Relatório Enquetes Jardim Gramacho 2013

Tamanho: px
Começar a partir da página:

Download "Relatório Enquetes Jardim Gramacho 2013"

Transcrição

1 Relatório Enquetes Jardim Gramacho

2 Publicação digital do relatório Jardim Gramacho com base nos datos obtidos na enquete JDG Autores: Ariel Macena, Fernando Haddad, Juan Santini, Mayane Dore Fotos (pag 2 e 20): Laurence Guenoun Jardim Gramacho, Duque de Caxias, RJ, Brasil 2

3 3

4 Sumário 1. Introdução História Aspectos da comunidade... Conhecimento do TETO Associações da comunidade Participação em projetos comunitários 4. Estrutura etária... Taxa de dependência e envelhecimento Homem vs. mulher Chefe do lar 5. Caracterização da moradia... Telhado, parede e piso Ventilação e animais nocivos Taxa de densidade por cômodo Luz, água e banheiro 6. Educação... Estrutura educativa Taxa de atendimento 7. Saúde... Presença de doenças ou enfermidade 8. Estrutura ocupacional Renda... Renda per capita Renda domiciliar per capita Benefícios 10. Conclusão

5 1. INTRODUÇÃO Entre os meses de julho e setembro de 2013 a ONG TETO realizou 204 enquetes domiciliares na comunidade de Jardim Gramacho, pertencente ao município de Duque de Caxias, Rio de Janeiro. As mesmas tiveram com objetivo aprofundar o conhecimento que a ONG tem em relação aos principais aspectos socioeconômicos e sociais da comunidade em questão. O presente relatório pretende descrever a realidade que um conjunto de moradores de Jardim Gramacho enfrenta dia após dia, focando-se no estudo dos principais âmbitos da vida socioeconômica de seus integrantes. A produção deste tipo de informações é de vital importância já que permite sistematizar um grande volume de dados, facilitando sua leitura e interpretação, o que possibilita orientar os futuros trabalhos de habilitação social da ONG e auxilia na argumentação para a captação de recursos, entre outras coisas. Este relatório deve ser tomado como o primeiro passo num longo caminho para criar uma base de dados das diferentes comunidades nas quais a ONG trabalhou e trabalhará. A população alvo das enquetes domiciliares feitas na comunidade está con- as mais vulneráveis dentro das regiões de Jardim Gramacho informalmente conhecidas pela população local como Chatuba, Quatro Rodas, Parque Planetário, Esqueleto, Remanso, Aquipapá, Juriti, Retão, Valão. Ou seja, a amostra de famílias coletada não é uma amostra representativa do bairro de Jardim Gramacho, pelo que não é possível generalizar os resultados achados neste estudo para a totalidade do bairro 1. Vale a pena aclarar também, que 1 Nas seções seguintes cada vez que faz-se alusão aos resultados de Jardim Gramacho faz-se referência ao grupo de famílias entrevistadas, e não é possível concluir que os resultados encontrados possam ser generalizados ao resto do bairro variáveis sob análise, se não que só tenta resumir e apresentar os dados coletados no trabalho de campo. Como foi exposto anteriormente, foram feitas 204 enquetes domiciliares abrangendo um total de 652 pessoas. A enquete Brasil 2013 aplicada em Jardim Gramacho está conformada por 13 módulos cobrindo: dados da família, cioeconômicas da família, vulnerabilidade familiar, características da moradia, serviços básicos, informações sobre a comunidade, informações sobre a dor. O questionário de 62 perguntas foi respondido por um só integrante da moradia, em sua maioria o chefe do lar, o qual também respondia por todos os integrantes do lar. O relatório divide-se em 11 seções. Na seção 2 apresenta-se um resumo da história recente do bairro de Jardim Gramacho. Os principais resultados achados são apresentados nas seções 3-9. Nestas seções expõem-se diferen- resultados encontrados em Jardim Gramacho, assim como algumas estatísticas comparativas das cidades de Duque de Caxias, Rio de Janeiro e com o estado do Rio de Janeiro. Estas estatísticas servem para ter um marco de referência para os resultados achados, mas não são comparáveis num 100% já que os questionários utilizados para obtenção dos dados foram diferentes. Os dados das cidades de Duque de Caxias, Rio de Janeiro e do estado do Rio de Janeiro foram obtidos do e do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil. Na seção 10 apresentam-se as con- 5

6 2. HISTÓRIA Jardim Gramacho é um bairro conhecido nacionalmente, principalmente por suas questões sociais e ambientais resultantes do lixão que ali depositou por 34 anos 9,5 mil toneladas de resíduo domiciliar dos municípios do Rio de Janeiro, Duque de Caxias, São João de Meriti, Nilópolis, Queimados e Mesquita. Essas questões apresentam ainda hoje repercussão devido à situação dos moradores da região que, após o fechamento do lixão, devem buscar novas fontes de renda, além de ainda viverem em condições de habitabilidade precárias, principalmente em decorrência dos despejos clandestinos que ainda resistem na região e de uma ausência de políticas públicas efetivas de reinserção social dos antigos catadores. O Bairro de Jardim Gramacho está localizado no município de Duque de Caxias e documenta-se que teve sua primeira área loteada para ocupação urbana com a construção de um conjunto habitacional (COHAB). Este estilo de moradia popular foi construído em todo o Estado do Rio de Janeiro notadamente a partir da década de É também nesta mesma década quando o governo decide instalar na periferia do bairro o Aterro de Gramacho que em sua projeção inicial estimava receber aproximadamente toneladas de lixo por dia durante uma vida útil de cerca de 20 anos. No entanto, quan- maior lixão da América Latina, com uma quantidade de lixo diário muito acima do esperado. A abertura do aterro teve um impacto imediato na vida do bairro de Jardim Gramacho. Já nos primeiros anos de funcionamento, as vias de acesso construídas foram ocupadas por estabelecimentos comerciais e industriais que trabalhavam com reciclagem, além de moradias que abrigavam uma população de catadores que dali retiravam o seu sustento. Neste processo, todos direta ou indireta: os sucateiros negociavam o material com os catadores, os donos dos mercadinhos, bares e padarias vendiam seus produtos e os serviços existentes no bairro. Somente com catadores, eram envolvidos trabalhadores que giravam, em termos econômicos, um considerado volume de dinheiro. Com a Eco 92 sediada no Rio de Janeiro, as críticas questões ambientais que envolviam o lixão localizado em um mangue da Baía de Guanabara, ganharam força e a pressão para um mudança de atitude do governo aumentou. Após um longo processo de licenciamento e privatização, em 1996 inicia-se um projeto de recuperação da área. Neste mesmo período iniciou-se a criação de cooperativas de reciclagem, que não obtiveram o êxito esperado de adesão dos catadores que até então possuíam remuneração à vista, diária e sem a necessidade de taxação de impostos. O Plano Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS - Lei no /2010) veio corroborar a necessidade já anunciada há anos, e estabelece a proibição de lixões a céu aberto a partir de 2014, obrigando todos os municípios a separarem os resíduos para realizar um descarte ambientalmente correto. Assim, em junho de 2012, resultado de compromissos políticos e ambientais assumidos para a preparação da Conferência das Nações Unidas (Rio+20), o de resíduos para o novo aterro sanitário de Seropédica, que contempla as exigências ambientais e não conta com a presença de catadores no seu inte- 6

7 rior. Já o aterro de Jardim Gramacho possui hoje um sistema regulado, com pando assim do sistema de vendas de créditos de carbono 2. Em relação aos moradores da região ao redor do aterro, como será analisado neste relatório, muitos ainda vivem em situação precária, com carências básicas de moradia, educação, saúde, entre outras necessidades. Assim, apesar de iniciativas pontuais como pólos de reciclagem, cursos técnicos e indenização de aproximadamente R$ por ex-catador, Jardim Gramacho não apre- com números em grande contraste em relação ao município de Duque de Caxias e ao Estado do Rio de Janeiro. 2 gases do efeito estufa. Por convenção, uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) corresponde a um crédito de carbono que pode ser negociado no mercado internacional. 7

8 LINHA DO TEMPO 8

9 9

10 3. ASPECTOS DA COMUNIDADE Para se iniciar os trabalhos na comunidade é sempre importante compreender alguns aspectos da região em relação ao conhecimento prévio do traba- número 01 nos aponta para um número relativamente baixo de moradores que sabem o que é o TETO. Apenas 29,2% do entrevistados diziam conhecer o trabalho, enquanto que 70,8% desconheciam. Tais número podem ser compreensíveis a partir do momento que destacamos o fato de Jardim Gramacho ser a primeira comunidade de entrada da Organizacão em todo estado do Rio de Janeiro. No entanto, é importante considerar as implicações deste desconhecimento, considerando que poucos conhecem a seriedade e o comprometimento dos trabalhos. Em áreas que se vive em situação de esta feita por atores políticos, religiosos, voluntários entre outros. Assim, o criação de vínculos com os moradores, um vez que temem a decepção pós descumprimento de discursos de melhorias. ciação de moradores. 90,5% disse conhecer uma associação enquanto que compreender a organização da comunidade. Considerando a organização um ponto fundamental para o vínculo entre moradores, que por sua vez apresentada a organização, a comunidade provavelmente apresentará laços de cooperação mais fortalecidos que resultarão em mobilização para o desenvolvimento comunitário. Conhecimento de associação de moradores (%). n = 190 Participação em projetos comunitários (%). n = 190 Conhecimento ONG TETO (%). n = 192 fonte: enquete Brasil 2013 dos moradores em projetos da comunidade, revelando que 22% participaram enquanto que 78% não esteve envolvido em qualquer projeto na comunidade, seja este cultural, esportivo, educativo além de outras possíveis 10

