Auditoria: Técnico Contábil Prefeitura de Teresina Aula 00 - Aula Demonstrativa Prof. Fernando Graeff. Aula 00
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- Lucas Balsemão Sousa
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1 Aula 00 Auditoria: Técnico Contábil Prefeitura de Teresina Papéis de Trabalho (Documentação de Auditoria) Professor: Fernando Graeff 1
2 Aula 00 Aula Demonstrativa Prezado Aluno, É com muita satisfação que ministrarei esse curso para o concurso de Técnico Contábil da Prefeitura de Teresina. Mas antes de falar sobre o curso que proponho, peço licença para me apresentar: Meu nome é Fernando Graeff, sou Gaúcho de Caxias do Sul. Sou formado em Administração de Empresas e Direito, antes de entrar no serviço público, trabalhei mais de 15 anos na iniciativa privada. Sou ex-auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil, trabalhei nas Unidades Centrais deste Órgão. Atualmente, exerço o cargo de Auditor Federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União. No serviço público, exerci ainda os cargos de Analista de Finanças e Controle da Secretaria do Tesouro Nacional - área contábil em Brasília e de Analista de Orçamento do Ministério Público Federal em São Paulo. Além disso, sou autor em parceria com o Prof. Davi Barreto dos livros Auditoria - Teoria e Exercícios Comentados e Auditoria ESAF Série Questões Comentadas, ambos publicados pela Editora Método. Feitas as apresentações, vamos falar um pouco sobre nosso curso. Você deve saber que, em um concurso tão concorrido como este, cada questão é decisiva. A disciplina Auditoria faz parte dos conhecimentos específicos, que tem peso 3. Neste curso iremos abordar todos os tópicos cobrados explicitamente no edital nº 1/2016. Esse curso será totalmente baseado nas novas normas de auditoria do Conselho Federal de Contabilidade CFC. Além disso, junto com a explanação teórica, traremos alguns exercícios comentados, relacionando os diversos conceitos que a matéria traz com as principais normas. Para isso utilizaremos preferencialmente questões da FCC, contudo exercícios de outras bancas também serão utilizados quando for necessário. 2
3 Muitas vezes, notamos que os alunos se esforçam muito tentando decorar as diferentes normas de auditoria, sem entender os conceitos e a lógica que envolvem essa disciplina. Você verá que auditoria é uma ciência muito intuitiva e, se conseguir entender os diferentes conceitos envolvidos e compreender como as coisas se relacionam, não será difícil ter sucesso na hora da prova. Nosso curso será dividido em 7 aulas (contando com a aula demonstrativa). A aula de hoje é apenas uma amostra, portanto será menor e que as demais. Como regra, as aulas terão entre 50 e 70 páginas, variando de acordo com o assunto tratado, trazendo exercícios comentados de provas passadas. O quadro abaixo resume como será distribuído nosso cronograma de aulas: Aula Conteúdo Programático 00 Documentação de Auditoria. 01 Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução da Auditoria em Conformidade com Normas de Auditoria (NBC TA 200). Responsabilidade do Auditor em Relação a Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Financeiras (NBC TA 240). 02 Normas vigentes de auditoria emanadas pelo Conselho Federal de Contabilidade: Normas Profissionais de Auditor Independente (NBC PAs) Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre As Demonstrações Financeiras (Série 700 das NBC TAs). Da Fiscalização Contábil, Financeira e Orçamentária. Sistema de Controle Interno do Poder Judiciário. Lei Complementar nº 101/2000: Da Transparência, Controle e Fiscalização. Lei Federal nº 4.320/64: Título VIII - O Controle da Execução Orçamentária. Demonstrações Contábeis Sujeitas a Auditoria. Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União - NAT. NBC TI 01 - Da Auditoria Interna. NBC PI 01 - Normas Profissionais do Auditor Interno. Perícia Contábil: Resolução CFC nº 1.243/ NBC TP 01 e Resolução CFC nº 1.244/ NBC PP
4 06 Normas de Auditoria Governamental (NAG) aplicáveis ao controle externo. Outra coisa: sempre colocaremos as questões discutidas durante a aula no final do arquivo, caso você queira tentar resolver as questões antes de ver os comentários. E, por último, participe do Fórum de dúvidas, que é um dos diferenciais do Ponto. Lá você poderá tirar suas dúvidas, auxiliar outras pessoas e nos ajudar no aprimoramento dos nossos cursos. Dito isto, mãos à obra
5 Documentação da auditoria Veremos nas nossas próximas aulas que o auditor independente para emitir sua opinião sobre as demonstrações contábeis deve colher elementos comprobatórios suficientes (evidências) a fim de apoiar suas conclusões. Essas evidências são fornecidas pela documentação de auditoria, tema de nossa aula demonstrativa. Esse assunto está tratado na NBC TA 230 1, que não trouxe muitas mudanças em relação às normas antigas. A documentação de auditoria (também denominada papéis de trabalho 2 ) fornece as evidências para uma conclusão quanto ao cumprimento do seu objetivo global, bem como de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e exigências legais e regulamentares aplicáveis. Ou seja, papéis de trabalho são os registros mantidos pelo auditor sobre os procedimentos aplicados, os testes realizados, as informações obtidas e as conclusões tiradas durante a auditoria, a fim de apoiar sua opinião sobre as demonstrações financeiras. Além disso, é possível listar um rol de finalidades adicionais para a documentação de auditoria, que incluem: assistir a equipe de trabalho no planejamento e execução da auditoria e aos responsáveis pela direção e supervisão do trabalho de auditoria; permitir que a equipe de trabalho possa ser responsabilizada por seu trabalho; manter registro de assuntos de importância recorrente para auditorias futuras; e permitir a condução de revisões e inspeções de controle de qualidade internas e externas em conformidade com as exigências legais e regulamentares aplicáveis. Portanto, o objetivo do auditor é preparar documentação que forneça registro suficiente e apropriado do embasamento do seu relatório do auditor e evidências 1 Resolução CFC 1.206/09. 2 Essa denominação está presente nas normas revogadas de auditoria (NBC T 11 e seus complementos). 5
