Curso/Disciplina Aula: Professor (a): Monitor (a): Aula Introdução:
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1 Curso/Disciplina: Direito Processual Civil (NCPC) Aula: Voto, Julgamento e Acórdão Professor (a): Edward Carlyle Monitor (a): Tathyana Lopes 1. Introdução: Aula 177. O tema sobre a ordem dos processos nos tribunais, abrange os recursos, as ações de competência originária, os incidentes processuais, e até mesmo as remessas necessárias. Todos esses institutos no âmbito dos tribunais devem seguir o que estabelece o CPC, bem como o regimento interno de cada um dos Tribunais. O CPC estabelece essas normas, mas permite que o regimento interno de cada um dos tribunais possa estabelecer as minúcias em relação a essa orientação geral que o CPC apresenta. O código de 2015 trouxe muitas novidades em relação a essa ordem de processamento nos tribunais o que implica uma análise mais detalhada de como funciona esse processamento interno dos tribunais de uma maneira geral, porque especificamente depende muito do regimento interno dos tribunais espalhados pelo país. É preciso fazer uma análise das terminologias no âmbito dos tribunais e como estes são utilizados nos dispositivos do código. Tema este examinado muitas vezes pela doutrina. Cabe ressaltar ainda, que o CPC elaborou uma estrutura para observância dos precedentes judiciais a fim de que sejam efetivamente obedecidos, conforme o artigo 927 do CPC: Art Os juízes e os tribunais observarão: I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; II - os enunciados de súmula vinculante; III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. Página1 É uma determinação do código que os juízes e tribunais observem tais parâmetros, a ideia de precedentes jurisprudenciais está bem direcionada nesse sentido, mas para entender a amplitude desta determinação, é preciso partir da premissa que as competências para julgamento dos recursos, das ações de competência originária e dos reexames necessários sejam do órgão colegiado.
2 2. Do julgamento pelo órgão colegiado: A decisão monocrática do relator com objetivo de examinar o mérito dos recursos é excepcional e somente pode ser exercida em hipóteses muito específicas e normalmente estas estão previstas no artigo 927 supracitado. Foi abolida a possibilidade do relator decidir monocraticamente o mérito de um recurso. Para fins de celeridade e economia processual foi um retrocesso, pois no sistema anterior quando havia a possibilidade de julgamento monocrático pelo relator, isso possibilitava que vários processos fossem encerrados com maior rapidez, do que se fosse levada a matéria para ser examinada pelo órgão colegiado. Sistema abolido com o novo código em vigor. Caberá ao relator organizar o processo e o levar para julgamento perante o órgão colegiado. E este trâmite prejudica a celeridade das decisões, mas o código optou por privilegiar a decisão colegiada do que a celeridade processual. Não se sabe ainda se tal medida vai ocasionar mais benefícios do que prejuízos aos jurisdicionados. Sendo assim preferencialmente o órgão colegiado é o competente para julgar e ao relator somente poderá apreciar o mérito do recurso vinculado as hipóteses do artigo 927, tal situação certamente terá como consequência um abarrotamento do colegiado para o julgamento de recursos. Na prática, o relator apresenta o processo de maneira célere com o seu voto, em seguida o presidente do órgão colegiado questiona se todos concordam e caso não se manifestem, é decidido por unanimidade sem os debates. Isso seria uma melhor justiça? Tal situação tem gerado críticas dos membros dos tribunais em razão da burocracia implementada pelo novo código que engessou a liberdade que havia para se tentar acelerar o andamento dos processos. Nesse sentido, o CNJ teve que determinar o cumprimento dos procedimentos estabelecidos pelo código que vinham sendo descumpridos. Tendo por premissa que o órgão competente para julgamento dos recursos é o órgão colegiado, pode ser a turma, a câmara, a seção, o pleno, etc. Cada um desses órgãos ele possui uma estrutura definida no regimento interno, podem ser formados por 3 juízes, ou mais juízes, o fato é que ele é formado por membros desse colegiado, desembargadores, e esporadicamente formado por juízes convocados. 3. Da atuação de juizes de primeiro grau no tribunal: Página2 Quanto a questão da atuação de juízes no tribunal, tal situação foi objeto de grande discussão, porque a CF e o CPC estabelecem regras para que se possa atuar no tribunal e partem da premissa de que os seus membros são desembargadores, porque a própria CF estabelece as regras para promoção ao cargo de desembargador seja por antiguidade ou merecimento.