11 de associações, podendo até mesmo ser uma explicação para os baixos índices de participação comunitária. Uma vez não existindo uma associação ou e fomentarão a existência de projetos, o número de participantes consequentemente cairá, contribuindo também para um baixo nível de cooperação e colaboração no processo de desenvolvimento da comunidade. Gramacho e sua trajetória como comunidade é o tempo de residência dos 20 anos ou mais (43,6%) e apenas 7,8% moram de 0 a 4 anos. Este dado nos aponta para um formação não tão recente do assentamento, o que está de acordo com a história do local que nos demonstra um pico de crescimento populacional com a abertura do lixão na década de 70. % de chefes do lar por tempo de residência (anos). n = ESTRUTURA ETÁRIA Para compreender melhor a realidade de Jardim Gramacho é importante meiramente a estrutura etária total de forma comparativa entre Jardim Gramacho, Duque de Caxias (município em que se encontra), além da cidade e demonstra é uma população jovem em Jardim Gramacho, com uma porcentagem maior entre 5-14 anos. Comparativamente é um número bastante alto, uma vez que representa 29,3% da população, enquanto que em Duque de Caxias essa mesma faixa etária representa 17,1%, e na cidade e estado do Rio de Janeiro somente 13,6% e 15% respectivamente. Vale aqui destacar a diferença de realidade entre o estado do Rio de Janeiro e Jardim Gramacho, pois enquanto um apresenta 15% de crianças nessa faixa etária, o outro apresenta todo o Rio de Janeiro é em sua maioria mais idosa, apresentando um 22,4% na faixa de anos, Gramacho é em sua maioria infato-juvenil, apresentando apenas 11,9% da população com anos e 1,4% com mais de 65, um dado que pode ser considerado preocupante. Podemos também com esses dados apresentar tanto a razão de dependência da comunidade quanto sua taxa de envelhecimento. Primeiramente, como demonstra a tabela 01, a razão de dependência é medida pela razão entre o número de pessoas com 14 anos ou menos e de 65 anos ou mais de idade, ou seja, a população dependente; e o número de pessoas de 15 a 64 anos, ou seja a população potencialmente ativa, multiplicado por 100. O número encontrado em Jardim Gramacho é de 71%, relativamente alto quando comparado com o Estado do Rio de Janeiro que apresenta 43%, e até mesmo com Duque de Caxias que nos aponta para um 44,2%. 11

12 Estrutura etária total pessoas (%). n = 638 e IBGE ção de 65 anos ou mais e a população total multiplicado por 100. Enquanto em Jardim Gramacho encontramos o resultado de 1,4%, no Estado do Rio de Janeiro 8,9%, na cidade 10,5% e em Duque de Caxias 6,6%. Das 4 regiões comparadas, Jardim Gramacho apresenta o resultado mais baixo, sendo uma dos ao acesso a serviços de saúde, saneamento básico, ou até mesmo casos de emigração. Avançando nas questões etárias, analisamos também características de gênero que em seguida serão relacionadas. A partir desta análise encontramos números bastante equilibrados onde, em Jardim Gramacho 51,6% são mulheres Duque de Caxias e a cidade e o Estado do Rio de Janeiro, os resultados foram em geral similares, não sendo apresentado nenhuma grande discrepância de resultado. É curioso indicar que apesar das pequenas diferenças entre as porcentagens representantes de cada gênero, em todos os lugares analisados encontramos um número maior de mulheres. # Tabela 01 Razão de dependência (%) e Taxa de envelhecimento (%) e IBGE Ao relacionarmos as estruturas etárias com as de gênero, em relação aos chefes de lares indicados na enquete, encontramos os resultados apresentados tados por 29,5% dos entrevistados; em segundo lugar, chefes dos lar entre anos. Ao isolarmos os dados e analisarmos exclusivamente os gênero relacionados aos chefes de lar, observamos que a mulher é em sua grande maioria reconhecida como chefe, sendo tal conclusão representada por uma porcentagem onde 75,5% de chefes do lar são mulheres e 24,5% homens, assim como 12

13 Estrutura etária chefes do lar (%). n = 200 Sexo dos chefes do lar (%). n = 200 Estrutura etária total pessoas (%) por sexo. n = CARACTERIZAÇÃO DE MORADIA Analisaremos nessa seção a caracterização das moradias em Jardim Gramacho a partir de várias considerações. Iniciamos com uma análise dos terrenos em si, se são terrenos próprios 3, alugados ou emprestados além de outras postas que obtivemos foram de terrenos próprios, indicando uma porcentagem de 86,4%. Situação do terreno (%). n = com documentação regularizada, mas todo e qualquer terreno que a família more e consiga comprovar, frente o assentamento, sua posse sobre ele 13

14 Em seguida passamos para uma análise da casa propriamente dita e de suas respectivas condições. Em relação ao telhado, pode-se dizer de acordo com lho. De acordo com a pesquisa, a minoria destes telhados encontram-se em estado médio, e apenas 19,8% em boas condições. Outro dado que analisa- velmente 77,5% de respostas positivas, e 31,5% do total informando chover dentro da casa. Ao analisarmos as paredes das casas, encontramos uma resposta igualmente preocupante que caracteriza a precariedade da moradia em Jardim Grama- de madeira. O estado das paredes, assim como do telhado, em sua minoria se está em condições ruins, apresentando Jardim Gramacho como uma comunidade de alto índice de inabitabilidade frente as condições de moradia física. Estado do telhado (%). n = 202 Entra água pelo telhado (%). n = 202 Material parede (%). n = Material telhado (%). n = 202 Estado da parede (%). n =

15 Foram analisadas também nas enquetes aplicadas a ventilação das casas. somente 27,7% não são abafadas. Este número tão elevado pode ser entendido como consequência de construções com poucas ou nenhuma janela, além de fatores como o material da parede e telhado. É importante destacar que esta taxa tão alta gera desconforto as famílias que ali vivem, podendo até mesmo proporcionar problemas de saúde. Material do piso (%). n = 202 Ventilação das casas (%). n = 202 Estado do piso (%). n = 202 enquanto que pisos de cimento aparecem em segundo lugar. Assim como todos os dados apresentados até agora em relação a caracterização de moradia, uma minoria dos pisos está em bons estados e uma maioria em condições dizem não apresentar umidade. Umidade do piso (%). n =

16 A partir de uma contagem dos cômodos das casas analisadas pode-se apresentar uma taxa de densidade das moradias de Jardim Gramacho. A densidade do domicílio é dada pela razão entre o total de moradores do domicílio e o número total de cômodos usados como dormitório. Tendo como referência um média de duas pessoas por cômodo, ao comparar com Duque de Caxias e as cidades e Estado do Rio de Janeiro, a situação de Jardim Gramacho é a mais prejudicada, conforme a tabela ,2% das pessoas de Jardim Gramacho vivem em casas com mais de duas pessoas por cômodo. Ainda mais preocupante é o dado que demonstra que 70,7% das moradias têm mais de uma pessoa por cama, sendo esta cama de solteiro ou ainda um sofá. O que uma cama, sendo esta densidade consideravelmente alta. # Tabela 02 Taxa de densidade (%) e IBGE que uma minoria das casas apresentaram alagamento frequentes, 28% é igualmente um número alto considerando os riscos e as perdas resultantes destes alagamento. Além disso, a maioria das pessoas apontou para existência de de umidade nas casas. Também como consequência da entrada de água, 21,5% dos moradores dis- Tal fenômeno é muito comum em épocas de chuva e pode ser explicado pela ausência de saneamento básico. Ao considerarmos a saúde da população, é de extrema importância a consideração deste fato. Entra água? (%). n = 200 As construções do TETO são casas elevadas do solo com a intenção de prevenir principalmente a entrada de animais nocivos e alagamentos. Com Jardim Gramacho uma vez que 40,6% dos moradores entrevistados denunciaram sofrer de infestação de animais nocivos, 28% disseram que em suas Presença animais nocivos (%). n =

17 Entra esgoto? (%). n = 200 ser humano, e sua facilidade de obtenção de suma importância para as famí- das casas não possuem água em suas próprias casas e 25,2% possuem água encanada de forma irregular. O fato de que nenhum dos entrevistados informou ter água encanada regular reforça a entrada do pouco efetiva ou quase nula do poder público em Jardim Gramacho. Relacionados a estes pontos anteriores de entrada de água e esgoto nas casas, apresenta-se os resultados de tipo de banheiro em Jardim Gramacho um banheiro dade. Em segundo lugar encontramos a fossa com 31,2% das casas, seguido de casas que não possuem banheiro. Nenhum dos moradores indicou rede pública, apontando para um entrada insatisfatória dos serviços público na comunidade. moradores entrevistados a possuem de forma irregular enquanto que apenas 2,5% possui de forma regular. Apesar de não se ter dados, possivelmente a grande maioria dos moradores conseguem luz elétrica através do sistema conhecido como gato. Tal fato é preocupante principalmente pelo risco de incêndio que o sistema proporciona, além de novamente denunciar uma A obtenção de água é outro aspecto das casas levado em consideração nas enquetes aplicadas. Considerando a água uma necessidade básica a qualquer Tipo de banheiro (%). n = 202 Luz elétrica (%). n = 202 Obtenção de água (%). n =

18 Como conclusão dos dados apresentados para a caracterização de Jardim de Gramacho, pode-se dizer que é uma região com moradias em condições e úmido, em sua grande maioria apresentando telhado e paredes em con- alagamento. Há entrada frequente de animais nocivos, e em alguns casos proporcionalmente minoritários, entrada de esgoto. Nas entrevistas, nenhum morador informou água encanada regular, nem rede pública de esgoto, além de mais de 90% apresentar energia elétrica irregular. Assim, com este quadro concluímos as condições de moradia de uma população que pouco usufrui de serviços público. 6. EDUCAÇÃO A educação é um dos elementos mais importantes para alcançar um caminho de desenvolvimento sustentável. Sua contribuição para a melhoria do padrão de vida da população é composta de várias dimensões, entre as quais podemos nomear o seu impacto direto na renda do trabalho e no estado de saúde da população. Diferentes estudos (Becker 1964, Moretti 2004) tem mostrado que a educação aumenta a produtividade dos trabalhadores permitindo-lhes aumentar seus ingressos do trabalho. A sua vez, a educação também permite uma melhor compreensão das causas e consequências de diversas doenças, proporcionando à população as ferramentas certas para preveni-las; portanto, o reconhecimento destas ligações é fundamental para a concepção de políticas públicas para combater a pobreza e a fome no médio e longo prazo. Em esta seção se analisam a estrutura educativa e a taxa de atendimento escolar das famílias entrevistadas no Jardim Gramacho. Estrutura educativa maiores de 25 anos que participaram das enquetes. Como podemos ver nas O 87,4% (88,3%) do total de pessoas (do total de chefes do lar) maiores de 25 anos não terminaram o ensino fundamental, e nenhum deles alcançou a edu- superior. O número elevado de pessoas que começaram seus estudos de ensino fundamental e tiveram que abandoná-los (73,9% para o total de pessoas 18

