Márcio André Lopes Cavalcante

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1 Márcio André Lopes Cavalcante Processos excluídos deste informativo esquematizado por não terem sido concluídos em virtude de pedidos de vista: MI 4367 AgR/DF; RE /RS; RE /RJ. Julgados excluídos por terem menor relevância para concursos públicos ou por terem sido decididos com base em peculiaridades do caso concreto: RvC 5437/RO; AR 1699/DF; Inq 3552 QO/RS; AP 347/CE; HC /AP. DIREITO CONSTITUCIONAL ÍNDICE AMICUS CURIAE Recurso contra decisão que nega intervenção de amicus curiae. ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS Impossibilidade de privação da liberdade em caso da prática de ato infracional equiparado ao art. 28 da LD. DIREITO PENAL MAUS ANTECEDENTES (DOSIMETRIA DA PENA) Inquéritos policiais e ações penais sem trânsito em julgado. DIREITO PROCESSUAL PENAL NULIDADES Mandado de busca e apreensão com endereço incorreto. FIXAÇÃO DO VALOR MÍNIMO PARA REPARAÇÃO DOS DANOS (ART. 387, IV DO CPP) O inciso IV do art. 387 do CPP não pode ser aplicado a fatos anteriores à Lei /2008. REVISÃO CRIMINAL Impossibilidade de reiteração de teses já apreciadas no processo originário. PROGRESSÃO DE REGIME (EXECUÇÃO PENAL) O 4º do art. 33 do CP é constitucional. DIREITO PENAL E PROCESSUAL PENAL MILITAR DOSIMETRIA DA PENA Culpabilidade e consequências do crime podem ser utilizadas na sentença na dosimetria da pena DIREITO INTERNACIONAL EXTRADIÇÃO Pedido de extradição formulado com base em terrorismo. Informativo 772-STF (03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 1

2 DIREITO CONSTITUCIONAL AMICUS CURIAE Recurso contra decisão que nega intervenção de amicus curiae O amicus pode recorrer contra a decisão proferida? NÃO. Em regra, o amicus curiae não pode recorrer porque não é parte. Não pode nem mesmo opor embargos de declaração. Exceção: o amicus curiae pode recorrer, interpondo agravo regimental, contra a decisão do Relator que inadmitir sua participação no processo. Obs.: a decisão ( despacho ) que admite a participação do amicus curiae no processo é irrecorrível. STF. Plenário. ADI 5022 AgR/RO, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 18/12/2014 (Info 772). CONCEITO E FINALIDADE Amicus curiae é alguém que, mesmo sem ser parte, em razão de sua representatividade, é chamado ou se oferece para intervir em processo relevante com o objetivo de apresentar ao Tribunal a sua opinião sobre o debate que está sendo travado nos autos, fazendo com que a discussão seja amplificada e o órgão julgador possa ter mais elementos para decidir de forma legítima. NOMENCLATURA Amicus curiae, em uma tradução literal do latim, significa amigo da corte ou amigo do tribunal. Obs.: amici curiae é o plural de amicus curiae. ORIGEM Alguns autores afirmam que esta figura surgiu no direito processual penal inglês, enquanto outros identificam uma origem mais remota, lembrando que havia figura assemelhada no direito romano (Marcelo Novelino). NATUREZA JURÍDICA Existe muita polêmica sobre este ponto, mas prevalece, entre os Ministros do STF, que o amicus curiae é uma forma de intervenção anômala de terceiros. PREVISÃO DO AMICUS NO CASO DE ADI E ADC Vale a pena destacar a previsão da Lei nº 9.868/99 (ADI / ADC), que é a mais cobrada: Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. 2º O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros órgãos ou entidades. Como se vê, em regra, não é admitida a intervenção de terceiros nos processos de ADI e ADC, sendo, contudo, permitida a participação do amicus curiae, que é uma intervenção anômala. RECURSOS Recursos cabíveis contra a decisão do Relator sobre a participação do amicus: contra a decisão ( despacho ) que admite a participação do amicus: não há recurso cabível. contra a decisão que inadmite a participação do amicus: cabe agravo regimental. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 2

3 FORMALIZAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO DO AMICUS CURIAE O amicus curiae pode ser convocado, de ofício, pelo Tribunal, ou, então, pleitear sua participação no processo. O STF já decidiu que o pedido de admissão do amicus curiae deve ser assinado por advogado constituído, sob pena de não ser conhecido (ADPF 180/SP). O amicus curiae não poderá intervir se o processo já foi liberado pelo Relator para que seja incluído na pauta de julgamentos (STF. Plenário. ADI 5104 MC/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 21/5/2014. Info 747). PODERES DO AMICUS CURIAE O amicus pode apresentar memoriais? SIM. O amicus pode aditar o pedido contido na inicial? NÃO. O amicus curiae, uma vez admitido seu ingresso no processo objetivo, tem direito a ter seus argumentos apreciados pelo Tribunal, inclusive com direito a sustentação oral, mas NÃO TEM direito a formular pedido ou de aditar o pedido já delimitado pelo autor da ação (AC 1362 / MG). O amicus tem direito de fazer sustentação oral? Nos processos perante o STF: SIM. Para o STF, o amicus curiae, uma vez formalmente admitido no processo tem o direito de fazer sustentação oral (ADI 2777/SP). Nos processos perante o STJ: NÃO. A Corte Especial do STJ definiu, em Questão de Ordem examinada no REsp /SP (Rel. Min. Benedito Gonçalves, sessão de ), que o amicus curiae NÃO TEM direito à sustentação oral. Excepcionalmente, o STJ poderá convocá-lo para sustentação oral se assim entender necessário. O amicus pode recorrer contra a decisão proferida? NÃO. O amicus curiae não pode recorrer porque não é parte. Não pode nem mesmo opor embargos de declaração. Essa é a posição do STF (ADI 3615 ED/PB, rel. Min. Cármen Lúcia, ). Vale ressaltar, no entanto, que o amicus curiae pode recorrer, interpondo agravo regimental, contra a decisão do Relator que inadmitir sua participação no processo. ECA MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS Impossibilidade de privação da liberdade em caso da prática de ato infracional equiparado ao art. 28 da LD Não é possível aplicar nenhuma medida socioeducativa que prive a liberdade do adolescente (internação ou semiliberdade) caso ele tenha praticado um ato infracional análogo ao delito do art. 28 da Lei de Drogas. Isso porque o art. 28 da Lei /2006 não prevê a possibilidade de penas privativas de liberdade caso um adulto cometa esse crime. Ora, se nem mesmo a pessoa maior de idade poderá ser presa por conta da prática do art. 28 da LD, com maior razão não se pode impor a restrição da liberdade para o adolescente que incidir nessa conduta. STF. 1ª Turma. HC /SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 9/4/2014 (Info 742). STF. 2ª Turma. HC /SP, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 16/12/2014 (Info 772). Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 3