3 A oportunidade de juízes atuarem nos tribunais ocorre em determinadas situações, como no caso de licença saúde, férias, aposentadoria, dentre outros casos de afastamento dos desembargadores que impediam a realização da sessão daquele órgão. Então tais juízes são convocados para substituir em determinadas hipóteses, mas foram interpostos recursos alegando violação ao princípio da garantia do juiz natural e tal discussão chegou até o STF, que entendeu pela constitucionalidade da convocação de juízes de primeiro grau desde que observada as circunstâncias estabelecidas em lei e diante de situações legítimas definidas em lei como sendo apta a possibilitar tal convocação. 4. Do voto e do julgamento: A regra é que o recurso precisa ser levado para julgamento no órgão colegiado para debate e julgamento, com manifestação de cada um dos seus membros, o desembargador ou o juiz convocado, a respeito do pedido formulado através de seu voto. O voto é a manifestação de vontade do membro do órgão colegiado decidindo a respeito do pedido apresentado. Ainda quando é feito o acompanhamento do voto do relator, não deixa de ser um voto. Se o órgão colegiado é formado por diferentes membros, para se saber o resultado é preciso reunir os diferentes votos e extrair a decisão majoritariamente adotada. Dessa forma pode-se dizer que julgamento é a reunião dos votos apresentados pelos membros do órgão colegiado com a definição pela maioria do resultado sobre o pedido apresentado. Já o acórdão é um ato posterior ao julgamento e distinto deste, o resultado já está definido e o acórdão é a materialização do julgamento, um documento através do qual se materializa o julgamento realizado pelo órgão colegiado. 4.1 Quanto ao conteúdo do acórdão: O acórdão pode ter conteúdo de sentença ou conteúdo de decisão intelocutória, cofnorme a seguir: Art Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos. Página3 1 o Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução. Desta forma para que um determinado ato seja considerado sentença, deve ter como fundamento uma das hipóteses dos artigos 485 e 487 do CPC ou quando põe fim a fase cognitiva do procedimento comum ou extingue a execução.
4 Por exemplo, foi proferida sentença de procedência do pedido e contra esta sentença foi interposta apelação onde se alegou que a prescrição aventada em primeiro grau não foi devidamente apreciada pelo juiz, pois não foi calculado devidamente o prazo prescricional. Nesse caso, quando o tribunal examina a apelação e reconhece a prescrição, que é matéria de mérito, com aplicação do artigo 487, II do CPC, a prescrição acarreta a extinção do procedimento, pela extinção da pretensão, esse acódão proferido teria natureza de sentença. Art Haverá resolução de mérito quando o juiz: II - decidir, de ofício ou a requerimento, sobre a ocorrência de decadência ou prescrição; Também podemos ter um acórdão com natureza de decisão interlocutória, quando ausente os requisitos do artigo o do CPC. Por exemplo se a sentença reconhece a ilegitimidade passiva do réu com fundamento no artigo 485, inciso VI do CPC, o autor apela alegando legitimidade do réu, considerando que o tribunal reconheça a legitimidade do réu, reformará a sentença com a sua cassação e determinará a baixa dos autos para prosseguimento Quanto a forma do acórdão: Art O juiz não resolverá o mérito quando: VI - verificar ausência de legitimidade ou de interesse processual; Na doutrina se afirma que o acórdão deve obedecer aos requisitos do artigo 489 do CPC porque diz respeito não somente a sentença, mas também a qualquer ato decisório praticado no curso do processo, praticados pelo juiz de primeiro grau ou pelo tribunal com natureza de decisão final. Art São elementos essenciais da sentença: I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo; II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de direito; III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as partes lhe submeterem. Página4 No tribunal há alguns detalhes que se afastam desses elementos, o relatório é tradicional, a fundamentação é perfeitamente exigível seja nas sentença seja nos acordãos, mas a parte dispositiva no tribunal, se refere ao voto do relator decidindo o pedido formulado no recurso. Com isso, os três elementos essenciais da sentença são observados em relação ao acórdão de acordo com as particularidades das decisões proferidas no âmbito do segundo grau de jurisdição.
5 Na doutrina há quem alegue que além dos requisitos do artigo 489 do CPC acrescenta a ementa do acórdão. A diferença entre acórdão e ementa é fundamental para a compreensão dos institutos. Como já foi dito, o acórdão é a materialização do julgamento proferido pelo órgão colegiado, a sua documentação. O julgamento é anterior ao acórdão. Já a ementa é o resumo do acórdão. A ementa apresenta a discussão, quais os motivos levaram àquele julgamento e o seu resultado. Página5
Aula nº 50. Art Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.
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