19 escola que este grupo de pessoas tem tido. Os diferentes motivos que nos ajudariam a explicar estes resultados podem se resumir na necessidade de começar a trabalhar que os jovens têm para garantir um rendimento mínimo de subsistência para as suas famílias, a falta de escolas na área, etc. Estrutura educativa chefes do lar (%) maiores de 25 anos. n = 163 Se dividimos a amostra entre mulheres e homens, podemos apreciar resultados levemente superiores para estes últimos. Em todas as categorias educativas o nível alcançado pelos homens é superior. Resultado que indicaria uma outras coisas, a uma maior participação nas tarefas dos lares. Utilizando dados do 2010 do Atlas de Desenvolvimento Humano no Brasil podemos comparar as estruturas educativas de diferentes jurisdições com os maiores de 25 anos que terminaram o ensino médio e fundamental nas cidades de Duque de Caxias, Rio de Janeiro e no estado do Rio de Janeiro. % de pessoas maiores de 25 anos com ensino fundamental e médio completo. n = 253 Estrutura educativa pessoas (%) maiores de 25 anos. n = 253 Como podemos ver, as diferenças entre as diferentes jurisdições e o Jardim Gramacho são abismais. Unicamente o 2,4% das pessoas entrevistadas maiores de 25 anos de Jardim Gramacho completaram o ensino médio versus o 33,1% em Duque de Caxias e o 53,7% na cidade do Rio de Janeiro. No ensino fundamental, os resultados são similares. Estes fatos mostram o alto nível de vulnerabilidade socioeconômica que apresenta uma grande proporção dos entrevistados. 19

20 de 15 anos que completaram ao menos o ensino fundamental, dividido por faixa etária. Dividir a população em faixas etárias serve para estudar a evolução 28 mostra os grupos etários no eixo horizontal e a percentagem de pessoas que terminaram o ensino fundamental ou mais no eixo vertical. Calculando a percentagem de conclusão de ensino para cada um dos grupos etários pode-se ilustrar a evolução temporal do resultado educativo sob análise. Por exemplo, no grupo anos estão incluídos, possivelmente, os pais das pessoas que grupos ajuda-nos a entender o grau de progresso em uma geração. Como vemos, o resultado é bastante preocupante sobretudo para os homens, tendo estes um declive positivo. O 19,4% do grupo completou o ensino fundamental ou mais, enquanto somente 7,1% do grupo etário alcançou o mesmo nível educativo. No caso das mulheres, temos uma evolução lógica (declive negativo) desde o grupo (2,5%) até o grupo (17,9%), mas este progresso não alcança ao grupo (14,3%). # Tabela 03 % de criaças em domícilios sem fundamental completo. e IBGE % de pessoas maiores de 15 com ensino fundamental completo ou mais. n = 382 A tabela 03 reforça esta tendência negativa. A tabela exibe a porcentagem de crianças de até 14 anos que vivem em domicílios em que nenhum dos moradores tem o. Como podemos ver na mesma, o 77,3% das crianças (das famílias entrevistadas) em Jardim Gramacho não tem uma referência dentro do lar com o, o que, muitas xias, Rio de Janeiro e o estado de Rio de Janeiro o valor é bastante mais baixo. Estes resultados nos indicam a falta e pouco impacto positivo das políticas públicas das últimas décadas no Jardim Gramacho, as quais ampliam as diferenças socioeconômicas entre gerações e com outras regiões do país. Porém, como veremos na próxima subseção, as taxas de atendimento escolar dos mais jovens tendem a ser similares às das outras jurisdições, sendo isto um dado positivo. 20

21 21

22 Taxa de atendimento determinado grupo etário que estava frequentando a escola, no momento da entrevista, em qualquer nível ou série e a população total dessa faixa etária. O estudando atualmente em termos percentuais. Como podemos ver, o número de pessoas que atualmente estudam é maior que o número daquelas que não o estão fazendo, sendo esta diferença maior para as mulheres. Não obstante, quase o 40% do grupo de pessoas em idade de estudar não atendem instituição educativa alguma. % de pessoas entre 5 e 24 anos estudando atualmente. n = Jardim Gramacho (86,7%) não esta tão longe dos valores achados para Duque de Caxias (96,1%) nem dos valores da cidade do Rio de Janeiro (96,9%). Dentro de Jardim Gramacho a diferença entre homens e mulheres é mínima (2,1%). Quer dizer, ainda falta bastante trabalho para adiante, mas os valores de atendimento escolar para os mais novos de Jardim Gramacho não são tão adversos. No entanto, vemos que a taxa de atendimento escolar diminui sig- 15 e 17 anos que foram entrevistados em Jardim Gramacho atendem instituições educativas. Se dividimos por sexo, vemos que a grande maioria dos homens da faixa não estuda (57,9%), enquanto as mulheres têm, também, uma diminuição em relação ao grupo 6-14 mas não tão acentuada como os homens. Portanto, a percentagem de pessoas em idade de estudar que não o estão fazendo esta explicada, principalmente, pela a faixa etária Taxa de atendimento escolar (%) por faixa etária e sexo. n =

23 Taxa de atendimento escolar (%) por faixa etária. n = 281 e IBGE e que pode nos ajudar entender a falta de melhoras nos níveis de educação obtidos, é o alto grau de deserção escolar dos jovens adolescentes. Portanto, é essencial oferecer às famílias as ferramentas básicas que permita reter os jovens dentro das instituições de ensino. Uma das hipóteses que explicaria, em parte, esses resultados é a necessidade dos jovens de Jardim Gramacho de colaborar com o sustento familiar, principalmente os homens, afetando em grande medida a possibilidade de continuar regularmente com os seus estudos na adolescência. Por esse motivo, é importante ter políticas públicas em Jardim Gramacho focadas na faixa etária Como já foi dito anteriormente, a educação é um dos recursos principais para o desenvolvimento das pessoas na sociedade e por conseguinte para o desenvolvimento sustentável e equitativo de qualquer país. Da análise da estrutura educativa e da taxa de atendimento das famílias entrevistadas em Jardim Gramacho surgem três conclusões fundamentais. Em relação à estrutura educativa, vimos o baixo nível de educação formal alcançado e o escasso progresso no tempo entre os diferentes grupos etários que compõem as moradias entrevistadas. Um fato relevante, associado à taxa de atendimento 23

24 7. SAÚDE Presença de doenças ou enfermidades 4 Junto com a educação, a saúde geral da população é um aspecto crucial para o desenvolvimento sustentável. Diferentes economistas (Weill 2005) têm iden- nais. Um canal direto, pelo qual as pessoas saudáveis são melhores trabalhadores, já que elas podem trabalhar mais e pensar mais claramente. E diferentes canais indiretos. Entre eles, melhoras na saúde aumentam os incentivos para a aquisição de escolaridade devido a que os investimentos em educação podem ser amortizados ao longo de uma vida de trabalho mais longa, etc. Diferentes fatores como a localização do assentamento, os sistemas de esgoto, o acesso a serviços básicos, o lixo, etc. afetam o nível de saúde das pessoas. Lamentavelmente, a informação presente na enquete não permite fazer uma análise rigorosa do nível de saúde da comunidade, porém permite conhecer algumas das problemáticas que os moradores devem enfrentar dia após dia. enças ou enfermidades entre as pessoas entrevistadas. de pessoas que responderam ter ou não algum tipo de doença ou enfermidade. Como podemos contemplar, os resultados são bastante diferentes se temos em conta o total de pessoas ou unicamente os chefes do lar. O 62,4% dos chefes do lar disseram não ter nenhum tipo de problemas de saúde versus 78% se consideramos o total de pessoas. Um fato interessante, e preocupante ao mesmo tempo, é a diferença na presença de pressão alta. Os chefes do lar respondem ter quase 3 vezes mais problemas de pressão que o total de frentam em suas vidas cotidianas. Obviamente que a diferença também pode ser explicada pela participação de jovens e crianças, menos propensas a ter problemas de pressão sanguínea, dentro do grupo total pessoas. Outra das doenças comuns entre os moradores entrevistados são aquelas relacionadas com problemas respiratórios (8,1% para total pessoas e 6,4% para chefes do lar), algo esperável dada a presença na vizinhança da comunidade, até um ano atrás, do maior aterro sanitário da América Latina. 4 dores nas costas, etc. 24

25 % de pessoas com doença ou enfermidade. n = 651 % de pessoas com doença ou enfermidade por nível educativo. n = 651 % de chefes do lar com doença ou enfermidade. n = 202 % de pessoas com doença ou enfermidade por nível educativo. n = 202 de escolaridade. Desta forma, pode-se ver claramente a correlação positiva que existe entre educação e saúde. Aquelas pessoas que têm, ao menos, o nível fundamental completo possuem um instrumental melhor para prevenir tidade de doenças ou enfermidades em aquelas pessoas com nível educativo fundamental ou maior, para todas as categorias sob análise. 25

26 Por último na seção de saúde da enquete Brasil 2013, pergunta-se sobre o uso de drogas ou álcool entre os membros das famílias. O 69,8% dos entrevistados responderam que nenhum integrante da família consome drogas ou servadora supondo que somente uma pessoa, maior de 12 anos, dos lares que responderam sim consome regularmente drogas e/ou é alcoólatra, teríamos que o 13,4% dos indivíduos maiores de 12 anos seriam dependentes químicos. Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) e o Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (CEBRID), com dados do 2005, o 12,3% dos brasileiros, entre 12 e 65 anos, das 108 maiores cidades do Brasil são dependentes do álcool. Conforme a mesma fonte de dados, e supondo que cada dependente químico é adicto a uma droga só (qualquer droga exceto tabaco), o 14,4% dessa faixa etária de pessoas seriam dependentes. Por conseguinte, e tendo em conta o conservador da estimação de Jardim Gramacho, o número de dependentes da comunidade sob análise é alto 5. Alguem na família (%) usa drogas ou é alcoólatra. n = Se supomos que 2 pessoas, maiores de 12 anos, dos lares que responderam sim consome regularmente drogas e/ou é alcoólatra, teríamos que o 26,8% dos indivíduos maiores de 12 anos seriam dependentes. A necessidade urgente de resolver o problema de moradias e acesso a bens e serviços básicos para as pessoas que vivem em comunidades carentes deve- -se, entre outras coisas, aos efeitos negativos que esta precária condição produz na saúde dos adultos, jovens e, principalmente, crianças (UN Habitat 2003). Duas características das condições gerais de saúde das pessoas entrevistadas mínio de doenças ou enfermidades associadas com problemas respiratórios e/ou pressão sanguínea, sobretudo para os chefes do lar. A outra tem a ver com a menor incidência de problemas de saúde entre a população com ensino fundamental completo ou mais. Este último reforça a importância da educação na prevenção e combate de doenças e enfermidades. 8. ESTRUTURA OCUPACIONAL Esta seção concentra-se em diferentes variáveis que nos permitem entender as condições de trabalho que enfrentam as famílias de Jardim Gramacho. Em particular, analisa-se a formalidade e estabilidade do trabalho dividindo a população por sexo e nível de educação. As categorias ocupacionais descritas na enquete Brasil 2013 são:, f (pessoas que têm o mesmo trabalho há anos, é estável, mas não é registrado), (implica em não ter emprego, mas estar procurando) e (pessoas que não estão procurando emprego ou que trabalham em casa com as tarefas domésticas). 26