6 de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as exigências legais e regulamentares aplicáveis. Mas, de onde vem essa documentação? Tudo isso resulta da documentação preparada pelo auditor (tabelas, anotações, gráficos, relatórios, etc.) e/ou fornecida a este pela administração (balancetes, balanços, razão, atas, contratos etc.) ou por terceiros (cartas de confirmações, respostas a entrevistas etc.) durante a execução da auditoria. Assim, nesse emaranhado de informações, a elaboração dos papéis de trabalho deve integrar um processo organizado de registro de evidências da auditoria por intermédio de informações em papel, filmes, fotos, meios eletrônicos ou outros que assegurem o objetivo a que se destinam. Ou seja, papéis de trabalho não são apenas papéis, representam, na verdade, qualquer meio idôneo de transmissão de informações. Deve-se destacar que, atualmente, existem softwares específicos que são utilizados para a preparação dos papéis de trabalho que facilitam muito a vida dos auditores. A documentação de auditoria deve ser preparada tempestivamente, de forma a aprimorar a qualidade da auditoria e facilitar a revisão e a avaliação eficazes das evidências e das conclusões obtidas antes da finalização do relatório do auditor, pois, caso seja elaborada após a execução do trabalho, tende a ser menos precisa do que aquela elaborada no exato momento em que o trabalho é executado. Portanto, essa documentação deve registrar os fatos pertinentes que eram do conhecimento do auditor no momento em que chegou às suas conclusões, pois somente assim, outro auditor conseguirá entender essas conclusões. O auditor deve preparar documentação de auditoria que seja suficiente para permitir que um auditor experiente, sem nenhum envolvimento anterior com a auditoria, entenda 3 : a natureza, época e extensão dos procedimentos de auditoria executados; 3 Não se preocupe no decorrer de nossas aulas falaremos sobre todo o processo de auditoria. 6
7 os resultados dos procedimentos de auditoria executados e a evidência de auditoria obtida; e assuntos significativos identificados durante a auditoria, as conclusões obtidas a respeito deles e os julgamentos profissionais significativos exercidos para chegar a essas conclusões. Assim, a documentação de auditoria consiste em um instrumento de trabalho do auditor e futuramente servirá de prova do trabalho realizado em todas as fases da auditoria, desde o planejamento, passando pela execução, indo até o relatório. Dessa forma, os papéis de trabalho constituem a memória da auditoria. Constituem-se no roteiro, no mapa do caminho que leva às conclusões. A partir de sua análise, outro auditor deve poder chegar às conclusões que o auditor que os elaborou chegou. Como os papéis de trabalho são a base para as conclusões do auditor, eles devem incluir seu juízo acerca de todas as questões significativas, principalmente nas áreas que envolvem questões de princípio ou de julgamento difícil. Em virtude dos objetivos expostos e da importância dos papéis de trabalho, nem seria necessário frisar que eles devem ser organizados, claros, nítidos, legíveis, limpos etc. Outro ponto que merece destaque é o de que a quantidade, o tipo, enfim, a extensão dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional do próprio auditor. O auditor deve avaliar o que é necessário o outro auditor saber, para que este último possa chegar às conclusões que o primeiro chegou. Ora, não é necessário nem prático documentar todas as questões que foram tratadas. Uma grande quantidade de documentos poderia dificultar sua interpretação, portanto, o julgamento do auditor deve levar em conta a relevância da matéria tratada em relação às suas conclusões. Todo documento relevante deve gerar um papel de trabalho, de outro lado, os documentos que não ajudam a esclarecer as conclusões não são necessários (o auditor deve ser racional na elaboração dos papéis). Cada auditoria tem suas peculiaridades, uma é diferente da outra, então os papéis de trabalho de uma auditoria serão diferentes dos de outra, pois são 7
8 elaborados, estruturados e organizados para atender às circunstâncias do trabalho e satisfazer as necessidades do auditor para cada uma. A forma e o conteúdo dos papéis de trabalho podem ser afetados por questões como a natureza do trabalho; a natureza e a complexidade da atividade da entidade; a natureza e a condição dos sistemas contábeis e de controle interno; as necessidades de direção, supervisão e revisão do trabalho executado pela equipe; e a metodologia e a tecnologia utilizadas. Apesar de o auditor utilizar seu julgamento para decidir o que registrar em seus papéis, algumas informações não podem faltar: as características que identificam os itens ou assuntos específicos testados; quem executou o trabalho de auditoria e a data em que foi concluído; quem revisou o trabalho de auditoria executado e a data e extensão de tal revisão; as discussões sobre assuntos significativos com a administração, os responsáveis pela governança e outros, incluindo a natureza dos assuntos significativos discutidos e quando e com quem as discussões ocorreram; se o auditor identificou informações referentes a um assunto significativo que são inconsistentes com a sua conclusão final, ele deve documentar como tratou essa inconsistência; e se, em circunstâncias excepcionais, o auditor julgar necessário não atender um requisito relevante de uma norma, ele deve documentar como os procedimentos alternativos de auditoria executados cumprem a finalidade desse requisito, e as razões para o não atendimento. Os papéis de trabalho, normalmente são divididos nos seguintes tipos: Programa de auditoria Normalmente, as firmas de auditoria preparam programas-padrões, a serem preenchidos pelos auditores, para todas as áreas das demonstrações financeiras e também para outros assuntos relacionados com o exame auditorial. 8
