NÍVEL DE FORÇA ABDOMINAL E DOS MEMBROS SUPERIORES DE ALUNOS DOS 5º s ANOS DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA DE CRUZ ALTA-RS

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1 1 NÍVEL DE FORÇA ABDOMINAL E DOS MEMBROS SUPERIORES DE ALUNOS DOS 5º s ANOS DO PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSA DE INICIAÇÃO A DOCÊNCIA DE CRUZ ALTA-RS Level of abdominal strength and higher members of students of the 5th years of the institutional program of initiation bag of Cruz Alta-RS teaching RESUMO CÔRTES, Manoela Farias¹ ROSSATO, Vânia Mari² 1 Este estudo teve como objetivo avaliar os níveis de força abdominal e de membros superiores de alunos dos 5º s anos das escolas integrantes do PIBID/UNICRUZ - Educação Física da cidade de Cruz Alta - RS. Essa pesquisa caracterizou-se como quantitativa descritiva e diagnóstica. Participaram desse estudo 39 alunos dos 5º s anos das escolas participantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) das seguintes escolas: Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Cândido Machado e Instituto Estadual de Educação Professor Annes Dias. O instrumento de pesquisa utilizado foi composto de dois testes que fazem parte da bateria de testes preconizados pelo Projeto Esporte Brasil PROESP-BR. Foram utilizados os testes de força explosiva de membros superiores e teste de resistência abdominal. Os dados foram interpretados a partir do programa SPSS por meio da análise estatística descritiva (frequência e percentual), para observar se existem diferenças significativas entre as escolas. Os resultados mostraram que os dois componentes analisados da força abdominal e força de membros superiores merecem especial atenção. Com esse estudo permitiu conhecer os níveis de força dos alunos, possibilitando a reflexão dos professores na importância de ter um treinamento de força além de atividades distintas para melhor desempenho físico no seu dia a dia e sobre a importância da utilização deste treinamento com supervisão correta para melhor eficácia no treinamento e assim uma melhor qualidade de vida. Palavras-chave: Educação física. Aptidão física. Força de membros superiores. ABSTRACT The objective of this study was to evaluate the levels of abdominal strength and upper limbs of 5th grade students from PIBID / UNICRUZ - Physical Education in the City of Cruz Alta - RS. This research was characterized as quantitative descriptive and diagnostic. Participants in this study were 39 students from the 5th grade of the participating schools of the Institutional Scholarship Program (PIBID) of the following schools: State School of Primary Education, Doctor Cândido Machado and State Institute of Education, Professor Annes Dias. The research instrument used for the composite of two tests that are part of the battery of tests recommended by the Brazilian Sport Project PROESP-BR. Upper extremity explosive strength tests and abdominal resistance test were used. Data were interpreted from the SPSS program through descriptive statistical analysis (frequency and percentages), to see if it means significant differences such as schools. The results showed that the two analyzed 1 Acadêmica do curso de Educação Física Licenciatura e Bolsista do Programa Institucional de Iniciação à Docência PIBID Unicruz/Educação Física. manoelafcortes@hotmail.com ² Mestre em ciência do movimento humano (UNESC) Professora do Curso de Educação Física da Universidade de Cruz Alta UNICRUZ Cruz Alta RS e supervisora do Programa Institucional de Iniciação à Docência PIBID Unicruz/Educação Física. vanisrst@hotmail.com

2 2 components of abdominal strength and upper limb strength deserve special attention. With this study, allowing students to know their strength levels, allowing teachers to reflect on the importance of strength training in addition to several different activities for better physical performance in their day and day on the importance of using training with correct supervision for better efficacy without training and thus a better quality of life. Keywords: Physical education. Physical aptitude. Strength of upper limbs. 1 INTRODUÇÃO A Educação Física na sua trajetória escolar, foi se modificando ao longo do século XX, nas suas propostas e objetivos educacionais, tendo como base as novas tendências e modelos, que foram sofrendo transformações ao longo da evolução do contexto da educação nacional e das exigências das próprias transformações da sociedade, (DARIDO, 2003). O período escolar referente ao Ensino Fundamental é considerado uma etapa importante para a prática de atividades físicas, pelo fato dos alunos estarem em pleno período de crescimento e desenvolvimento de suas habilidades motoras e capacidades físicas (GALLAHUE; DONNELLY, 2008). Nessa etapa, as aulas de Educação Física são uma oportunidade de prática de exercícios físicos orientados, levando em consideração essa fase de grandes transformações no organismo e os preocupantes dados de crianças e adolescentes, com baixos níveis de aptidão física relacionados à saúde e estilo de vida sedentário. Para que as crianças obtenham sucesso nas atividades físicas relativas à sua aptidão física relacionada à saúde, entre os objetivos das aulas de educação física deve estar o trabalho referente ao desenvolvimento da força muscular. Esta variável também chamada de treinamento resistido pode ser trabalhada, para o condicionamento muscular de crianças e adolescentes. Este trabalho pode ser efetuado durante as aulas de educação física com exercícios funcionais que utilizam o próprio corpo como sobrecarga. O trabalho de força torna-se importante, porque, além de melhorar o condicionamento físico e o desempenho esportivo, evita lesões da prática de variados exercícios (BRAGA, 2008). A inclusão de exercícios de força nos programas elaborados pelos professores de Educação Física necessita receber atenção especial, pois, se for bem elaborado e aplicado pelo professor, pode ser uma ferramenta positiva para os