4 Imagine a seguinte situação: Igor, 17 anos de idade, foi apreendido pela polícia com pequena quantidade de maconha, que seria utilizada para o próprio consumo. O Ministério Público ofereceu representação imputando ao adolescente a prática do ato infracional equiparado ao art. 28 da Lei n /2006 e propondo a aplicação da medida socioeducativa (art. 182 do ECA). A representação de que trata o ECA é semelhante à denúncia no processo penal. A representação será oferecida por petição, que conterá o breve resumo dos fatos e a classificação do ato infracional e, quando necessário, o rol de testemunhas, podendo ser deduzida oralmente, em sessão diária instalada pela autoridade judiciária ( 1º do art. 182). Sentença Após toda a instrução, o juiz proferiu sentença aplicando ao adolescente medida socioeducativa de semiliberdade. Ao fundamentar a decisão, o magistrado afirmou que a medida era necessária porque Igor já havia cometido outras infrações graves antes daquela, além de já ter em seu histórico o relato de descumprimento de outras medidas socioeducativas anteriormente impostas. A decisão do magistrado foi acertada? No caso concreto, era possível aplicar ao adolescente uma medida socioeducativa que o priva da sua liberdade? NÃO. Não é possível aplicar nenhuma medida socioeducativa que prive a liberdade do adolescente (internação ou semiliberdade) caso ele tenha praticado um ato infracional análogo ao delito do art. 28 da Lei de Drogas. Isso porque o art. 28 da Lei n /2006 não prevê a possibilidade de penas privativas de liberdade caso um adulto cometa esse crime. Ora, se nem mesmo a pessoa maior de idade poderá ser presa por conta da prática do art. 28 da LD, com maior razão não se pode impor a restrição da liberdade para o adolescente que incidir nessa conduta. Veja as sanções previstas para o art. 28; Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: I - advertência sobre os efeitos das drogas; II - prestação de serviços à comunidade; III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. Quais são as medidas socioeducativas que implicam privação de liberdade? Semiliberdade; Internação. Semiliberdade (art. 120 do ECA) Pelo regime da semiliberdade, o adolescente realiza atividades externas durante o dia, sob supervisão de equipe multidisciplinar, e fica recolhido à noite. O regime de semiliberdade pode ser determinado como medida inicial imposta pelo juiz ao adolescente infrator, ou como forma de transição para o meio aberto (uma espécie de progressão ). Internação (arts. 121 e 122 do ECA) Por esse regime, o adolescente fica recolhido na unidade de internação. A internação constitui medida privativa da liberdade e se sujeita aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento. Pode ser permitida a realização de atividades externas, a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressa determinação judicial em contrário. A medida não comporta prazo determinado, devendo sua manutenção ser reavaliada, mediante decisão fundamentada, no máximo a cada seis meses. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 4

5 Em nenhuma hipótese o período máximo de internação excederá a três anos. Se o interno completar 21 anos, deverá ser obrigatoriamente liberado, encerrando o regime de internação. O juiz somente pode aplicar a medida de internação ao adolescente infrator nas hipóteses taxativamente previstas no art. 122 do ECA, pois a segregação do adolescente é medida de exceção, devendo ser aplicada e mantida somente quando evidenciada sua necessidade, em observância ao espírito do Estatuto, que visa à reintegração do menor à sociedade (STJ HC ). Veja a redação do art. 122 do ECA: Art A medida de internação só poderá ser aplicada quando: I - tratar-se de ato infracional cometido mediante grave ameaça ou violência a pessoa; II - por reiteração no cometimento de outras infrações graves; III - por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. Vale ressaltar, conforme vimos acima, que, no caso do art. 28 da LD não é possível aplicar a medida de internação ou de semiliberdade nem mesmo em caso de reiteração de infrações (inciso II) ou de descumprimento de medidas anteriormente aplicadas (inciso III). Logo, se o adolescente praticar um ato infracional equiparado ao art. 28 da LD, somente poderá receber: Medidas protetivas (arts. 101, I a VI, do ECA); Advertência (art. 115); Prestação de serviços à comunidade (art. 117); Liberdade assistida (art. 118). DIREITO PENAL MAUS ANTECEDENTES (DOSIMETRIA DA PENA) Inquéritos policiais e ações penais sem trânsito em julgado Importante!!! A existência de inquéritos policiais ou de ações penais sem trânsito em julgado não podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena. STF. Plenário. RE /SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2014 (Info 772). Critério trifásico A dosimetria da pena na sentença obedece a um critério trifásico: 1º passo: o juiz calcula a pena-base de acordo com as circunstâncias judiciais do art. 59, CP; 2º passo: o juiz aplica as agravantes e atenuantes; 3º passo: o juiz aplica as causas de aumento e de diminuição. Este critério trifásico, elaborado por Nelson Hungria, foi adotado pelo Código Penal, sendo consagrado pela jurisprudência pátria (STJ. 6ª Turma. AgRg no REsp /RS, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em 19/03/2013). Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 5

