Casos limites e a clínica contemporânea

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1 Casos limites e a clínica contemporânea Aluno: André Sampaio de Carvalho Orientador: Monah Winograd Introdução A pesquisa sobre o trauma enquanto fator etiológico e desencadeante do sofrimento, esteve presente na obra de Freud desde suas primeiras teorizações. Freud pensou o trauma a partir de diferentes problemáticas que a clínica apresentava. Estando diante de diferentes modalidades da dor, ele concebeu duas tópicas e duas teorias pulsionais na qual abordou os aspectos tópicos, dinâmicos e econômicos do aparato psíquico, ou seja, postulou teses sobre a estrutura, dos mecanismos e funcionamento psíquico. Após a virada de 1920, com a segunda grande guerra, Freud iria se deparar com um outro tipo de sofrimento, que seriam as neuroses traumáticas, as quais, não estariam sobre a égide do princípio de prazer, nem sobre a luz da teoria e da clínica até então em vigor. Existe na teoria psicanalítica diferentes concepções do que significa o adoecimento, ou diferentes tipos de sofrimento, ocasionados por diferentes fatores, procurando pensar as suas causas e seus efeitos, e uma terapêutica, ou seja, uma proposta de tratamento. Ao longo da obra freudiana podemos identificar três grandes teorizações sobre o adoecimento e as possibilidades de tratamento. Segundo Bokanowski (2005), o termo traumatismo designa o impacto no psiquismo de um acontecimento, marcando dolorosamente a existência de uma pessoa. Destarte, no percurso da obra de Freud podemos identificar diferentes fenômenos sob o signo do traumatismo. No entanto, não se trata de modelos que vão substituir uns aos outros, portanto, não vão ser modelos que irão ser abandonados, sobrepondo-se um em prol do outro. Tais modelos são faces da problemática do traumático que vão procurar abordar diferentes fenômenos patológicos. Para Bokanowski (2005), a noção de traumatismo é ampla e genérica, de modo que agrupa diferentes fenômenos, os quais, se pode traçar uma especificidade para pensar em que níveis do psiquismo estaria operando a ação traumática. Bokanowski designa três termos, fazendo uma correlação de cada termo à um determinado período na obra de Freud, o que significa que para cada período demarcado, iremos identificar um modelo e abordagem especifica de uma problemática sobre a questão do traumático e seus impactos. Objetivos A pesquisa objetivou investigar os três modelos de trauma na obra de Freud, contemplando de forma mais ampla sua terceira concepção, tematizada por ele de forma inconclusa, tendo em Sandor Ferenczi, e diversos outros teóricos da atualidade, um desdobramento deste terceiro modelo. Para nossos fins, tomamos a categorização de Thierry Bokanowski, na qual, ele propõe uma apresentação de três concepções do traumatismo em Freud, à saber; traumatismo, traumático, trauma. Para uma maior explicitação do terceiro modelo, acompanhamos principalmente a autora Felicia Knobloch (1998), na sua apresentação da concepção do trauma em Freud-

2 Ferenczi, na qual, ela desenvolve um aprofundamento das reformulações técnicas e teóricas sobre a concepção do trauma, relacionando ao que ela nomeia como irrepresentável, como uma experiência que não foi passível de ser representada, representado pela figura clínica dos chamados casos difíceis ou casos limites. Resultados Sobre os fatores traumáticos; ao percorrer nossos objetivos, obtemos como resultado diversas compreensões sobre a teoria e técnica psicanalítica, destacamos em princípio que o termo traumatismo é identificado ao impacto psíquico de um evento na vida do sujeito, não significa que o evento em si mesmo seja considerado traumático. Diferentemente do senso comum, o qual, atribui ao evento, o poder de ser em si mesmo traumático, a psicanálise não atribui o fator traumático ao evento, mas ao impacto que esse evento causa em um dado sujeito específico, a uma dada constituição psíquica, ou seja, o foco recai sobre a relação, sobre o encontro. Portanto, pensar o traumatismo, diz respeito ao encontro de um evento incidindo sob uma determinada pessoa, cuja subjetividade está estruturada em registros, em um conjunto de representações que tecem de uma determinada maneira a constituição egóica, tornando-a mais ou menos suscetível. O traumatismo é então pensado em termos relacionais, entre algo do evento e o modo como essa subjetividade está constituída, que gera uma situação traumática. Logo, não se atribui do evento o agente traumatizante, mas ao tipo de impacto que esse evento causa em um sujeito específico e singular, não se tratando de qualquer sujeito, ou de qualquer estruturação psíquica. Nessa perspectiva não é o evento que é em si mesmo intenso, que em qualquer sujeito produziria um impacto traumático, mesmo quando se trata da mesma pessoa, pode haver momentos que a mesma pessoa pode estar mais sensibilizada e em outros momentos menos sensibilizada, por consequência, um mesmo evento poderia ou não ser traumático, isso demarca a contingêncialidade do trauma. Quando afirmamos que o trauma é o impacto de um evento em uma dada organização subjetiva, em uma circunstância atual, nos colocamos diante de uma questão, na qual, pensamos que não é possível referir o fator traumático, tão somente a um dentro ou a um fora, essa seria uma falsa distinção, que deixa de ter sentido, dado que não é possível atribuir nem tão somente ao evento, nem tão somente a constituição subjetiva a causa, pois, se o que é aqui pensado como traumático é o impacto de um evento em um sujeito, em um dado momento específico, não haveria uma distinção entre um fora e um dentro. O modo como um determinado evento é recebido para que se torne traumático, necessariamente é recebido de uma maneira específica. O evento e o modo como esse evento é recebido nos orienta a pensarmos de modo mais fluido essas fronteiras, no qual, o dentro e o fora emergem como um falso problema. De forma que o modo como o sujeito recepciona e percebe os estímulos, e os processa, se confundem e são indissociáveis de uma constituição psíquica. A imagem para ilustrar essa continuidade entre o dentro e o fora é a faixa de Moëbius. Em nossa trajetória na pesquisa identificamos e diferenciamos os três modelos do trauma na obra freudiana, propostos por Bokanowski (2005). Sobre o primeiro modelo, embora traumatismo seja um termo geral, Bokanowiski guarda o termo Traumatismo para designar o fenômeno que provoca uma desorganização mais secundarizada, no qual, um exemplo é o trauma da teoria sexual, o primeiro modelo de trauma em Freud é, portanto, um trauma neurótico. No qual Freud abarcou a questão da sexualidade infantil, pensando o conflito pulsional, referente a primeira teoria pulsional e a primeira tópica. Na qual, as pulsões sexuais ocasionam um efeito traumático, as quais não podem ser integradas ao ego e a elas se erguem o mecanismo de defesa do recalque. Bokanowski está situando, portanto, esse primeiro modelo na problemática da primeira