9 Papéis elaborados pelo auditor representam os papéis de trabalho que o auditor vai elaborando à medida que analisa as contas contábeis, com o objetivo de ter um registro dos serviços executados. Outros papéis de trabalho cartas de confirmação de terceiros (contas correntes bancárias; aplicações financeiras; contas a receber; fornecedores a pagar; advogados etc.) e cópias de documentos importantes (estatuto social; contratos; manuais; atas etc.). Quanto à sua natureza os papéis de trabalho podem ser classificados como correntes ou permanentes. Os papéis correntes são utilizados em apenas um exercício social p. ex. extratos bancários - já os permanentes são utilizados em mais de um exercício social p.ex. estatuto social da empresa. Por fim, vamos ressaltar um último detalhe acerca da documentação de auditoria o prazo de guarda dos papéis de trabalho. De acordo com a NBC PA 01, firmas de auditoria devem estabelecer políticas e procedimentos para a retenção da documentação de trabalhos. O período de retenção para trabalhos de auditoria geralmente não pode ser inferior a 5 (cinco) anos a contar da data do relatório do auditor ou, se posterior, da data do relatório do auditor do grupo. Destacamos que essa regra não mudou em relação às normas antigas de auditoria. Assim, todos os papéis de trabalho produzidos pelo auditor devem ser arquivados e conservados adequadamente por, pelo menos, 5 (cinco) anos, a contar da data do relatório de auditoria. Guarde esse número! Data do relatório do auditor 5 anos Tempo mínimo de guarda 9
10 Por fim, devemos lembrar que o auditor deve montar o arquivo final de auditoria tempestivamente após a data do relatório do auditor. Um limite de tempo apropriado para concluir a montagem do arquivo final de auditoria geralmente não ultrapassa 60 dias após a data do relatório do auditor. A conclusão da montagem do arquivo final de auditoria após a data do relatório do auditor é um processo administrativo que não envolve a execução de novos procedimentos de auditoria nem novas conclusões. Contudo, novas modificações podem ser feitas na documentação de auditoria durante o processo final de montagem se essas forem de natureza administrativa. Exemplos de tais modificações incluem: apagar ou descartar documentação superada; selecionar, conferir e acrescentar referências cruzadas aos documentos de trabalho; conferir itens das listas de verificação evidenciando ter cumprido os passos relativos ao processo de montagem do arquivo; e documentar evidência de auditoria que o auditor obteve, discutiu e com a qual concordou junto aos membros relevantes da equipe de trabalho antes da data do relatório de auditoria. Após a montagem do arquivo final de auditoria ter sido completada, o auditor não deve apagar nem descartar documentação de auditoria de qualquer natureza antes do fim do seu período de guarda dessa documentação. Contudo, se for necessário modificar a documentação de auditoria existente ou acrescentar nova documentação de auditoria após a montagem do arquivo final de auditoria, o auditor, independentemente da natureza das modificações ou acréscimos, deve documentar as razões específicas para fazê-los, e quando e por quem foram executados e revisados. Auditoria no setor público federal Vamos aproveitar para abordar o assunto de acordo com o que consta na IN SFC 01, de 6/4/2001, que trata das diretrizes, dos princípios, dos conceitos e aprova as normas técnicas para a atuação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, você verá que a abordagem desse assunto no âmbito da auditoria governamental é muito parecida. 10
11 Segundo referida norma, os papéis de trabalho são documentos que fundamentam as informações obtidas nos trabalhos de auditoria e fiscalização (atividades de controle), podendo ser elaborados pelo auditor ou, ainda, obtidos de qualquer outra fonte. Neles são registrados todos os dados, fatos e informações obtidas, as etapas preliminares e o trabalho efetuado pela equipe responsável, bem como suas conclusões sobre os exames realizados. Todos os elementos significativos dos exames realizados devem estar registrados nos papéis de trabalho. Também deve estar evidenciado que a atividade de controle (auditoria ou fiscalização) foi executada de acordo com as normas aplicáveis. Os papéis de trabalho devem ter abrangência e grau de detalhe suficiente para propiciar o entendimento e o suporte da atividade de controle executada, compreendendo: a) a documentação do planejamento; b) a natureza, oportunidade e extensão dos procedimentos; c) o julgamento exercido; e d) as conclusões alcançadas. Bom, ainda no âmbito da auditoria no setor público federal, a documentação dos trabalhos de controle elaborada e/ou colhida durante o processo de verificações in loco, ou seja, nas dependências da entidade auditada, é chamada de papéis de trabalho de execução. A finalidade dos papéis de trabalho de execução é embasar o posicionamento da equipe de auditoria com relação às questões apuradas no decurso dos exames. Referem-se às folhas básicas do trabalho, o suporte nuclear da opinião de uma equipe de auditoria. Registra os fatos, as causas e consequências dos atos de uma gestão, referente a um determinado período de tempo. Em suma, os papéis de trabalho de execução têm como finalidade: auxiliar na execução dos exames; evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas; servir de suporte aos relatórios; constituir um registro que possibilite consultas posteriores, a fim de se obter detalhes relacionados com a atividade de controle realizada; e fornecer um meio de revisão pelos superiores, para: 11
