PROF. JOSEVAL MARTINS VIANA

Transcrição

1 AULA 16 Da sentença e da coisa julgada. Dos elementos e dos efeitos da sentença. Da remessa necessária. Do julgamento das ações relativas às prestações de fazer, de não fazer e de entregar coisa. Da coisa julgada. Da liquidação de sentença.

2 SENTENÇA E COISA JULGADA Artigos 485 e seguintes do Código de Processo Civil

3 Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos artigos 485 e 487 do CPC põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.

4 Requisitos essenciais da sentença: a) Relatório O juiz inicia a sentença redigindo um relatório que, basicamente, contém os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, bem como o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo.

5 b) Motivação A sentença deverá ser fundamentada, como manda o art. 93, inc. IX, da Constituição Federal. O juiz deverá expor as razões que ensejaram o acolhimento ou não do pedido formulado pelo autor na petição inicial, apreciando os seus fundamentos de fato e de direito (causa de pedir) e os da defesa.

6 c) Dispositivo O dispositivo é a parte final da sentença, em que o juiz decide se acolhe, rejeita o pedido ou se extingue o processo, sem examiná-lo.

7 O juiz de direito dará preferência à resolução do mérito (art. 488 do CPC)

8 A sentença de improcedência liminar são aquelas de mérito proferidas antes da citação do réu, nas hipóteses do art. 322 do CPC.

9 A sentença extra petita é aquela em que o juiz julga diferente a ação que foi proposta, sem respeitar as partes, a causa de pedir ou o pedido, como indicados na petição inicial.

10 A sentença ultra petita é aquela em que o juiz de direito julga o pedido posta em juízo, condenando o réu em quantidade superior ao que foi requerido pelo autor.

11 A sentença infra ou citra petita é aquela em que o juiz deixa de apreciar um das pretensões postas em juízo, não aprecia um dos pedidos, quando houver cumulação. Infra = menos Citra = também significa menos

12 A sentença poderá ser: a) Sem resolução de mérito (art. 485 do CPC) b) Com resolução de mérito (art. 487 do CPC) Observação: incluem-se aqui os incisos do art. 332 do Código de Processo Civil que tratam da improcedência liminar do pedido.

13 Casos de julgamento sem resolução de mérito: 1. Indeferimento da petição inicial.

14 2) Paralisação do processo durante mais de 1 (um) ano por negligência das partes.

15 3) Paralisação do processo por mais de 30 (trinta) dias por culpa do autor que não promoveu os atos e as diligências necessárias que lhe incumbiam.

16 4) Ausência de pressupostos de constituição e de desenvolvimento válido e regular do processo.

17 5) Reconhecimento da existência de perempção, litispendência ou de coisa julgada.

18 6) Verificada a ausência de legitimidade ou de interesse processual.

19 7) Acolhimento da alegação de legitimidade ou quando o juiz arbitral reconhecer sua competência.

20 8) Homologar a desistência da ação.

21 10) Em caso de morte da parte, a ação for considerada intransmissível por disposição legal.

22 Casos de extinção do processo com resolução de mérito 1) Acolher ou rejeitar o pedido formulado na ação ou na reconvenção.

23 2) Decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição.

24 3) Homologar: 3.1. O reconhecimento da procedência do pedido formulado na ação ou na reconvenção A transação A renúncia à pretensão formulada na ação ou na reconvenção.

25 A coisa julgada pode ser entendida a partir da seguinte análise: Dá-se o nome de trânsito em julgado da decisão, quando a sentença não for mais passível de recurso, seja porque se esgotaram as possibilidades de interposição de recursos, ou porque o prazo recursal transcorreu in albis.

26 Assim podemos afirmar que a coisa julgada é a qualidade existente em uma sentença que torna seus efeitos imutáveis.

27 Dá-se a coisa julgada formal quando o magistrado extingue o processo sem resolução de mérito. Assim, nesse processo, a sentença torna-se imutável, proibindo-se rediscutir o que já foi decidido. No entanto, nada impede a propositura de nova demanda sob o mesmo fundamento, desde que corrigido o ato que ensejou a extinção do processo sem resolução de mérito.