3 tópica, da primeira teoria pulsional, na correlação com a teoria da sedução, conjuntamente a etiologia da sexualidade infantil. Como afirmado acima, cada termo é identificado e correlacionado a diferentes períodos da obra de Freud. O termo traumatismo designa a ideia presente de 1985 a 1920 com o modelo do a posteriori, com a postulação do trauma sexual, da teoria da sedução e da teoria da fantasia. Nesse modelo o traumatismo é pensado na seguinte formulação; há uma situação que a princípio não tem no momento de sua ocorrência uma valência traumática, mas que vai adquirir uma força de excesso a posteriori, a partir de um movimento de ressignificação. O que está sendo alterado é o registro da representação, no qual, a cena primeira é em um momento depois ressignificada, atribuindo um sentido incompatível com o Ego. O modelo referido ao que Bokanowski designou como traumatismo refere-se ainda ao momento em que Freud identificava o traumatismo no sexual e ao a posteriori, refere-se a um período que se subdivide em dois, um primeiro de 1985 a , tendo como paradigma o modelo da sedução, referente a uma ação sedutora sexual, na qual, um objeto externo exerce uma ação sedutora de ordem sexual, cujo o traumatismo ocorre em dois tempos. Um segundo momento (de 1905 a 1920), refere-se ao abandono de sua "neurótica" com a postulação de uma teoria da sedução no nível das fantasias inconscientes juntamente com o desenvolvimento da teoria sexual infantil, nos Três ensaios sobre a sexualidade. (1905) Com o abandono da teoria do trauma, na qual, Freud identificava o trauma sofrido pela criança como sendo da ordem do real, ou seja, o abuso sexual sofrido considerado como de fato acontecido, mesmo com a abando deste modelo para pensar o traumatismo, haveria ainda uma sedução dos cuidados maternos, na marcação do corpo, que participaria da composição da fantasia originária, das fantasias primárias, que passariam a participar da ação do traumatismo, portanto, no âmbito da fantasia, neste, o fantasma torna-se o fator traumático principal da manifestação da neurose. Ou seja, ainda que a teoria do trauma do abuso sexual, pensada como acontecimento real, de fato, seja abandonada, permanece a sedução a nível de fantasia, operando como fator potencial patogênico em uma lógica do a posteriori. Pensando o trauma em dois tempos, no qual, o momento da cena primária é atualizado por uma ressignificação a posteriori. O modelo no qual Bokanowski está se referindo ao traumatismo está relacionado então aos efeitos do âmbito do que é representável, de algo da dimensão figurável, simbolizáveis do traumático, na organização psíquica fantasmática do sujeito, atuando na dimensão do conflito pulsional, entre pulsões sexuais e do Ego. De 1905 a 1920, ou seja, coincidindo com a publicação dos "Três ensaios sobre a sexualidade" particularmente da noção de fantasia originária e das derivações de angústia que decorrem dessa problemática. Freud está pensando a dimensão da fantasia de sedução, considerada como fantasia originária detonadora de angústia, relacionado este fenômeno ao modelo econômico, o excesso vai habitar os dois polos, tanto no que a fantasia originária porta de intensidade pulsional, e o que essas angústias derivadas expressam dessa intensidade pulsional, como as conversões histéricas. O traumatismo nesse período está na relação do conflito das pulsões sexuais e sua dissonância com as exigências e aceitabilidade egóica. Nesse contexto os traumatismos são compreendidos em relação aos fantasmas inconscientes e a realidade psíquica. A referência clínica desse modelo são as psiconeuroses de defesa. O segundo modelo relaciona-se a virada de O termo traumático é empregado de modo mais descritivo, categorizando um modo específico de funcionamento psíquico, relacionado ao que força a compulsão à repetição, a apresentação da segunda teoria pulsional, no qual, a pulsão de morte tem sua expressão, atuando como motor nos fenômenos da compulsão à repetição. Fenômeno este decorrente de uma situação traumática, com o

4 rompimento do para excitação, no qual, podemos pensar o funcionamento psíquico operando em traumático. O segundo modelo referido como traumático, vai ser pensado na forma adjetiva do termo, de modo mais descritivo, descrevendo um modo de funcionamento psíquico relacionado a compulsão, à instauração da compulsão à repetição a partir da situação traumática. Traumático também pode ser nomeado como modelo da problemática econômica, situado em 1920 no "Além do princípio de prazer" sob o signo do escudo protetor, o paraexcitação. Trata-se de um modelo econômico, pois relaciona-se a uma compreensão quantitativa do psiquismo. Freud em relação ao traumático, está se referindo a incidência de uma quantidade de excitação que o aparato não foi capaz de processar, tendo como consequência o desligamento de associações representacionais, ocasionando uma quantidade excessiva de energia não ligada no interior do aparato. Sobre esse problema Freud nos descreve:...como traumáticas quaisquer excitações provindas de fora que sejam suficientemente poderosas para atravessar o escudo protetor. Parece-me que o conceito de trauma implica necessariamente uma conexão desse tipo com uma ruptura numa barreira sob outros aspectos eficazes contra estímulos. Um acontecimento como um trauma externo está destinado a provocar um distúrbio em grande escala no funcionamento da emergida do organismo e a colocar em movimento todas as energias defensivas possíveis" (FREUD Imago, v, XVIII, p.40). Em 1920 Freud nos situa diante de um novo paradigma, como vimos acima, a concepção anterior era a fantasia recalcada, cuja tradução