Meios de impugnação das decisões judiciais

Transcrição

1 Meios de impugnação das decisões judiciais

2 Recurso É um meio de impugnação de determinada decisão judicial, interposto no âmbito do mesmo processo em que fora proferida. Tal impugnação poderá ser feita para se requerer uma reforma, invalidação, integração ou esclarecimento da decisão judicial atacada, Donizetti (2014, p. 760). A interposição recursal posterga o fim da litispendência gerada pelo processo. Alguns exemplos são: apelação, recurso especial e embargos de declaração. O Art. 994 elenca todos os recursos previstos no NCPC, sendo que, qualquer instituto nele previsto, por mais que possua o objetivo de impugnar um provimento jurisdicional, possuirá natureza jurídica diversa da de Recurso.

3 Recurso Art São cabíveis os seguintes recursos: I - apelação; II - agravo de instrumento; III - agravo interno; IV - embargos de declaração; V - recurso ordinário; VI - recurso especial; VII - recurso extraordinário; VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; IX - embargos de divergência.

4 Ações autônomas de impugnação É o meio de impugnar uma determinada decisão judicial em processo autônomo, distinto daquele no qual fora proferida a referida decisão. Conforme se pode extrair da doutrina de Didier Jr e Cunha (2013, p. 26, grifo no original): a ação autônoma de impugnação é o instrumento de impugnação da decisão judicial, pelo qual se dá origem a um processo novo [...] São exemplos: [...] o mandado de segurança [...] a reclamação constitucional.

5 Ações autônomas de impugnação Dois casos de ações impugnativas autônomas previstas em nosso NCPC são: Embargos de Terceiro (Art. 674/681) e Ação Rescisória (Art. 966 e SS), visto que buscam impugnar uma decisão judicial, por meio de uma nova ação, já que se criam novos autos e nova relação jurídica de direito processual, possuindo, a decisão a ser proferida nesta nova ação, independência quanto ao sentido da decisão por ela impugnada.

6 Ações autônomas de impugnação Parte da doutrina insere os remédios constitucionais (Mandado de Segurança; Reclamação Constitucional; Correição Parcial; Mandado de Injunção e Habeas Datas) como Ações Impugnativas Autônomas, enquanto outra, por entender que se tratam de Remédios Constitucionais, com funções muito mais importantes do que apenas impugnar um provimento judicial.

7 Mandado de segurança O mandado de segurança está previsto pela própria Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (CF/88), em seu artigo (art.) 5º, inciso LXIX, com a seguinte redação: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.

8 Reclamação constitucional Quando trata da reclamação, Didier Jr e Cunha (2013, p. 504, grifo do autor) afirmam: a reclamação constitucional consiste, a bem da verdade, numa ação [...] A reclamação contém, inclusive, os elementos da ação, a saber: partes, causa de pedir e pedido. Após as modificações, que estão explicitadas nos parágrafos seguintes, Didier Jr e Cunha (2016, p. 533) salientam que a reclamação tem, enfim, natureza jurídica de ação. É exemplo de ação autônoma de impugnação de ato judicial, de natureza constitucional.

9 Reclamação constitucional A reclamação constitucional, antes da entrada em vigor do Código de Processo Civil de 2015 (CPC), estava prevista apenas na CF/88, no art. 102, inciso I, alínea l, e art. 105, inciso I, alínea f, e regulamentada pela Lei 8.038/90 (lei que trata sobre as normas procedimentais para os processos, perante o STJ e STF).

10 Reclamação constitucional A reclamação, atualmente prevista pelo CPC, do art. 988 ao 993, ao mesmo tempo em que revogou os artigos 13 a 18 da Lei 8.038/90, teve sua amplitude de cabimento ampliada consideravelmente. Em seu art. 988, incisos I ao IV, o CPC determina que caberá reclamação para: I: preservar a competência do tribunal; II - garantir a autoridade das decisões do tribunal; III garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; IV garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência.