Quedas e a Pessoa Idosa. Juliana Aquino
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- Jerónimo de Almada Salazar
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1 Quedas e a Pessoa Idosa Juliana Aquino
2 Sobre a queda Definição de queda: A queda é um tipo de acidente, muitas vezes banalizado e por conseguinte negligenciado. As quedas nomeadamente nas pessoas muito idosas, estão relacionadas com doenças e com déficits sensoriais, e não propriamente com imprudência.
3 Causas Intrínsecas Praticamente qualquer patologia do idoso pode provocar quedas, mas as mais frequentes são:
4 Doenças Neurológicas Afetando o nível de consciência (epilepsia ou acidente cerebrovascular); Por alteração da marcha e do equilíbrio (doença de Parkinson, demências).
5 Doenças Reumatológicas Doenças como a artrose ou a artrite reumatóide provocam quedas pela alteração da marcha, a dor ou a rigidez que as acompanham.
6 Doenças Cardiovasculares Arritmias; Insuficiência cardíaca; Hipotensão ortostática podem provocar quedas por perda de consciência ou pela debilidade que geram.
7 Doenças dos Sentidos Os transtornos da audição e, sobretudo, da visão originam, frequentemente, quedas nos idosos.
8 Fatores Intrínsecos Relacionados à Queda em Idosos Diminuição da visão e audição; Sedentarismo; Distúrbios músculos-esqueléticos (fraqueza muscular e degenerações articulares); Alterações na postura do equilíbrio e locomoção; Deformidades nos pés
9 Os fármacos podem provocar quedas por alteração da consciência, do equilíbrio e da atenção, assim como por rigidez muscular ou hipotensão postural. Os que mais frequentemente se associam com a ocorrência de quedas são os anti-hipertensivos, os sedativos em geral e os antidiabéticos.
10 São eles: Antidepressivos, Ansiolíticos, hipnóticos e antipsicóticos; Anti-hiperternsivos, Diuréticos, Antiarritmicos; Hipoglicemiantes; Polifarmácia ( uso de 5 ou mais drogas associadas)
11 Causas extrínsecas São os fatores que dependem de circunstâncias sociais e ambientais.
12 Fatores de Risco para a Queda no Domicílio Banheiro
13 Não utilize tapetes de tecido (ou retalhos), eles podem provocar escorregões.
14 Use tapetes emborrachados antiderrapantes.
15 Diminuição da acuidade visual, evite utilizar banheiro com pouca iluminação ou com piso, cortinas e peças de mesma cor.
16 Aumente a iluminação:use lâmpadas fluorescentes, cortinas claras, assento do vaso sanitário e pia em cores diferentes do piso e do chão.
17 Não utilizar vaso sanitário baixo e sem barras de apoio, pois podem provocar desequilíbrio, além de ser desconfortável.
18 Aumente a altura do vaso e instale barras de apoio laterais e paralelas ao vaso.
19 Evite tomar banho em banheiros com box de vidro, sem tapete antiderrapante e sem barras de apoio.
20 Substitua o box de vidro por cortinas, utilize tapetes antiderrapantes e instale barras de apoio nas paredes. Na dificuldade em se abaixar durante o banho, utilize uma cadeira de plástico firme e resistente.
21 Quarto
22 Não use tapetes soltos e nem encere o piso com produtos escorregadios. Evite usar calçados altos ou com solado liso e nunca ande somente de meias.
23 Use tapetes presos ao chão. Quanto ao piso, o melhor mesmo é não encerar. Use sempre sapatos com solado antiderrapante.
24 Evite camas muito baixas e colchões muito macios. Você pode ter dificuldade para levantar ou deitar.
25 Ajuste a altura da cama e se preciso troque o colchão por um mais firme.
26 Nunca levante no escuro. Providencie um interruptor de luz ao lado da cama ou um abajur.
27 Sala
28 Não deixe que extensões elétricas ou fios de telefone cruzem o caminho e não permita que sapatos, brinquedos e outros objetos fiquem espalhados pelo chão.
29 Mantenha os fios dos aparelhos próximos às tomadas. Deixe o caminho livre e sem bagunça.
30 Cuidado com sofás muito baixos e macios ou poltronas sem braços, você pode ter dificuldade para se levantar.
31 Prefira sofás mais altos e firmes e poltronas com braços.
32 Cozinha
33 Não utilize armários muito altos que necessitem de bancos ou escadas para alcançar os objetos.
34 Os armários devem ser de fácil alcance e fixados à parede.
35 Escada
36 Nunca deixe qualquer tipo de objeto nos degraus. Escadas com pouca iluminação, sem corrimão e com degraus estreitos são perigosas.