clínica eram as psiconeuroses. No período de 1920, o paradigma para pensar o traumático é o desamparo. Ao invés do excesso da sedução, Freud relaciona o excesso ao rompimento do escudo protetor, do para-excitação, tendo ênfase no rompimento deste e no desamparo do sujeito frente a quantidade de energia livre, as quais, produziram em resposta um grande investimento para processar essa irrupção de efrações quantitativas. Portanto traumático é apresentado como uma hiperestimulação que rompe o aparato de defesa, o escudo protetor, o para-excitação, gerando uma situação traumática. As neuroses traumáticas dão uma indicação precisa de que em sua raiz se situa uma fixação no momento do acidente traumático, como na compulsão à repetição e nos sonhos traumáticos. A compulsão à repetição está presente na neurose traumática e se manifesta, por exemplo, no sonho, onde o sujeito tem a possibilidade de desencadear a angústia (Angst), não despertada por ocasião do trauma sofrido. Segundo Freud (1920), em situações de angustia, não há trauma, pois na angustia se espera o perigo, ou se prepara para ele, auxiliando o escudo protetor. Freud escreve que o desencadeamento da angústia defende o aparelho psíquico da inundação traumática. O medo (Furcht), exige um objeto definido, já o 'terror' (Schreck), é o nome que damos ao estado que alguém fica quando é desprevenidamente tomada pelo perigo. Freud (1920) considera que a função protetora é para os organismos vivos quase mais importante que a recepção deles. A função receptiva é a de descobrir a direção, e a natureza dos estímulos externos. No sentido interior, não poderia haver esse escudo para os estímulos, os sentimentos de prazer e desprazer gerados pelas excitações que se estendem em quantidades não reduzidas. Acrescenta Freud, que há uma tendência a tratar tais excitações como se atuassem de fora, de maneira a colocar em operação o escudo protetor, como meio de defesa contra eles. Esse mecanismo de defesa é nomeado de projeção. Acrescentamos com Freud (1920); Em segundo lugar, é adotado uma maneira específica de lidar com quaisquer excitações internas que produzam um aumento demasiado grande de desprazer; há uma tendência a tratá-la como se atuassem, não de dentro, mas de fora, de maneira que seja possível colocar o escudo contra estímulos em operação, como meio de defesa contra elas. É essa a origem da projeção, destinada a desempenhar um papel tão grande na causação dos processos patológicos." (Freud Imago, v, XVIII,, p- 40).

5 Nesse momento, portanto, Freud pensa o traumático como quaisquer excitações provindas de fora, e emergindo de dentro, que sejam suficientemente intensas, para atravessar o escudo protetor, gerando o rompimento, haveria um distúrbio no funcionamento da energia do organismo. O aparelho mental é inundado por grande quantidade de estímulos externos e o princípio de prazer seria momentaneamente posto fora de ação. Com essa impossibilidade de impedir essa grande inundação de estímulos, o problema passa a ser o domínio dessa quantidade de estímulos que atravessaram. Tendo como consequências um aumento excessivo de intensidade devido ao fluxo de energia que não pôde controlar. A energia catéxica é convocada de todos os lados para fornecer catexias suficientemente altas de energia nos arredores da ruptura. Uma anticatexia em grande escala é estabelecida, em cujo benefício, todos os outros sistemas psíquicos são empobrecidos, de maneira que as funções psíquicas remanescentes são grandemente paralisadas ou reduzidas. Ocorre com isso um remanejamento da energia psíquica. Na elaboração de um entendimento sobre o funcionamento psíquico e os princípios regentes deste, temos em vista, que em "Além do princípio de prazer", Freud (1920), postula a pulsão de morte como motor da compulsão à repetição do mesmo ou, dito de outro modo, do traumático. Este funcionamento está situado além do principio de prazer, por trazer no conteúdo de sua repetição experiências que não são, nem nunca foram, experiências cuja vicissitudes podem ser concebidas como prazerosas. Mas o fato novo e digno de nota, que agora temos que descrever, é que a compulsão à repetição também traz de volta experiências do passado que não possibilitam prazer, que também naquele tempo não podem ter tido satisfação. (FREUD Imago, vl, XVIII,p. 179). Se o princípio de prazer rege a compulsão à repetição que nomeamos de "repetição diferencial", na qual, o conteúdo repetido é o desejo recalcado, a pulsão de morte é o motor que rege a compulsão à repetição que nomeamos de "repetição do mesmo", cujo, o conteúdo da repetição é o desprazer, a situação traumática. Freud vai percorrer os fenômenos da compulsão à repetição para justificar a existência de um tipo de funcionamento cujo o motor não é o princípio de prazer e sim o que ele nomeia de pulsão de morte. Freud caracterizará a pulsão de morte, como aquilo que impulsiona a compulsão à repetição. Em vista dessas observações, extraídas da conduta da transferência e do destino das pessoas, sentimo-nos encorajados a supor que na vida psíquica há realmente uma compulsão à repetição, que sobrepuja o princípio do prazer. Também nos inclinaremos a ligar a essa compulsão os sonhos das vítimas de neurose traumática e o impulso que leva as crianças a brincar. (FREUD Imago, v, XVIII,p. 183). Freud vai problematizar o que está regendo o funcionamento da compulsão à repetição do mesmo, tendo em vista que não é o princípio de prazer. A partir daí, podemos nos perguntar: qual o princípio que estaria regendo a compulsão à repetição do mesmo? A que função corresponde? E qual relação que pode ser estabelecida com o princípio de prazer? Se houve na psique uma tal compulsão à repetição, porém, então gostaríamos de saber algo sobre ela, a qual função corresponde, em que condições pode evidenciar-se, e que relação tem com o princípio do prazer, ao qual até agora, afinal, confiamos o domínio sobre o curso dos processos de excitação na vida mental. (FREUD, P. 184). A compulsão é um fenômeno da ordem do que podemos compreender como uma "repetição do mesmo". Repetição de uma experiência que nunca foi tida como prazeirosa, algo da ordem do desprazer. Freud caracteriza a pulsão de morte como uma força que exerce um impulso de retorno ao primitivo, ao estado inorgânico, a não vida, ao rebaixamento da excitação ao zero de tensão, ou seja, a um estado mais arcaico, mais elementar e mais pulsional do que o princípio de prazer, que ela suplanta. É desta forma que Freud propõe a existência de um modo pulsional tendente ao desligamento, a desfusão e a separação. Essa tendência de retorno a um estado anterior, com a redução absoluta da tensão, se faz perceber

