Manejo Integrado de Doenças
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- Ana Caminha Clementino
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1 Centro Universitário do Triângulo de Doenças Agronomia 5º período Professor: João Eduardo Ribeiro da Silva O objetivo no passado era exterminar completamente pragas e doenças das lavouras O uso de produtos químicos com alta toxicidade, baixa especificidade e baratos favoreciam este tipo de manejo. EXEMPLO: BHC, DDT (inseticidas) Benzeno-hexa-clorado DDT - Dicloro-Difenil-Tricloroetano O uso indiscriminado provocou sérias perturbações no ecossistema agroecossistema Seleção de indivíduos resistentes Ressurgimento de espécies anteriormente controladas Surtos de pragas de importância historicamente secundária Diminuição de espécies benéficas Efeitos deletérios em animais e homens Acúmulo no solo, água e alimentos 1
2 Paralelamente houve grande avanço em outras áreas, como a entomologia florestal. O alto custo do controle químico fez com que: Houvesse desenvolvimento do controle biológico: predadores, parasitóides e controle populacional Maior conhecimento da ecologia e dinâmica populacional de insetos manutenção dos insetos em níveis economicamente aceitáveis Controle Integrado Início das décadas de 50, Conceito mais amplo de controle de agentes nocivos O controle integrado é definido como um sistema de manejo de organismos nocivos que utiliza todas as técnicas e métodos apropriados de maneira mais compatível possível para manter as populações de organismos nocivos em níveis abaixo daqueles que causam injúria econômica (FAO, 1968) Controle Integrado Não é apenas a sobreposição de duas técnicas de controle (ex.: químico e biológico), mas a integração de todas as técnicas de manejo. Fatores que contribuiram: Falhas de programas de erradicação química Abordagem econômica controle se tornou mais caro Maior consciência ecológico-social Uma filosofia mais abrangente, o manejo integrado de pragas (Geiser, 1966), começou a ser desenvolvida Alguns anos depois, o termo manejo integrado de doenças MID foi proposto (Chiarappa, 1974) 2
3 Utilização de todas as técnicas disponíveis dentro de um programa unificado, de tal modo a manter a população de organismos nocivos abaixo do limiar de dano econômico e a minimizar os efeitos colaterias deletérios ao ambiente (NAS, 1969) 1. Determinar como o ciclo de um patógeno precisa ser modificado, de modo a mantê-lo abaixo do limiar de dano econômico 2. Combinar conhecimento biológico com tecnologia disponível p/ alcançar a modificação necessária ecologia aplicada 3. Desenvolver métodos de controle adaptados às tecnologias disponíveis, compatíveis com aspectos econômicos e ecológico-sociais Procura-se com o manejo integrado evitar a síndrome do pesticida: a falha do controle químico é remediada pela intensificação do controle químico E também a síndrome da resistência: a vulnerabilidade genética a doenças é combatida com genes que aumentam a vulnerabilidade genética a doenças O conceito de é: Nível de ataque do organismo nocivo no qual o benefício de controle iguala a seu custo É a base do 3
4 Linha de progresso da incidência foliar da ferrugem asiática na soja 2ª safra Limiar de Ação Controle Supervisionado Além do LDE, existe o limiar de ação: a severidade da doença na qual medidas de controle necessitam ser tomadas para impedir que o limiar de dano econômico seja excedido Determinado em função do tempo necessário para se tomar uma medida de controle, mais o tempo para esta cessar a doença racionalização no uso de fungicidas baseado na monitoração da doença e no limiar de dano econômico Controle supervisionado x calendário fixo?? Controle Supervisionado Manejo x Controle Controle transmite a idéia de grau de dominância, que é inatingível pelo homem Manejo admite que os patógenos são componentes inerentes do agroecossistema e que devem ser tratados numa base racional e contínua Manejo baseia-se no princípio de manter a doença abaixo do limiar de dano econômico, e não erradicá-la 4
5 Benefícios do MID 1. Maior estabilidade da produção 2. Padronização dos procedimentos de MID 3. Rapidez e flexibilidade na resposta a surto epidêmicos 4. Menor agressão ao meio ambiente Exemplo: Cultura da batata, nematóide Heterodera rostochiensis e o nematicida de pré-plantio D-D: Procedimento: amostragem do solo e contagem do número de ovos por grama de solo Decisão sobre a viabilidade ou não de aplicar Informações necessárias: Função de dano: Dano com a injúria. Cada ovo de H. rostochiensis por grama de solo reduz a produção de batata em 0,1 ton/ha determinado experimentalmente Informações necessárias: Preço do produto: por exemplo, $40 por tonelada de batata Função de controle: diminuição do patógeno após a medida de controle. Exemplo: 80% de redução após a aplicação do nematicida Assim, define-se as seguintes variáveis: 1) θ = nível de ataque (nº ovos/g de solo) 2) d: nível de dano (ton perdidas/nº ovo/g solo) 3) p: preço da batata/ton 4) k: redução do patógeno com o nematicida (%) 5) c: custo da aplicação/há pdθk > c 5