27 Estrutura ocupacional pessoas (%) maiores de 15 anos. n = 378 Estrutura ocupacional chefes do lar (%) maiores de 15 anos. n = 378 res de 15 anos em relação ao total pessoas e chefes do lar, respectivamente. ou sem carteira, é bem baixo. Unicamente 24,6% (22,5%) do total de pessoas (chefes do lar) entrevistadas maiores de 15 anos tem um trabalho que é podemos entender o complexo que é para certo setor da comunidade achar um emprego estável. Para compreender com maior claridade a precariedade do trabalho em Jardim Gramacho, podemos comparar a condição contratual da população empregada com as de outras jurisdições da região. A tabela 04 mostra a percentagem de empregados, maiores de 18 anos, que não têm carteira assinada em Jardim Gramacho, Duque de Caxias, a cidade do Rio de Janeiro e o estado do Rio de Janeiro. Quase metade dos ocupados de Jardim Gramacho não têm trabalho formal, sendo este número bem diferente (menos de 19%) para as outras localidades. Isto quer dizer, a metade dos assalariados entrevistados não dispõe dos benefícios e proteção das leis de trabalho. # Tabela 04 % de empregados sem carteira e IBGE 27

28 A distribuição ocupacional por sexo mostra uma diferença considerável entre os níveis de emprego e desemprego. Dentro da categoria, e como era esperável, a proporção de mulheres (44,0% e 35,8%, total pessoas e chefes do lar) é muito mais alta que a proporção de homens (18,7% e 12,2%, total pessoas e chefes do lar). As mulheres em sociedades pouco desenvolvidas, em geral, estão envolvidas a maior parte do tempo no cuidado do lar e dos é menor, 28,0% vs 21,7% para total pessoas e 24,5% vs 21,9% para chefes do lar, o que constitui um dado positivo no caminho de obter a igualdade de gênero. Entretanto, como veremos na seção de renda a diferença salarial entre homens e mulheres continua sendo importante. A quantidade de meses que uma pessoa leva desempregado é importante para entender a natureza do problema, se é uma questão conjuntural ou cíclica que pode ser resolvido ou mitigado com diferentes políticas que suavizem a transição entre os diferentes ciclos econômicos, ou se é uma questão es- duração. Geralmente é aceito que uma pessoa que esteve procurando em- de longa duração. Na enquete Brasil 2013 estão dentro da mesma categoria, pelo que é difícil determinar a quantidade de pessoas que como desempregados. Tomando o pior cenário possível, quer dizer considerando todas as pessoas dentro de como desempregados, a percentagem de desempregados de longa duração (7 meses ou mais como % de pessoas por quantidade de meses desempregado. n = 236 Se analisamos a estrutura ocupacional por nível de ensino alcançado vamos ter uma surpresa. As pessoas sem nenhum tipo de escolaridade e com funda- pessoas com em conta a qualidade do trabalho conseguido, a análise estaria incompleta. Um proxy que podemos usar para medir a qualidade de um trabalho, além de ter em conta se é um emprego formal, é o nível salarial 6. Como veremos na seção de renda, aquelas pessoas com recebem em média uma renda monetária bastante mais alta que o resto das pessoas. Os dados analisados neste módulo assinalam a adversidade que os moradores de Jardim Gramacho enfrentam no mercado de trabalho, onde somente o 24,6% do total de pessoas entrevistadas maiores de 15 anos têm emprego salvo pelo fato que as mulheres tendem a encarregar-se, em maior medida, das tarefas domésticas. Apesar disso, e igual ao que sucede com a estrutura 6 Uma variável proxy é uma variável que substitui aproximadamente a que estamos procurando. 28

29 Estrutura ocupacional pessoas (%) maiores de 18 anos por nível de ensino. ocupacional por nível de ensino, é importante contar com outras características para conhecer em maior profundidade as divergências por sexo e escolaridade. A próxima seção, vai permitir discernir com maior detalhe estas diferenças. 9. RENDA A renda constitui uma variável relevante para a análise de bem-estar em geral, e de seus aspectos distributivos, tanto em termos relativos como de pobreza, já que dá conta do conjunto de recursos que as pessoas dispõem para acessar aos bens e serviços. Estudar os rendimentos mensais das pessoas permite entender com maior profundidade o nível de vida de uma sociedade, permitindo dimensionar, entre outras coisas, o grau de vulnerabilidade econômica de certos setores da população. Diferentes problemas afetam o estudo dos rendimentos mensais através de pesquisas domiciliares, os quais também estão presentes na enquete Brasil culdade que se apresenta para registrar a totalidade dos montantes, tanto dos rendimentos do trabalho quanto dos rendimentos de outras fontes, assim pessoa entrevistada, com categorias diferentes segundo o tipo de renda e decil de pertença. Considerando as características da população da comunidade e a estrutura ocupacional de Jardim Gramacho poderíamos somar outros obstáculos para uma correta medição da renda. Por exemplo, a informalida- rendimentos mensais por parte das famílias visitadas. Não obstante, fazendo uso dos dados disponíveis na enquete Brasil 2013 calculam-se diferentes indicadores de renda que possibilitam ter uma percepção da situação econômica dos moradores entrevistados. Todas as medidas estatísticas calculadas para Jardim Gramacho nesta seção consideram unica- 29

30 mente aquelas pessoas ou famílias que declararam ter uma renda total, com ou sem benefícios sociais, maior que zero. Os dados de renda referidos à cidade de Duque de Caixas, do Rio de Janeiro e do estado do Rio de Janeiro, que estavam expressados em reais de agosto de 2010, foram convertidos em reais de julho de Para isso, foi utilizada a série acumulada do Índice Nacional de Preços do Consumidor (INPC) do IBGE para o período de referência (19,77%). Renda per capita (R$). n = 580 e IBGE 7 Os valores de renda de Duque de Caxias, a cidade do Rio de Janeiro e o estado do Rio de Janeiro estavam expressados em reais de agosto de A primeira enquete feita em Jardim Gramacho corresponde a julho de Renda per capita Para calcular a renda per capita mensal da população alvo de Jardim Gramacho não se levou em consideração aquelas famílias com rendimentos mensais totais igual de zero ou sem dados de renda. Somaram-se todos os ingressos daquelas pessoas com rendimentos mensais maiores de zero, e o montante foi dividido pela quantidade total de pessoas que pertencem ao grupo de famílias com ingressos mensais positivos. Como podemos ver, os benefícios sociais (Renda Cidadã, Bolsa Família, Bolsa Escola, etc.) são uma parte importante da renda per capita da população entrevistada em Jardim Gramacho. Estes benefícios explicam 12,3% da renda per capita mensal total. Se compararmos os níveis de renda entre as diferentes regiões, podemos apreciar as marcadas diferenças existentes com Jardim Gramacho. A renda per capita da comunidade é 1/3 da renda de Duque de Caxias, 1/7 da renda do Rio de Janeiro e 1/5 da renda per capita mensal do Estado do Rio de Janeiro. Para completar a análise da estrutura ocupacional iniciada na seção anterior, podemos estudar a renda média mensal por tipo de trabalho e por nível de de 18 anos por tipo de trabalho e sexo. Como era de se esperar, aquelas pes- médio mensal superior ao resto das categorias. O fato de que as pessoas sem carteira tenham uma renda média maior que as pessoas com carteira assinada pode ser explicado pela falta de benefícios associados ao trabalho que os primeiros têm e, em consequência requerem um salário maior. 30

31 Renda per capita (R$) por tipo de trabalho pessoas maiores de 18 anos. n = 210 Renda per capita (R$) por nível de ensino pessoas maiores de 18 anos. n = 208 Em relação ao rendimento médio mensal por sexo, e como já foi dito, as diferenças entre homens e mulheres são bem importantes. Embora as diferenças no acesso às posições de trabalho mais estáveis não sejam tão grandes entre sexos em termos relativos (como foi visto nas seções anteriores), os níveis de renda mostram uma realidade diferente. Em primeiro lugar, em nenhuma das categorias a renda média mensal da mulher é superior ao salário mínimo de R$ 678, estando os homens em duas categorias por cima de esse valor. Em segundo lugar, a diferença entre os níveis de renda média entre homens e mulheres oscilam entre 20% e 70% em favor dos primeiros. O que deixa em claro que as mulheres ganham menos que os homens, já seja por receberem salários menores mesmo quando ocuparem funções similares, ou por exercerem funções menos valorizadas ou de horário parcial. por nível de escolaridade. Como se pode apreciar, as pessoas com fundamental tem em média um rendimento mensal superior ao resto dos grupos sob análise. Sendo os homens com o único grupo que tem uma renda média mensal superior ao salário mínimo. Novamente a disparidade entre a renda mensal entre sexos é bem considerável. 31

32 Renda Domiciliar Per Capita bruta no mês de todos aqueles que compõem uma moradia, dividida pelo número de seus integrantes. A renda média domiciliar per capita é a média das rendas domiciliares per capita das pessoas entrevistadas em Jardim Gramacho. Muitos pesquisadores consideram a renda média domiciliar per capita uma medida mais adequada de que a renda per capita, já que é uma característica da unidade familiar que é atribuída para cada uma das pessoas nela residente que permite analisar diferenciais de renda pessoal entre grupos # Tabela 06 Renda domiciliar per capita por categoria. e IBGE A tabela 05 na páginda seguinte apresenta a renda média domiciliar per capita sem e com benefícios. Como podemos ver, os benefícios sociais (Renda Cidadã, Bolsa Família, Bolsa Escola, etc.) representam quase o 9% da renda podemos calcular a percentagem de indivíduos que têm uma renda domiciliar per capita menor a R$ 70, R$ 140 e R$ 339 (metade do salário mínimo), e comparar essas proporções com as de Duque de Caxias, a cidade do Rio de Janeiro e o estado do Rio de Janeiro. A tabela 06 exibe as percentagens descritas e os valores médios de cada ca- categoria (menos de R$ 70) corresponde às pessoas em condição de extrema pobreza, a segunda categoria (menos de R$ 140) corresponde às pessoas em condição de pobreza e a terceira categoria (menos de R$ 339) corresponde às pessoas vulneráveis à pobreza. 32

