O que é sensibilidade espiritual?
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- Alícia Sintra Duarte
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2 Capítulo 01 O que é sensibilidade espiritual? É muito comum confundirmos sensibilidade espiritual com mediunidade. Isso ocorre devido ao fato de Allan Kardec ter classificado, durante a codificação do Espiritismo, todo tipo de relação com o mundo espiritual como uma forma de mediunidade. Tudo bem! Isso não está necessariamente errado. Mas o que quero dizer é que nem toda percepção do mundo espiritual ou da realidade energética à nossa volta envolve a comunicação direta com os espíritos. Além disso, o fato de todos possuírem um certo grau de sensibilidade espiritual, não significa que todos estejam aptos a serem intermediários dos espíritos, ou seja, médiuns. Portanto, podemos e devemos desenvolver nossa sensibilidade espiritual, independente de sermos médiuns ostensivos ou não, pois existem vários benefícios que esse desenvolvimento pode trazer. Mediunidade Classifico como sendo a capacidade parapsíquica ou paranormal, porém natural, de entrarmos em comunicação direta com consciências extrafísicas espíritos desencarnados servindo como intermediários. É exatamente isso o que o termo médium significa, de acordo com o Espiritismo: intermediário. Portanto, o médium é o intermediário dos espíritos durante a comunicação mediúnica. A partir deste entendimento, está óbvio que nem todas as pessoas podem ser consideradas 11
3 médiuns, pois nem todo mundo apresenta as condições psicofísicas e energéticas necessárias para que o fenômeno mediúnico ocorra. Acontece que, ainda segundo o Espiritismo, toda pessoa sente, em maior ou menor grau, a influência dos espíritos. Portanto, todos seriam médiuns, em um certo grau. Isso tem gerado uma confusão! Afinal, todo mundo é médium ou não? De acordo com a conceituação kardequiana: 159. Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações. As principais são: a dos médiuns de efeitos físicos; a dos médiuns sensitivos, ou impressionáveis; a dos audientes; a dos videntes; a dos sonambúlicos; a dos curadores; a dos pneumatógrafos; a dos escreventes ou psicógrafos. O Livro dos Médiuns. Como vimos, Kardec começa com um conceito mais amplo sobre o que é mediunidade, para depois afirmar que ( ) só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes (...). Sob este ponto de vista, somos obrigados a considerar que apenas uma mínima parcela da humanidade é composta por médiuns, ou seja, indivíduos cuja mediunidade se apresente de forma ostensiva e com efeitos patentes. Como ficou claro, nem todo mundo deve ser classificado como médium (no sentido ostensivo da palavra), apesar do fato de todos, 12
4 em maior ou menor grau, sentirem a influência dos espíritos. Médium, propriamente dito, é a pessoa que oferece condições de servir como intermediária dos espíritos de forma ostensiva (passível de ser analisada, diagnosticada, etc.), como ocorre nas sessões de psicografia, pintura mediúnica, incorporação, entre outras modalidades mediúnicas. Por outro lado, todos podemos sentir a influência ou perceber a presença, em maior ou menor grau, de espíritos desencarnados em um ambiente. Esse tipo de fenômeno é uma capacidade parapsíquica, paranormal, mas não necessariamente uma mediunidade ostensiva. Portanto, seria uma mediunidade light, que pode ser treinada e desenvolvida, mas isso não garante que a pessoa poderá se tornar médium de psicografia mecânica, por exemplo. Sensibilidade espiritual Na abordagem que quero apresentar, a sensibilidade espiritual seria uma capacidade mais ampla que a mediunidade. Consciente ou inconscientemente, seria a capacidade de: a) Perceber a presença de espíritos e a realidade dos planos mais sutis da existência; b) Perceber a influência das energias que nos circundam, sejam elas oriundas diretamente de espíritos desencarnados e encarnados, da natureza ou agregadas em ambientes; c) Servir como médium d) Se conscientizar, cada vez mais, da realidade espiritual de si mesmo; e) Em um nível mais profundo e direto, conhecer a Consciência que existe em tudo e em todos. A Realidade. Vamos analisar um pouco cada uma dessas capacidades. É óbvio que o assunto é muito mais amplo e complexo do que vou expor aqui, mas espero oferecer uma base para que cada leitor possa buscar um caminho de aprofundamento. 13
