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1 Acompanhamento processual e Push Pesquisa Login no Push Criar usuário Obs.: Este serviço é de caráter meramente informativo, não produzindo, portanto, efeito legal. PROCESSO: RESPE Nº Recurso Especial Eleitoral UF: SC JUDICIÁRIA Nº ÚNICO: MUNICÍPIO: XANXERÊ - SC N. Origem: PROTOCOLO: /10/ :01 RECORRENTE: JOÃO PAULO M ENEGATTI ADVOGADO: ARLEY CHARLES RUAS LUBI RELATOR(A): M INISTRO JOSÉ ANTÔNIO DIAS TOFFOLI ASSUNTO: PRESTAÇÃO DE CONTAS - DE CANDIDATO - CONTAS - DESAPROVAÇÃO / REJEIÇÃO DAS CONTAS - CARGO - VEREADOR LOCALIZAÇÃO: CPRO-COORDENADORIA DE PROCESSAM ENTO FASE ATUAL: 06/05/ :54-Autos devolvidos Andamento Distribuição Despachos Decisão Petições Todos Visualizar Imprimir Andamentos Seção Data e Hora Andamento CPRO 06/05/ :54 Autos devolvidos CPRO 05/05/ :56 Entrega em carga/vista (M inistério Público Eleitoral: ) CPRO 05/05/ :55 Decurso de prazo para Recurso em 02/05/2014 para JOÃO PAULO MENEGATTI CPRO 29/04/ :56 Disponibilização no Diário da Justiça Eletrônico em 28/04/2014 Diário de justiça eletrônico Pag Decisão M onocrática de 15/04/2014 CPRO 29/04/ :56 Publicação em 29/04/2014 Diário de justiça eletrônico Pag Decisão M onocrática de 15/04/2014 CPRO 28/04/ :58 Encaminhamento para publicação CPRO 25/04/ :58 Recebimento CPADI 25/04/ :47 Autos devolvidos após atualização. CPADI 25/04/ :47 Remessa para CPRO. CPADI 24/04/ :54 M ontagem atualizada CPADI 24/04/ :48 Enviado para M ontagem CPADI 24/04/ :17 M udança de classe processual de Agravo de Instrumento para Recurso Especial Eleitoral CPADI 23/04/ :34 Recebimento CPRO 23/04/ :31 Remessa para CPADI. CPRO 23/04/ :31 Para providências: reautuar (fls ). Após retornar à CPRO. CPRO 23/04/ :08 Recebimento GAB-DT 23/04/ :19 Com decisão. GAB-DT 23/04/ :19 Remessa para CPRO. 1/9

2 GAB-DT 23/04/ :18 Registrado(a) Decisão M onocrática no(a) AI Nº em 15/04/2014. Com decisão GAB-DT 03/01/ :17 Recebimento CPRO 19/12/ :37 Remessa CPRO 19/12/ :37 Conclusão. CPRO 19/12/ :36 Juntada de parecer CPRO 19/12/ :41 Autos devolvidos CPADI 28/10/ :02 Entrega em carga/vista (M inistério Público Eleitoral: ) CPADI 28/10/ :01 Liberação da distribuição. Sorteio em 25/10/2013 M INISTRO DIAS TOFFOLI CPADI 28/10/ :14 M ontagem concluída CPADI 25/10/ :38 Enviado para M ontagem CPADI 25/10/ :03 Autuado - AI nº CPADI 25/10/ :56 Recebimento SEPRO 24/10/ :59 Encaminhado para CPADI SEPRO 24/10/ :59 Documento registrado SEPRO 24/10/ :01 Protocolado Distribuição/Redistribuição Data Tipo Relator Justificativa 25/10/2013 às 14:03 Distribuição automática DIAS TOFFOLI Despacho Decisão M onocrática em 15/04/ RESPE Nº M inistro DIAS TOFFOLI Publicado em 29/04/2014 no Diário de justiça eletrônico, página 3-6 DECISÃO Trata-se de agravo de instrumento (fls ) interposto por João Paulo M enegatti contra decisão do presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC), que negou seguimento aos recursos especiais interpostos pelo ora agravante (fls e ). O Tribunal de origem desaprovou as contas de campanha do recorrente, em acórdão cuja ementa segue abaixo (fl. 136): - RECURSO - PRESTAÇÃO DE CONTAS - ELEIÇÕES CANDIDATO AO CARGO DE VEREADOR. ENTREGA EXTEM PORÂNEA DA SEGUNDA PARCIAL DE CONTAS - ERRO DE PREENCHIM ENTO EM RECIBOS ELEITORAIS - FALHAS FORM AIS. - EQUÍVOCO NA ESCRITURAÇÃO DE RECIBO ELEITORAL REFERENTE À DOAÇÃO ESTIM ÁVEL EM DINHEIRO - ERRO NO PREENCHIM ENTO - SUPOSTA REALIZAÇÃO DE DESPESA APÓS A DATA DO PLEITO - COM PROVADO TRATAR-SE DE QUITAÇÃO 2/9