33 # Tabela 05 Renda média domiciliar per capita (R$) % de chefes do lar com benefícios. n = 203 Assumindo que os valores de renda declarados pelos vizinhos de Jardim Gramacho são corretos, o 80,7% das pessoas entrevistadas da comunidade estariam em uma situação de considerável vulnerabilidade, o 39,3% em situação de pobreza e o 9,8% em situação de extrema pobreza. Como podemos ver, estes números são bem diferentes em relação as outras regiões sob análise, Jardim Gramacho enfrentam dia após dia, tanto em termos relativos quanto absolutos. Se não tivéssemos em conta os benefícios sociais, quase o 50% dos entrevistados estariam em situação de pobreza e o 21,2% em situação de extrema pobreza. Outro indicador interessante para comparar entre jurisdições é a renda média domiciliar das categorias enumeradas anteriormente. A coluna valor médio díspares entre as povoações, oscilando as diferenças em relação a Jardim Gramacho entre -2% e 27%. O maior contraste, e a sua vez o mais importante, é a quantidade relativa de pessoas por categoria. Praticamente o 81% dos moradores entrevistados de Jardim Gramacho residem em domicílios com renda média domiciliar per capita de R$ 165. Benefícios Sociais Para concluir com a análise de renda podemos ilustrar a proporção dos chefes do lar entrevistados que percebem benefícios sociais e o tipo de assistência que eles recebem. dência que este tipo de política pública tem sobre a população mais vulnerável. O benefício social predominante entre as famílias de Jardim Gramacho é a, abrangendo o 85,4% daqueles chefes do lar que recebem benefícios. Outros benefícios nomeados pelos moradores foram bolsa escolar, renda cidadã, família carioca, etc. 33

34 Como foi visto nesta seção, a maioria das famílias entrevistadas de Jardim Gramacho encontram-se em uma situação econômica de extrema vulnerabilidade tanto em termos relativos quanto absolutos. A renda per capita mensal do grupo de pessoas visitadas da comunidade é 1/5 da renda per capita mensal do estado do Rio de Janeiro, estando quase o 81% da população alvo de Jardim Gramacho em situação de vulnerabilidade à pobreza. Se dividimos a análise por sexo e nível educativo, vimos que apesar de não existir grandes diferenças no acesso a trabalhos estáveis entre as diferentes categorias, o rendimento mensal médio obtido é bem diferente em detrimento das mulheres e das pessoas sem escolaridade. O que nos indica a fragilidade socioeconômica daquelas mulheres chefes do lar, e a importância de atender, ao menos, o ensino fundamental. 34

35 10. CONCLUSÃO No presente trabalho realizou-se uma análise descritiva de diversos aspec- Jardim Gramacho. Para isso, foram analisadas 204 enquetes aplicadas pela ONG TETO na comunidade entre julho e setembro de Como temos visto ao longo do relatório, as famílias entrevistadas na comunidade Jardim Gramacho encontram-se numa situação de extrema vulnerabilidade tanto desde o ponto de vista social quanto econômico. Consequentemente, esforços extras deveriam ser focados na construção de uma base de dados corretamente diagramada, tanto das comunidades e famílias visitadas quanto dos voluntários, para realizar diversas pesquisas que permitam aprofundar o conhecimento que o TETO tem sobre as diferentes partes envolvidas no seu trabalho. A análise dos dados da enquete nos permite conhecer como a vulnerabilidade é manifestada. Entre os resultados mais relevantes podemos nomear: o 74,8% das moradias não possui água, o 93,6% dos lares obtêm energia elétrica de forma irregular, unicamente o 5% das casas estão conetadas a uma rede de esgoto, o 91,6% das moradias são de madeira, o 77,5% dos entre- das pessoas maiores de 25 anos acabaram o ensino fundamental, o 38,3% dos adolescentes entre 15 e 17 anos não atendem instituição escolar alguma, 49,5% das pessoas empregadas maiores de 18 anos não têm carteira assinada e o 80,7% dos indivíduos entrevistados vivem com uma renda domiciliar per capita menor que a metade do salário mínimo do Brasil, entre outras coisas. Como já foi discutido em outras passagens do relatório, a geração deste tipo de informações é muito importante para o TETO já que permite debater a realidade das comunidades com informação sistematizada com organizações estatais, setor privado, voluntários, etc., assim como monitorar as atividades levadas a cabo pela ONG. 35

36 11. BIBLIOGRAFIA Becker, Gary Human Capital, National Bureau of Economic Research, New York, Estados Unidos. Cicowiez Martin, Gasparini Leonardo, Gutierrez Federico e Tornarolli Leopoldo Áreas Rurales y Objetivos de Desarrollo del Mileno en América Latina y el Caribe, CEDLAS: Documento de Trabajo, 43. CIS Encuesta de Campamentos RM, Centro de Investigación Social (CIS) de un Techo para Chile, Santiago de Chile, Chile. Brasil. UDAPE Sexto Informe de Progreso de los Objetivos de Desarrollo del Milenio en Bolivia, Unidad de Análisis de Políticas Sociales y Económicas, La Paz, Bolivia. Weil, David Accounting for the Effect of Health on Economic Growth, National Bureau of Economic Research, Cambridge, Estados Unidos. IETS Diagnóstico Socioeconômico de Jardim Gramacho. Estratégia de Desenvolvimento Urbano, Socioeconômico e Ambiental para o Entorno do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho., Rio de Janeiro, Brasil IBASE Diagnóstico Social de Jardim Gramacho. Rio de Janeiro. Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas, Rio de Janeiro, Brasil BASTOS, 2012 Valéria Pereira. Jardim gramacho e os catadores de materiais recicláveis: território extraordinário do lixo. Rio de Janeiro, Brasil. Moretti, Enrico Estimating the Social Return to Higher Education: Evidence from Longitudinal and Repeated Cross-Section Data, Journal of Econometrics, 121: SENAD, Relatório Brasileiro sobre Drogas, Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Brasilia, Brasil. UN-Habitat The Challenge of Slums, United Nations Settlements Programme, London, Inglaterra. UPP Social Panorama dos Territórios UPP Turano. Unidade de 36

37 37

PNAD - Segurança Alimentar 2004 2009. Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros

PNAD - Segurança Alimentar 2004 2009. Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros 1 of 5 11/26/2010 2:57 PM Comunicação Social 26 de novembro de 2010 PNAD - Segurança Alimentar 2004 2009 Insegurança alimentar diminui, mas ainda atinge 30,2% dos domicílios brasileiros O número de domicílios

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Cabo Verde, MG 29/07/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 368,15 km² IDHM 2010 0,674 Faixa do IDHM Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699) (Censo 2010) 13823 hab. Densidade

Leia mais

na região metropolitana do Rio de Janeiro

na região metropolitana do Rio de Janeiro O PERFIL DOS JOVENS EMPREENDEDORES na região metropolitana do Rio de Janeiro NOTA CONJUNTURAL MARÇO DE 2013 Nº21 PANORAMA GERAL Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD/IBGE) de 2011,

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Peruíbe, SP 30/07/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 323,17 km² IDHM 2010 0,749 Faixa do IDHM Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799) (Censo 2010) 59773 hab. Densidade

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Guaranésia, MG 29/07/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 294,28 km² IDHM 2010 0,701 Faixa do IDHM Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799) (Censo 2010) 18714 hab. Densidade

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Novo Mundo, MT 02/08/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 5826,18 km² IDHM 2010 0,674 Faixa do IDHM Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699) (Censo 2010) 7332 hab. Densidade

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Vera, MT 02/08/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 2962,4 km² IDHM 2010 0,680 Faixa do IDHM Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699) (Censo 2010) 10235 hab. Densidade demográfica

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Porto Alegre do Norte, MT 02/08/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 3994,51 km² IDHM 2010 0,673 Faixa do IDHM Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699) (Censo 2010) 10748 hab.

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de São José do Rio Claro, MT 02/08/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 5074,56 km² IDHM 2010 0,682 Faixa do IDHM Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699) (Censo 2010) 17124 hab.

Leia mais

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações

ipea A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL 1 INTRODUÇÃO 2 METODOLOGIA 2.1 Natureza das simulações A EFETIVIDADE DO SALÁRIO MÍNIMO COMO UM INSTRUMENTO PARA REDUZIR A POBREZA NO BRASIL Ricardo Paes de Barros Mirela de Carvalho Samuel Franco 1 INTRODUÇÃO O objetivo desta nota é apresentar uma avaliação

Leia mais

Emprego doméstico na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013

Emprego doméstico na Região Metropolitana de Porto Alegre em 2013 EMPREGO DOMÉSTICO NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE ABRIL 2014 Emprego doméstico na Região Metropolitana de Porto Alegre em Em, diminuiu o número de empregadas domésticas na

Leia mais

INDICADORES DEMOGRÁFICOS E NORDESTE

INDICADORES DEMOGRÁFICOS E NORDESTE INDICADORES DEMOGRÁFICOS E SOCIAIS E ECONÔMICOS DO NORDESTE Verônica Maria Miranda Brasileiro Consultora Legislativa da Área XI Meio Ambiente e Direito Ambiental, Organização Territorial, Desenvolvimento

Leia mais

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750

BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR. Colégio Anglo de Sete Lagoas Prof.: Ronaldo Tel.: (31) 2106 1750 BRASIL EXCLUDENTE E CONCENTRADOR As crises econômicas que se sucederam no Brasil interromperam a política desenvolvimentista. Ocorre que o modelo de desenvolvimento aqui implantado (modernização conservadora

Leia mais

1. OUTROS INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE

1. OUTROS INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE 1. OUTROS INDICADORES DEMOGRÁFICOS E DE SAÚDE INDICADORES DE DESNUTRIÇÃO Peso e altura são duas das principais características antropométricas sensíveis às condições de vida e nutrição de crianças e adolescentes

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego PME. Algumas das principais características dos Trabalhadores Domésticos vis a vis a População Ocupada

Pesquisa Mensal de Emprego PME. Algumas das principais características dos Trabalhadores Domésticos vis a vis a População Ocupada Pesquisa Mensal de Emprego PME Algumas das principais características dos Trabalhadores Domésticos vis a vis a População Ocupada Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE Algumas das principais

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego - PME

Pesquisa Mensal de Emprego - PME Pesquisa Mensal de Emprego - PME Dia Internacional da Mulher 08 de março de 2012 M U L H E R N O M E R C A D O D E T R A B A L H O: P E R G U N T A S E R E S P O S T A S A Pesquisa Mensal de Emprego PME,

Leia mais

UENF Universidade Estadual Do Norte Fluminense. Autora: Aline Viana de Souza

UENF Universidade Estadual Do Norte Fluminense. Autora: Aline Viana de Souza UENF Universidade Estadual Do Norte Fluminense Autora: Aline Viana de Souza O presente trabalho, através da pesquisa realizada com os catadores, tanto de rua como do aterro controlado do município de Campos

Leia mais

Matemática. Aula: 02/10. Prof. Pedro. www.conquistadeconcurso.com.br. Visite o Portal dos Concursos Públicos WWW.CURSOAPROVACAO.COM.