5 a) Percepção de espíritos De acordo com a doutrina espírita, todos sentimos, em maior ou menor grau, a influência dos espíritos e do mundo espiritual. Portanto, para o Espiritismo, todos podem ser considerados, de forma genérica, médiuns, apesar de Kardec ter preferido classificar como médium apenas quem apresenta essa faculdade de forma ostensiva, ou seja, patente e até certo ponto verificável. Eu prefiro classificar essa percepção da realidade espiritual mais sutil como uma capacidade parapsíquica ou paranormal. É uma capacidade que toda pessoa tem e que se expande para além dos limites comuns ou das nossas percepções normais dos cinco sentidos. Daí vem o uso do prefixo para antes de normal. Apesar de todos possuírmos essa capacidade, ela se apresenta em variadas graduações e níveis de lucidez. Ou seja, uns podem ter uma percepção nítida de um espírito, ao entrar em um ambiente, chegando a ver como ele se apresenta em sua forma astral (perispiritual). Às vezes acontece de os menos experientes confundirem os desencarnados com os encarnados, tamanha a nitidez é a clarividência bastante desenvolvida. Outros sensitivos podem não perceber com essa nitidez, mas sentem algo próximo a eles; às vezes, podem perceber a presença de alguém, mas não conseguem ter a percepção da forma de maneira nítida é uma clarividência sem forma. Outros, ainda, podem não ver o espírito, mas sentem uma emanação energética os envolvendo... agradável ou desagradável. Em muitos casos, cuja percepção é ainda mais vaga, a pessoa pode ter a sensação nítida de estar sendo observada, sem ver ninguém por perto. Em outros casos, a clarividência pode ser intramental, ou seja, uma imagem oriunda do plano espiritual surge na tela mental do sensitivo. O mesmo pode ocorrer no sentido de ouvir vozes. Obviamente que não me refiro, aqui, aos casos de pura alucinação ou delírios esquizofrênicos, que são patologias que podem ou não estarem associadas ao fenômeno paranormal ou ao mediúnico. Essa sensibilidade ao mundo espiritual pode ser treinada, mesmo 14
6 que a pessoa não seja médium ostensiva. Conforme explica o pesquisador espiritualista e filósofo Alberto Cabral, (...) podemos treinar, por exemplo, os centros eletromagnéticos do corpo, aquilo que as pessoas conhecem como chakras (do sânscrito, rodas). Podemos treinar o chakra frontal, chamado de terceiro olho, que não é algo físico, fisiológico, mas uma maneira do campo eletromagnético do corpo se comportar, gerando esse vórtice. Então, podemos treiná-lo a fim de gerar uma afazia local, uma descoincidência, o que permite ter uma percepção espiritual aguçada, gerando um fluxo de informação do plano espiritual diretamente para o cérebro, por meio do espírito, sem usar o sistema óptico. Portanto, a sensibilidade extrafísica ou paranormal é um potencial que pode ser treinado e desenvolvido com disciplina e técnica, sem perigo algum se a pessoa for orientada por quem entende do assunto e se o praticante tiver seriedade e boas intenções, afinal, cada um atrai o que procura... Mesmo que a pessoa não consiga enxergar um espírito por meio da clarividência, ainda assim ela pode entrar em comunicação telepática com ele. Neste caso, o sensitivo capta a ideia e a interpreta conforme sua capacidade intelectual ou moral. Isso ocorre com quase todo mundo. Por ser uma relação espiritual muito sutil, vaga, é difícil de ser percebida conscientemente. Somente o autoconhecimento e a experiência farão com que cada um consiga distinguir o que é ideia sua das ideias sugeridas por entidades extrafísicas. Podemos receber sugestões tanto dos espíritos benfeitores quanto de espíritos assediadores ou obsessores. Tudo depende da nossa sintonia espiritual. Geralmente, este fenômeno ocorre de forma espontânea e inconsciente. Este tipo de sensibilidade espiritual se encaixa na classificação kardequiana de médiuns sensitivos (inspirados) e intuitivos. Isso, repito, se considerarmos este fenômeno comum e corriqueiro como uma espécie de mediunidade. Porém, se considerarmos a mediunidade apenas quando ela se apresenta de forma ostensiva, então, este tipo de fenômeno não seria bem uma mediunida- 15
