Nevralgia do trigêmeo NEVRALGIA DO TRIGÊMIO
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- Emanuel Dinis Coradelli
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1 Nevralgia do trigêmeo NEVRALGIA DO TRIGÊMIO
2 A Classificação Internacional das Cefaleias: é o resultado de um esforço grandioso para elaborar um sistema taxonômico das diferentes condições que ocorrem com cefaleia, estando nela catalogadas mais de 200 condições mórbidas em sua segunda edição (International Headache Classification [ICHD-II], 2004).(1) De maneira simplificada, pode-se dividir as cefaleias em três grupos: 1) Cefaleias primárias: condições cujos mecanismos são eminentemente neuroquímicos; 2) Cefaleias secundárias ou "atribuídas a": quando há um mecanismo bem determinado passível de provocá-la, como cefaleia atribuída à meningite bacteriana; 3) Neuralgias cranianas.
3 Geralmente se inicia na segunda ou terceira divisões do nervo trigêmeo Em <5% dos pacientes a primeira divisão é afetada A dor nunca atravessa o outro lado da face A dor é intensa e paroxística, instala-se e desaparece subitamente e tem curta duração fração de segundo a dois minutos. Reaparece em intervalos variados. Cada surto pode ter a duração de dias, semanas ou meses.
4 Pode ser deflagrada por estímulos táteis ou proprioceptivos, não dolorosos aplicados a certas regiões da face ou outras regiões do corpo zonas de gatilho. Zonas de gatilho - regiões de excitabilidade aumentada, onde estímulos táteis ou proprioceptivos de fraca intensidade, mas não dolorosos, térmicos ou pressóricos profundos desencadeiam a dor intensa. Estão presentes em mais de 50 % dos casos. Os receptores de adaptação rápida presentes nas zonas de gatilho são responsáveis pelo desencadeamento da crise. A presença de zona de gatilho na hemiface oposta significa que a dor contralateral deverá surgir no futuro.
5 Entre os paroxismos o paciente costuma permanecer assintomático, mas em casos de longa duração pode persistir uma dor de fundo em peso. Após um paroxismo de dor, geralmente, há um período de refratariedade, no qual a dor não pode ser provocada. A ocorrência do período refratário é característico da neuralgia do trigêmeo e não esta presente nas neuropatias periféricas essenciais ou sintomáticas
6 Em alguns casos, os paroxismos podem ser desencadeados por estímulos somatossensitivos fora da área trigeminal, como nos membros, ou por outro estímulo sensorial como luzes brilhantes, sons altos e pelo paladar. A dor frequentemente provoca espasmos dos músculos da face do lado afetado (tique doloroso).
7 A frequência costuma ser fixa ou varia de modo padronizado. Manifesta-se como sensações de sucessivas pontadas, facadas, queimor, choques elétricos, relâmpagos ou penetração de calor de forte intensidade na face. Costuma iniciar-se em um ponto e difundir-se seguindo trajeto constante, comumente linear, e sempre na mesma direção.
8 A dor é frequentemente desencadeada por estímulos triviais como lavar-se, barbear-se, fumar, comer, escovar os dentes, ou pode ocorrer espontaneamente Mais de um ramo pode ser acometido sendo mais comum a associação do segundo e terceiro Primeiro ramo -1,5% Nervo Maxilar 25,9% Nervo mandibular 31,9% Gusmaan, Magaldi and Arantes (2003)
9 A dor pode permanecer no mesmo local durante meses ou anos ou deslocar-se para outro local na mesma zona; raramente desloca-se para outra zona Em algumas circunstâncias, a dor irradia-se para fora da área de distribuição do nervo trigêmeo Fenômenos neurovegetativos podem acompanhar a manifestação álgica (lacrimejamento, rinorréia, salivação, etc.) Raramente - síndrome de Claude Bernard- Horner transitória sensação da diminuição da potência funcional da musculatura mastigatória
10 Quando muito intensas Doentes aterrorizados e quietos Mantem a face imóvel ou movem delicadamente os lábios e a mandíbula. Apontam para o local da dor sem tocar a face temendo provocar ou piorar a crise álgica. Barba deixa de ser cuidada Higiene da face deixa de ser realizada
11 Doentes muito ansiosos demostram sua agonia atirando-se ao solo, gritando ou esfregando intensamente regiões da face a ponto de provocar queda dos pelos e tornar o tegumento calejado. Outras mais contidos param de conversar, esfregam a área de dor, fazem poucos movimentos mastigatórios Muitas vezes ao primeiro sinal de crise o doente torna-se alerta e em estado de ansiedade intensa.
12 Fatores de alivio são raros Não há duração padronizada para a crise varia de frações de segundos a cinco minutos na maioria das vezes e raramente passam de 10 min. A frequência das crises é variada muitas vezes há paroxismo isolado seguido por remissão de muitos anos. Muitas vezes os paroxismos, inicialmente intensos, melhoram alguns anos após. Com o passar do tempo, os paroxismos prolongam-se e os intervalos de acalmia encurtam-se
13 Lado direito é mais acometido (60%) Geralmente manifesta se entre a sexta e oitava décadas de vida. Poucos casos abaixo dos 30 anos e é rara na infância Casos familiares 2,6 a 6% 4 a 5 casos novos por cada habitantes Pequeno predomínio no sexo feminino
14 Neuralgia do trigêmeo NEURALGIA CLÁSSICA DO TRIGÊMIO DESCRIÇÃO Transtorno unilateral Dores de curta duração assemelhando-se a choques elétricos Início e término abruptos Se limitam a uma ou mais divisões do nervo trigêmeo Desencadeada por estímulos triviais lavar-se, barbear-se, fumar, falar, escovar os dentes Costumam se remitir por períodos variáveis de tempo
15 Critérios diagnósticos A. crises paroxísticas de dor que duram de uma fração de segundo a dois minutos, afetando uma ou mais divisões do nervo trigêmeo e preenchendo os critérios de B e C B. A dor tem pelo menos uma das seguintes características 1. intensa, aguda, superficial ou em pontada 2. desencadeada por fatores ou áreas de gatilho C. Crises estereotipadas para cada paciente D. Sem evidência clínica de déficit neurológico E. Não atribuída a outro distúrbio
16 TRATAMENTO Carbamazepina melhora inicial de 40 a 100%, que se mantém em 81% dos casos durante seis meses ou mais, e em mais 7 a 10% quando associados a difenilhidantoina Difenilhidantoina melhora inicial em 54 a 70% Também podem ser utilizados topiramato, lamotrigina e a gabapentina Clonazepam alivio em 22 a 23,3% mesmo quando a dor é resistente a carbamazepina Baclofeno isoladamente ou associado a carbamazepina é eficaz Outros lidocaína parenteral, propranolol, antidepressivos tricíclicos, neurolépticos (pimozida) ou com aplicação tópica de depletores de substância P (capsaicina) ou de anestésicos locais (ENLA).
17 NEURALGIA TRIGEMINAL SINTOMÁTICA DESCRIÇÃO DOR INDISTINGUIVEL DA , MAS CAUSADA POR LESÃO ESTRUTURAL DEMONSTRÁVEL, QUE NÃO A COMPRESSÃO VASCULAR CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS A,B e C iguais D uma lesão causal, que não a compressão vascular, deve ser demostrada por investigação apropriada e/ou exploração da fossa posterior
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