12 a) determinar se o serviço foi feito de forma adequada e eficaz, bem como julgar sobre a solidez das conclusões emitidas; e b) considerar possíveis modificações nos procedimentos adotados, bem como no programa de trabalho de auditorias e fiscalizações. A elaboração dos papéis de execução representa, assim, o mais importante momento de documentação dos trabalhos de controle. Os papéis de trabalho, do tipo corrente, utilizados nas atividades de campo (in loco) são considerados os mais importantes elementos documentais do trabalho do servidor do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal. Da mesma forma que ocorre na auditoria independente, a IN SFC 01 classifica os papéis de trabalho em dois tipos: Tipos de arquivo de papéis de trabalho segundo a IN SFC 01 Arquivo permanente: Arquivo corrente: deve conter assuntos que forem de interesse para consulta sempre que se quiser dados sobre o sistema, área ou unidade objeto de controle. devem conter o programa de auditoria e fiscalização, o registro dos exames feitos e as conclusões resultantes desses trabalhos. Os papéis de trabalho corrente, juntamente com os do tipo permanente, devem constituir um registro claro e preciso do serviço executado em cada período coberto pelos exames. Importante notar que os papéis e anexos do tipo permanente não devem ser incluídos nos arquivos correntes, nem cópias, mas devem ser conservados somente no permanente com as devidas referências. Os anexos juntados ao arquivo permanente constituem parte integrante dos papéis de trabalho para cada serviço e devem ser revistos e atualizadas a cada exame. Material obsoleto ou substituído deve ser removido e arquivado a parte, numa pasta permanente separada, para fins de registro. 12
13 Documentação de Auditoria nas NAG Auditoria: Técnico Contábil Prefeitura de Teresina Vamos falar mais especificamente das Normas de Auditoria Governamental (NAG) na nossa última aula, mas no decorrer de nossas aulas vamos adiantar os assuntos quando for conveniente. No caso da documentação de auditoria, as NAG vão no mesmo sentido do que aprendemos até agora. Segundo as NAG, os exames realizados pelos profissionais de auditoria governamental devem ser documentados, preparados pelo profissional de auditoria governamental ou sob sua supervisão direta, e devidamente revisados pelo responsável pelo trabalho. Essa documentação da auditoria deve obedecer às técnicas de auditoria governamental e registrar as informações obtidas e os exames, as análises e as avaliações efetuadas, evidenciando as bases das constatações do auditor, suas conclusões, opiniões e recomendações. A documentação de auditoria é a base de sustentação do relatório de auditoria. Segundo as NAG, os objetivos da documentação de auditoria são: Registrar os procedimentos de trabalho realizados pelo profissional de auditoria governamental e seus resultados, demonstrando se foram executados conforme o planejado. Dar suporte necessário à opinião do profissional de auditoria governamental e respaldar o relatório de auditoria. Indicar os níveis de confiança depositado no sistema de controles internos (SCI). Assegurar a qualidade dos exames. Facilitar a revisão e supervisão dos trabalhos executados, registrando que os trabalhos dos profissionais de auditoria governamental menos experientes foram corretamente supervisionados pelo responsável pela execução dos trabalhos. Servir de fonte de informações para outros profissionais de controle externo que não participaram dos trabalhos, servindo de guia para as auditorias governamentais externas subsequentes. 13
14 Servir como base para a avaliação de desempenho dos profissionais de auditoria governamental. Servir de provas por ocasião de processos administrativos e judiciais que envolvam os profissionais de auditoria governamental. Da mesma forma que preveem as normas de auditoria independente, as NAG preveem que a documentação de auditoria deve registrar apenas as informações úteis, relevantes, materiais, fidedignas e suficientes. A documentação de cada auditoria governamental realizada deve ser elaborada, organizada e arquivada de forma sistemática, lógica e racional, seja em meio físico ou eletrônico. Importante destacar que, no caso da auditoria governamental, a documentação de auditoria é de propriedade exclusiva do Tribunal de Contas (TC), responsável por sua guarda e sigilo. O prazo de guarda é de cinco anos, contado a partir da data de julgamento ou apreciação das auditorias governamentais relacionadas. Após esse período, pode ser transferida para o arquivo permanente ou eliminada, conforme decisão do colegiado de cada TC, salvos os prazos fixados pela legislação pertinente ao ente auditado. A documentação de auditoria, quando elaborada manualmente em meio físico, deve ser guardada em local seguro e de fácil acesso aos profissionais de auditoria governamental, ou, quando elaborada em meios eletrônicos, em bancos de dados de computadores servidores, todos com acesso mediante senhas privadas e de uso restrito, observados os requisitos mínimos de segurança. Independentemente do meio de sua elaboração, a documentação de auditoria deve ser organizada e agrupada segundo sua finalidade. A forma mais prática é a de mantê-la em pastas ou arquivos magnéticos apropriados, conforme a natureza do conteúdo nela arquivado: Conteúdo permanente: abrange importantes informações de caráter contínuo, utilizados por um longo período de tempo, superior a um exercício, sendo obtidas no passado ou no presente, para uso atual ou futuro. 14
15 Normalmente seu conteúdo é composto de elementos da estrutura organizacional, legislação e negócios do ente; planos e metas de longo prazo; contratos e ajustes importantes; atas, planos de contas, normas e rotinas. As informações constantes desse conteúdo devem ser constantemente revisadas e atualizadas para servirem de subsídios para os próximos trabalhos auditoriais. Conteúdo corrente: envolve documentação de auditoria de uso corrente, relativa à execução de cada auditoria governamental especificamente. Veremos nas próximas aulas os tipos de auditoria, mas, adiantamos que no caso de auditorias de regularidade, em geral, o arquivo corrente atinge apenas um exercício. Nos casos de auditorias operacionais, podem atingir mais de um exercício. No seu conteúdo encontram-se: registros do planejamento e da execução dos trabalhos; cópias de demonstrações, resumos, balancetes e fluxos de transações; programas de auditoria e documentos detalhados para cada área auditada; documentos de análises, entrevistas, questionários, fluxogramas para avaliação do sistema de controles internos (SCI); cópia do relatório; carta de confirmação; cartas de advogados ou procuradores jurídicos, dentre outros documentos comprobatórios das evidências. Correspondências: toda a correspondência enviada ou recebida, inclusive a eletrônica, relacionada com os trabalhos que foram, estão sendo ou serão executados. No seu conteúdo encontram-se: ofícios de apresentação, ofícios do auditado, carta de responsabilidade, dentre outros. Administrativos: todas as informações administrativas, inclusive as eletrônicas, relacionadas com os trabalhos que foram, estão sendo ou serão executados. No seu conteúdo encontram-se: pedidos e comprovações de diárias, pedidos de licenças e de férias, dentre outras. A documentação de auditoria deve ser padronizada pelos TC de forma clara e objetiva. Todos os procedimentos aplicados devem ser evidenciados, demonstrando a profundidade dos testes em relação a cada área. Os resultados devem espelhar se o alcance dos exames foram satisfatórios. Os documentos de auditoria: 15