6 Primeira fase (circunstâncias judiciais) Na primeira fase, as chamadas circunstâncias judiciais analisadas pelo juiz são as seguintes: a) culpabilidade, b) antecedentes, c) conduta social, d) personalidade do agente, e) motivos do crime, f) circunstâncias do crime, g) consequências do crime, h) comportamento da vítima. Antecedentes: São as anotações negativas que o réu possua em matéria criminal. Se o juiz entender que o réu possui maus antecedentes, ele irá aumentar a pena-base imposta ao condenado. Se o réu possui inquéritos policiais instaurados e ações penais em curso, tais elementos podem ser considerados como maus antecedentes no momento da dosimetria da pena? NÃO. Inquéritos policiais ou ações penais sem trânsito em julgado não podem ser considerados como maus antecedentes para fins de dosimetria da pena. Isso por causa do princípio da presunção de não culpabilidade. Esse é o entendimento pacífico da jurisprudência. No STJ, existe um enunciado espelhando tal conclusão: Súmula 444-STJ: É vedada a utilização de inquéritos policiais e ações penais em curso para agravar a pena-base. No STF, a questão foi decidida pelo Plenário em sede de repercussão geral: RE /SC, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 17/12/2014 (Info 772). Princípio da presunção de não-culpabilidade Por força da cláusula constitucional da não culpabilidade (art. 5º, LVII da CF/88) somente podem ser valoradas como maus antecedentes as decisões condenatórias irrecorríveis. Assim, não podem ser considerados para esse fim quaisquer outras investigações ou processos criminais em andamento, mesmo em fase recursal. Esse ponto de vista está em consonância com a moderna jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos e do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem. Ademais, há recomendação por parte do Comitê de Direitos Humanos das Nações Unidas, no sentido de que o Poder Público deve abster-se de prejulgar o acusado. Não podem ser utilizadas como maus antecedentes: O Plenário do STF afirmou que não é possível utilizar para majorar a pena-base: Propostas de transação penal aceitas (art. 76, 6º da Lei 9.099/1995); Remissão em procedimento judicial do ECA, com aplicação de medida de caráter reeducacional; Sentenças de extinção da punibilidade, excetuados os resultantes em indulto individual, coletivo ou comutação de pena. Obs: a condenação de pessoas beneficiadas com indulto ou comutação de pena podem continuar sendo utilizadas como maus antecedentes. Somente condenações ocorridas antes do novo crime e transitadas em julgado podem prejudicar o réu na dosimetria dessa segunda condenação Por fim, as condenações por fatos posteriores ao crime que está sendo julgado, ainda que tenham transitado em julgado, também não são aptas a desabonar, na primeira fase da dosimetria, os antecedentes para efeito de exacerbação da pena-base. Ex: réu praticou crime A em 02/02; em 04/04 cometeu delito B, que transitou em julgado em 08/08. Em 10/10, ele vai ser julgado pelo crime A. Segundo o Min. Marco Aurélio, essa condenação pelo crime B não poderá ser utilizada para majorar a pena do crime A já que este aconteceu antes do delito B. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 6

7 DIREITO PROCESSUAL PENAL NULIDADES Mandado de busca e apreensão com endereço incorreto O juiz deferiu mandado de busca e apreensão tendo como alvo o escritório de um banco, localizado no 28º andar de um prédio comercial. Quando os policiais chegaram para cumprir a diligência, perceberam que a sede do banco ficava no 3º andar. Diante disso, entraram em contato com o juiz substituto que autorizou, por meio de ofício sem maiores detalhes, a apreensão do HD na sede do banco. A 2ª Turma do STF declarou a ilegalidade da apreensão por ausência de mandado judicial específico. STF. 2ª Turma. HC /SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/12/2014 (Info 772). Imagine a seguinte situação adaptada: O juiz deferiu mandado de busca e apreensão tendo como alvo o escritório de um banco, localizado em um prédio comercial no Rio de Janeiro. No mandado de busca e apreensão ficou consignado que a diligência deveria acontecer na sala do banco localizado no 28º andar. No entanto, quando os policiais chegaram para cumprir a diligência, perceberam que a sede do banco ficava no 3º andar. Diante disso, entraram em contato com o juiz substituto que autorizou, por meio de ofício sem maiores detalhes, o espelhamento [cópia] dos discos rígidos do servidor da instituição financeira. A defesa impetrou habeas corpus impugnando a validade dessa prova. É cabível habeas corpus nesse caso? A 2ª Turma do STF entendeu que sim. O habeas corpus é instrumento legítimo para aferir procedimentos de feição penal ou processual penal, inclusive para o reconhecimento de eventual ilicitude de provas obtidas em inquérito policial. A prova obtida no 3º andar do prédio foi válida? NÃO. A 2ª Turma do STF declarou a ilegalidade da apreensão por ausência de mandado judicial específico. Os Ministros entenderam que as provas colhidas a partir dos HDs devem ser desconsideradas e determinaram, ainda, a imediata devolução do material apreendido à instituição financeira. Segundo a Min. Cármen Lúcia, ao deferir o pedido de espelhamento do HD pertencente ao banco, o magistrado ou não foi alertado ou não percebeu que a medida importaria em alteração daquele primeiro, especialmente em relação ao endereço e à necessidade do espelhamento ser feito na forma como foi. O Min. Celso de Mello afirmou que os mandados de busca e apreensão não podem se revestir de conteúdo genérico, nem ser omissos quanto à indicação do local objeto dessa medida extraordinária. Para ele, houve violação do art. 243, I, do CPP: Art O mandado de busca deverá: I - indicar, o mais precisamente possível, a casa em que será realizada a diligência e o nome do respectivo proprietário ou morador; ou, no caso de busca pessoal, o nome da pessoa que terá de sofrê-la ou os sinais que a identifiquem; Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 7