3 DE DESPESAS REALIZADAS EM CAM PANHA - IRREGULARIDADES QUE NÃO COM PROM ETEM AS CONTAS. - ABERTURA EXTEM PORÂNEA DE CONTA BANCÁRIA ESPECÍFICA DE CAM PANHA - AUSÊNCIA DE M OVIM ENTAÇÃO FINANCEIRA ANTERIOR - IRREGULARIDADE FORM AL - PRECEDENTE. - AUSÊNCIA DE TERMOS DE DOAÇÃO RELATIVOS À CESSÃO DE BENS MÓVEIS E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÁBEIS - PAGAMENTO DE DESPESAS EM DATAS ANTERIORES ÀS DE EMISSÃO DAS CORRESPONDENTES NOTAS FISCAIS - FALTA DE COMPROVAÇÃO DA ORDEM E DA DISTINAÇÃO DE CHEQUES EMITIDOS - AUSÊNCIA DE DOCUMENTAÇÃO FISCAL COM PROBATÓRIA - CONCILIAÇÃO BANCÁRIA PREJUDICADA - IM POSSIBILIDADE DE AFERIÇÃO DA TOTALIDADE DE VALORES M OVIM ENTADOS PELO CANDIDATO - M ANUTENÇÃO DA SENTENÇA - DESAPROVAÇÃO DAS CONTAS - DESPROVIM ENTO. Seguiu-se a interposição de recurso especial (fls ), no qual o recorrente alegou, em síntese: a) afronta ao artigo 5º, caput, da Constituição Federal de 1988 (fls ); b) que "realmente existe erro claro nos recibos preenchidos nas fls. 37 e 38 do presente procedimento, o que ocorreu e é facilmente percebido, mas não pode tal equívoco que tão facilmente se percebe e se corrige, prejudicar o candidato. Tal erro foi reconhecido no próprio recurso como sendo incapaz de rejeitar as contas do recorrente" (fl. 151); c) que "[...] uma singela análise, percebe-se que o recibo n , referente à doação de perfurados [sic] e adesivos, encontra-se acostada nas fls. 34, enquanto que a nota fiscal de compra encontra-se anexa nas fls. 66" e que "o recibo de n , está acostado nas fls. 39 e faz menção a doação de 5000 santinhos, tendo como nota fiscal de tal produto, anexa as fls. 67" (fl. 152); d) que "[...] o laudo técnico de fls. 98, mais precisamente no `verso, no item 3.2 (DESPESAS), faz menção sobre despesas realizadas após o pleito, contudo apresenta a data de 01 de outubro de 2012, ou seja, seis dias antes da eleição" e que " [...] usando da lógica, boa vontade e adequação, coisa que faltou ao laudo técnico, acreditamos ter este se referido ao dia 15 de outubro de (fl. 153); e) que "a confusão feita no laudo técnico é em virtude de o analista não ter se atentado de ser o cheque de R$ 2.457,00 (dois mil, quatrocentos e cinquenta e sete reais), um cheque calção. O valor deste cheque, como anteriormente explanado, foi o planejamento de gastos inicial do candidato para combustíveis. Tal valor foi superado em apenas R$ 544,00 (quinhentos e quarenta e quatro reais)" (fl. 156); f) que " [...] o prazo de entrega da prestação de contas referente à 2ª parcial, realmente não foi cumprido, sendo entregue tal relatório somente no dia 04 de setembro de 2012, fora do prazo fixado no art. 60 da Resolução TSE n /2012.", pois "tal atraso aconteceu em função de ter ocorrido no 1º, 2º e metade do dia 3 de novembro, 3/9

4 problemas no sistema de comunicação (internet) do Escritório Contábil e pelo excesso de serviços prestados pelos mesmos no período eleitoral [...]" (fls ); g) que "a razoabilidade, a proporcionalidade, a isonomia, a igualdade garantem ao candidato recorrente o direito de ter suas prestações por estes fatos aceitas, ou devem todos os demais candidatos terem suas contas rejeitadas" (fl. 159); h) que "todos os demais candidatos usaram dos mesmos fundamentos, baseados na mesma Nota Fiscal (fls. 97), onde o Escritório Contábil DIRCEU RONNAU especificou o serviço como `serviços contábeis prestados referente às Eleições 2012, com valor total de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), emitida em 05 de outubro de 2012" (fl. 160); i) que "[...] necessário frisar-se que todos os candidatos utilizaram-se de tal justificativa, tendo somente o recorrente as contas rejeitadas" (fl. 160); j) "[...] não houveram despesas após a eleição, mesmo porque, não haveria motivos para tal. O que ocorreu foram pagamentos de despesas feitas durante a