7 de, mas um simples fenômeno paranormal envolvendo consciências extrafísicas (espíritos). b) Percepção energética Tudo está, o tempo todo, em constante troca energética. A própria natureza é um vasto campo energético. As pessoas, encarnadas e desencarnadas também estão o tempo todo captando, consumindo e emanando energia. Captamos energia dos alimentos, do ar, do Sol e da natureza em geral. Essa energia é transformada, em nosso corpo, em energia vital (também conhecida como prana, chi, axé, fluido vital, etc.). Portanto, nosso corpo é repleto de fluido vital e, sem ele, a vida biológica seria impossível. Mesmo nossos corpos mais sutis como o corpo astral (perispírito) estão carregados de energia vital, porém, de um padrão de densidade diferente da energia vital diretamente responsável pela manutenção do corpo. O fato de estarmos irradiando energia constantemente, por meio de incontáveis núcleos energéticos (chakras), gera um campo energético ao nosso redor. Esse campo energético recebe uma assinatura, uma qualidade, que será de acordo com o que pensamos e sentimos o tempo todo ou seja, é o espírito que imprime a qualidade de suas energias. Esse campo, que vai desde o nível energético denso (conhecido como duplo-etérico ou campo bioeletromagnético) ao espiritual é chamado de aura. Os espíritos desencarnados também possuem uma aura, porém mais sutil, pois como eles não têm mais o corpo físico, não possuem o duplo-etérico, que é o campo bioelétrico intrínseco ao corpo carnal. Quando interagimos ou simplesmente nos aproximamos de outras pessoas, ocorre não apenas uma relação física, mas, acima de tudo, uma relação áurica. Por isso, muitas vezes temos uma sensação desagradável ou agradável quando chegamos perto de alguém. É porque está ocorrendo uma interação áurica, desde os níveis mais sutis ao energético. Por isso é comum a pessoa muito sensível se sen- 16
8 tir mal após simplesmente se aproximar de pessoas muito negativas e desequilibradas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. Podemos ter diversas sensações, que variam de acordo com o tipo de espírito que estivermos em sintonia: agradável e tranquilizante; estimulante; desagradável e perturbador... Nem sempre é perceptível conscientemente. Esse processo ainda pode ocorrer ao entrarmos em um ambiente cuja assinatura energética deixada no local é desagradável. Mesmo que não haja ninguém, o sensitivo irá se sentir mal, pois as pessoas que frequentam um ambiente deixam sua assinatura energética lá. Daí a importância de aprendermos técnicas de harmonização da aura (práticas bioenergéticas) ou mesmo de frequentarmos um local espiritualista. A prece e as técnicas orientais de meditação também ajudam muito nesse processo de harmonização interior. É muito importante entendermos que nos casos de obsessão ou assédio sempre há sintonia psicoemocional entre os envolvidos. Para que um espírito possa influenciar alguém, transmitindo-lhe ideias ou induzindo a pessoa a se comportar de determinada maneira, a semelhança de pensamentos e sentimentos (no caso, emoções) entre ambos é fundamental. A pessoa até pode sentir a energia desequilibrada de um espírito atingi-la (e se proteger disso), mas para que o assédio ou obsessão se estabeleça de fato, o obsessor somente irá reforçar uma ideia ou emoção que o assediado já tem. Ou seja, a raiz do problema está na vítima. c) Mediunidade A faculdade mediúnica também pode ser entendida como uma capacidade parapsíquica (ou paranormal). Mas diferentemente de um simples potencial anímico (da própria alma, da própria pessoa que experimenta o fenômeno), esta não pode ser desenvolvida se não houver a presença de espíritos com a intenção de se comunicar. Portanto, há um elemento a mais, que independe da vontade do médium. Não basta ele ter as condições psico- 17
9 físicas e energéticas propícias e querer servir como médium. Se os espíritos não atuarem sobre ele, a comunicação não ocorre. Na verdade, nem todo fenômeno provocado por um espírito desencarnado pode ser classificado como uma comunicação, propriamente dita, se não houver conteúdo e intenção da parte do espírito. Portanto, o simples ato de perceber a presença de um espírito é um fenômeno muito mais simples do que uma comunicação mediúnica. Além disso, podemos ter uma visão, pela clarividência, da nossa própria aura. Neste caso, há uma simples percepção energética ou psicoemocional, sem ocorrer um intercâmbio mediúnico com alguma entidade. Foi somente um processo anímico. Outro ponto importante de ressaltar é que, atualmente, a maioria dos fenômenos mediúnicos passa por um processo de interpretação anímica do médium. A mediunidade puramente mecânica, em que a influência do médium é quase nula eu disse quase, pois sempre há um grau de influência raramente ocorre nos dias de hoje. Portanto, o animismo nem sempre deve ser encarado como algo negativo, a ser combatido. Estamos vivendo em outra era da mediunidade, e hoje temos a matéria-prima que os espíritos precisam para um intercâmbio mediúnico proveitoso. Essa matéria-prima é a nossa mente, nosso conhecimento, nossos sentimentos, nossas energias... nossas intenções. Tudo isso pode ser utilizado durante uma comunicação mediúnica e, na medida certa, não deve ser caracterizado como um animismo prejudicial. d) Autoconhecimento É muito fácil percebermos que grande parte da nossa sociedade vive hoje numa espécie de loucura coletiva. Valores como compaixão, fraternidade, honestidade, cooperativismo, amor e união, que deveriam servir como base dos nossos relacionamentos, foram trocados, por muitos, por uma ambição descontrolada, pela sede insaciável de poder, prazer e fama, onde só os que estão em destaque merecem ser reconhecidos como pessoas de sucesso. Isso tudo tem 18