16 devem incluir as conclusões obtidas nos exames de cada área auditada, guardando conformidade com os procedimentos e critérios utilizados; devem evidenciar os procedimentos de auditoria governamental adotados, na sua extensão e profundidade; não devem incluir dados e informações desnecessários à emissão da opinião ou de comentários do profissional de auditoria governamental; devem conter todos os dados e elementos que amparem as informações apresentadas nos relatórios de auditoria governamental; devem incluir obrigatoriamente dados para fácil identificação de: logomarca do TC; data em que foram elaborados; período examinado; os responsáveis pela sua elaboração; responsáveis pela revisão ou supervisão; nome do ente auditado; tipo de exame realizado; título e código ou referência que esclareçam a natureza do exame. quando preparados em meio físico, devem ser utilizados apenas os anversos das folhas de papel para anotações e registros das evidências, a fim de permitir uma melhor visualização das informações, principalmente após o seu arquivamento. Deve-se levar em conta que as sugestões para o próximo trabalho são mais importantes que os comentários sobre as ocorrências do trabalho anterior. Devem ser suficientemente completos e detalhados para permitir a um profissional de auditoria governamental experiente, sem prévio envolvimento nos exames, verificar, posteriormente, por meio deles, o trabalho realizado para fundamentar as conclusões. Devem ser preparados de tal forma que um outro profissional de auditoria governamental, que não teve contato anterior com o trabalho desenvolvido, possa utilizá-los no futuro sem dúvidas quanto às conclusões alcançadas e como foram executados os exames. Devem estar prontos e em condições de serem arquivados na data do encerramento dos trabalhos de auditoria governamental. 16
17 O profissional de auditoria governamental deve ter em mente que o conteúdo e a organização da documentação de auditoria refletem seu nível de preparação, experiência e conhecimento. Sendo a documentação de auditoria o principal meio de prova, onde são registradas todas as evidências obtidas pelos profissionais de auditoria governamental, e por existirem diversas transações e entes a serem examinados, encontra-se uma extensa gama de modelo e tipos. Para efeito destas NAG, ela pode, independentemente do meio de sua elaboração, se manual ou eletrônico, ser tipificada como: Elaborados pelo profissional de auditoria governamental: documentação de auditoria que registra as evidências obtidas e que é preparada pelo próprio profissional, à medida que analisa os diversos eventos e transações do ente, programa ou sistema auditado, com o objetivo de ter um registro do serviço por ele executado. Elaborados por terceiros: documentação de auditoria que registra as evidências obtidas e que é preparada pelo ente auditado ou por outros que não sejam ligados aos trabalhos de auditoria, a qual pode ser subdividida em: o Elaborados por solicitação direta do profissional de auditoria governamental: é a documentação de auditoria preparada pelo ente auditado a pedido do profissional de auditoria governamental e de uso específico para atender a um determinado procedimento de auditoria governamental (ex: cartas de confirmação de terceiros ou circularização, resumo de movimentação de bens permanentes e de dívidas de longo prazo). o Elaborados no exercício das atividades do ente auditado: toda a demais documentação de auditoria solicitada pelo profissional de auditoria governamental ao ente auditado, que também é utilizada para registrar ou evidenciar o trabalho executado, suportar as conclusões e fundamentar a opinião. 17
18 Questões comentadas 01. (FCC/TRT 3ªRegião/2015) A Companhia de Distribuição de Alimentos do Nordeste, por exigências legais, contratou o auditor independente para realizar a auditoria das demonstrações contábeis do exercício de Com relação à documentação de auditoria, nos termos das NBC TAs, o objetivo do auditor é preparar documentação que forneça (A) evidência de que o auditor aplicou procedimentos de auditoria necessários e suficientes para detectar possíveis fraudes na empresa. (B) segurança que as demonstrações contábeis estão livres de irregulares que possam comprometer a credibilidade da empresa. (C) registro suficiente e apropriado do embasamento do relatório do auditor, e evidências de que a auditoria foi planejada executada em conformidade com as normas e as exigências legais e regulamentares aplicáveis. (D) registro das causas e efeitos da falta de competitividade, quando houver, da empresa no mercado. (E) evidência de que os trabalhos foram adequados ao objeto da auditoria e que o auditor é o responsável pela prevenção e detecção de fraudes e erros. Comentários: De acordo com o item 5 da NBC TA 230, o objetivo do auditor é preparar documentação que forneça: (a) registro suficiente e apropriado do embasamento do relatório do auditor; e (b) evidências de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as exigências legais e regulamentares aplicáveis. Gabarito: C 02. (FCC/Pref. de São Luiz-MA/2015) Considere as hipóteses abaixo. I. O Auditor Interno pode não atender um requisito relevante de uma norma. II. O Auditor Interno pode executar procedimentos adicionais referentes a fatos ocorridos após a data do relatório de auditoria. III. O Auditor Interno deve documentar inconsistências em relação a sua conclusão final, referentes a assuntos significativos. Nos termos da NBC TA 230, está correto o que se afirma em (A) III, apenas. (B) I, II e III. (C) II e III, apenas. 18