6 nas neuroses traumáticas, nos sonhos de repetição, na repetitividade que caracteriza o brincar infantil. Em suma, essa tendência de retorno a um estado anterior ocorre como impulso para redução absoluta da tensão. Mas de que modo se relacionam o caráter impulsivo e a compulsão à repetição? Aqui se nos impõe a ideia de que viemos a deparar com uma característica geral das pulsões, talvez de toda a vida orgânica, que até agora não foi claramente reconhecida ou, pelo menos, explicitamente enfatizada. Uma pulsão seria o impulso, presente em todo organismo vivo, tendente a restauração de um estado anterior, que esse ser vivo teve de abandonar. (FREUD,1920 p ) Temos com isso que a relação existente entre o fenômeno da compulsão à repetição e a pulsão de morte, é localizável no modo de funcionamento, na presentificação da pulsão de morte no psiquismo, como um impulso que tende ao desligamento, ao rebaixamento da excitação. A compulsão à repetição evidencia a ação da pulsão de morte. Nesta construção teórica a pulsão de morte manifesta-se como um princípio que visa à morte, numa volta a um estado inorgânico, onde não há conflitos, denominado princípio de Nirvana, zero absoluto de tensão. Representa antes uma tendência para a autodestruição. Deste modo, em Além do princípio do prazer, o conceito de pulsão de morte é apresentado, primeiramente, a partir da ideia de um movimento que visa a redução completa das tensões cuja direção se orienta no sentido regressivo a fim de reconduzir o ser vivo ao estado originário, anorgânico. Para Freud, este movimento consiste em uma tendência fundamental de retorno a um estado anterior: todo ser vivo morre por razões internas, retorna ao estado inorgânico, então só podemos dizer que o objetivo de toda vida é a morte, e, retrospectivamente, que o inanimado existia antes que o vivente. O terceiro modelo é categorizado com o termo trauma, este designa o traumático no nível mais precoce, no qual, há um comprometimento nos investimentos narcísicos, na própria constituição do aparato psíquico, do ego, designando os processos referentes ao modelo narcísico, na qual, o trauma vai ser pensado a partir de falhas por parte do meio em relação a constituição subjetiva, em momentos mais precoces, anteriores ao recalcamento. Problema este identificado por Freud, porém não resolvido por ele, foi deixado de legado aos pós freudianos, tendo Ferenczi como primeiro pós-freudiano a aprofundar está questão. "Se Freud pôde admitir um lugar para as ditas neuroses atuais na psicanálise a partir da problematização das pulsões, foi porque havia evidenciado a dimensão quantitativa operante no sujeito. Essa dimensão coloca o sujeito como se constituindo e não apenas como já constituído; mas foi Ferenczi quem pôde desenvolver e trabalhar clinicamente com essas ideias." (KNOBLOCH, 1998, p.139). O período referente é 1939, cujo o paradigma são as correlações mais específicas, entre o traumatismo e o narcisismo. O modelo anterior conduz Freud a pensar na compulsão a repetição uma etiologia para aquém do recalcamento, no qual, o patológico não faria mais referência ao conteúdo do desejo edípico recalcado, no registro da representação. Nesse período, o trauma está referido a uma etiologia que remonta a constituição narcísica, ao momento de constituição do Ego, que tem como um dos fatores preponderantes o papel do meio, ou seja, a ação do ambiente no amparo constitucional do sujeito. As primeiras impressões dos objetos articuladas a ação do ambiente vão reforçar ou não as primeiras operações de defesas, acionando tipos de defesas mais precoces, como a negação, a autotomia e a projeção. Trata-se de processos de defesas que ocorrem antes do recalque propriamente dito, de tal maneira que na vida adulta esses sujeitos vão poder apresentar esses modos de defesas primários. Como exemplo podemos apontar os casos difíceis, casos limites borderlines, das patologias narcísicos identitárias, das quais, o que está implicado é o narcisismo primário, as impressões e a ação do ambiente em momentos muito precoces da constituição do ego.

7 Freud passa a identificar o traumático como originalmente constitutivo da organização psíquica, nos primórdios da vida no processo primevo da constituição do psiquismo no momento próprio de sua formação, aponta que a criança também está passando por um processo de desenvolvimento, no qual, os mecanismo de defesas estão em constituição, e que neste momento constitutivo, ela depara-se com as mais intensas experiências, de caráter excessivo, e portanto, a criança diante dessas intensidades, não possuindo o psiquismo suficientemente desenvolvido, não seria capaz de processar inteiramente essas experiências intensas. Ou seja, a criança não estaria provida de recursos, de defesas mais sofisticados e desenvolvidos, para lidar com o excesso de estímulos. Os excessos precoces não processados podem gerar feridas narcísicas, danos que vão ocorrendo no momento de constituição do Ego, este seria marcado por falhas, por buracos, fueros, clivagens, "gerando um estado dentro do Estado", este é um destino das intensidades excessivas, não processadas, com potencial desorganizador, tratando-se de um destino para o traumatismo que impedem a transformação processual, produzindo efeitos destrutivos. A tradução clínica desse modelo são as patologias narcísicas identitárias. Em relação a constituição edípica e pré edípica ao recorrer à categorias do primário e do originário em relação as categorias edipianas clássicas, chamamos a atenção, que ao pensar no âmbito do primário e do originário, não há uma exclusão do que se refere ao sexual, e sim da articulação dos dois campos, e que à este se articula também o papel do ambiente como sendo fundamental, as pessoas. E a relação com a pessoas já se situa no campo do sexual, em termos da ontogenia trata-se de um período anterior ao Édipo, portanto, situando-se me um ponto anterior ao da organização em rede representacional, se inscreve, mas