campanha após o pleito" (fl. 160); k) que "[...] a cártula bancária n , na importância de R$ 2.457,00 (dois mil, quatrocentos e cinquenta e sete reais), foi DEVOLVIDA por insuficiência de fundo, como anteriormente declarado e comprovado pelos extratos de contas nas fls. 28/30" e que "tal cártula foi substituída pela cártula bancária n na importância de R$ 3.001,00 (três mil e um reais) no dia 15 de outubro, de acordo com a NF de fls. 44" (fls ); l) que "a segunda cártula no valor de R$1.820,00 (hum mil oitocentos e vinte reais) foi utilizada para pagar a empresa DANIEL RODRIGO SITTA - PROPAGANDA M E, conforme extrato de contas nas fls. 28/30.", pois "em virtude da devolução desta cártula, outra foi confeccionada no lugar desta, com um desconto de R$ 50,00 (cinquenta reais), pois eram os últimos valores existentes na conta de campanha no momento da emissão do cheque" (fl. 162); m) "assim, na data de 05 de outubro através da cártula bancária n o valor de R$ 1.770,00 (um mil setecentos e setenta reais) foi pago, quitando-se integralmente a dívida do candidato com o fornecedor, comprovado aqui pela Nota Fiscal de fls. 43" (fl. 162); n) que "[...] o valor descrito na nota fiscal foi pago exatamente na mesma data de sua emissão (fls. 29 e 73/77), ou seja, no dia 05 de outubro de 2012." e "quanto à nota fiscal de fls. 45, realmente o valor foi pago antecipado" (fl. 163); e o) que o atraso na abertura de contas ficou demonstrado pela declaração do Banco do Brasil anexa (fls. 72), bem como pelo laudo técnico que reconhece a ausência de culpa do candidato (fls v). 4/9

5 O recurso especial (fls ) foi inadmitido pelo presidente do Tribunal a quo (fls ) sob os fundamentos de que o recorrente não demonstrou existência de afronta a qualquer artigo da Constituição Federal ou de lei, que pretendia o reexame do conjunto probatório dos autos e de que não foi demonstrada a pretensa divergência jurisprudencial. João Paulo M enegatti interpôs, então, o presente agravo de instrumento (fls ). A Procuradoria-Geral Eleitoral opina pelo desprovimento do agravo (fls ). É o relatório. Decido. O agravo não merece prosperar. Inicialmente, no que tange à hipótese de cabimento prevista no art. 276, I, b, não ficou devidamente demonstrada a divergência jurisprudencial. O agravante cingiu-se a transcrever ementa de julgado, sem, no entanto, fazer o cotejo analítico com a decisão impugnada, impossibilitando a aferição da similitude fática. A simples transcrição de ementas de julgados não é suficiente para a configuração da divergência jurisprudencial. Quanto à hipótese de cabimento prevista no art. 276, I, a, do Código Eleitoral, o agravante não demonstrou claramente a ocorrência da violação legal. Não basta indicar os dispositivos de lei federal, é necessário que se demonstrem, de forma inequívoca e clara, os motivos pelos quais as normas constitucionais e infraconstitucionais foram ofendidas. O agravante não preencheu, assim, nenhum dos pressupostos de admissibilidade do art. 276, I, a e b do Código Eleitoral. Incide na espécie a Súmula nº 284 do STF. Ainda que superados os referidos óbices, no mérito o recurso não teria condição de êxito. O Tribunal Regional Eleitoral de Santa Catarina (TRE/SC), soberano na análise das provas, ao desaprovar as contas do ora agravante, assim se manifestou (fls ): 5/9