19 (D) II, apenas. (E) I e III, apenas. Comentários: A NBC TA 230 trata da documentação de auditoria, segundo essa norma: Item I está correto: se, em circunstâncias excepcionais, o auditor julgar necessário não atender um requisito relevante de uma norma, ele deve documentar como os procedimentos alternativos de auditoria executados cumprem a finalidade desse requisito, e as razões para o não atendimento; Item II está correto: se, em circunstâncias excepcionais, o auditor executar procedimentos novos ou adicionais ou chegar a outras conclusões após a data do relatório, o auditor deve documentar; e Item III está correto: de o auditor identificou informações referentes a um assunto significativo que são inconsistentes com a sua conclusão final, ele deve documentar como tratou essa inconsistência. Gabarito: B 03. (FCC/TRT 3ªRegião/2015) Considere os itens abaixo. I. O objetivo do Auditor Interno é preparar documentação que forneça registro suficiente do embasamento do seu relatório. II. Arquivo de auditoria compreende o registro de procedimentos de auditoria executados, da evidência de auditoria relevante obtida e conclusões alcançadas pelo auditor. III. A documentação de auditoria pode substituir os registros contábeis da entidade. Sobre a documentação de auditoria, está correto o que se afirma em (A) I e II, apenas. (B) II, apenas. (C) I, apenas. (D) I, II e III. (E) II e III, apenas. Comentários: 19
20 Segundo a NBC TA 230: Item I está correto: o item 5 da norma dispõe que o objetivo do auditor é preparar documentação que forneça (i) registro suficiente e apropriado do embasamento do relatório do auditor; e (ii) evidências de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as exigências legais e regulamentares aplicáveis. Item II está errado: o Arquivo de auditoria compreende uma ou mais pastas ou outras formas de armazenamento, em forma física ou eletrônica que contêm os registros que constituem a documentação de trabalho específico. Item III está errado: o item A3 da norma dispõe o auditor pode incluir resumos ou cópias de registros da entidade (por exemplo, contratos e acordos significativos e específicos) como parte da documentação de auditoria. A documentação de auditoria, porém, não substitui os registros contábeis da entidade. Gabarito: C 04. (ESAF/AFRFB/2014) É permitido ao auditor externo, durante o processo final de montagem dos arquivos da auditoria concluída, modificar os documentos de auditoria. Não se inclui como modificação possível: a) apagar, descartar ou destruir documentação superada. b) acrescentar referências cruzadas aos documentos de trabalho. c) substituir carta de circularização dos advogados, com nova posição das contingências. d) conferir itens das listas de verificação, evidenciando ter cumprido os passos pertinentes à montagem do arquivo. e) documentar evidência de auditoria que o auditor obteve antes da data do relatório de auditoria. Comentários: Na montagem final do arquivo de auditoria o auditor pode adicionar, retirar ou mesmo modificar os documentos acumulados durante o processo de auditoria. Lembre-se que a extensão dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional do próprio auditor. O auditor deve avaliar o que é necessário o outro auditor saber, para que este último possa chegar às conclusões que o primeiro chegou. 20
21 Assim, com relação às modificações, o auditor pode, entre outras providências: apagar, descartar ou destruir documentação superada, que não agregue informações importantes; fazer as referências que achar necessárias para melhor entendimento dos papéis; elaborar listas de verificação para facilitar a montagem do arquivo e documentar as evidências de auditoria. Agora, o auditor não pode substituir carta de circularização dos advogados, com nova posição das contingências, uma vez que esse documento não foi elaborado por ele, eles são de origem externa. Gabarito: C 05. (FGV/Defensoria do RJ/Técnico em Contabilidade/2014) Analise as seguintes afirmativas sobre os papéis de trabalho de auditoria: I. Devem ser arquivados com relação ao seu tipo: permanente, confidencial e corrente. II. Tem como, uma de suas finalidades evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas. III. Os papéis de trabalho que não contenham inconformidades nos testes ou que não sejam conclusivos devem ser removidos e arquivados à parte dos demais papéis de trabalho. Assinale se (A) somente I estiver correta. (B) somente I e II estiverem corretas. (C) I, II e III estiverem corretas. (D) somente II estiver correta. (E) somente III estiver correta. Comentários: Vamos analisar item a item: Item I errado. Os papéis de trabalho são, quanto à sua natureza, arquivados em arquivos dos tipos corrente e permanente. Item II correto. Uma das finalidades dos papéis de trabalho é evidenciar o trabalho feito e as conclusões emitidas. Item III errado. Cabe ao auditor determinar quais papéis de trabalho devem ser arquivados. Em regra, todo documento relevante para o entendimento do trabalho do auditor deve gerar um papel de trabalho, mesmo que não contenham inconformidades ou que não sejam conclusivos. Gabarito: D 21
22 06. (FCC/TCE GO/Contabilidade/2014) No decorrer dos trabalhos de auditoria das demonstrações contábeis da empresa Distribuidora de Aços Rígidos do Brasil S/A, o auditor independente constatou que o valor do saldo da conta duplicatas a receber, em , apresentava uma diferença de R$ ,00, referente a três duplicatas, de um mesmo cliente, pagas no mês de novembro de 2013, não baixadas do saldo. Quanto à evidência de auditoria, nos termos da NBC TA 230, o auditor deve registrá-la (A) no relatório da auditoria, expressando uma opinião com ressalvas. (B) no livro de ocorrências de achados de auditoria. (C) no relatório da auditoria, expressando uma opinião sem ressalvas. (D) em documentação de Auditoria (papéis de trabalho). (E) no relatório da auditoria, com abstenção de opinião. Comentários: Segundo a NBC TA 230, a documentação de auditoria (também denominada papéis de trabalho) fornece as evidências para uma conclusão quanto ao cumprimento do seu objetivo global, bem como de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e exigências legais e regulamentares aplicáveis. Portanto, todas as evidências de auditoria devem estar devidamente registradas nos papéis de trabalho do auditor. Gabarito: D 07. (FCC/SEFAZ RJ/Aud.Fiscal Receita Estadual-3a Categ/2014) A Companhia de Calçados Impróprios do Brasil S. A. contratou determinada empresa de auditoria independente para executar a auditoria das demonstrações contábeis relativas ao exercício encerrado em 31/12/2012. O documento preparado pelo auditor contendo o registro dos procedimentos de auditoria executados, das evidências obtidas e das conclusões alcançadas é denominado (A) papéis de trabalho. (B) relatório de auditoria. (C) parecer de auditoria. (D) certificado de auditoria. (E) programa de auditoria. Comentários: 22
