A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS ARGUMENTATIVOS NA ESCOLA
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- Stefany de Almada Chaves
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1 A IMPORTÂNCIA DOS GÊNEROS ARGUMENTATIVOS NA ESCOLA Letícia Hettwer Ribeiro (UNIOESTE)1 Adriana da Cunha (Orientadora - UNIOESTE)2 Resumo: O presente trabalho, tem por objetivo apresentar uma reflexão sobre gêneros textuais argumentativos. Esta reflexão leva em conta a experiência obtida no estágio de Língua Portuguesa e Literatura realizado no 2º ano do Ensino Médio do Colégio Marechal Rondon. Na ocasião, foram apresentados diversos tipos de textos argumentativos sobre um único tema, com a finalidade de gerar discussões em sala sobre o assunto e posteriormente fazer o aluno posicionar-se por meio de um texto argumentativo. Essa prática é muito importante, pois faz com que o aluno se posicione criticamente defendendo sua opinião por meio dos argumentos como defendem as DCE-LP (Diretrizes Curriculares da Educação básica Língua Portuguesa) e os PCN (Parâmetro Curriculares Nacionais). Palavras-chave: Texto argumentativo. Estágio. Ensino médio. Considerações Iniciais Este trabalho irá discorrer sobre, a utilização dos gêneros textuais argumentativos no decorrer do estágio realizado no 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Marechal Rondon, que está localizado na Rua Tocantins, nº Conjunto Habitacional São Lucas. A professora regente da turma, pediu que se trabalhasse o tipo textual dissertativo argumentativo, com o objetivo de exercitar o Gênero Textual redação. Pois, é no Ensino Médio que os alunos se preocupam e se preparam para os vestibulares e para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), onde uma das maiores pontuações é destinada a redação. Para o ensino e aprendizagem desse tipo de texto é necessário se trabalhar com algum assunto que esteja em foco, que possa ser abordado na produção textual. O tema escolhido para ser trabalhado durante as aulas foi A reforma do ensino médio no Brasil, pois era um tema que estava sendo bastante discutido inclusive tendo sido um dos motivos da greve e de ocupações de escolas por parte dos alunos. No entanto, 1 Graduanda em Letras na Unioeste. 2 Professora colaboradora do curso de Letras da Unioeste. 1
2 nem todos estavam cientes do que era essa reforma e que mudanças ela traria para a educação, dessa forma, tornou-se um assunto muito conveniente para as aulas, pois levaria mais informação aos alunos possibilitando assim eles formarem uma opinião sobre esta proposta tornando-se cidadãos críticos. O conteúdo das aulas foi desenvolvido a partir de materiais estudados no próprio curso, em livros didáticos e teóricos e materiais retirados da internet, tendo como base as orientações contidas nas DCE-LP (Diretrizes Curriculares da Educação básica Língua Portuguesa) e nos PCN (Parâmetro Curriculares Nacionais), documentos que norteiam o ensino-aprendizagem. Por meio do estudo das particularidades do gênero redação, de debates em sala sobre o tema reforma do ensino médio e de leituras de vários textos sobre esse assunto, os alunos puderam se expressar escrevendo uma redação apresentando suas opiniões e justificando-as por meio de argumentos formados durante as aulas de estágio. A seguir será descrito como ocorreu esse processo, com base nos pressupostos teóricos estudados durante o curso de letras. Prática em sala de aula Durante as aulas foram entregues diversos textos em relação ao assunto definido nos planos de aula. O objetivo de trabalhar com vários textos sobre esse assunto era para que ao final os alunos produzissem um texto dissertativo, opinando se eram contra ou a favor a essa reforma, pois como consta nas DCEs (Diretrizes Curriculares da Educação Básica) A produção escrita possibilita que o sujeito se posicione, tenha voz em seu texto interagindo com as práticas de linguagem da sociedade (PARANÁ, 2008, p.56). Essa prática é muito importante pois faz com que o aluno se posicione criticamente defendendo sua opinião por meio dos argumentos, afinal o tipo textual usado na produção seria dissertativo argumentativo. É importante ressaltar que, no geral, o texto do tipo argumentativo ou de opinião é um dos que oferece maior dificuldade para ser trabalhado. Essa dificuldade ocorre porque sua característica principal é a de ser escrito para levar o leitor a aderir à tese defendida no texto sem perceber que se trata de uma ideia implantada. Se bem escrito, faz com que passemos a repetir o que foi lido, mesmo que a ideia defendida nos seja prejudicial. (RIOLFI, 2008, p.64) 2
3 E para ser considerado um texto bem escrito é preciso se justificar o posicionamento por meio de vários argumentos que podem ser multiplicados e melhorados com um estudo mais aprofundado sobre o assunto, ou seja, por meio da leitura dos mais diversos textos que tratam do assunto sendo contra ou a favor. Durante a leitura do material, foi explicado sobre a estrutura do texto dissertativo argumentativo, destacando que o mesmo deve conter coesão, coerência, introdução, desenvolvimento e conclusão, sendo apresentados exemplos de como elas poderiam ser feitas. Para reforçar o conteúdo trabalhado, foi realizada uma atividade onde os estudantes deveriam, utilizando o texto da aula anterior, classificar parágrafos de textos destacando se pertenciam à introdução, ao desenvolvimento e à conclusão. Durante a correção, pode-se perceber que a maioria identificou essas partes. Depois, foi proposta uma dinâmica para desenvolver