8 FIXAÇÃO DO VALOR MÍNIMO PARA REPARAÇÃO DOS DANOS (ART. 387, IV DO CPP) O inciso IV do art. 387 do CPP não pode ser aplicado a fatos anteriores à Lei /2008 A Lei /2008 alterou o CPP, prevendo que o juiz, ao condenar o réu, já estabeleça na sentença um valor mínimo que o condenado estará obrigado a pagar a título de reparação dos danos causados. Art O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; A previsão da indenização contida no inciso IV do art. 387 surgiu com a Lei /2008. Se o crime ocorreu antes dessa Lei e foi sentenciado após a sua vigência, o juiz não poderá aplicar esse dispositivo e fixar o valor mínimo de reparação dos danos. Segundo entendimento majoritário, o inciso IV do art. 387 do CPP é norma híbrida (de direito material e processual) e, por ser mais gravosa ao réu, não pode ser aplicada a fatos praticados antes da vigência da Lei /2008. STF. Plenário. RvC 5437/RO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/12/2014 (Info 772). A sentença penal condenatória, depois de transitada em julgado, produz diversos efeitos. Um dos efeitos é que a condenação gera a obrigação do réu de reparar o dano causado: Código Penal Art. 91. São efeitos da condenação: I - tornar certa a obrigação de indenizar o dano causado pelo crime; A sentença condenatória, inclusive, constitui-se em título executivo judicial: Código de Processo Civil Art. 475-N. São títulos executivos judiciais: II a sentença penal condenatória transitada em julgado; Assim, a vítima (ou seus sucessores), de posse da sentença que condenou o réu, após o seu trânsito em julgado, dispõe de um título que poderá ser executado no juízo cível para cobrar o ressarcimento pelos prejuízos sofridos em decorrência do crime. Qual era, no entanto, a dificuldade antes da Lei nº /2008? Apesar de ser reconhecida a obrigação de indenizar (an debeatur), não era possível que a vítima (ou seus sucessores) executasse imediatamente a sentença porque não havia sido definido ainda o valor da indenização (quantum debeatur). Em outras palavras, a sentença condenatória reconhecia que a vítima tinha direito à indenização a ser paga pelo condenado, mas não dizia o quanto. Com isso, a vítima (ou seus sucessores) tinha ainda que tomar uma outra providência antes de executar: fazer a liquidação (art. 475-A do CPC). O legislador tentou facilitar a situação da vítima e, por meio da Lei nº /2008, alterou o CPP, prevendo que o juiz, ao condenar o réu, já estabeleça na sentença um valor mínimo que o condenado estará obrigado a pagar a título de reparação dos danos causados. Veja: Art O juiz, ao proferir sentença condenatória: IV - fixará valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido; (Redação dada pela Lei nº /2008) Desse modo, se o juiz, na própria sentença, já fixar um valor certo para a reparação dos danos, não será necessário que a vítima ainda faça a liquidação, bastando que execute este valor caso não seja pago voluntariamente pelo condenado. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 8

9 Veja o parágrafo único do art. 63 do CPP, que explicita essa possibilidade: Art. 63. Transitada em julgado a sentença condenatória, poderão promover-lhe a execução, no juízo cível, para o efeito da reparação do dano, o ofendido, seu representante legal ou seus herdeiros. Parágrafo único. Transitada em julgado a sentença condenatória, a execução poderá ser efetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 deste Código sem prejuízo da liquidação para a apuração do dano efetivamente sofrido. (Incluído pela Lei nº /2008). Algumas observações sobre o art. 387, IV do CPP: 1) Qual é a natureza jurídica dessa fixação do valor mínimo de reparação? Trata-se de um efeito extrapenal genérico da condenação. 2) A vítima poderá pleitear indenização maior no juízo cível? SIM. Na sentença penal, o juiz fixará um valor mínimo. Assim, a vítima poderá executar desde logo este valor mínimo e pleitear um valor maior que o fixado na sentença, bastando, para isso, que prove que os danos que sofreu foram maiores que a quantia estabelecida na sentença. Essa prova é feita em procedimento de liquidação por artigos (procedimento cível regulado pelos arts. 475-E e 475-F do CPC). 3) Para que seja fixado o valor da reparação, deverá haver pedido expresso e formal do MP ou do ofendido? SIM. Para que seja fixado, na sentença, o valor mínimo para reparação dos danos causados à vítima (art. 387, IV, do CP), é necessário que haja pedido expresso e formal, feito pelo parquet ou pelo ofendido, a fim de que seja oportunizado ao réu o contraditório e sob pena de violação ao princípio da ampla defesa (STJ. 6ª Turma. AgRg no AREsp /DF, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 08/10/2013). 4) Deverá haver provas dos prejuízos sofridos O STJ já decidiu que o juiz somente poderá fixar este valor se existirem provas nos autos que demonstrem os prejuízos sofridos pela vítima em decorrência do crime. Dessa feita, é importante que o Ministério Público ou eventual assistente de acusação junte comprovantes dos danos causados pela infração para que o magistrado disponha de elementos para a fixação de que trata o art. 387, IV do CPP. Vale ressaltar, ainda, que o réu tem direito de se manifestar sobre esses documentos juntados e contraditar o valor pleiteado como indenização. Nesse sentido: A fixação da reparação civil mínima também não dispensa a participação do réu, sob pena de frontal violação ao seu direito de contraditório e ampla defesa, na medida em que o autor da infração faz jus à manifestação sobre a pretensão indenizatória, que, se procedente, pesará em seu desfavor. (...) STJ. 5ª Turma. REsp /RS, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, julgado em 27/03/2012 (não divulgado em Info). 5) O julgador penal é obrigado a sempre fixar esse valor mínimo? NÃO. O juiz pode deixar de fixar o valor mínimo em algumas situações, como, por exemplo: a) quando não houver prova do prejuízo; b) se os fatos forem complexos e a apuração da indenização demandar dilação probatória, o juízo criminal poderá deixar de fixar o valor mínimo, que deverá ser apurado em ação civil; c) quando a vítima já tiver sido indenizada no juízo cível. O exemplo citado nesta letra b foi justamente o que ocorreu no julgamento do Mensalão. O STF rejeitou o pedido formulado pelo MPF, em sede de alegações finais, no sentido de que fosse fixado valor mínimo para reparação dos danos causados pelas infrações penais, sob o argumento de que a complexidade dos fatos e a imbricação de condutas tornaria inviável assentar o montante mínimo. Assim, Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 9