23 Vimos que o auditor deve preparar a documentação de auditoria (papéis de trabalho) que devem conter o registro dos procedimentos de auditoria executados, as evidências obtidas e as conclusões alcançadas. Gabarito: A 08. (Cespe/MPE PI Controle Interno/2012) Os papéis de trabalho devem ser suficientemente abrangentes para compreender a documentação do planejamento, a natureza, a oportunidade e a extensão dos procedimentos de auditoria, bem como o julgamento exercido pelo auditor e as conclusões alcançadas. Comentários: Os papéis de trabalho constituem o suporte de todo o trabalho desenvolvido pelo auditor, contendo o registro de todas as informações utilizadas, das verificações a que procedeu e das conclusões a que chegou. Gabarito: Certa. 09. (CESPE/ANAC/Especialista em Regulação de Aviação Civil Área 6/2012) O registro dos trabalhos de uma auditoria, que pode ser feito em papel, em meios eletrônicos ou em outros formatos, dá origem a diversos tipos de documentos, como programas de auditoria, análises, memorandos de assuntos do trabalho, correspondências, cartas de confirmação e representação. Comentários: Perfeito. Os papéis de trabalho são todos os documentos que constituem o suporte de todo o trabalho desenvolvido pelo auditor, contendo o registro de todas as informações utilizadas, das verificações a que procedeu e das conclusões a que chegou, independentemente da forma, do meio físico ou das características. Gabarito: Certa 10. (FMP/APE TCE RS/2011) Acerca dos papéis de trabalho é incorreto afirmar que: (A) são de propriedade exclusiva do auditor. (B) informações sobre a estrutura organizacional e legal da entidade se constituem em bom exemplo de papéis de trabalho. (C) a extensão dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional do auditor. 23
24 (D) na elaboração dos papéis de trabalho, o auditor deve levar em conta se são completos por si só. (E) o auditor pode, em razão do seu juízo profissional e após o término da auditoria, desfazer-se dos seus papéis de trabalho, desde que tenha concluído a elaboração do relatório e dado ciência à entidade auditada. Comentários: Vamos passar rapidamente, por todos os itens... Item A: Certo. Diferente do que muitos pensam, os papéis de trabalho são de propriedade exclusiva do auditor (e não da entidade auditada). Item B: Certo. A estrutura organizacional (ex.: organograma) e legal (estatutos, leis e regulamentos do setor) da entidade são papéis de trabalho importantes para que o auditor entenda o funcionamento da instituição e o ambiente em que está inserida. Agora, uma pergunta: trata-se de papéis de trabalho permanentes ou correntes? São papéis de trabalho permanentes, pois podem ser utilizados ao longo de várias auditorias, dado que em regra essas estruturas não se alteram com frequência ao longo do tempo. Item C: Certo. A quantidade e o detalhamento das informações dos papéis de trabalho é uma decisão que o auditor toma com base em sua experiência profissional. Item D: Certo. O auditor deve procurar produzir papéis de trabalho que são completos por si só, ou seja, permitir que outro auditor possa chegar às mesmas conclusões que o auditor que os elaborou chegou. Item E: Errado. Vimos que o prazo de guarda dos papéis de trabalho é de 5 anos, a partir da data de emissão do relatório de auditoria. Gabarito: E 11. (Cesgranrio/Auditor Júnior - Petrobras/1-2010) Os papéis de trabalho 24
25 são ferramentas muito valiosas durante a execução do processo de auditoria, pois são os documentos que (A) evidenciam e suportam a conclusão do auditor, além de representar a garantia quanto à integridade, à exatidão e à qualidade dos procedimentos realizados e resultados gerados. (B) evidenciam a efetiva aquisição dos serviços de auditoria frente aos órgãos reguladores e fiscalizadores. (C) comprovam a experiência técnica dos auditores que estão executando um determinado trabalho. (D) relatam o papel a ser exercido pelos membros da equipe de auditores quanto às especificidades do trabalho. (E) comprovam a independência da equipe de auditoria em relação à alta administração da empresa. Comentários: Vimos que os papéis de trabalho são os documentos produzidos ou obtidos durante uma auditoria para evidenciar os exames e conclusões do auditor. Essa documentação deve fornecer registro suficiente e apropriado seu relatório e das evidências de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e as exigências legais e regulamentares. Portanto, a reposta correta é o item A. Veja que os itens C, D e E também representam objetivos específicos de determinados papéis de trabalho. Contudo, a definição geral está expressa no item A. Gabarito: A 12. (FCC/Analista Ministerial: Ciências Contábeis MPE PE/2006) adaptada Segundo o Conselho Federal de Contabilidade, os papéis de trabalho integram um processo organizado de registro de evidência da auditoria. Ante ao exposto, considere as seguintes assertivas: I. Os papéis de trabalho destinam-se a ajudar, pela análise dos documentos de auditorias anteriores ou pelos coligidos quando da contratação de uma primeira auditoria, no planejamento e na execução da auditoria. II. A extensão da documentação de auditoria papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional, visto que não é necessário nem prático documentar todas as questões de que o auditor trata. III. A natureza do trabalho, a natureza e condições dos sistemas contábeis e de controle interno da entidade, são alguns dos fatores que podem afetar a forma e o conteúdo da documentação de auditoria. 25