Matemática. Aula: 02/10. Prof. Pedro. www.conquistadeconcurso.com.br. Visite o Portal dos Concursos Públicos WWW.CURSOAPROVACAO.COM. Matemática Aula: 02/10 Prof. Pedro UMA PARCERIA Visite o Portal dos Concursos Públicos WWW.CURSOAPROVACAO.COM.BR Visite a loja virtual www.conquistadeconcurso.com.br MATERIAL DIDÁTICO EXCLUSIVO PARA ALUNOS

Leia mais

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul.

Pesquisa. Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e. A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul. Pesquisa A mulher no setor privado de ensino em Caxias do Sul. Introdução Há 40 anos atrás nos encontrávamos discutindo mecanismos e políticas capazes de ampliar a inserção da mulher no mercado de trabalho.

Leia mais

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios

Pequenas e Médias Empresas no Canadá. Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios Pequenas e Médias Empresas no Canadá Pequenos Negócios Conceito e Principais instituições de Apoio aos Pequenos Negócios De acordo com a nomenclatura usada pelo Ministério da Indústria do Canadá, o porte

Leia mais

Trabalho apresentado no III Congresso Ibero-americano de Psicogerontologia, sendo de total responsabilidade de seu(s) autor(es).

Trabalho apresentado no III Congresso Ibero-americano de Psicogerontologia, sendo de total responsabilidade de seu(s) autor(es). A QUALIDADE DE VIDA SOB A ÓTICA DAS DINÂMICAS DE MORADIA: A IDADE ENQUANTO UM FATOR DE ACÚMULO DE ATIVOS E CAPITAL PESSOAL DIFERENCIADO PARA O IDOSO TRADUZIDO NAS CONDIÇÕES DE MORADIA E MOBILIDADE SOCIAL

Leia mais

A Contribuição da Educação para o Desenvolvimento Social

A Contribuição da Educação para o Desenvolvimento Social A Contribuição da Educação para o Desenvolvimento Social Setembro 2010 Wanda Engel Superintendente Executiva Desenvolvimento Humano Sujeito Sujeito Objeto Desenvolvimento Social Desenvolvimento Econômico

Leia mais

Pnad: Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional

Pnad: Um em cada cinco brasileiros é analfabeto funcional 08/09/2010-10h00 Pesquisa visitou mais de 150 mil domicílios em 2009 Do UOL Notícias A edição 2009 da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia

Leia mais

AS DESIGUALDADES DE REMUNERAÇÕES ENTRE HOMENS E MULHERES AUMENTAM COM O AUMENTO DO NIVEL DE ESCOLARIDADE E DE QUALIFICAÇÃO DAS MULHERES

AS DESIGUALDADES DE REMUNERAÇÕES ENTRE HOMENS E MULHERES AUMENTAM COM O AUMENTO DO NIVEL DE ESCOLARIDADE E DE QUALIFICAÇÃO DAS MULHERES Desigualdades graves entre Homens e Mulheres com escolaridade e qualificação elevadas Pág. 1 AS DESIGUALDADES DE REMUNERAÇÕES ENTRE HOMENS E MULHERES AUMENTAM COM O AUMENTO DO NIVEL DE ESCOLARIDADE E DE

Leia mais

O EMPREGO DOMÉSTICO. Boletim especial sobre o mercado de trabalho feminino na Região Metropolitana de São Paulo. Abril 2007

O EMPREGO DOMÉSTICO. Boletim especial sobre o mercado de trabalho feminino na Região Metropolitana de São Paulo. Abril 2007 O EMPREGO DOMÉSTICO Boletim especial sobre o mercado de trabalho feminino na Abril 2007 Perfil de um emprego que responde por 17,7% do total da ocupação feminina e tem 95,9% de seus postos de trabalho

Leia mais

Analfabetismo no Brasil

Analfabetismo no Brasil Analfabetismo no Brasil Ricardo Paes de Barros (IPEA) Mirela de Carvalho (IETS) Samuel Franco (IETS) Parte 1: Magnitude e evolução do analfabetismo no Brasil Magnitude Segundo estimativas obtidas com base

Leia mais

PED ABC Novembro 2015

PED ABC Novembro 2015 PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA REGIÃO DO ABC 1 Novembro 2015 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO DO ABC Diferenciais de inserção de negros e não negros no mercado de trabalho em 2013-2014 Dia

Leia mais

SITUAÇÃO DOS ODM NOS MUNICÍPIOS

SITUAÇÃO DOS ODM NOS MUNICÍPIOS SITUAÇÃO DOS ODM NOS MUNICÍPIOS O presente levantamento mostra a situação dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) nos municípios brasileiros. Para realizar a comparação de forma mais precisa,

Leia mais

MOBILIDADE DOS EMPREENDEDORES E VARIAÇÕES NOS RENDIMENTOS

MOBILIDADE DOS EMPREENDEDORES E VARIAÇÕES NOS RENDIMENTOS MOBILIDADE DOS EMPREENDEDORES NOTA CONJUNTURAL ABRIL DE 2014 Nº31 E VARIAÇÕES NOS RENDIMENTOS NOTA CONJUNTURAL ABRIL DE 2014 Nº31 PANORAMA GERAL Os movimentos de transição da população ocupada entre as

Leia mais

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Nota MDS Brasília, 02 de maio de 2011.

MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Nota MDS Brasília, 02 de maio de 2011. Nota MDS Brasília, 02 de maio de 2011. Assunto: O perfil da Extrema Pobreza no Brasil com base nos dados preliminares do universo do Censo 2010. 1. INTRODUÇÃO O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

Leia mais

Estudo Estratégico n o 5. Desenvolvimento socioeconômico na metrópole e no interior do Rio de Janeiro Adriana Fontes Valéria Pero Camila Ferraz

Estudo Estratégico n o 5. Desenvolvimento socioeconômico na metrópole e no interior do Rio de Janeiro Adriana Fontes Valéria Pero Camila Ferraz Estudo Estratégico n o 5 Desenvolvimento socioeconômico na metrópole e no interior do Rio de Janeiro Adriana Fontes Valéria Pero Camila Ferraz PANORAMA GERAL ERJ é o estado mais urbano e metropolitano

Leia mais

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA

RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Indicadores CNI RETRATOS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Previdência 20 Maioria dos brasileiros apoia mudanças na previdência Sete em cada dez brasileiros reconhecem que o sistema previdenciário brasileiro apresenta

Leia mais

INCT Observatório das Metrópoles. Acesso às tecnologias digitais no Brasil Metropolitano Documento preliminar

INCT Observatório das Metrópoles. Acesso às tecnologias digitais no Brasil Metropolitano Documento preliminar INCT Observatório das Metrópoles Acesso às tecnologias digitais no Brasil Metropolitano Documento preliminar As mudanças desencadeadas pelo avanço da tecnologia digital hoje, no Brasil, não tem precedentes.

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Santos, SP 30/07/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 281,35 km² IDHM 2010 0,840 Faixa do IDHM Muito Alto (IDHM entre 0,8 e 1) (Censo 2010) 419400 hab. Densidade

Leia mais

Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil

Novo Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil Entenda o cálculo do IDH Municipal (IDH-M) e saiba quais os indicadores usados O Índice de Desenvolvimento Humano foi criado originalmente para medir o nível de desenvolvimento humano dos países a partir

Leia mais

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE

DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM SITUAÇÕES DE TRABALHO PRECOCE Encontro de Ensino, Pesquisa e Extensão, Presidente Prudente, 18 a 22 de outubro, 2010 337 DIMENSÕES DO TRABAHO INFANTIL NO MUNICÍPIO DE PRESIDENTE PRUDENTE: O ENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES EM

Leia mais

Sumário PNAD/SIMPOC 2001 Pontos importantes

Sumário PNAD/SIMPOC 2001 Pontos importantes Sumário PNAD/SIMPOC 2001 Pontos importantes Sistema de pesquisas domiciliares existe no Brasil desde 1967, com a criação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios PNAD; Trata-se de um sistema de pesquisas

Leia mais

TEMAS SOCIAIS O UTUBRO DE 2000 CONJUNTURA ECONÔMICA 28

TEMAS SOCIAIS O UTUBRO DE 2000 CONJUNTURA ECONÔMICA 28 O UTUBRO DE 2000 CONJUNTURA ECONÔMICA 28 TEMAS SOCIAIS Diferentes histórias, diferentes cidades A evolução social brasileira entre 1996 e 1999 não comporta apenas uma mas muitas histórias. O enredo de

Leia mais

História da Habitação em Florianópolis

História da Habitação em Florianópolis História da Habitação em Florianópolis CARACTERIZAÇÃO DAS FAVELAS EM FLORIANÓPOLIS No início do século XX temos as favelas mais antigas, sendo que as primeiras se instalaram em torno da região central,

Leia mais

Envelhecimento populacional e a composição etária de beneficiários de planos de saúde

Envelhecimento populacional e a composição etária de beneficiários de planos de saúde Envelhecimento populacional e a composição etária de beneficiários de planos de saúde Luiz Augusto Carneiro Superintendente Executivo Francine Leite Apresentação Este trabalho introduz o tema Envelhecimento