37 A escada deve estar livre de objetos, possuir corrimãos dos dois lados, fitas antiderrapantes nos degraus e interruptores de luz, tanto na parte inferior quanto na superior.
38 Animais de estimação
39 Se possível escolha as cores de mobília e piso diferentes da cor do animal de estimação.isso evita que você tropece e tenha uma queda.
40 Nunca deixe a casinha do cachorro muito próxima à entrada da sua casa. Quando for preciso prender o animal, a corrente deve ser de tamanho médio para que não cruze o seu caminho.
41 No exterior Calçadas em mau estado; Tráfego excessivo; Sinalização deficiente, Falta de adaptação dos meios de transporte e acessos a edifícios a pessoas com deficiências.
42 Outras causas Mudança de hábitos; Mudança de contexto; Roupas e calçado inadequado; Marcha cambaleante; Apoio de marcha desadaptados ou mau estado de conservação; Dificuldades ou recusa a utilização do uso de bengalas, andadores.
43 É indispensável conhecer a etiologia que está na base da queda. Avaliar: Através de interrogatório; Exame clínico; Fazer exames clínicos se for necessário.
44 Após a Queda Avaliar Frequência cardíaca; Pressão arterial; Perda da Consciência; Convulsões/morder da língua; Estava em jejum; Fez algum esforço; Medicação.
45 Consequências das Quedas nos Idosos: Consequências Físicas: Fraturas: são lesões graves mais frequentes, relacionadas às quedas. As de maior importância são as do colo do fémur e das costelas;
46 Consequências das Quedas nos Idosos: Contusões e feridas: ocorrem com muita frequência e a sua importância está principalmente na dor que produzem, que pode desencadear uma situação de imobilidade;
47 Consequências das Quedas nos Idosos: Lesões neurológicas:traumatismo craniano,hematoma subdural, comoção e contusão cerebrais; Lesões associadas a longas permanências no chão; Sequelas de imobilização.
48 Consequências Psicológicas: Medo de voltar a cair; Perda de autonomia pessoal e da auto-estima; Modificação de hábitos de vida anteriores; Atitude superprotetora de familiares e cuidadores, que provoca uma maior perda de autonomia; Frequentemente, aparecem depressão e ansiedade associadas.
49 Consequências sócio-econômicas: Necessidade de ajuda social para as atividades quotidianas; Mudança de domicilio, diante a impossibilidade de viverem sós; Hospitalização: ocorre quando as lesões físicas importantes
50 Prevenção de Quedas: Níveis de prevenção: Primário: manutenção da atividade física adaptada cada idoso. De forma a melhorar o trofismo muscular e as amplitudes articulares Secundário: resolver precocemente os fatores de risco relacionados ao meio ambiente Terciário: redução da instabilidade da marcha com exercícios e treino de equilíbrio
51 Escala de risco de quedas (J.H.Downton,1993) (Somar um ponto por cada item com asterisco) Quedas anteriores: Não ou Sim * Medicamentos? Nenhum Tranquilizantes sedativos *
52 Diuréticos * Hipotensores (não diuréticos) * Antiparkinsonianos * Antidepressivos * Outros Medicamentos
53 Deficit sensorial Nenhum Alterações visuais * Alterações auditivas * Nos membros *
54 Deficit Sensorial? Nenhum Alterações visuais * Alterações auditivas * Nos membros *
55 Estado mental? Orientado Confuso *
56 Marcha? Normal Segura, com ajudas Insegura com/sem ajudas * Impossível
57 RESULTADO Nota:Três ou mais pontos indicam risco elevado de quedas.
58 A ocorrência de trauma no idoso vem crescendo de forma significativa, mediante ao crescimento desta população. Atualmente, o estilo de vida mais ativa do idoso eleva a exposição ao risco de acidentes. Além desse fator, o próprio envelhecimento fisiológico contribui: diminuição da acuidade visual, diminuição da audição, uso de medicações, doenças associadas e marcha lentificada.
59 Outros sistemas orgânicos também possuem diminuição de suas funções:renal, pulmonar, cardiovascular, osteomuscular e endócrino. A queda é o mecanismo de lesãomais freqüente, seguido por atropelamento. Após o trauma o idoso possui uma decadência na sua qualidade de vida, não conseguindo retornar plenamente ao seu estado inicial.
60 A prevenção por meio da redução de exposição aos riscos de trauma é a melhor ferramenta para diminuir a morbidade e mortalidade. Qualquer mínima alteração dos parâmetros fisiológicos pode ser indício de uma lesão potencialmente letal. Portanto, a abordagem inicial do idoso traumatizado deve ser realizada com maior atenção e rigorosamente monitorizada.
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