10 não haveria como identificar com precisão qual a quantia devida por cada réu, o que só seria possível por meio de ação civil, com dilação probatória para esclarecimento desse ponto (Plenário. AP 470/MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, 17/12/2012). 6) Além dos prejuízos materiais, o juiz poderá também condenar o réu a pagar a vítima por danos morais? 1ª corrente: SIM. Posição de Norberto Avena. 2ª corrente: NÃO. Defendida por Eugênio Pacelli. 7) O art. 387, IV, do CPP, com a redação dada pela Lei nº /2008, fez com que o Brasil passasse a adotar a chamada cumulação de instâncias em matéria de indenização pela prática de crimes? NÃO. A cumulação de instâncias (ou união de instâncias) em matéria de indenização pela prática de crimes ocorre quando um mesmo juízo resolve a lide penal (julga o crime) e também já decide, de forma exauriente, a indenização devida à vítima do delito. Conforme explica Pacelli e Fischer, por esse sistema, o ajuizamento da demanda penal determina a unidade de juízo para a apreciação da matéria cível (Comentários ao Código de Processo Penal e Sua Jurisprudência. São Paulo: Atlas, 2012, p. 769). No Brasil, não há unidade de instâncias porque o juízo criminal irá apenas, quando for possível, definir um valor mínimo de indenização pelos danos sofridos sem, contudo, esgotar a apreciação do tema, que ainda poderá ser examinado pelo juízo cível para aumentar esse valor. Assim, continuamos adotando o modelo da separação mitigada de instâncias. 8) A previsão da indenização contida no inciso IV do art. 387 surgiu com a Lei nº /2008. Se o crime ocorreu antes da Lei e foi sentenciado após a sua vigência, pode ser aplicado o dispositivo e fixado o valor mínimo de reparação dos danos? 1ª corrente: SIM 2ª corrente: NÃO (majoritária) Trata-se de norma híbrida (de direito material e processual) e, por ser mais gravosa ao réu, não pode ser aplicada a fatos praticados antes de sua vigência. Trata-se de norma de direito processual. Assim, ainda que o processo tenha se iniciado antes da Lei nº /2008, se ele for sentenciado após a sua vigência, deverá observar a fixação do valor mínimo de que trata o art. 387, IV, do CPP. STJ. 6ª Turma. REsp RS, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 12/6/2012. STJ. 5ª Turma. REsp RS, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 20/8/2013. STF. Plenário. RvC 5437/RO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/12/2014 (Info 772). 9) O condenado poderá impugnar o valor fixado na forma do art. 387, IV do CPP por meio de um habeas corpus? NÃO. A via processual do habeas corpus não é adequada para impugnar a reparação civil fixada na sentença penal condenatória, com base no art. 387, IV do CPP, tendo em vista que a sua imposição não acarreta ameaça, sequer indireta ou reflexa, à liberdade de locomoção (HC /RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Quinta Turma, julgado em 15/10/2013) (não divulgado em Info). 10) Se a punibilidade do condenado for extinta pela prescrição da pretensão punitiva, haverá extinção também do valor de reparação imposto na sentença? SIM. Extinta a condenação pela prescrição, extingue-se também a condenação pecuniária fixada como reparação dos danos causados à vítima, nos termos do art. 387, IV do CPP, pois dela decorrente, ficando ressalvada a utilização de ação cível, caso a vítima entenda que haja prejuízos a serem reparados (EDcl no AgRg no REsp /ES, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Sexta Turma, julgado em 12/03/2013) (não divulgado em Info). Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 10

11 REVISÃO CRIMINAL Impossibilidade de reiteração de teses já apreciadas no processo originário A revisão criminal é instrumento excepcional, não podendo ser utilizado para reiteração de teses já vencidas pelo acórdão revisando, seja quanto a matéria de direito, seja quanto a matéria de fato. Em outras palavras, na revisão criminal não se pode querer rediscutir os argumentos que já foram alegados e rejeitados durante o processo criminal. STF. Plenário. RvC 5437/RO, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 17/12/2014 (Info 772). Revisão criminal é... uma ação autônoma de impugnação de competência originária dos Tribunais (ou da Turma Recursal no caso dos Juizados) por meio da qual a pessoa condenada requer ao Tribunal que reveja a decisão que a condenou (e que já transitou em julgado) sob o argumento de que ocorreu erro judiciário. Revisão criminal e ação rescisória A revisão criminal se parece com a ação rescisória do processo civil. Existem, no entanto, duas diferenças principais: Revisão criminal Pode ser interposta a qualquer tempo após o trânsito em julgado (não há prazo de decadência para ajuizar a revisão). Só pode ser ajuizada em favor do condenado (só existe revisão criminal pro reo; não existe revisão criminal pro societate). Ação rescisória Deve ser interposta até o prazo de 2 anos após o trânsito em julgado. A ação rescisória pode ser proposta pelo autor ou pelo réu. Então a revisão criminal pode ser proposta a qualquer tempo? SIM. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, mesmo após já ter sido extinta a pena (art. 622 do CPP). Natureza jurídica A revisão criminal NÃO é um recurso. Trata-se de uma ação autônoma de impugnação, mais precisamente uma ação penal de natureza constitutiva (tem por objetivo desconstituir uma decisão transitada em julgado). Pressupostos: A revisão criminal tem dois pressupostos: a) existência de decisão condenatória (ou absolutória imprópria) com trânsito em julgado; b) demonstração de que houve erro judiciário. Quem pode propor a revisão criminal? O próprio réu; Procurador legalmente habilitado pelo réu; O cônjuge, ascendente, descendente ou irmão do réu, caso este já tenha morrido. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 11