3 3 escolares que não gostam de praticar esportes e também como uma motivação para a prática de atividade física fora da escola, tornando-os mais ativos fisicamente (LIMA et al, 2014). Considerando a importância da abordagem da aptidão física, nas aulas de Educação Física Escolar, para a aquisição e o desenvolvimento das qualidades físicas básicas e essenciais à saúde, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/UNICRUZ - Educação Física possibilita, por meio dos bolsistas de Educação Física, ministrar suas oficinas de psicomotricidade e utilizar como conteúdo: habilidades motoras fundamentais e especificas e as capacidades físicas, (FUHRMANN, 2013). O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID é uma iniciativa para o aperfeiçoamento e a valorização da formação de professores para a educação básica, oferecendo ao aluno de licenciatura o confronto com a realidade escolar, possibilitando-lhe atuar em diversos momentos do cotidiano escolar, (CAPES, 2008). Com esse pensamento, o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência PIBID/UNICRUZ subprojeto de Educação Física oferece oficinas de educação psicomotora para os anos iniciais do ensino fundamental, desenvolvidas três vezes na semana, durante cinquenta minutos, para que as crianças tenham a convivência com atividades físicas para o desenvolvimento de qualidades físicas básicas e essenciais à saúde, (UNICRUZ, 2012). A partir das afirmações efetuadas anteriormente sobre a importância do desenvolvimento da força em escolares, colocou-se como objetivo avaliar os níveis de força abdominal e de membros superiores de alunos dos 5º anos das escolas integrantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) de Cruz Alta RS. 2 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS Essa pesquisa caracterizou-se como quantitativa com caráter descritivodiagnóstico. A população do estudo foram 39 alunos dos 5º s anos com idade de 11 anos das escolas participantes do PIBID/UNICRUZ, no subprojeto de Educação Física nas seguintes escolas: Instituto Estadual de Educação Professor Annes Dias e Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Cândido Machado 2017.