não se escreve, um tipo de inscrição sem legenda. Freud quando postula a sua concepção de representação, fórmula que primeiro se dá a impressão, depois a inscrição do traço que uma vez articulado se torna texto. Momento da associação coisa e associação palavra, resultando em uma representação objeto, constituindo o campo representacional do Ego, como constituído por uma trama de representações. Nesses momentos mais precoce da constituição psíquicas, refere-se ao registro da impressão, aquilo que o sujeito não tem palavras para dizer, para simbolizar, no qual, as marcas estão se inscrevendo, mas um tipo de marca da impressão, a marca da experiência ocorre, mas não é ainda inteiramente psíquica, é uma zona intermediária, não é apenas uma marca corporal, tanto não é, pois existem essas zonas psíquicas, mas não psíquica, tal como uma organização representacional, situa-se na dimensão da inscrição da impressão, mas está fora de circuito, mas ainda assim, o que está presente, não é a mesma coisa daquilo que está em circuito, não atinge o mesmo nível metáforico. Se pensarmos o psiquismo como uma metáfora, as metáforas que vamos produzindo do corpo, é como se a impressão estivesse em um ponto que ainda não foi possível ocorrer uma elaboração. Evidentemente que quando isso acontece há uma suspensão, mesmo que temporária, entre o interno e o externo, uma dissolução das barreiras, ou uma suspensão temporária, até que o sujeito se recomponha. Alguns autores vão chamar de colapso tópico, e vão usar essa expressão também para falar dos traumas precoces. Mas uma coisa é falar da suspensão temporária do interno e do externo, onde a barreira está bem constituída, aonde há essa rede de representação que suporta o sujeito, outra coisa é quando o sujeito cai no vácuo, como uma criança pequena, ou um adulto que apresenta essas feridas narcísicas identitárias. Quando isso ocorre, como os processos psíquicos tramitam? O colapso tópico é uma desorganização da tópica psíquica, especificamente dos modos de relação de inconsciente, pré-consciente no ego, pois este não é todo consciente. Os traumatismos secundarizados, nas psiconeuroses de defesa, ocorrem que quando eles provocam uma desorganização. Na medida em que eles são desorganizadores dos fantasmas internos do inconsciente, dos processos de secundarizados, eles acionam uma

8 repetição, diversa da compulsão a repetição da neurose traumática, da compulsão a repetição de A repetição que eles ativam é a repetição diferencial (Garcia-Roza, 1986), tratando-se de um deslizamento da cadeia de representações, é um processo de substituição, uma série de substituições de máscaras, o sintoma é compreendido como substituto de uma máscara que não tem o primeiro termo. Com isso identificamos a diferença a compulsão a repetição de Aqui estamos operando no campo da neurose, mesmo que o que fica, quando se enfatiza a função desorganizadora, mesmo nesses casos que há o encontro da realização externa do desejo, quando isso faz eco nas fantasias, ou quando se está pensando em termos da constituição do psiquismo, o que está em funcionamento é a repetição representativa, é o Manoel de Barros quando fala que é preciso repetir até fazer diferente, é o que se faz em análise. Recordar, repetir, até que o sintoma se dissolva, e se assume o que é traço do que é estilo singular de uma pessoa. Assume as castrações, os limites, os desejos, e continua repetindo, só que de outro jeito. Quando ocorre o rompimento do escudo protetor, em função do despreparo, de uma falha do para excitação, essa efração traumática, o resultado é um funcionamento em traumático do aparato psíquico, quer se trate de uma patologia narcísica, quer se trata de uma psiconeurose. Gira-se em torno da situação traumática, tal como em uma neurose traumática, não se consegue pensar outra coisa, o sujeito fica siderado, em movimento de repetição do mesmo (Garcia-Roza, 1986). Fica-se girando em torno disso, subjetivamente em torno disso. Fica siderado pelo trauma, capturada em um funcionamento em traumático, cujo o modelo é o da neurose traumática, de acordo com a intensidade, com a potência desestruturante, ou desorganizadora que provoca essa efração do para excitação. As características desse funcionamento em traumático, que nos abre e nos aproxima aproximando do modelo narcísico, são em primeiro lugar um movimento anti-traumática, pois, o funcionamento traumático tem como objetivo processar, e portanto neutralizar, absorver o traumatismo, ele tem uma visada anti-traumática, daí a repetição, como movimento de esvaziamento, a compulsão a repetição como um movimento no qual o aparato repete a experiência desagradável, traumática para esvaziar, e recuperar a homeostase, ( Freud, 1920). Essa tentativa vai se repetir até que alguma elaboração seja possível, o mesmo fenômeno da repetição ocorre no que identificamos como repetição diferencial, na qual a repetição ocorre, repetindo características da triangulação edipiana, até ganhar consciência da repetição, elaborar e não precisar mais repetir essa disposição edipiana que se experimentou no édipo. Freud apresenta a repetição no " Recordar, repetir e elaborar" (1914) afirmando que se não se recordar, não se produz elaboração, apontando para o fenômeno da repetição. Recordar e elaborar são processos para não repetir. Recordar e elaborar, situa-se o campo representacional, então estamos operando no recalcado, na dimensão do recalcado, da representação. É preciso que haja uma suspensão do recalque para que aquele conteúdo possa retornar ser integrado pelo ego e, portanto, elaborado, para que o sujeito possa parar de repetir. No entanto uma outra dimensão da repetição, que não ocorre no âmbito da representação, Knobloch (1998) expõe o conceito de campo do irrepresentável, ou podemos pensar, daquilo que não foi representado, situando-se em outro campo, que não o da representação e seus processos de substituição. Essas situações de desamparo e agonia são identificadas como sendo detonadas por respostas inadequadas do objeto primário, o Ferenczi chamou de desmentido, este como uma espécie de reposta inadequada, como uma falha, em um déficit, do meio, e ainda, igualmente importante que essa resposta inadequada é uma resposta também excessiva, portanto os extremos das repostas do meio como ausência ou excesso.