Leia mais

Taxa de desocupação foi de 9,3% em janeiro

Taxa de desocupação foi de 9,3% em janeiro Taxa de desocupação foi de 9,3% em janeiro A taxa de desocupação registrada pela Pesquisa Mensal de Emprego do IBGE, nas seis principais Regiões Metropolitanas do país (Recife, Salvador, Belo Horizonte,

Leia mais

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO. Em alusão ao Dia da Consciência Negra

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO. Em alusão ao Dia da Consciência Negra OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE PORTO ALEGRE Novembro de 2010 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO E O ACESSO AO SISTEMA PÚBLICO DE EMPREGO, TRABALHO E RENDA Em alusão ao Dia da

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Julho 2009

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Julho 2009 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Julho 2009 Desafios do Programa Habitacional Minha Casa Minha Vida Profa. Dra. Sílvia Maria Schor O déficit habitacional brasileiro é

Leia mais

Gestão Municipal do Cadastro Único. Programa Bolsa Família

Gestão Municipal do Cadastro Único. Programa Bolsa Família Gestão Municipal do Cadastro Único e Programa Bolsa Família Gestora Olegna Andrea da Silva Entrevistadora e Operadora de Cadastro Ana Paula Gonçalves de Oliveira A porta de entrada para receber os bene?cios

Leia mais

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO

---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO INSTITUTO NACIONAL DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA CNPq/FAPERJ/CAPES ---- ibeu ---- ÍNDICE DE BEM-ESTAR URBANO COORDENAÇÃO LUIZ CÉSAR DE QUEIROZ RIBEIRO EQUIPE RESPONSÁVEL ANDRÉ RICARDO SALATA LYGIA GONÇALVES

Leia mais

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil

Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil Pisa 2012: O que os dados dizem sobre o Brasil A OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgou nesta terça-feira os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos,

Leia mais

RESULTADOS DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DO PARANÁ - 2010 *

RESULTADOS DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DO PARANÁ - 2010 * RESULTADOS DO ÍNDICE DE VULNERABILIDADE SOCIAL DO PARANÁ - 2010 * Os resultados aqui apresentados foram extraídos do Atlas da Vulnerabilidade Social nos Municípios Brasileiros, elaborado pelo Instituto

Leia mais

Melhora nos indicadores da presença feminina no mercado de trabalho não elimina desigualdades

Melhora nos indicadores da presença feminina no mercado de trabalho não elimina desigualdades A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DE PORTO ALEGRE NOS ANOS 2000 Boletim Especial: Dia Internacional das Mulheres MARÇO/2010 Melhora nos indicadores da presença feminina no mercado de trabalho

Leia mais

Pesquisa Mensal de Emprego

Pesquisa Mensal de Emprego Pesquisa Mensal de Emprego EVOLUÇÃO DO EMPREGO COM CARTEIRA DE TRABALHO ASSINADA 2003-2012 Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE 2 Pesquisa Mensal de Emprego - PME I - Introdução A Pesquisa

Leia mais

3Apesar dos direitos adquiridos pelas

3Apesar dos direitos adquiridos pelas objetivo. promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres mulheres ao longo do século 20, ainda há considerável desigualdade entre os gêneros no mundo. Em geral, as mulheres sofrem com a

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Areado, MG 29/07/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 282,6 km² IDHM 2010 0,727 Faixa do IDHM Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799) (Censo 2010) 13731 hab. Densidade demográfica

Leia mais

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago. 2003 117 GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo* Como deve ser estruturada a política social de um país? A resposta a essa pergunta independe do grau de desenvolvimento do país, da porcentagem

Leia mais

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Síntese

Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Síntese 2014 Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Síntese Dieese Subseção Força Sindical 19/09/2014 PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICILIOS - PNAD 2013 Síntese dos Indicadores POPULAÇÃO A Pesquisa

Leia mais

Panorama Municipal. Município: Aliança / PE. Aspectos sociodemográficos. Demografia

Panorama Municipal. Município: Aliança / PE. Aspectos sociodemográficos. Demografia Município: Aliança / PE Aspectos sociodemográficos Demografia A população do município ampliou, entre os Censos Demográficos de 2000 e 2010, à taxa de 0,06% ao ano, passando de 37.188 para 37.415 habitantes.

Leia mais

Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA. Adma Figueiredo. Eloisa Domingues. Ivete Rodrigues

Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA. Adma Figueiredo. Eloisa Domingues. Ivete Rodrigues Ao dormir, todos somos vulneráveis. William Shakespeare NOTA TÉCNICA Tipologia da Vulnerabilidade Social na Bacia Hidrográfica do São Francisco, Brasil Adma Figueiredo Geógrafa IBGE Eloisa Domingues Geógrafa

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Botelhos, MG 29/07/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 335,24 km² IDHM 2010 0,702 Faixa do IDHM Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799) (Censo 2010) 14920 hab. Densidade

Leia mais

O Emprego Doméstico na Região Metropolitana de Belo Horizonte em 2013

O Emprego Doméstico na Região Metropolitana de Belo Horizonte em 2013 PESQUISA DE EMPREGO E DESEMPREGO NA METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE Ano 19 Nº 13 - O Emprego Doméstico na Região Metropolitana de Belo Horizonte em A partir da aprovação da Emenda Constitucional n 72,

Leia mais

Censo Demográfico 2010. Características Gerais dos Indígenas: Resultados do Universo

Censo Demográfico 2010. Características Gerais dos Indígenas: Resultados do Universo Censo Demográfico 2010 Características Gerais dos Indígenas: Resultados do Universo Rio de Janeiro, 10 de agosto de 2012 Identificação da população indígena nos Censos Demográficos do Brasil 1991 e 2000

Leia mais

DIRETORIA DE PESQUISAS - DPE COORDENAÇÃO DE CONTAS NACIONAIS CONAC. Sistema de Contas Nacionais - Brasil Referência 2000. Nota Metodológica nº 18

DIRETORIA DE PESQUISAS - DPE COORDENAÇÃO DE CONTAS NACIONAIS CONAC. Sistema de Contas Nacionais - Brasil Referência 2000. Nota Metodológica nº 18 DIRETORIA DE PESQUISAS - DPE COORDENAÇÃO DE CONTAS NACIONAIS CONAC Sistema de Contas Nacionais - Brasil Referência 2000 Nota Metodológica nº 18 Aluguel de Imóveis (versão para informação e comentários)

Leia mais

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião

Família. Escola. Trabalho e vida econômica. Vida Comunitária e Religião Família Qual era a profissão dos seus pais? Como eles conciliavam trabalho e família? Como era a vida de vocês: muito apertada, mais ou menos, ou viviam com folga? Fale mais sobre isso. Seus pais estudaram

Leia mais

O MNCR Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis RJ

O MNCR Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis RJ A Catergoria Embora a atividade seja exercida desde de 1950, o catador sempre foi visto como sujeito excluído socialmente, apesar de nós catadores sempre prestarmos um serviço de extrema importância para

Leia mais

Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica

Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica Aula 2 Elementos necessários para a Avaliação Econômica A avaliação econômica é um importante instrumento de gestão de qualquer projeto social ou política pública. Deve-se pensar o desenho da avaliação

Leia mais

Políticas de saúde: o Programa de Saúde da Família na Baixada Fluminense *

Políticas de saúde: o Programa de Saúde da Família na Baixada Fluminense * Políticas de saúde: o Programa de Saúde da Família na Baixada Fluminense * ALINE DE MOURA SOUZA 1 SUZANA MARTA CAVENAGHI 2 Introdução Este trabalho tem por objetivo apresentar informações referentes à

Leia mais

Índice. 1. A educação e a teoria do capital humano...3. Grupo 7.2 - Módulo 7

Índice. 1. A educação e a teoria do capital humano...3. Grupo 7.2 - Módulo 7 GRUPO 7.2 MÓDULO 7 Índice 1. A educação e a teoria do capital humano...3 2 1. A EDUCAÇÃO E A TEORIA DO CAPITAL HUMANO Para Becker (1993), quando se emprega o termo capital, em geral, o associa à ideia

Leia mais

Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB

Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB Análise do IBEU para a RIDE-DF e a AMB Rômulo José da Costa Ribeiro Professor Doutor da Universidade de Brasília UnB, Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo PPG-FAU, Programa de Pós-Graduação

Leia mais

INCT Observatório das Metrópoles

INCT Observatório das Metrópoles INCT Observatório das Metrópoles INDICADORES SOCIAIS PARA AS REGIÕES METROPOLITANAS BRASILEIRAS: EXPLORANDO DADOS DE 2001 A 2009 Apresentação Equipe Responsável Luiz Cesar de Queiroz Ribeiro Marcelo Gomes

Leia mais

BOLSA FAMÍLIA Relatório-SÍNTESE. 53

BOLSA FAMÍLIA Relatório-SÍNTESE. 53 CAPÍTULO6 BOLSA FAMÍLIA Relatório-SÍNTESE. 53 Aspectos de gênero O Programa Bolsa Família privilegia como titulares as mulheres-mães (ou provedoras de cuidados), público que aflui às políticas de assistência

Leia mais

Criminalidade. Luciano Nakabashi Juliano Condi

Criminalidade. Luciano Nakabashi Juliano Condi A Associação Comercial de (ACIRP) em parceria com a FUNDACE realiza uma pesquisa de qualidade de vida na cidade de desde 2009. Essa é uma pesquisa muito importante para se que se tenha uma base confiável

Leia mais

Docente: Willen Ferreira Lobato willenlobato@yahoo.com.br

Docente: Willen Ferreira Lobato willenlobato@yahoo.com.br Docente: Willen Ferreira Lobato willenlobato@yahoo.com.br Natal 29/02/2012 1 Considerações Gerais; Principais conceitos demográficos; Gráficos de indicadores sociais; Estrutura das populações mundiais:

Leia mais

CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO DO CRAS CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DE PASSOS: Perfil dos usuários do CRAS Novo Horizonte Passos/MG

CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO DO CRAS CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DE PASSOS: Perfil dos usuários do CRAS Novo Horizonte Passos/MG 1 CARACTERIZAÇÃO DO USUÁRIO DO CRAS CENTRO DE REFERÊNCIA DE ASSISTÊNCIA DE PASSOS: Perfil dos usuários do CRAS Novo Horizonte Passos/MG Adriana de Souza Lima Queiroz 1 Cynthia Silva Machado 2 RESUMO Esta