4 4 Os critérios de exclusão foram: não estar presente no dia da aplicação dos instrumentos de pesquisa, apresentar doença e lesão que impeça a realização dos testes e não ter entregue o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido assinado pelos pais ou responsáveis e o Termo de Assentimento assinado pelo aluno. A amostra foi constituída por 39 alunos, sendo 19 alunos do Instituto Estadual de Educação Professor Annes Dias e 20 alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Cândido Machado O instrumento da pesquisa foi composto por dois testes que fazem parte da bateria de testes preconizados pelo Projeto Esporte Brasil. Foram utilizados os testes de força de membros superiores e o teste de resistência abdominal. O Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR) é um observatório permanente de indicadores de crescimento e desenvolvimento corporal, motor e do estado nutricional de crianças e jovens entre 6 e 17 anos. Com o objetivo de auxiliar os professores de Educação Física na avaliação desses indicadores, o PROESP-BR propõe, através de um método, a realização de programa cujas medidas e testes podem ser realizados na maioria das escolas brasileiras. (PROESP-BR, 2012) Para a realização da coleta de dados, inicialmente, foi solicitada a autorização das direções das escolas, em seguida a autorização dos pais, por meio do TCLE, seguido do TA. Posteriormente, foi organizado com o professor da turma o cronograma de aplicação dos testes que foram realizados no horário das aulas de educação física. O procedimento para aplicação foi da seguinte forma: os testes foram realizados em uma sala, previamente organizada, onde foram chamados os alunos em duplas e explicados e demonstrados os testes que foram realizados, os alunos testaram o exercício e, logo após, iniciaram-se os testes. Primeiramente foram realizados os testes de força abdominal e, posteriormente, o teste de força de membros superiores. Para o tratamento dos dados foi utilizado a inferência percentual e o Teste Qui-quadrado ou seu equivalente não paramétrico com p valor 0,05 para verificar a ocorrência de valores significativos entre as escolas. A pontuação dos escores seguirá o protocolo estabelecido pelo Projeto Esporte Brasil. (PROESP-BR, 2012). 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5 5 A seguir são apresentados e discutidos os resultados do estudo com o objetivo de avaliar os níveis de força abdominal e de membros superiores de alunos dos 5º s anos das escolas integrantes do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) de Cruz Alta RS. Tabela 1. Variável resistência abdominal dos alunos do Instituto Estadual de Educação Professor Annes Dias. Cruz Alta, Rio Grande do Sul. Brasil, Classificação Meninas Meninos Total n % n % N % Zona saudável 4 44,44% 5 50% 9 47,4% Zona de risco 5 55,55% 5 50% 10 52,6% Total 9 100% % % Os resultados dos testes de resistência abdominal do Instituto Annes Dias, mostraram que 55,55% das meninas encontram-se na zona de risco e 44,44% na zona saudável. Já para os meninos as duas variáveis apresentaram 50% na classificação. Analisando ambos os sexos, 52,6% dos alunos encontram-se na Zona de risco e 47,4% na Zona saudável. Tabela 2. Variável resistência abdominal dos alunos da Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Cândido Machado. Classificação Meninas Meninos Total n % n % N % Zona saudável 3 30% 4 40% 7 35% Zona de risco 7 70% 6 60% 13 65% Total % % % Os resultados dos testes de resistência abdominal da Escola Cândido Machado, conforme a tabela 2, mostraram que 70% das meninas se encontram na zona de risco e 30% na zona saudável. No caso dos meninos, 60% encontraram-se

6 6 na zona de risco e 40% encontraram-se na zona saudável. Analisando os alunos na totalidade 65% encontram-se na zona de risco e 35% na zona saudável. Referente a esta variável, foram encontrados resultados mais agravantes em estudos de Fuhrmann, 2013, o qual investigou alunos dos 5º anos do ensino fundamental em três escolas integrantes do programa PIBID/UNICRUZ-Educação Física. Os índices apresentados foram de 82% dos alunos classificados na zona de risco para duas escolas e 70% dos alunos na terceira escola. Em outro estudo realizado com essas mesmas variáveis sobre os indicadores de aptidão física em escolares da região centro-oeste da cidade de São Paulo (LUGUETTI et al 2010). Os percentuais de classificação no teste de força abdominal, apresentaram números um pouco melhores para as meninas que o presente estudo 40% normal, já para os meninos os resultados foram quase semelhantes, 42% normal. No teste de resistência abdominal, os valores superiores obtidos pelos meninos em relação às meninas podem ser explicados, de certa forma, pelo aumento da força e resistência muscular, na adolescência, a favor dos meninos. Esse comportamento está relacionado, em parte, ao maior tamanho corporal e massa magra dos meninos, uma vez que, de acordo com a literatura, as correlações dessas variáveis com a força e resistência muscular são moderadas e positivas (PEREIRA 2011). Tabela 3. Variável força explosiva de membros superiores dos alunos do Instituto Estadual de Educação Professor Annes Dias. Classificação Meninas Meninos Total n % n % n % Fraco 4 44,4% 5 50% 9 47,4% Razoável 3 33,3% 1 10% 4 21,1% Bom 0 0% 4 40% 4 21,1% Muito bom 2 22,2% 0 0% 2 10,5% Excelente 0 0% 0 0% 0 0% Total 9 100% % %