9 Segundo Knobloch (1998), trata-se de uma resposta do meio, aos movimentos que a criança é acometida desqualificante, na medida em que não reconhece as capacidades ali, e exige mais que aquele sujeito em formação tem para dar. De tal maneira que essas respostas inadequadas do objeto não consigam conter, metabolizar, simbolizar, ligar a descarga pulsional, através da formação fantasmática. O infante fica exposto, não em relação há um excesso de fora, necessariamente, que rompe o para-excitação, mas também na medida em que a simbolização não oferece a contenção, ocorrendo a descarga pulsional interna, o sujeito não apreende, ou se torna incapaz de lidar com o excesso que vem de dentro, o que se observa como consequência é a manutenção do terror frente ao excesso, pela impossibilidade de introjeção por um lado e da gestão pulsional por outro. Um modo de defesa precoce é a clivagem do ego. A clivagem é um processo de encapsulamento disso que foi clivado, como se houvesse um tecido egóico e pontos de efração dessa tessitura. Regiões não processadas ocasionada por este tipo de traumatismo, podemos chamar de traumatismo em vácuo, porque o que se constitui são pontos de vácuo, traço de intensidades não foram passíveis de inscrição, é um traço, de um não traço. É diferente da inscrição de um traço psíquico, há o traço, mas não de forma plena, porque não pode ser metabolizado, ou seja, a metabolização psíquica, não ocorre por falta de um ego auxiliar, pela resposta inadequada e desqualificante do objeto ou do ambiente. A resposta inadequada do ambiente pode se dar por falta ou por excesso, e o resultado é que ela impede a criança de gerir as suas pulsões libidinais e com isso constituir um espaço psíquico para poder transformá-las. A resposta inadequada do ambiente debilita a construção dos limites desse espaço psíquico, incidindo sobre a possibilidade de gestão e de manejo das próprias pulsões. O que decorre desses processos são os efeitos de danos precoces do ego em formação, que se convencionou chamar de feridas narcísicas. Essas feridas narcísicas se inscrevem como zonas psíquicas mortas no ego, termo que a literatura usa, como os fueros. O resultado, do efeito são ao mesmo tempo o que causa e o que provoca, o ataque aos processos de ligação pulsional. Então, se por um lado as respostas inadequadas do ambiente são elas mesmos ataques aos esforços de ligação pulsional, por outro lado a presença dessas áreas psíquicas no ego, desses fueros, trazem como consequência um ataque aos processos de ligação, então isso é causa e consequência ao mesmo tempo. Felicia Knobloch (1998) para expor o conceito de irrepresentável, nos apresenta primeiro os limites da clínica, no qual, Freud se deparou com casos que colocariam em questão o saber e a prática analítica clássica, da associação livre e escuta flutuante e todos os pressupostos que à fundamentam. Estes casos ela apresenta como casos em situação em crise, para os quais Freud considerou alheia a competência do fazer analítico, pois são estados de crise aguda, os quais, o interesse do ego é tomado pela realidade penosa, pois são situações nas quais ocorre a impossibilidade de fazer ligações e de representar. Os casos de situação em crise aos quais a autora está se referindo, dizem respeito a momentos do rompimento do Ego, ou seja, do mundo representacional, do qual emerge o irrepresentável. Diz ela; "A crise é extraordinária traz-nos sempre algo de inédito, de imprevisto, como a morte e a paixão... Insólita e familiar. É sempre um choque, uma surpresa que nos obriga a entrar nesse outro tempo, tempo-sem-tempo. Como equilibrar-se no instável - drama de um e tragédia de todos? Podemos pensar que, nesse momento, o sujeito está sendo introduzido numa dimensão própria da tragédia, quando é obrigado a dar-se conta, de uma forma aguda, de sua finitude e instabilidade, do efêmero da vida, da fugacidade do tempo e mutabilidade das coisas" (Felícia Knobloch - " O tempo do trauma, p.147) A situação traumática é o que ocorre quando se dá o rompimento com a capacidade de estabelecer ligações, de representar, e instaura algo que se repete como percepção em forma de alucinação psicossomática. Este tipo de trauma está fora da dimensão do recalque, na

10 ordem daquilo que não pode ser representado. Como impressões que não puderam ser recalcadas por que se quer foram inscritas. A crise considerada pela autora como uma dimensão trágica, no qual o sujeito é obrigado a dar-se conta de forma aguda de sua finitude e instabilidade, do efêmero de sua vida, da fugacidade do tempo e da mutabilidade das coisas, estaria diante de um desmoronamento das representações que sustentariam o viver. Ela articula que o que não é inscrito, no registro da representação, e está possui uma potência patogênica, Knobloch (1998), nomeia de irrepresentável, como um processo que não está em relação com a teoria de um inconsciente recalcado, de fenômenos que tenham entrado no registro da representação, e por incompatibilidade sofreu ação do mecanismo do recalque, ou seja, não entrando no registro da representação não sofreriam a ação do recalque enquanto processo de defesa mais desenvolvido. Knobloch (1998), assinala que esta potência patogênica atuaria como resto não inscrito, conservando-se como impressão, apresentando-se como intensidade. Isso que não pôde ser representado relaciona-se a momentos, nos quais o Ego está se constituindo. Segundo a autora as problematizações de Ferenczi acerca de sua teoria do trauma, remete-nos a momentos da constituição subjetiva mais primitivos, os quais processos de defesas anteriores ao recalque foram acionados, acarretando clivagens no Ego, e que este material não processado, produziria um efeito de funcionamento em traumatismo. O trauma referido aos momentos mais primitivos da constituição egóica, é pensado a partir de processos defensivos mais primitivos, como a auto clivagem narcísica, caraterizada pelo estilhaçamento, como algo que não pode ser representado, ou seja assimilado, metabolizado, simbolizado. Cabe ressaltarmos novamente que a autora faz referência ao irrepresentável quando quer se referir a essa dinâmica de algo que não