6 O recorrente teve suas contas rejeitadas, com fulcro no art. 30, III, c/c o 51, III, da Resolução TSE n , de 1º , por não ter elidido as inconsistências detectadas no relatório técnico,a saber: 1) atraso na entrega da segunda parcial de contas; 2) erro de registro na data de cessão de veículos nos respectivos recibos; 3) abertura extemporânea da conta bancária de campanha; 4) ausência dos termos de doação relativos à cessão dos bens móveis registrados nos recibos de n e 0006; 5) ausência de termo de doação referente à prestação de serviços contábeis; 6) pagamento de despesas em datas anteriores às de emissão das notas fiscais; 7) realização de despesas após as eleições e 8) falta de comprovação da origem e da destinação dos cheques de n e , emitidos nos valores de R$ 2.457,00 e R$ 1.820, No que concerne à divergência apontada no item 1, trata-se de defeito formal que não possui o condão, por si só, de levar à rejeição das contas, a teor de reiteradas decisões deste Tribunal. 2. A segunda impropriedade diz respeito à divergência entre as datas consignadas nos termos de cessão para o uso de veículos em campanha ( ) e nos correspondentes recibos eleitorais ( ), que, segundo afirma o candidato, seria decorrente de equívoco no preenchimento, uma vez que restou lançada a data prevista para o término da cessão. M ais uma vez, conquanto configure infração ao disposto no art. 4º da Resolução TSE nº /2012, constitui falha relevante a ponto de ensejar a desaprovação das contas. 3. Constou, ainda, apontado no relatório técnico, o atraso de dez dias na abertura de conta bancária, após a concessão do CNPJ, falha esta que, por se tratar de defeito verificar que não houve movimentação financeira no período em questão [Precedente: Ac n , de , rel. Juíza Cláudia Lambert de Faria]. 4. No que se refere à irregularidade constatada no item 4, efetivamente não há como ser afastada, uma vez que não trouxe o candidato os termos de doação das receitas estimáveis em dinheiro que custearam os materiais impressos de campanha, tendo se limitado a apresentar notas fiscais dos serviços prestados emitidas em nome do candidato majoritário Bruno Linhares Bortoluzzi, restando, portanto, ausente documentação hábil necessária à sua elisão. 5. De igual modo, em relação ao item de n. 5, tem-se por inexistente termo de doação estimável em dinheiro referente à prestação de serviços contábeis, porquanto a nota fiscal coligida à fl. 97 somente se presta a demonstrar que a referida despesa também teria sido arcada pela candidatura majoritária. 6. No cotejo entre as informações contidas nas notas fiscais de fls. 43 e 45 e os extratos bancários, apurou-se que teriam sido quitadas as pertinentes despesas em datas anteriores às de emissão dos documentos contábeis. Na tentativa de elucidar a questão, afirma o candidato que a data de emissão da nota fiscal relativa aos serviços de propaganda, acostada à fl. 43, seria a mesma daquela em que foi efetivado o pagamento, qual seja, , e que a divergência no valor de R$ 0,50 aferida, corresponderia ao desconto recebido pelo prestador de serviço. Ainda que superável esta falha, permanece de qualquer forma a irregularidade no registro contábil em razão do pagamento antecipado da despesa declarada na nota fiscal de fl. 45, consoante reconhece o próprio candidato, não sendo possível legitimar a ideia de que teria sido ela emitida como garantia de pagamento (fl. 118). 7. Por se confundirem as irregularidades remanescentes serão analisadas em conjunto, uma vez que as supostas despesas realizadas após a data das eleições relacionam-se diretamente à emissão de cheques, suja origem, finalidade e destinação não teriam sido suficientemente esclarecidas pelo prestador das contas. Quanto a este ponto, justificou o candidato que estaria comprovada, por meio das declarações de fls e das notas fiscais de fls , a origem e a destinação dos cheques de n e , emitidos nos valores de R$ 2.457,00 e R$ 1.820,00, respectivamente. Explicita que ambos teriam sido devolvidos por insuficiência de fundos, mas posteriormente, substituídos: o primeiro pelo cheque de n , na importância de R$3.001,00, destinado à quitação das despesas com combustível; o segundo, pelo cheque de n , no valor de R$ 1.770,00, utilizado para pagamento de serviços 6/9