mais essa prática. Para isso os alunos foram divididos em grupos de 5 e para cada grupo foi entregue partes dos textos Novo ensino médio e Por um bem viver, para trabalhar mais a questão da coerência e continuidade do tema. A atividade consistia basicamente em um quebra-cabeça, onde os grupos deveriam montar os dois textos na ordem correta. Depois de todos os grupos terem realizada a atividade, a estagiária fez uma reflexão com os alunos, dizendo que os textos deles deveriam ser assim, que mesmo em partes misturadas seria possível coloca-los em ordem pelo fato de terem uma continuidade, ou seja, por terem coerência, coesão, introdução, desenvolvimento e conclusão. Um dos textos montados foi lido e analisado, pois este também tratava do tema reforma do E.M, pois concordando com Peres (2015, p.11): Acreditamos que sem atividades de leitura e discussões prévias, utilizando vários pontos de vista sobre o tema proposto, as chances de um trabalho bem feito são poucas. É preciso gastar tempo com isso e fazer com que o aluno perceba que para podermos falar sobre algo necessitamos conhecer bem o assunto, mesmo que isso implique em mudança de nosso próprio ponto de vista. Foi pensando nisso que na construção dos planos buscou-se trazer uma grande quantidade de materiais tratando desse assunto não apenas com uma opinião, mas com 3
4 opiniões diversas, afim de analisar os dois lados e posteriormente ter a possibilidade de posicionar-se quanto aos assuntos abordados. Em outra aula, foi distribuído um texto que continha apenas introdução e desenvolvimento, pois a conclusão eles teriam que criar. Mas, antes disso, a introdução foi lida pela estagiária, depois os alunos se dividiram em duplas com o objetivo de ler discutir e analisar alguns argumentos. Essa atividade condiz com o pensamento de Peres (2015, p.7): A troca de experiências, através do diálogo, é necessária porque temos convicção de que o sujeito só evolui quando compartilha, quando constrói seu aprendizado a partir da interação e de contato com o outro. Além do diálogo entre as duplas, também houve troca de ideias com a estagiária que circulou pela sala tirando dúvidas. Pode-se perceber durantes essa atividade que os alunos não estavam muito acostumados com aquele tipo de linguagem, por se tratar de uma nota de repúdio publicada pelo Ministério da Educação, consequentemente tiveram dificuldades para compreender o texto. Talvez, fosse necessário trazer para as aulas mais textos como aqueles, para ampliar o vocabulário daqueles alunos e logo torna-los melhores leitores. Pressupondo-se que o simples contato com material de leitura proporciona, em um processo supostamente natural, o desenvolvimento da capacidade da leitura em diversos âmbitos (compreensão, interpretação, fluência etc.). (RIOLFI, 2008, p. 48) Ou seja, apenas com a prática de leitura esses alunos poderiam melhorar suas capacidades de interpretação de texto, tornando-se melhores leitores e consequentemente mais críticos. Na sequência os alunos sentaram em semicírculo, a estagiária começou explicando o primeiro argumento, assim poderiam observar a forma para se expressar, cada dupla leu e explicou os argumentos que analisaram, sempre acrescentados da fala da estagiária. O restante da aula, ficou para os alunos criarem a conclusão daquele texto. Depois de recolhidas suas versões, a conclusão original foi lida e os alunos perceberam que não era nada parecida com a deles. A acadêmica destacou que cada um tem sua maneira de pensar e escrever e que por não terem muito contato com esse tipo de linguagem, a escrita havia sido prejudicada, pois eles não tinham muitos argumentos. No entanto, o tempo também não colaborou, seriam necessárias duas aulas para concluir a produção. 4
5 O ideal seria que a professora regente da turma continuasse trabalhando esse conteúdo a partir da primeira produção, apontando os pontos positivos e os negativos, trabalhando-os ainda mais e posteriormente pedindo um refazimento do texto assim como afirma Riolfi (2008, p.202), quando diz que dessa forma, a avaliação, longe de ser um instrumento ameaçador, de classificação, passa a ser o momento de pausa para avaliar a prática e voltar a ela quantas vezes for preciso no decorrer do processo. Assim, os alunos passariam a produzir com mais segurança. Considerações finais Aulas que envolvem textos argumentativos devem ser muito bem exploradas, pois, são a partir delas principalmente que se desenvolve o senso crítico dos alunos. No entanto, seis aulas para esse conteúdo foram insuficientes, elas tiveram apenas caráter introdutório e de produção inicial. Seria necessário dar continuidade para alcançar os objetivos que não foram supridos na primeira produção. Os planos de aula foram indispensáveis para organização dos conteúdos a serem trabalhados e para seleção de textos apropriados. Algumas coisas não se cumpriram, mas a maioria se concretizou. Concluindo que é necessário ter um planejamento a ser seguido, para que as aulas não se tornem desorganizadas, monótonas, sem objetivo e desestimulando interesse dos alunos. Referências RIOLFI, Claudia et al. Ensino de Língua Portuguesa. São Paulo: Cengage Learning, PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio. Curitiba: SEED, 2008 SILVA, Cristiane Peres. O texto dissertativo argumentativo no ensino médio f. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização em Gramática e Ensino de Língua Portuguesa)-Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Rio Grande do Sul,
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