se inscreveu no registro de representação. Devido a ideia de irrepresentável remete-nos a uma compreensão de algo que não pode ser representado isso seria um contrassenso como pensabilidade de uma possibilidade clínica. Dado que a clínica atuaria no registro da representação O percurso de compreensão da etiologia de patologias identitárias é atribuído aos sintomas manifestados na clínica, tomados como casos difíceis. Nos quais paciente expressam uma impossibilidade de lembrança, portanto de impossibilidade do conflito recalcado.de acordo com Knobloch( 1998), Ferenczi vai atribuir aos sintomas manifestados na clínica, nesses caso, não se tratam de conversões histéricas, ele descreve como acessos encenados no corpo, são manifestações em análise. Mas não manifestações de repetições de um conteúdo edípico recalcado, são de outra ordem. Para a autora, Ferenczi ao repensar a teoria do trauma, no que tange ao fator origem, retoma a importância da realidade, ele vai entender o traumático como resultante de conflitos com o mundo exterior, reais transtornos, situados na constituição patológica do desenvolvimento. O trauma ocorre na tensão com o meio, nos cuidados e descuidados que são ofertados à criança. Na leitura de Felicia Knobloch de Ferenczi, o trauma é explicitado como uma marca, fundante de processos psíquicos potencialmente patológicos, que é da ordem de uma marca, de uma impressão, e não de uma inscrição. De algo que "se inscreveu, mas não se escreveu, que não pode ter legenda. O conceito de introjeção refere-se em Ferenczi ao processo de constituição do psiquismo. É a capacidade que o psiquismo possui de incorporação, de apreensão do mundo externo, apreensões que são do interesse do Ego no seu processo de constituição. É por meio desse processo que o Ego pode apropriar-se do sentido dado pelo outro. Ainda " o mecanismo de todo amor objetal e de toda transferência para um objeto é uma extensão do ego, uma introjeção. O mecanismo dinâmico do de todo amor objetal e de toda transferência para um objeto é uma extensão do ego, uma introjeção do Eu' (KNOBLOCH, 1998, p. 41)

11 A introjeção é um processo que gera ao mesmo tempo o Eu e o objeto, promovendo simultaneamente a constituição de sujeito e objeto. Não havendo sujeito sem objeto, nem objeto sem sujeito, um é condição de possibilidade de emergência do outro. Logo o Eu e o não Eu é um processo de constituição de uma identidade, de um ponto de diferenciação, ocorre no, e pelo mecanismo de introjeção. "Nesse sentido, não há um fora e um dentro, um antes e um depois; o que temos é a introjeção, cuja experiência faz acontecer, simultaneamente, o produto do eu e a construção desse mesmo eu" (KNOBLOCH 1998, p.49). Para Knobloch(1998), o processo de introjeção e constituição subjetiva é fundamentalmente mediada na relação com o meio, com o outro, com os cuidadores. O ingresso da criança na cultura e na linguagem é uma experiência catastrófica por implicar um movimento de estruturação e reestruturação, de organização e reorganização. Veremos em seguida como diante dessa concepção do movimento de introjeção na assimilação da realidade mediada pelo outro, pode ser catastrófica, segundo Ferenczi o papel de mediador, do outro, pode ocasionar um movimento estruturante ou desestruturante e traumático, pelo que ele nomeou de desmentido. Knobloch (1998), ressalta que pra Ferenczi a criança vivência a intensidade da expressão do adulto, ocorre uma confusão de línguas, entre a linguagem da paixão do adulto e a linguagem da ternura da criança. A criança demandante de ternura e verdade não entendem as manifestações de ameaças e punições vivenciando como um choque violento, como um terrorismo. Na confusão de línguas ocorre por meio do desmentido, os adultos ao desmentirem o que as crianças estão vivenciando intensamente, violentamente, negam que algo tenha acontecido. Por parte do adulto a experiência é desvalorizada, afirmando para criança que não é nada, nada de sério aconteceu. Este é ponto central da constituição do traumatismo. O que é desmentido é algo vivido como intenso, violento e traumático. A criança por meio de seu relato, busca uma mediação por parte do adulto como auxílio para assimilar a experiência, dar um destino a intensidade que lhe acometeu, ela busca a confirmação de algo que não entendeu, a realidade daquilo que viveu. O desmentido é um fator patogênico, pois a criança ao se dirigir ao adulto buscando confirmar a experiência vivida, por não entender e na impossibilidade de representar, simbolizar o que está se passando com ela, recorre ao adulto, e diante do relato da linguagem da criança, o adulto não à experiência, afirmando que nada ocorreu. Essa negação da experiência violenta inviabilizaria a inscrição psíquica de todo o evento, produzindo um "fuero. Como a criança não consegue dar sentido ao que vivência, buscando no adulto aquilo que ele não dá, na negação, essa significação é negada e desmentida, não permitindo, portanto, uma inscrição. " É essa incompreensão ou melhor, esse desmentido, essa negação por parte do adulto, de que algo de fato ocorreu para essa criança, que inviabiliza a inscrição psíquica de todo o evento traumático". (Felícia Knobloch p. 51). A autora Knobloch (1998) remete essa ocorrência de eventos que não receberam um encaminhamento, uma simbolização, por parte do adulto cuidador, para momentos mais precoces da constituição subjetiva, anteriores aos processos defensivos do recalcamento, cujo os mecanismos de defesas mais primitivos vão ser o que Ferenczi conceituou de auto clivagem narcísica. Passaremos adiante ao modelo de defesas mais primitivos, como a autotomia ou auto clivagem e as consequências patogênicas destes processos. Diferentemente do mecanismo de defesa do recalque, que é um mecanismo de defesa mais desenvolvido existe mecanismos de defesas mais primitivos conceituado de auto clivagem narcísica também nomeado de autotomia. A metáfora de entendimento desse modelo é o do despedaçamento, da fragmentação. A imagem da autotomia é a de um processo de fragmentar-se em partes, partes de si mesmo que vão ser deixadas. Para sobreviver o ego deixa partes de si mesmo, fragmentando-se.