Leia mais

Desigualdade Económica em Portugal

Desigualdade Económica em Portugal Observatório Pedagógico Desigualdade Económica em Portugal Carlos Farinha Rodrigues ISEG / Universidade Técnica de Lisboa Um estudo da Fundação Francisco Manuel dos Santos 18 de Outubro de 2012 2 Objectivos:

Leia mais

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012

Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 Texto para Coluna do NRE-POLI na Revista Construção e Mercado Pini Abril 2012 O RISCO DOS DISTRATOS O impacto dos distratos no atual panorama do mercado imobiliário José Eduardo Rodrigues Varandas Júnior

Leia mais

Manutenção das desigualdades nas condições de inserção

Manutenção das desigualdades nas condições de inserção A INSERÇÃO DA MULHER NO MERCADO DE TRABALHO DA REGIÃO METROPOLITANA DE BELO HORIZONTE MARÇO 2014 Manutenção das desigualdades nas condições de inserção De maneira geral, as mulheres enfrentam grandes dificuldades

Leia mais

Fernanda de Paula Ramos Conte Lílian Santos Marques Severino RESUMO:

Fernanda de Paula Ramos Conte Lílian Santos Marques Severino RESUMO: O Brasil e suas políticas sociais: características e consequências para com o desenvolvimento do país e para os agrupamentos sociais de nível de renda mais baixo nas duas últimas décadas RESUMO: Fernanda

Leia mais

Quase 10% dos brasileiros têm mais de 70 anos. Segundo o IBGE, em 40 anos o número de idosos deverá superar o de jovens

Quase 10% dos brasileiros têm mais de 70 anos. Segundo o IBGE, em 40 anos o número de idosos deverá superar o de jovens Um país de idosos Quase 10% dos brasileiros têm mais de 70 anos. Segundo o IBGE, em 40 anos o número de idosos deverá superar o de jovens A expectativa de vida do brasileiro aumentou mais de 20 anos em

Leia mais

Brasil avança, mas é quarto país mais desigual da América Latina, diz ONU

Brasil avança, mas é quarto país mais desigual da América Latina, diz ONU Brasil avança, mas é quarto país mais desigual da América Latina, diz ONU Estudo faz balanço de serviços urbanos básicos, como a gestão dos resíduos sólidos. (Foto: Reprodução) Apesar do crescimento econômico,

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Alto Boa Vista, MT 01/08/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 2248,35 km² IDHM 2010 0,651 Faixa do IDHM Médio (IDHM entre 0,6 e 0,699) (Censo 2010) 5247 hab. Densidade

Leia mais

Observatório Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa

Observatório Luta Contra a Pobreza na Cidade de Lisboa Observatório Luta Contra a Pobreza na Cidade de Apresentação Plenário Comissão Social de Freguesia www.observatorio-lisboa.eapn.pt observatoriopobreza@eapn.pt Agenda I. Objectivos OLCPL e Principais Actividades/Produtos

Leia mais

Perspectivas & Oportunidades do Mercado Segurador frente aos Novos Consumidores. Marco Antonio Rossi Presidente

Perspectivas & Oportunidades do Mercado Segurador frente aos Novos Consumidores. Marco Antonio Rossi Presidente Perspectivas & Oportunidades do Mercado Segurador frente aos Novos Consumidores Marco Antonio Rossi Presidente AGENDA I O Universo dos Novos Consumidores 2 O Mundo do Seguros 3- Perspectivas e Oportunidades

Leia mais

Presidência da República Federativa do Brasil. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Presidência da República Federativa do Brasil. Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial Presidência da República Federativa do Brasil Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial A SEPPIR CRIAÇÃO A Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial)

Leia mais

01 REGIÃO METROPOLITANA 03 ENDEREÇO

01 REGIÃO METROPOLITANA 03 ENDEREÇO IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Diretoria de Pesquisas Coordenação de Trabalho e Rendimento Gerência de Pesquisa Mensal PESQUISA MENSAL DE EMPREGO PME 1.0 QUESTIONÁRIO DE MÃO-DE-OBRA

Leia mais

Caracterização do território

Caracterização do território Perfil do Município de Sorriso, MT 02/08/2013 - Pág 1 de 14 Caracterização do território Área 9382,37 km² IDHM 2010 0,744 Faixa do IDHM Alto (IDHM entre 0,700 e 0,799) (Censo 2010) 66521 hab. Densidade

Leia mais

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995)

Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) Declaração de Pequim adotada pela Quarta Conferência Mundial sobre as Mulheres: Ação para Igualdade, Desenvolvimento e Paz (1995) 1. Nós, os Governos, participante da Quarta Conferência Mundial sobre as

Leia mais

Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular. Edição n 05

Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular. Edição n 05 Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular Edição n 05 Junho de 2010 2 Sumário Executivo Pesquisa Quantitativa Regular Edição n 05 O objetivo geral deste estudo foi investigar as percepções gerais

Leia mais

Pesquisa sobre o Perfil dos Empreendedores e das Empresas Sul Mineiras

Pesquisa sobre o Perfil dos Empreendedores e das Empresas Sul Mineiras Pesquisa sobre o Perfil dos Empreendedores e das Empresas Sul Mineiras 2012 2 Sumário Apresentação... 3 A Pesquisa Perfil dos Empreendedores Sul Mineiros Sexo. 4 Estado Civil.. 5 Faixa Etária.. 6 Perfil

Leia mais

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade.

Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil. Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade. Desigualdades em saúde - Mortalidade infantil Ruth Rangel * Fernanda Azevedo * Palavras-chave: mortalidade infantil; qualidade de vida; desigualdade. Resumo A redução das desigualdades sociais tem sido

Leia mais

A POSIÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) E AO ÍNDICE DE GINI

A POSIÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) E AO ÍNDICE DE GINI A POSIÇÃO DO MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SP) EM RELAÇÃO AO ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO HUMANO (IDH) E AO ÍNDICE DE GINI Roland Anton Zottele 1, Friedhilde M. K. Manulescu 2 1, 2 Faculdade de Ciências

Leia mais

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO

OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO DO DISTRITO FEDERAL Novembro de 2010 OS NEGROS NO MERCADO DE TRABALHO E O ACESSO AO SISTEMA PÚBLICO DE EMPREGO, TRABALHO E RENDA Em comemoração ao Dia da Consciência Negra

Leia mais

Indicadores Anefac dos países do G-20

Indicadores Anefac dos países do G-20 Indicadores Anefac dos países do G-20 O Indicador Anefac dos países do G-20 é um conjunto de resultantes de indicadores da ONU publicados pelos países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina,

Leia mais

2.1 DINÂMICA POPULACIONAL

2.1 DINÂMICA POPULACIONAL DIMENSÃO SOCIAL . DINÂMICA POPULACIONAL Esta seção tem como objetivo expor a evolução e distribuição da população no território paranaense, apontando, em particular, a concentração que se realiza em determinadas

Leia mais

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa

Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa Estratégia Europeia para o Emprego Promover a melhoria do emprego na Europa Comissão Europeia O que é a Estratégia Europeia para o Emprego? Toda a gente precisa de um emprego. Todos temos necessidade de

Leia mais

2A educação é o principal catalisador para

2A educação é o principal catalisador para objetivo 2. atingir o ensino básico universal O Estado da Amazônia: Indicadores A Amazônia e os Objetivos do Milênio 2010 o desenvolvimento humano e para a construção de uma sociedade mais justa (Unesco,

Leia mais

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer

Saúde. reprodutiva: gravidez, assistência. pré-natal, parto. e baixo peso. ao nascer 2 Saúde reprodutiva: gravidez, assistência pré-natal, parto e baixo peso ao nascer SAÚDE BRASIL 2004 UMA ANÁLISE DA SITUAÇÃO DE SAÚDE INTRODUÇÃO No Brasil, as questões relativas à saúde reprodutiva têm

Leia mais

Equipe: Ronaldo Laranjeira Helena Sakiyama Maria de Fátima Rato Padin Sandro Mitsuhiro Clarice Sandi Madruga

Equipe: Ronaldo Laranjeira Helena Sakiyama Maria de Fátima Rato Padin Sandro Mitsuhiro Clarice Sandi Madruga Equipe: Ronaldo Laranjeira Helena Sakiyama Maria de Fátima Rato Padin Sandro Mitsuhiro Clarice Sandi Madruga 1. Por que este estudo é relevante? Segundo o relatório sobre a Carga Global das Doenças (Global

Leia mais

NOME COMPLETO DA SUA INSTITUIÇÃO. Nome completo do integrante A Nome completo do integrante B Nome completo do integrante C

NOME COMPLETO DA SUA INSTITUIÇÃO. Nome completo do integrante A Nome completo do integrante B Nome completo do integrante C NOME COMPLETO DA SUA INSTITUIÇÃO Nome completo do integrante A Nome completo do integrante B Nome completo do integrante C TÍTULO DO TRABALHO: subtítulo, se houver Santa Rita do Sapucaí 2015 Nome completo

Leia mais

Simon Schwartzman. A evolução da educação superior no Brasil diferenças de nível, gênero e idade.

Simon Schwartzman. A evolução da educação superior no Brasil diferenças de nível, gênero e idade. A educação de nível superior superior no Censo de 2010 Simon Schwartzman (julho de 2012) A evolução da educação superior no Brasil diferenças de nível, gênero e idade. Segundo os dados mais recentes, o

Leia mais

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento

Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 1/18 Curso CPA-10 Certificação ANBID Módulo 4 - Princípios de Investimento Pág: 2/18 Módulo 4 - Princípios de Investimento Neste módulo são apresentados os principais fatores para a análise de investimentos,

Leia mais

Patrocínio Institucional Parceria Apoio

Patrocínio Institucional Parceria Apoio Patrocínio Institucional Parceria Apoio O Grupo AfroReggae é uma organização que luta pela transformação social e, através da cultura e da arte, desperta potencialidades artísticas que elevam a autoestima

Leia mais

O Mercado de Trabalho no Rio de Janeiro na Última Década

O Mercado de Trabalho no Rio de Janeiro na Última Década O Mercado de Trabalho no Rio de Janeiro na Última Década João Saboia 1 1) Introdução A década de noventa foi marcada por grandes flutuações na economia brasileira. Iniciou sob forte recessão no governo

Leia mais

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA

SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA SAÚDE COMO UM DIREITO DE CIDADANIA José Ivo dos Santos Pedrosa 1 Objetivo: Conhecer os direitos em saúde e noções de cidadania levando o gestor a contribuir nos processos de formulação de políticas públicas.

Leia mais