26 É correto o que consta em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) II e III, apenas. (D) I e III, apenas. (E) II, apenas. Comentários: Vamos analisar cada um dos itens: Item I: Correto. O auditor pode revisar os papéis de trabalho do auditor anterior para auxiliá-lo em seu planejamento. Item II: Correto. A extensão da documentação utilizada pelo auditor, ou seja, se precisa de uma quantidade maior ou menor de documentos, faz parte de seu julgamento profissional. Item III: Correto. Vimos que o auditor deve preparar documentação de auditoria de forma a prover evidências para uma conclusão quanto ao cumprimento objetivo global, bem como de que a auditoria foi planejada e executada em conformidade com as normas e exigências legais e regulamentares aplicáveis. Ora, é lógico que a natureza do trabalho e dos sistemas de controle interno é essencial na preparação dessa documentação, pois é relevante para o planejamento e a execução da auditoria. Gabarito: A 13. (FGV/SEFAZ RJ - Fiscal de Rendas/2008) adaptada Os papéis de trabalho constituem o conjunto de documentos e apontamentos que o auditor colige antes, durante e após a aplicação dos procedimentos de auditoria. Assim, são exemplos de papéis de trabalho: cópia de contratos de financiamento, de empréstimos, relação de fornecedores, de clientes, mapa de apuração de impostos, de dividendos e de participações, cópia de documentos fiscais, arquivos magnéticos, cartas de circularização, etc. A esse respeito, considerando o disposto pelo CFC, em especial a Resolução 1.206/09, não é correto afirmar que: (A) a extensão dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional. (B) não é necessário nem prático documentar todas as questões de que o auditor trata. (C) facilitam a revisão do trabalho de auditoria. (D) a documentação de auditoria deverá arquivá-lo pelo prazo de três anos a contar da publicação do relatório com a opinião do auditor. (E) registram as evidências do trabalho executado. 26
27 Comentários: Vamos analisar cada um dos itens: (A) a extensão dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional. Vimos que a quantidade e o tipo dos papéis de trabalho é assunto de julgamento profissional do próprio auditor, que deve avaliar o que é necessário o outro auditor saber, para que este último possa chegar às conclusões que o primeiro chegou. (B) não é necessário nem prático documentar todas as questões de que o auditor trata. Realmente, não é necessário nem prático documentar todas as questões tratadas pelo auditor, mas somente aquelas, que a critério do auditor, sejam relevantes. (C) facilitam a revisão do trabalho de auditoria. A documentação de auditoria é essencial para revisão dos trabalhos da equipe e do auditor, pois registra todos os passos, análises e conclusões obtidas. (D) pertencem ao auditor independente, que deverá arquivá-lo pelo prazo de três anos a contar da publicação do relatório com a opinião do auditor. O prazo de guarda dos papéis de trabalho não pode ser inferior a cinco anos a contar da data do relatório do auditor ou, se posterior, da data do relatório do auditor do grupo. (E) registram as evidências do trabalho executado. Por fim, esse item também está certo, pois os papéis de trabalho são as evidências do trabalho do auditor independente. Gabarito: D 14. (FCC/TRT 20 Analista Judiciário Administrativa - Especialidade Contabilidade/2011) No que se refere à guarda da documentação, o Auditor, para fins de fiscalização do exercício profissional, deve conservar a boa guarda pelo prazo de (A) dezoito meses, a partir da data de emissão do relatório e parecer relacionado com os serviços realizados. (B) dois anos, a partir da data do término dos serviços realizados. (C) três anos, a partir da data do início dos serviços realizados. 27
28 (D) cinco anos, a partir da data de emissão do seu parecer, de toda a documentação, papéis de trabalho, relatórios e pareceres relacionados com os serviços realizados. (E) dez anos, a partir da data de entrega ou publicação do seu parecer relacionado com os serviços realizados. Comentários: De acordo com a NBC PA 01, o período de retenção para trabalhos de auditoria geralmente não pode ser inferior a 5 (cinco) anos a contar da data do relatório do auditor. Gabarito: D 15. (FCC/TRT 4R Analista Judiciário Especialidade Contabilidade/2011) Em conformidade com as normas de auditoria vigentes a partir de 2010, em relação aos documentos apresentados pela empresa, o auditor deverá (A) considerá-los sempre genuínos, não sendo sua a responsabilidade de questionar a veracidade dos documentos, mesmo que tenha razão para crer no contrário. (B) confirmar sempre, quando os documentos forem emitidos eletronicamente, a veracidade do documento eletrônico, nos meios disponibilizados pela empresa emissora. (C) considerar exclusivamente os contratos registrados em cartório e os documentos com firmas reconhecidas. (D) suspender os trabalhos ao identificar uma fraude e considerar a auditoria limitada. (E) fazer obrigatoriamente investigações adicionais na dúvida a respeito da confiabilidade das informações. Comentários: O auditor independente deve adotar uma atitude de ceticismo profissional enquanto planeja e executa seu trabalho. Ele deve reconhecer que podem existir circunstâncias que façam com que a informação sobre o objeto contenha distorções relevantes. A atitude de ceticismo profissional significa que o auditor independente faz uma avaliação crítica, mantendo-se de forma mentalmente questionadora, com referência à validade da evidência obtida e mantém-se alerta para qualquer evidência que contradiga ou ponha em dúvida a confiabilidade de documentos ou representações da parte responsável. 28
29 No caso de dúvidas com relação à confiabilidade de documentos ou representações da parte responsável o auditor deve realizar procedimentos adicionais de auditoria. Gabarito: E Finalizo, aqui, a nossa aula demonstrativa, é uma pequena amostra da nossa metodologia, esperamos que você tenha gostado. Um grande abraço, Davi e Fernando. 29
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