12 O argumento que a autora nos apresenta em Ferenczi é que essas partes clivadas, possuiriam uma potência patogênica, que tem como canal de expressão os tiques, que são fenômenos que se destacam espontaneamente, diferentemente do recalcado na conversão histérica, reflexo da ação do recalcamento, os tiques fariam sua aparição não como retorno do recalcado. Nos tiques não haveriam uma ação dissimulada por trás do sintoma, o que se presentifica é a própria lembrança do traumatismo orgânico. Trauma daquilo que rompeu, e a parte esfacelada, separada, auto clivada estaria se fazendo presente, manifestando seu efeito patogênico. Essas partes clivadas tornam-se um potencial de excitação pulsional causando uma desagradabilidade. O tique é considerado como uma expressão de uma nova pulsão em estado nascente. Cabe ressaltarmos uma diferença entre lembranças na histeria e lembranças no tique. A diferença na ordem de lembranças referidas acima leva Ferenczi a teorizar sobre um outro sistema mnésico, nomeado por ele de sistema mnésico do Ego. Esse sistema gravaria constantemente os processos psíquicos somáticos do próprio sujeito. O tique seria então uma expressão sintomática das partes clivadas, como uma forma de afastar o sofrimento, um modo de descarga motora, que se volta contra própria pessoa. O retorno contra própria pessoa, designa o movimento de defesa da autotomia. A separação de partes que se tornam fontes de desprazer, uma forma de lutar contra as excitações atualmente perturbadoras, contra uma excitação pulsional do sistema mnésico do ego. Diante de uma nova concepção de mecanismo de defesa, diferente e anterior ao mecanismo de defesa do recalque, nos coloca também diante de uma outra concepção do aparato psíquico, que não se dá somente pelo processo do recalcamento, e que é anterior a este. O processo de auto clivagem narcísica, além de um processo de defesa ocasiona uma impossibilidade de inscrição de algo que foi experenciado violentamente, e esta não ganhou expressão psíquica, significa que não foi uma experiência que não foi assimilada, e que teve como destino a auto clivagem narcísica. Como e porque ocorre a autotomia enquanto processo de auto clivagem? Segundo Knobloch (1998), Ferenczi compreende o trauma como uma comoção, uma reação a uma excitação interior ou exterior, que modifica o Eu, produzindo uma modificação, gerando nele uma neoformação. Implicando uma destruição parcial ou total da dissolução do Eu precedente. Um novo Ego se forma a partir dessa explosão atomização. A comoção é vivida como angustia devido a incapacidade para adaptar-se à situação desagradável. Este sentimento de desagradabilidade produzida pelo esfacelamento seria eliminada caso fosse eliminada, ou se o ego se subtraísse a à ela. Com efeito a possibilidade de eliminar essa irritação, a válvula de escape se dá pela possibilidade de autodestruição, ou seja, de autofragmentação do próprio Ego, clivando e encapsulando no seu interior partes que não conseguiram ser metabolizadas. A defesa tem, portanto, como reação a auto clivagem. um processo no qual uma das consequências é a não inscrição das marca mnésicas destas impressões dolorosas. Um outro tempo se configura a partir dessas noções, dado que houve uma impressão, porém, não uma inscrição, no sentido de uma assimilação no registro representacional, este processo nos convida a pensar um outro estatuto de memória, como veremos adiante. Quando a problemática do trauma é situada para além da inscrição, enquanto representação inconsciente, cabe colocar-nos a questão sobre as relações entre trauma e memória. De que ordem seria uma impressão não escrita? Se não se inscreveu, qual seria a intensidade e efeito disso que permaneceu clivado do ego? A autora nos convida com essas questões a pensar uma outra concepção de memória, e uma outra noção de temporalidade, no qual a experiência traumática instaura uma repetição da não historicização, de um estado fora do tempo.

13 Ferenczi ao inferir das manifestações corporais uma outra origem que não eram da mesma ordem das manifestações sintomáticas da conversão histérica, as situa em uma memória do corpo. " Pensar o corpo como tendo uma voz independente do psíquico, uma voz pulsional. Felicia Knobloch (1998), nos aponta no corpo a possibilidade de pensar estados afetivos não ligados a representação. Se esta inscrição clivada, uma impressão não assimilada na representação, é possível pensar, que quando se escreve no registro de representações, sendo passível de rememoração, significaria que houve inscrição do acontecimento, sendo possível evocar sua representação, contrariamente ao que se apresenta como sintomas no registro corporal de outra ordem, não estão se referindo a representações. Trata-se aqui de uma tentativa de pensar a existência de algo que não é da ordem da representação, e mesmo não tendo se escrito, se inscreveu enquanto uma intensa experiência produtora de auto clivagem narcísica. Uma ferida narcísica, cuja hipótese, é da ordem de uma experiência anterior ao recalque, de algo que não pode ser representado, mas atua como potência patogênica. Nesse momento estamos diante da proposta freudiana de pensar o efeito terapêutico, como advindo da tomada de consciência do conteúdo do material inconsciente recalcado. E nesse contexto cabe a pergunta, como tornar consciente quilo que jamais o foi? Felicia no desdobramento do tempo do trauma, na exploração do trauma em Ferenczi, aponta-nos para pensarmos o modelo em dois tempos também nessa outra dimensão de experiência. Este trauma que ocorre nos momentos mais precoces da constituição subjetiva, nos quais a criança, diante das intensidades que lhe acometem, põe em operação defesas como a autotomia, também entendida como auto clivagem. Esse tipo de defesa anterior as defesas do recalcamento. Tanto aqui, quanto lá, houve um processo defensivo em relação a algo que se instaura como potência patogênica, de algo que pode retornar gerando inibições, sintomas e angustias. A clínica do trauma A partir dos casos limites, Ferenczi chegou aos impasses clínicos do traumático, tendo que esforçar-se em criar novos manejos e técnicas para compreender o que estes pacientes expressavam, já que esta fala tinha origem não no recalque, mas em outro lugar, mais primitivo, não representado. Ele percebeu que, nesses casos, o trauma não é representado, ele aparece, por meio de silêncios, atuações e tiques. Se o trauma aparece nas sessões, ele não é uma repetição do trauma, ele é um acontecimento na realidade atual, a temporalidade do trauma é o presente. Sua análise do trauma tem como objetivo remontar ao momento anterior ao recalcamento, objetivo que, de acordo com ele, é possível. A questão reside em como fazer isso. Como Knobloch(1996) expõe, Como poderíamos nós, psicanalistas, apreender este tempo do traumático se, por natureza, ele é irrepresentável? Como seria uma apreensão que não é da ordem da representação? Não é fácil este lugar da escuta confrontada com o impossível. Ao experimentar-se como testemunha da dimensão traumática, o analista se experimenta na sua própria estranheza, uma vez que também ele é convocado pelo irrepresentável. A técnica psicanalítica clássica da escuta das associações livres não seria suficiente nesses casos limites. A interpretação e atribuição de sentido, a construção e desconstrução de sentidos, todas trabalham no campo representacional, e, na clínica do trauma, como vimos, a questão principal é irrepresentável. A partir desse impasse, Ferenczi diferencia o falar em palavras e falar em atos (KNOBLOCH, F. p.67, 1998). Se, como ele postula, o traumático deixa marcas e não inscrições no psiquismo, impedindo sua representação, ele se expressa na atuação no momento presente na clínica. Se o trauma aparece, ele pode ser trabalhado. O circuito repetitivo da compulsão à repetição aponta para o excesso de dor que está preso no

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