7 prestados pela empresa Daniel Rodrigo Sitta - Propaganda M E, quantia esta menor por lhe ter sido concedido, na ocasião, o desconto de R$50,00. Segundo, ainda, o candidato, o cheque de n , no valor de R$2.457,00 teria sido dado em caução ao Auto Posto M arca Ltda, a título de garantia e representaria o valor inicialmente estimado para as despesas nesta rubrica, importância que, ao final, teria sido superada em R$ 544,00, razão pela qual teria sido substituído pelo cheque de n , no montante de R$ 3.001,00, que, afirma corresponder ao total desembolsado com combustível na campanha, quitando a despesa em Por fim, consigna que teria "gasto até o dia a importância de R$ 1.754,60 em combustível, e outros R$ 1.246,40 até o dia ", anexando, para comprovar, as autorizações de abastecimento. À vista dos esclarecimentos e documentação apresentada, a analista técnica considerou que não seriam suficientes para elidir a impropriedade em exame, conforme parecer final, em que se destacam as seguintes conclusões: Assim, foram analisados os documentos entregues, onde constatou divergências quanto às explicações do requerente (fls. 58 a 60) e os dados contidos nas referidas autorizações de abastecimento, pois, até o dia 21/09/2012, foram autorizados o abastecimento de 620 litros de gasolina, o que convertidos em espécies somariam R$ 1.754,60 (mil setecentos e cinquenta e quatro reais e sessenta centavos), ou seja, contradizendo o valor de R$ 2.457,00 (dois mil quatrocentos e cinquenta e sete reais) declarados. Também foram somados os comprovantes emitidos depois desta data, sendo o resultado fruto de nova contradição, pois encontrou-se o número de 440 litros, que convertido somam R$ 1.245,20 (um mil duzentos e quarenta e cinco reais e vinte centavos), ou seja, bem distante dos R$ 544,00 (quinhentos e quarenta e quatros reais) declarados para este período. Dessa forma, não há como dissentir do parecer técnico conclusivo, por persistirem as inconsistências aludidas. Consigna-se, ainda, que não houve possibilidade de se realizar conciliação bancária, em razão exatamente das divergências apuradas. Por evidente, a explicação relativa à permuta do cheque de n , no valor de R$ 1.770,00, não possui plausibilidade, pois não passa de tentativa para justificar a incorreção do procedimento por ele adotado, mormente porque não conseguiu demonstrar por meio de documentação hábil a destinação do recurso. Além disso, se houve a efetiva substituição dos cheques, deveria ter o candidato providenciado, de igual modo, a troca das competentes notas fiscais, de modo a corroborar a sua versão, o que, na espécie, tampouco ocorreu. Por fim, no tocante ao pagamento de despesas após a data do pleito, possível constatar que se refere aos gastos realizados durante a campanha eleitoral para fornecimento de combustível, cuja quitação se deu em data posterior ao pleito - como já relatado -, a qual, todavia, não constitui infringência ao disposto no art. 29 da Res. TSE n /2012, que alude a despesas contraídas e não pagas até o dia das eleições. Não obstante, o candidato não logrou comprovar a integralidade da movimentação dos recursos em conta corrente, tampouco sua efetiva destinação, tendo o procedimento por ele adotado contrariado as disposições de regência. A propósito, como muito bem sublinhou o Juz eleitoral, em sua sentença de fl. 101: [...] há notável divergência entre os valores que alegadamente se gastou a título de combustível com aquele que está regularmente comprovado nos autos. Ainda que a somatória de ambos os valores seja semelhante (R$ 1.754,60 + R$ 7/9