12 CPP/Art A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. O MP pode propor revisão criminal em favor do réu? Há divergência na doutrina. No entanto, para fins de prova objetiva, deve-se afirmar que não é possível, considerando que o CPP não prevê essa legitimidade. Hipóteses em que caberá a revisão criminal: Art A revisão dos processos findos será admitida: I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à evidência dos autos; II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou documentos comprovadamente falsos; III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da pena. O que o STF decidiu: As informações acima foram apenas para que você fizesse um rápido estudo sobre revisão criminal. O que o STF decidiu foi o seguinte: a revisão criminal é instrumento excepcional, não podendo ser utilizado para reiteração de teses já vencidas pelo acórdão revisando, seja quanto a matéria de direito, seja quanto a matéria de fato. Em outras palavras, na revisão criminal não se pode querer rediscutir os argumentos que já foram alegados e rejeitados durante o processo criminal. PROGRESSÃO DE REGIME (EXECUÇÃO PENAL) O 4º do art. 33 do CP é constitucional Importante!!! Segundo o 4º do art. 33 do CP, para que o condenado por crime contra a Administração Pública tenha direito à progressão de regime e necessário que ele faça a reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. O STF decidiu que essa previsão do 4º do art. 33 do CP é CONSTITUCIONAL. Vale ressaltar, no entanto, que deve ser permitido que o condenado faça o parcelamento do valor da dívida. STF. Plenário. EP 22 ProgReg-AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/12/2014 (Info 772). Existem três regimes de cumprimento de pena: a) Fechado: a pena é cumprida na Penitenciária. b) Semiaberto: a pena é cumprida em colônia agrícola, industrial ou estabelecimento similar. c) Aberto: a pena é cumprida na Casa do Albergado. Progressão de regime No Brasil, adota-se o sistema progressivo (ou inglês), ainda que de maneira não pura. Assim, de acordo com o CP e com a LEP, as penas privativas de liberdade deverão ser executadas (cumpridas) em forma progressiva, com a transferência do apenado de regime mais gravoso para menos gravoso tão logo ele preencha os requisitos legais. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 12

13 Requisitos para a progressão Os requisitos para que a pessoa tenha direito à progressão de regime estão previstos na Lei n /84 e também no Código Penal. Veja um resumo: Requisitos para a progressão do regime FECHADO para o SEMIABERTO: Requisito OBJETIVO Requisito SUBJETIVO Requisito FORMAL Crimes comuns: cumprimento de 1/6 da pena aplicada. Crimes hediondos ou equiparados (se cometidos após a Lei /07): Cumprimento de 2/5 da pena se for primário. Cumprimento de 3/5 da pena se for reincidente. Bom comportamento carcerário durante a execução (mérito). Oitiva prévia do MP e do defensor do apenado ( 1ºA do art. 112 da LEP). Requisitos para a progressão do regime SEMIABERTO para o ABERTO: Requisito OBJETIVO Requisito SUBJETIVO Requisito FORMAL Requisitos ESPECÍFICOS do regime aberto Crimes comuns: cumprimento de 1/6 da pena RESTANTE. Crimes hediondos ou equiparados (se cometidos após a Lei /07): Cumprimento de 2/5 da pena se for primário. Cumprimento de 3/5 da pena se for reincidente. Bom comportamento carcerário durante a execução (mérito). Oitiva prévia do MP e do defensor do apenado ( 1ºA do art. 112 da LEP). Além dos requisitos acima expostos, o reeducando deve: a) Aceitar o programa do regime aberto (art. 115 da LEP) e as condições especiais impostas pelo Juiz (art. 116 da LEP); b) Estar trabalhando ou comprovar a possibilidade de trabalhar imediatamente quando for para o regime aberto (inciso I do art. 114); c) Apresentar, pelos seus antecedentes ou pelo resultado dos exames a que foi submetido, fundados indícios de que irá ajustar-se, com autodisciplina e senso de responsabilidade, ao novo regime (inciso II do art. 114). Requisito OBJETIVO adicional no caso de condenados por crime contra a Administração Pública: No caso de crime contra a Administração Pública, para que haja a progressão será necessária ainda: a reparação do dano causado; ou a devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. Isso está previsto no 4º do art. 33 do Código Penal: 4º O condenado por crime contra a administração pública terá a progressão de regime do cumprimento da pena condicionada à reparação do dano que causou, ou à devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais. A defesa de um dos condenados no Mensalão alegou que esse requisito exigido pelo 4º do art. 33 do CP seria inconstitucional por representar uma espécie de prisão por dívida. O STF concordou com o argumento? Esse dispositivo viola a CF/88? Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 13

