não merecendo guarida, pois, a sua pretensão. 3. Apelação improvida. Vistos, relatados e discutidos estes autos de AMS PB, em que são partes as acima mencionadas, ACORDAM os Desembargadores Federais da Segunda Turma do TRF da 5a. Região, por unanimidade, em negar provimento à Apelação, nos termos do relatório, voto e notas taquigráficas constantes dos autos, que ficam fazendo parte do presente julgado. Recife, PE., 05 de agosto de Amanda Lucena DESEMBARGADORA CONVOCADA mk/lnc. 4

5 mk/lnc. 5