10 nos mantido afastados de nós mesmos. Precisamos olhar para dentro de nós. É em nosso interior que está o Reino de Deus. O caminho da evolução requer doses cada vez maiores de sabedoria e amor, caso contrário não vivenciaremos a paz que tanto sonhamos. Sem autoconhecimento e reforma íntima não há salvação! Precisamos reconhecer de verdade, sentindo em nossa alma e não apenas de forma racional, nossa realidade espiritual. O pesquisador espiritualista Moacy de Mattos, em um artigo para a revista Caminho Espiritual, edição 36, escreveu: Necessitamos exercitar outros sentidos mais apurados, mais sutis. Para tal, tornase importantíssimo o silenciar, por alguns momentos, os sentidos comuns, afeitos ao corpo físico. Há outros sentidos e faculdades sutis que necessitam ser desenvolvidos... e que requerem condições apropriadas para se revelarem gradativa e naturalmente, bem como para que possamos ouvir a voz interior e fazer despertar o Ser Interno ou desvelar nossa Natureza Divina... Novamente recomendo, aqui, as técnicas de meditação e as práticas bioenergéticas, cujo objetivo seja o de favorecer nossa viagem interior. Lá dentro, quando você ultrapassa as barreiras da mente, dos desejos superficiais, dos julgamentos... existe uma voz que fala através do silêncio e só pode ser percebida quando você entra nesse estado de serenidade e paz interior. Se sensibilizar espiritualmente é ficar cada vez mais receptivo a essa natureza transcendental em nós. e) Deus em tudo O sábio hindu Yogananda ensinou: O Homem não é importante pelo seu ego ou pela sua personalidade. O homem é importante porque, como alma, ele é parte de Deus. ( ) Você é uma centelha da Chama Eterna.Você pode ocultar a centelha, mas jamais poderá destruí-la. Em um trecho do poema Templo de Deus, ele diz: O templo de Deus está no interior da alma. Entre nessa quietu- 19
11 de e sente-se, meditando, com a vela da intenção queimando no altar. Não há desassossego, não há busca, nem tensão, ali. Entre no interior da solitude. O líder espiritual também indiano Sai Baba disse: O objetivo da vida é a fusão final com o mar Deus. Vocês não devem preencher a vida com coisas do mundo, pois isso a transformará em uma feira de vaidades e insanidades. Ouçam aquelas coisas que os conduzirão ao princípio da Divindade; então, reflitam sobre elas em silêncio, incorporando-as à sua consciência. Esse processo de reflexão faz de vocês seres humanos. Esse é o teste da vida para cada ser humano. Não precisamos abrir mão do mundo para desenvolvermos nossa sensibilidade espiritual. A riqueza e o prazer não são necessariamente prejudiciais. São ferramentas úteis que a vida oferece para nossas experiências. O uso que faremos delas é que definirá a maneira como elas afetarão nossas vidas. Quero concluir este capítulo deixando claro que todos possuímos um potencial extraordinário, que transcende nossas capacidades comuns, usadas pela maioria de nós no dia a dia. Esse potencial parapsíquico se desdobra em múltiplas facetas, revelando capacidades que o ser humano desconhece ou conhece muito pouco. Esse potencial encontra sua origem naquilo que é chamado de espiritual, ou seja, extrafísico; enfim, tem como causa o Ser, a Consciência Não basta ser um pesquisador espiritualista que se limita a ler livros. Precisamos desenvolver nossa sensibilidade espiritual, vivenciando, em primeira pessoa, a realidade transcendental, para além dos limites da matéria densa. Mas, o que eu quis apresentar neste capítulo é a ideia de que nossa sensibilidade espirital é uma capacidade que todo ser humano tem, capacidade esta que vai desde a simples percepção das energias de um ambiente, passando pela capacidade de percepção de outros seres, envolvendo ou não a mediunidade ostensiva, até a percepção e conhecimento da nossa realidade mais profunda: o ser imortal. 20
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