14 NÃO. O 4º do art. 33 do CP é CONSTITUCIONAL. Vale ressaltar, no entanto, que, mesmo sem previsão expressa, deve ser permitido que o condenado faça o parcelamento do valor da dívida. Fundamentos da conclusão Segundo o STF, em matéria de crimes contra a Administração Pública como também nos crimes de colarinho branco em geral, a parte verdadeiramente severa da pena, a ser executada com rigor, há de ser a de natureza pecuniária. Esta, sim, teria o poder de funcionar como real fator de prevenção, capaz de inibir a prática de crimes que envolvessem apropriação de recursos públicos. A imposição da devolução do produto do crime não constitui sanção adicional, mas, apenas a restituição daquilo que foi indevidamente apropriado ou desviado. Ademais, não é o direito fundamental à liberdade do condenado que está em discussão, mas, tão somente, se a pena privativa de liberdade a ser cumprida deve se dar em regime mais favorável ou não, o que afasta a alegação quanto à suposta ocorrência, no caso, de prisão por dívida. Outrossim, a norma em comento não é a única, prevista na legislação penal, a ter na reparação do dano uma importante medida de política criminal. Ao contrário, basta uma rápida leitura dos principais diplomas penais brasileiros para constatar que a falta de reparação do dano: a) pode ser causa de revogação obrigatória do sursis ; b) impede a extinção da punibilidade ou mesmo a redução da pena, em determinadas hipóteses; c) pode acarretar o indeferimento do livramento condicional e do indulto; d) afasta a atenuante genérica do art. 65, III, b, do CP, entre outros. DIREITO PENAL / PROCESSUAL PENAL MILITAR DOSIMETRIA DA PENA Culpabilidade e consequências do crime podem ser utilizadas na sentença na dosimetria da pena Não há nulidade na sentença que julga um crime militar se o juiz aumenta a pena-base com fundamento na culpabilidade do réu e nas consequências do delito. Isso porque o art. 69 do CPM fala em intensidade do dolo, locução que, em outras palavras, quer significar a mesma coisa que culpabilidade. De igual forma, a menção às consequências do crime não implica qualquer nulidade, já que essa expressão está presente implicitamente no art. 69 do CPM quando este dispositivo fala em maior ou menor extensão do dano. STF. 2ª Turma. HC /RJ, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/12/2014 (Info 772). Imagine a seguinte situação adaptada: João foi condenado pela Justiça Militar por roubo qualificado (art. 242, 2º, I, do CPM). Na sentença, o juiz aumentou a pena-base entendendo que as circunstâncias judiciais eram desfavoráveis ao acusado já que a culpabilidade do réu se mostrou acentuada e as consequências do delito eram muito graves. A DPU, fazendo a assistência jurídica do condenado, recorreu contra a sentença alegando que a dosimetria da pena nos crimes militares deve obedecer ao art. 68 do CPM e que neste dispositivo não menciona a culpabilidade como um dos elementos a serem analisados pelo magistrado. Em outras palavras, para a defesa, o Código Penal Militar não autoriza que o juiz aumente a pena com base na culpabilidade e nas consequências do crime, de forma que a sentença foi nula. A tese da DPU foi aceita pelo STF? NÃO. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 14

15 Realmente, o art. 69 do CPM não fala expressamente em culpabilidade do agente nem em consequências do crime. Confira: Fixação da pena privativa de liberdade Art. 69. Para fixação da pena privativa de liberdade, o juiz aprecia a gravidade do crime praticado e a personalidade do réu, devendo ter em conta a intensidade do dolo ou grau da culpa, a maior ou menor extensão do dano ou perigo de dano, os meios empregados, o modo de execução, os motivos determinantes, as circunstâncias de tempo e lugar, os antecedentes do réu e sua atitude de insensibilidade, indiferença ou arrependimento após o crime. Tais expressões culpabilidade do agente e consequências do crime estão previstas apenas no art. 59 do Código Penal comum. Apesar disso, a 2ª Turma do STF entendeu que não houve nulidade. Isso porque culpabilidade, na dosimetria da pena, significa juízo de reprovabilidade, ou seja, grau de censura feita pelo magistrado à conduta pessoal do réu. O art. 69 do CPM não fala expressamente em culpabilidade, mas diz que o juiz irá considerado a intensidade do dolo ou grau da culpa, locução que, em outras palavras, quer significar a mesma coisa. Do mesmo modo, a menção às consequências do crime não implica qualquer nulidade, já que essa expressão está presente implicitamente no art. 69 do CPM quando este dispositivo fala em maior ou menor extensão do dano. Resumindo: não há nulidade porque a culpabilidade do agente pode ser entendida como sendo a intensidade do dolo e as consequências do crime são a maior ou menor extensão do dano. Importante!!! DIREITO INTERNACIONAL EXTRADIÇÃO Pedido de extradição formulado com base em terrorismo O terrorismo não é tipificado como crime pela legislação brasileira, não sendo válido o art. 20 da Lei 7.170/83 para criminalizar essa conduta. Logo, não é cabível que seja concedida extradição de um estrangeiro que praticou crime de terrorismo no Estado de origem, considerando que, pelo fato de o Brasil não ter definido esse crime, não estará presente o requisito da dupla tipicidade. Vale ressaltar que, mesmo o Brasil não prevendo o crime de terrorismo, seria possível, em tese, que a extradição fosse concedida se o Estado requerente tivesse demonstrado que os atos terroristas praticados pelo réu amoldavam-se em outros tipos penais em nosso país (exs: homicídio, incêndio etc.). Isso porque a dupla tipicidade não é analisada sob o ponto de vista do nomen juris, ou seja, do nome do crime. O que importa é que aquela conduta seja punida no país de origem e aqui, sendo irrelevantes as diferenças terminológicas. No entanto, no caso concreto, o pedido feito pelo Estado estrangeiro estava instruído de forma insuficiente. STF. 2ª Turma. PPE 730/DF, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 16/12/2014 (Info 772). Imagine a seguinte situação adaptada: Juan, cidadão peruano, está sendo processado em seu país pela prática do crime de terrorismo. Vale ressaltar que Juan se encontrava morando no Brasil, razão pela qual a República do Peru requereu a Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 15