8 1.245,00 e R$ 2.457,00 + R$ 544,00), a prestação de contas não é mera formalidade: deve espelhar a realidade dos gastos de campanha, a tempo e modo, tolerando-se apenas diferenças insignificantes, o que não é o caso dos autos. [grifos no original] Desse modo, entendo que não há como desconsiderar essa lacuna que, somadas às demais inconsistências remanescentes - ainda que de menor impacto -, compromete a cofiabilidade das contas, não sendo os esclarecimentos e dados trazidos pelo candidato suficientes a infirmar as conclusões do parecer técnico. Ante o exposto, conheço do recurso e a ele nego provimento, para manter incólume a decisão proferida pelo Juízo da 43ª Zona Eleitoral - Xanxerê, que rejeitou as contas de campanha de João Paulo Menegatti relativas ao pleito de É como voto. Os vícios citados no acórdão regional comprometem a regularidade das contas de campanha, ensejando sua desaprovação, uma vez que impediram a fiscalização da Justiça Eleitoral, comprometendo a transparência e a lisura da prestação de contas. Nesse sentido, cito os seguintes precedentes: AGRAVO REGIM ENTAL. AGRAVO DE INSTRUM ENTO. ELEIÇÕES CANDIDATO. DEPUTADO ESTADUAL. CAM PANHA ELEITORAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS. IRREGULARIDADES GRAVES. REJEIÇÃO. RECURSO ESPECIAL. ACERVO FÁTICO- PROBATÓRIO. REEXAM E. IM POSSIBILIDADE. FUNDAM ENTOS NÃO INFIRM ADOS. DESPROVIM ENTO. 1. É inviável o reexame do acervo fático-probatório em sede de recurso especial, a teor da Súmula-STF nº A existência de falhas que comprometam a regularidade da prestação de contas impõe a sua rejeição. 3. Fundamentos da decisão não infirmados. 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgR-AI nº 10967/RJ, rel. M in. M arcelo Ribeiro, DJe de ); AGRAVO REGIM ENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAM PANHA. VÍCIOS INSANÁVEIS. FUNDAM ENTO NÃO ATACADO. SÚM ULA Nº 182/STJ. DESPROVIM ENTO. 1. As falhas apontadas pela Corte Regional - em especial a não apresentação de recibos eleitorais, a existência de valores que não transitaram em conta bancária, bem como a omissão de receitas e despesas - comprometem a regularidade das contas de campanha e ensejam a sua desaprovação. [...] 3. Agravo regimental desprovido. (AgR-REspe nº /SP, DJe de , rel. M in. M arcelo Ribeiro); e 8/9

9 AGRAVO REGIM ENTAL. RECURSO ESPECIAL. PRESTAÇÃO DE CONTAS DE CAM PANHA. VÍCIOS INSANÁVEIS. FUNDAM ENTO NÃO ATACADO. SÚM ULA Nº 182/STJ. DESPROVIM ENTO. 1. As falhas apontadas pela Corte Regional - em especial a não apresentação de recibos eleitorais, a existência de valores que não transitaram em conta bancária, bem como a omissão de receitas e despesas - comprometem a regularidade das contas de campanha e ensejam a sua desaprovação. 2. Para que o agravo obtenha êxito, é necessário que os fundamentos da decisão agravada sejam especificamente infirmados, sob pena de subsistirem suas conclusões. 3. Agravo regimental desprovido. (AgR-REspe nº /SP, rel. M in. M arcelo Ribeiro, DJe ). Ademais, para dissentir do entendimento firmado pelo Tribunal de origem e declarar que as falhas apontadas no decisum não comprometem a regularidade das contas, seria necessário o reexame de fatos e provas, inviável em sede extraordinária, a teor das Súmulas nos 7 do STJ e 279 do STF. Ante o exposto, conheço do agravo para negar seguimento ao recurso especial, nos termos do art. 36, 6o, do RITSE. Publique-se. Brasília/DF, 15 de abril de M inistro Dias Toffoli, relator. 9/9