APOSTILA 08 LITERATURA DRAMATICA LEI DO CONFLITO
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- Cláudio Diegues Brandt
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1 APOSTILA 08 LITERATURA DRAMATICA LEI DO CONFLITO O primeiro momento da analise de qualquer peça de dramática rigorosa é a identificação do conflito. A identificação do conflito é a determinação de um conflito central, primordial que nos vai dar a linha mestra, a coluna do texto. O conflito é o cerne de toda a peça de teatro feita segundo a forma dramática. (Aristotélica). LEI DA VARIAÇÃO QUANTITATIVA Existem no texto conflitos variados de toda espécie, subordinado ao conflito central. Uma peça é um grande conflito e cada cena um conflito pequeno. Estes conflitos não devem ser estáticos, imutáveis, imóveis. Devem nascer, se instalar, crescer, aumentar em quantidade. As forças em oposição, (os antagonismos) as vontades contraditórias não permanecerão sempre iguais. Com isso o conflito crescerá, se intensificará, aumentará quantitativamente. Mudará de qualidade na medida em que cresce em quantidade. Atinge um novo momento em seu desenrolar. LEI DA VARIAÇÃO QUALITATIVA No ponto em que o conflito de vontades de dois personagens num drama se intensificar quantitativamente até o ponto máximo, alguma coisa deve acontecer de diferente qualidade que não nenhuma das posições anteriores, mas que engloba as duas. Exemplo No caso de Romeu e Julieta os conflitos vão quantitativamente aumentando entre as duas famílias Até a morte dos dois. Houve aí uma variação qualitativa. Houve ação dramática AÇÃO DRAMATICA É a conseqüência da variação quantitativa e do salto qualitativo. No decorrer dessas mudanças ocorre a ação dramática. LEI DA INTERDEPENDENCIA
2 Tudo depende de tudo e nada tem sentido isoladamente. Tudo numa peça de teatro deve estar relacionado. Um conjunto onde todas as coisas dependem uma das outras. Os conflitos estão unificados. A ação dramática é uma só, conduzida por uma idéia central. Não tem sentido ações laterais que não acrescentam nada ao cerne do drama. (estas cenas são aquelas que os diretores sempre cortam). Os personagens são ligados entre si e todos à ação principal, Tudo que é feito será para servir a ação principal, enriquece-la, aperfeiçoa-la. A unidade da ação, da ideia, serão garantidos por essa interdependência. As obras teatrais de dramática pura são construções literárias, nas quais a ação e conflito se apresentam como elementos indispensáveis. Onde a ação dramática enquanto movimento interior é carregada de subjetividade, resultante de uma mesma e constante vontade consciente. Esta ação deflui do conflito dinâmico crescente que aumenta quantitativamente, até explodir numa mudança de qualidade determinadora da variação da ação. BRUNETIERI A natureza dos obstáculos que se apresentam ao caminhar da vontade dos heróis dramáticos. (dificilmente encontramos exemplos puros dos gêneros citados) TRAGEDIA- obstáculos intransponíveis. Destinos, decretos divinos, oráculos, leis da natureza paixões violentas. DRAMA - Obstáculos dificilmente transponíveis, porém passíveis de serem enfrentados. Preconceitos, vontade de outros homens. COMÉDIA - Apresentação de duas vontades opostas transponíveis. Quando se consegue equilibrar o obstáculo à vontade que deve transpo-la FARSA - Quando se relativisa todo o conjunto, localizando o obstáculo na ironia da sorte. Preconceito ridículo ou na desproporção entre meios e fins. CARACTERISTICAS DO DRAMA PERSONAGENS São bem compostos. Tem dimensão humana, contradições. Uma linha lógica de ação, emoção e objetivos.
3 Todas as informações (idade, condição social, conflito, objetivos, etc.) são colocadas no corpo do texto através das falas e da ação sem ser informativo. (ação natural e lógica). Não se usa coro informativo ou narradores. OBJETIVOS Os personagens sempre tem objetivos. No drama mais antigo esse objetivo parece brotar da interioridade do personagem, ou seja, em função da sua personalidade sem uma justificativa sociológica. O drama moderno costuma dar a justificativa sociológica da ação e a montagem pode valorizar ou não. No drama antigo o pessoal sobrepõe ao social, às vezes traz a fundamentação sociológica, as vezes não. Mas sempre se valoriza a alma, o interior e a personalidade do personagem. O objetivo está permanentemente equilibrado entre os pesos de sua carga objetiva e subjetiva. (ação e emoção). Em dramas insatisfatórios há desequilíbrio entre o subjetivo e o objetivo. (Ações, atitudes ou acontecimentos que não correspondem ou não são justificados pôr necessidades interiores dos personagens). A evolução emocional do personagem deve ser levada em conta. As Montagens: Devem tomar cuidado com cortes. O objetivo deve ser realista, o que quer se alcançar deve ser lógico, que possam convencer as pessoas. CONFLITO É a essência do drama. Vontades antagônicas PROGRESSÃO DRAMATICA A dinâmica do conflito. A medida em que as vontades dramáticas chegam ao ponto maior de desacordo, através dos sentimentos, atos e objetivos. dá-se a CRISE (colisão). Daí a necessidade de uma solução. CRISE É o momento culminante do conflito e não teria validade se não envolvesse a vontade humana e se não fosse preparado. (podem haver vários conflitos e crises). CLIMAX Momento de altura maior do conjunto da obra.
4 SUSPENSE É a preparação da crise. A preparação dramática. PREPARAÇÃO DRAMATICA É criar no âmbito da peça indicações através das quais o público possa consciente ou inconsciente acompanhar a evolução dos personagens e aceitar basicamente a solução do dramaturgo. Tudo deve ser preparado, uma opção, uma escolha, uma decisão. A preparação deve ser eficiente, discreta, bem medida. Excesso de preparação desvenda ao espectador antes da hora os caminhos da ação ficando sem surpresas e expectativas. SURPRESAS Outro elemento usado, pois há um interesse apaixonado pelo desenlace da ação. CONTRA PREPARAÇÃO PREPARAÇÃO NEGATIVA Pistas falsas. Tias, mordomos, etc. De preparações e contra-preparações construímos a progressão dramática, o caminho do conflito para chegar a crise, clímax e conseqüente solução. GERAIS Uma cena em função da outra. Desenvolvimento, evolução continua. Normalmente desperta sentimentos, empatia, identificação. Exige vivência do ator e do espectador. Os sentimentos às vezes são conservados tais como são. A tendência é pensarmos sempre que a vontade do personagem gera a ação. AÇÃO DRAMATICA Ação dramática é a vontade humana consciente que persegue seus objetivos. (tem consciência dos seus objetivos). Ela envolve o físico e a mente. Para acontecer não depende do que se faz, mas com que sentido se faz. No drama são as vontades dos personagens que conduzem a ação, mais a ação não basta se não for recheada de emoção. (o homem que faz deve mostrar o que sente quando faz). Ação física pôr si só não é dramática, passa a ser quando se conhece as rações da ação. Aí ela nos emociona, desperta adesão ou repulsa, cria interesse no espectador.
5 Existem personagens que não agem, que são agidos. Respondem a ações exteriores de outros personagens..
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