28 Dá-se a coisa julgada material, quando o juiz extingue o processo com resolução de mérito. Dessa forma, não só o processo que veiculou a pretensão do autor tornou-se imutável, como a relação jurídica de direito material que ensejou o processo. Nesse caso, não é possível propor a mesma ação.

29 Ao sentenciar o processo, o juiz de direito não pode indicar, reproduzir ou parafrasear a norma jurídica. Deve explicar sua relação com a causa ou com a questão decidida.

30 Ação de obrigação de pagar quantia no caso de pedido genérico (requer o pagamento de certa quantia em dinheiro - durante a convalescença do autor) o juiz de direito deverá decidir a duração do pagamento, a correção monetária, a taxa de juros.

31 Depois de publicada a sentença, o juiz poderá alterá-la nos seguintes casos: a) correção de defeitos materiais ou erros de cálculo; b) por meio de embargos de declaração.

32 A decisão das ações de quantia certa, obrigação de fazer, de não fazer ou de dar coisa hipoteca judiciária. produzem a

33 Remessa necessária 1. Ações contra a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios. 2. Embargos procedentes à execução fiscal.

34 Se o recurso de apelação não for interposto no prazo legal, o juiz de direito ordenará a remessa dos autos ao tribunal.

35 Não haverá remessa necessária se a sentença estiver fundamentada em: a) Súmulas b) Acórdãos c) Entendimento firmado em IRDR ou de assunção de competência d) Orientação vinculante firmada no próprio Poder Público.

36 Ações de obrigação de fazer, não fazer e de entrega de coisa -Tutela específica ou determinará outras providências - Entrega de coisa: o juiz fixará prazo para a entrega da coisa.

37 Dar-se-á a conversão por perdas e danos sem prejuízo da multa fixada para compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.

38 Da liquidação de sentença - Artigos 509 e seguintes do CPC Regra geral do título executivo: 1. Líquido 2. Certo 3. Exigível

39 POSTO ISSO, com fundamento no artigo 487, I, do Código de Processo Civil, julgo procedente a presente ação ajuizada por [...] para condenar o réu no pagamento da quantia de R$ ,00 (quarenta mil reais), a título de indenização pelos danos morais e estéticos experimentados, bem como a condenação do réu ao pagamento dos lucros cessantes pleiteados nos termos da inicial, estes a serem apurados em liquidação de sentença, tudo acrescido de correção monetária com a observância dos índices da Tabela Prática para Cálculo de Atualização Monetária dos Débitos Judiciais editada pelo Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, além de juros de mora de 1% ao mês, contados da data do evento danoso, dia (artigo 398 do Código Civil e Súmula 54 do Egrégio Superior tribunal de Justiça.

40 Das diversas espécies de liquidação Há duas formas de liquidação de sentença: por arbitramento e por artigos (procedimento comum).

41 Liquidação por arbitramento A liquidação por arbitramento é aquela que se presta à apuração do valor de um bem ou serviço. O objetivo é a apuração desse valor, o que demandará a apresentação de pareceres e documentos elucidativos pelas partes e, se isso não for suficiente, o juiz nomeará um perito. Não há fato novo a ser demonstrado.

42 O art. 509, inc. I, do CPC explicita que a liquidação por arbitramento será feita, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação.

43 Liquidação pelo procedimento comum A liquidação pelo procedimento comum é aquela em que há necessidade de comprovação de fatos novos, ligados ao quantum debeatur. O art. 509, inciso II, do CPC dispõe que a liquidação pelo procedimento comum ocorrerá, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo.

44 Por fato novo entende-se não o que tenha ocorrido após a sentença, mas o que não tenha sido apreciado, quando ao julgamento, e o que diga respeito ao quantum.

45 A liquidação é julgada por decisão interlocutória A liquidação é apenas uma fase intermediária entre a condenatória e a executiva. Considera-se sentença o ato que põe fim ao processo ou à fase condenatória. A decisão interlocutória julga a liquidação de sentença e dela cabe agravo de instrumento, conforme dispõe o art , parágrafo único, do CPC: Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

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