7 7 No teste de força explosiva de membros superiores, do Instituto Annes Dias, 50% dos meninos apresentaram índice fraco de força e as meninas 44,4%. Na categoria bom, diferente das meninas, os meninos apresentaram 40%, ao contrário ocorreu com a classificação muito bom em que somente as meninas apresentaram 22,2%. Em análise geral, 47,4% dos alunos encontram-se na categoria fraco e somente 10,5% muito bom, estes valores necessitam ser revertidos, pois se mostram preocupantes, se permanecerem nestes índices. A força muscular é uma capacidade física solicitada na maioria das atividades físicas. É a base para todas as atividades corporais, não existindo movimento que não utilize a força. É um importante componente da aptidão física relacionado à saúde, além de exercer um papel relevante para o desempenho físico em inúmeras modalidades desportivas. Existem outros atributos físicos importantes e que podem ser desenvolvidos, como a flexibilidade, agilidade, velocidade e resistência. E, entre todas as capacidades motoras, a força é uma das mais necessárias para os esportes individuais e coletivos (AVELINO, 2011). Tabela 4. Comparação entre os sexos na força explosiva de membros superiores. Escola Estadual de Ensino Fundamental Doutor Cândido Machado. Classificação Meninas Meninos Total n % n % n % Fraco 8 80% 8 80% 16 80% Razoável 1 10% 1 10% 2 10% Bom 1 10% % Muito bom % 1 5% Excelência Total % % % No teste de força explosiva de membros superiores, na Escola Cândido Machado, 80% dos alunos de ambos os sexos se encontram na categoria fraco e somente 10% dos meninos atingiram o índice muito bom. Na análise geral do grupo, constatou-se que 80% dos alunos se encontram na categoria fraco e somente 5% na categoria muito bom. No estudo realizado por Lughetti et al 2010, avaliando a força explosiva de braços, os valores médios para o sexo masculino e feminino apresentaram

8 8 classificações dentro da normalidade em 44% para os meninos e 43% para as meninas. Tabela 5. Comparação entre as escolas, na variável força abdominal. Classificação Annes dias Cândido Total n % n % n % Risco 10 25,6% 13 33,3% 23 59% Saudável 9 23,1% 7 17,9% 16 41% Total 19 48,7% 20 51,3% % De acordo com o Teste Qui-Quadrado de Pearson, não se verificou nenhuma associação entre as variáveis escola e força abdominal (p=0,523) Tabela 6. Comparação entre as escolas, na variável força explosiva de membros superiores. Classificação Annes dias Cândido Total n % n % n % Bom 4 10,3% 1 2,6% 5 12,8% Fraco 9 23,1% 16 41% 25 64,1% Muito bom 2 5,1% 1 2,6% 3 7,7% Razoável 4 10,3% 2 5,1% 6 15,4% Total 19 48,7% 20 51,3% % De acordo com o Teste Qui-Quadrado, não se verificou nenhuma associação entre as variáveis: escola e força de membros superiores (p=0,192). Para as crianças e adolescentes obterem uma aptidão física contínua, as aulas de educação física devem oportunizar o desenvolvimento de força, isto é, podendo ser em conteúdo de ginástica, como conteúdos esportivos. Assim, o mais adequado a se utilizar serão as atividades que usam o peso corporal, visto que durante a infância se deve desenvolver, de maneira geral, seus músculos

9 9 juntamente com seu sistema locomotor, utilizando seu movimento nos exercícios. (WEINEK, 2005). 4 CONCLUSÃO O trabalho objetivou avaliar os níveis de força abdominal e de membros superiores de alunos dos 5º s anos das escolas integrantes do PIBID/UNICRUZ de Cruz Alta RS, apresentou resultados preocupantes referentes à força de membros superiores e a força abdominal, demonstrando deficiência na aptidão física referente a estas duas variáveis. Quando comparadas as duas escolas em relação à força abdominal e de membros superiores, não houve valores significantes entre as duas. O estudo teve limitações quanto à participação da Escola Estadual de Educação Básica Venâncio Aires, que também é integrante do programa PIBID/UNICRUZ - Educação Física, em virtude da greve dos professores, impossibilitando a coleta dos dados. Esse estudo fornece subsídios para os bolsistas do programa PIBID/Educação Física no planejamento de suas aulas, de modo a incluir a prática dos fundamentos da força muscular como um todo, mas também dando atenção especial aos membros superiores e exercícios abdominais, que normalmente não fazem parte da rotina de exercícios, alertando que esta prática beneficia os alunos em sua atual fase de vida escolar e também no futuro, proporcionando maior estabilidade muscular, condicionamento e bem-estar. 5 REFERENCIAS AVELINO, R. A. Publicações nacionais da avaliação da força muscular no período de 2000 a 2010: estudo e exploratório. Piracicaba São Paulo, BOCCALETTO, E. M. A: Estratégias de promoção da saúde do escolar: Atividade Física e Alimentação Saudável. Campinas, 2010 Disponível em: <Users/USUARIO/Downloads/Estrategiasdepromo%C3%A7aodasaudedoescolar.pdf > Data de acesso: 10/05/2017 BRAGA F. Programas de Treinamento de Força para Escolares sem uso de Equipamentos. Ciência e Conhecimento: Revista Eletrônica da Ulbra, Canoas. v.3, a.1, p ; 2008;

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