16 sua extradição. Tendo como base unicamente esses elementos, será possível que o Brasil conceda a extradição? NÃO. Um dos requisitos para que o Brasil conceda a extradição é a chamada dupla tipicidade, ou seja, que o fato seja considerado crime no Estado estrangeiro de origem e também aqui no Brasil. Esse requisito está previsto no art. 77 do Estatuto do Estrangeiro: Art. 77. Não se concederá a extradição quando: II - o fato que motivar o pedido não for considerado crime no Brasil ou no Estado requerente; No caso, não estaria atendida a exigência da dupla tipicidade, senão vejamos: O que é terrorismo? O Min. Celso de Mello, de forma precisa, constata que até hoje, a comunidade internacional foi incapaz de chegar a uma conclusão acerca da definição jurídica do crime de terrorismo, sendo relevante observar que, até o presente momento, já foram elaborados, no âmbito da Organização das Nações Unidas, pelo menos, 13 (treze) instrumentos internacionais sobre a matéria, sem que se chegasse, contudo, a um consenso universal sobre quais elementos essenciais deveriam compor a definição típica do crime de terrorismo ou, então, sobre quais requisitos deveriam considerar-se necessários à configuração dogmática da prática delituosa de atos terroristas. Em outras palavras, trata-se ainda de um tema polêmico. Apesar disso, podemos citar uma definição feita por René Ariel Dotti e que é bastante difundida no âmbito doutrinário: o terrorismo pode ser definido como a prática do terror como ação política, procurando alcançar, pelo uso da violência, objetivos que poderiam ou não ser estabelecidos em função do exercício legal da vontade política. Suas características mais destacadas são: a indeterminação do número de vítimas; a generalização da violência contra pessoas e coisas; a liquidação, desativação ou retração da vontade de combater o inimigo predeterminado; a paralisação contra a vontade de reação da população; e o sentimento de insegurança transmitido principalmente pelos meios de comunicação (Terrorismo e devido processo legal. RCEJ, ano VI, Brasília, set. 2002, p apud LIMA, Renato Brasileiro de. Legislação Criminal Especial Comentada. Niterói: Impetus, 2013, p. 58). O terrorismo é tipificado como crime no Brasil? Sobre o tema existem duas correntes: Sim O terrorismo seria previsto como crime no art. 20 da Lei n /83 (Lei de Crimes Contra a Segurança Nacional): Art. 20. Devastar, saquear, extorquir, roubar, sequestrar, manter em cárcere privado, incendiar, depredar, provocar explosão, praticar atentado pessoal ou atos de terrorismo, por inconformismo político ou para obtenção de fundos destinados à manutenção de organizações políticas clandestinas ou subversivas. Pena: reclusão, de 3 a 10 anos. É a posição de Julio Fabbrini Mirabete, Fernando Capez, Guilherme de Souza Nucci. NÃO Para a maioria da doutrina, contudo, a legislação brasileira ainda não definiu o crime de terrorismo. O elemento normativo atos de terrorismo constante do art. 20 da Lei n /83 é tão vago e elástico que não permite ao julgador, por ausência de uma adequada descrição do conteúdo fático desse ato, enquadrar qualquer modalidade da conduta humana. Logo, o crime do art. 20 da Lei n /83 não pode ser tratado como terrorismo, sob pena de evidente violação ao princípio da taxatividade (nullum crimen nulla poena sine lege certa). (LIMA, Renato Brasileiro de., p. 59). É a corrente sustentada por Alberto Silva Franco, José Cretella Neto, Damásio de Jesus, Gilberto Pereira de Oliveira. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 16

17 Desse modo, para a maioria da doutrina, o terrorismo não é tipificado pela legislação brasileira, não sendo válido o art. 20 da Lei n /83 para criminalizar essa conduta. A CF/88 afirma que não será concedida extradição de estrangeiro por crime político ou de opinião (art. 5º, LII). O terrorismo pode ser considerado um crime político e enquadrado nessa proibição do art. 5º, LII? Em outras palavras, mesmo após o terrorismo ser previsto como crime no Brasil, haverá proibição de extradição por causa do art. 5º, LII? NÃO. O terrorismo não pode ser considerado crime político e enquadrado no art. 5º, LII. O óbice que existe atualmente para a concessão de extradição por causa de terrorismo é a inexistência desse crime no Brasil (requisito da dupla tipicidade). Veja como já decidiu o STF: (...) Os atos delituosos de natureza terrorista, considerados os parâmetros consagrados pela vigente Constituição da República, não se subsumem à noção de criminalidade política, pois a Lei Fundamental proclamou o repúdio ao terrorismo como um dos princípios essenciais que devem reger o Estado brasileiro em suas relações internacionais (CF, art. 4º, VIII), além de haver qualificado o terrorismo, para efeito de repressão interna, como crime equiparável aos delitos hediondos, o que o expõe, sob tal perspectiva, a tratamento jurídico impregnado de máximo rigor, tornando-o inafiançável e insuscetível da clemência soberana do Estado e reduzindo-o, ainda, à dimensão ordinária dos crimes meramente comuns (CF, art. 5º, XLIII). (...) O terrorismo - que traduz expressão de uma macrodelinquência capaz de afetar a segurança, a integridade e a paz dos cidadãos e das sociedades organizadas - constitui fenômeno criminoso da mais alta gravidade, a que a comunidade internacional não pode permanecer indiferente, eis que o ato terrorista atenta contra as próprias bases em que se apóia o Estado democrático de direito, além de representar ameaça inaceitável às instituições políticas e às liberdades públicas, o que autoriza excluí-lo da benignidade de tratamento que a Constituição do Brasil (art. 5º, LII) reservou aos atos configuradores de criminalidade política. - A cláusula de proteção constante do art. 5º, LII da Constituição da República - que veda a extradição de estrangeiros por crime político ou de opinião - não se estende, por tal razão, ao autor de atos delituosos de natureza terrorista, considerado o frontal repúdio que a ordem constitucional brasileira dispensa ao terrorismo e ao terrorista. (...) (STF. Ext 855, Rel. Min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, julgado em 26/08/2004) Duas observações: No caso concreto, o motivo principal pelo qual o STF negou a extradição do estrangeiro foi o fato de o Estado requerente não ter apresentado alguns documentos obrigatórios e que foram exigidos pela Corte. Assim, o pedido feito foi instruído de forma insuficiente. Apesar disso, o Ministro Relator avançou na apreciação do tema e fez as considerações acima expostas sobre o terrorismo. Mesmo o Brasil não prevendo o crime de terrorismo, seria possível, em tese, que a extradição fosse concedida se o Peru tivesse demonstrado que os atos terroristas praticados pelo réu amoldavam-se em outros tipos penais em nosso país. Ex: o réu praticou terrorismo por meio de homicídios, incêndios, explosões etc. O pedido de extradição não poderia ser deferido com base em terrorismo, mas poderia ter sido autorizado com fundamento em homicídio (ar. 121 do CP), incêndio (art. 250) e explosão (art. 251). Isso porque a dupla tipicidade não é analisada sob o ponto de vista do nomen juris, ou seja, do nome do crime. O que importa é que aquela conduta seja punida no país de origem e aqui, sendo irrelevantes as diferenças terminológicas. Informativo 772-STF(03/02/2015) Esquematizado por Márcio André Lopes Cavalcante 17

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