6 Considerações sobre o LDE Substituindo: Logo, θ = c/pdk Envolve apenas considerações de ordem econômica... Não envolve riscos ambientais Incerteza na relação injúria-dano para muitas doenças θ = 100/40 x 0,1 x 0,8 = 31 ovos/g de solo Interações entre patógenos (Johnson, 1990) sem interação, mais-que-aditiva, menos-queaditiva Considerações sobre o LDE MID Diferentes LDE dependendo do estágio de desenvolvimento da planta MANEJO INTEGRADO DE DOENÇAS Conceito desenvolvido tendo por base a ocorrência de uma doença por vez, o que não se observa na prática Aplicação mais difícil da fitopatologia Mais simples no manejo de doenças!!!! Manejo... Manejo... Exige conhecimentos de difícil acesso ao produtor, como o funcionamento do ecossistema Monitoração constante da população de patógenos cara e trabalhosa 6
7 Integração... Mais simples e requer ações concentradas Uso harmônico de múltiplas táticas de proteção de plantas Tecnologias capazes de reduzir instantaneamente as populações de organismos nocivos quimicos principalmente MID Todos os problemas para a aplicação do MID vem do componente manejo LDE: não se aplica à maioria das doenças por não ser possível evitar a injúria... Doenças: Impossibilidade prática de quantificar propágulos antes da infecção (exemplo: esporos) Presença de propágulos no solo ou no ar não é condição exclusiva p/ ocorrer doença Insetos: Contagem de ovos, larvas, etc... Na prática, LDE para doenças é igual a injúria (% da planta atacada) Problema... Essa porcentagem não regride com o controle Outros problemas... Patógenos explosivos, como Phytophtora infestans; esperar os sintomas pra depois realizar o controle pode significar perda total da lavoura Período de incubação longo, como Hemileia vastatrix; 10% de injúria hoje pode significar 3x mais em alguns dias 7
8 Sistemas de previsão de doenças: Por praticidade, usa-se como LDE a % de injúrias, associado a ferramentas p/ tomada de decisão de aplicar ou não Exemplo: EPIPRE diversas doenças no trigo Sistemas de previsão de doenças: Período crítico: leva em consideração acúmulo num sistema de pontos baseado em T e período de molhamento, recomendando o trat. químico sempre que determinado nº de pontos for excedido Exemplo: BLITECAST patossistema batata/phytophtora infestans Barreiras encontradas... Baixa nível de adoção pelos produtores apenas 20% confiavam nas recomendações do sistema EPIPRE no auge do seu uso? 8
9 Barreiras encontradas... Considerável uso durante a fase de desenvolvimento na Europa, quando os produtores não precisavam pagar. Depois cobravase o uso e a adesão diminuiu. Em contraposição, os fungicidas eram muito baratos Outras considerações Outras considerações O controle biológico é vital no manejo de pragas, porém menos evidente em fitopatógenos Os fungicidas são menos agressivos ao meio ambiente A conservação de inimigos naturais e a modificação do habitat tem pouca expressão no manejo de patógenos Fungicidas de largo espectro: o papel desempenhado por outros microrganismos é de menor importância. Surtos de organismos secundários são menos comuns Outras considerações Concluindo Dentro do contexto da fitopatologia: Dar maior ênfase ao componente integração do que ao componente manejo Procurar sempre a maior interação entre os métodos de controle (cultural, físico, biológico, químico) 9
10 Concluindo Evitar a síndrome da bala de prata: Todos os problemas fitossanitários podem ser solucionados, de uma vez e para sempre, caso a tática ideal de controle seja achada Concluindo Foi o que ocorreu no passado com: Pesticidas (DDT, BHC) Modelos e computadores Biotecnologia Concluindo Calendário fixo de aplicações (estratégia preferida do produtor) Utilizar com modificações (Calendário semifixo) Manter ao máximo a simplicidade e confiabilidade Atrasar a primeira aplicação e/ou espaçar as subsequentes (condições de clima e inóculo) Concluindo Utilizar limiar biológico de dano (LBD) Parcelas controle com variedades suscetíveism para monitoração Componente preventivo de controle: pulverizações mais cedo e com doses menores 10
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