LIVRAMENTO CONDICIONAL LUANNA TOMAZ
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1 LIVRAMENTO CONDICIONAL LUANNA TOMAZ
2 CONCEITO Incidente na execução da pena privativa de liberdade que possibilita a liberdade antecipada, mediante a existência de pressupostos e condicionada a determinadas exigências.
3 ANTECEDENTES Surge na França em No Brasil surge no Código Penal da República(1890): "Art. 50. O condenado à prisão celular por tempo excedente de seis anos e que houver cumprido metade da pena, mostrando bom comportamento, poderá ser transferido para alguma penitenciária agrícola, a fim de aí cumprir o restante da pena. Somente em 1924 foi regulamentado e e efetivamente executado.
4 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS Art. 83 do CP I- Natureza e quantidade da pena (OBS: art. 84 do CP). E no caso de prisão domiciliar? A Lei de Contravenções Penais admite a medida, conforme seu art. 11. Cômputo do tempo: Deve ser computado o tempo de remição da pena, a fim de atingir o limite mínimo necessário para a concessão do benefício (LEP, art. 128). Também deve ser contado em decorrência da detração penal o tempo em que o agente esteve recolhido em decorrência de prisão provisória ou administrativa.
5 PRESSUPOSTOS OBJETIVOS II- Reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo III- Cumprimento de parte da pena: -Especial: Mais de 1/3 se o condenado não for reincidente em crime doloso e tiver bons antecedentes. -Ordinário: Mais da 1/2 se o condenado for reincidente em crime doloso. -Devem ser cumpridos mais de 2/3, no caso de condenação por crime hediondo. - Se o condenado não for reincidente em crime doloso, mas tiver maus antecedentes, há dois entendimentos:
6 A)a solução é escolher uma fração entre 1/3 e 1/2, de acordo com os antecedentes. B) Cumprir 1/3 da pena para não atuar em desfavor do indivíduo. HABEAS CORPUS HC RJ 2004/ (STJ) LIVRAMENTO CONDICIONAL. REQUISITO OBJETIVO. CUMPRIMENTO PARCIAL DA PENA. RÉU PRIMÁRIO E COM MAUS ANTECEDENTES. Em se tratando de réu primário e com maus antecedentes, tem ele direito à obtenção do livramento condicional simples (CP, art. 83, I), para o qual se exige, além dos demais requisitos objetivos e subjetivos, o cumprimento de um terço da pena, não se podendo aplicar o inciso II do art. 83 do CP (Precedentes). Ordem parcialmente concedida. STJ - 02 de Junho de 2005 Presentes os pressupostos, não é necessário que ele tenha passado por todos os regimes.
7 PRESSUPOSTOS SUBJETIVOS Bons antecedentes (art. 83,I, segunda parte). Comportamento carcerário satisfatório (antes era bom)(art 83, III). Sumula 441. STJ Bom desempenho no trabalho que lhe for atribuído durante a execução da pena. (art 83, III). Possibilidade de obter ocupação lícita que lhe garanta a própria subsistência. (art 83, III). Para crimes dolosos, cometidos com violência ou grave ameaça contra a pessoa, é necessário mais um requisito: verificação de que cessou a periculosidade do agente. (art 83, PU). Não é necessário exame pericial. Para crimes hediondos é necessário mais um requisito: não ser reincidente em nenhum dos crimes previstos na lei (reincidência específica) (art 83, V).
8 CONCESSÃO DO LIVRAMENTO Pode ser concedido mediante requerimento do sentenciado, de seu cônjuge ou de parente ou por iniciativa do Conselho Penitenciário (art. 712, 713 e 714 do CPP). Oitiva do Conselho Penitenciário: Art. 131 e 70 da LEP. O período de prova corresponde ao tempo de pena que resta ao liberado cumprir.
9 CERIMÔNIA DE LIVRAMENTO Cerimônia de livramento: é lida a sentença ao liberado, explicadas as condições e causas de revogação (LEP, art. 137). Iniciase, então, o período de prova, em que o liberado fica sob observação cautelar (LEP, art. 139). LIVRAMENTO INSUBSISTENTE: Se o condenado foge do presídio antes da cerimônia obrigatória não é o caso de revogação, mas de torná-lo insubsistente (TACRIM/SP. Ag /3, )
10 CONDIÇÕES IMPOSTAS ART 132 DA LEP 1)Obrigatórias -Comunicar periodicamente ao juízo sua ocupação. -Não sair da comarca sem avisar o Juízo. -Obter ocupação lícita dentro de um prazo razoável. 2)Facultativas -Não mudar de endereço sem avisar o juiz. -Recolher-se em sua residência após determinado horário. -Proibição de frequentar determinados lugares. As condições judiciais podem ser modificadas no transcorrer da execução(art. 144 da LEP) A não aceitação pelo liberado das condições impostas ou alteradas torna sem efeito o livramento condicional (arts. 137, III e 144 da LEP).
11 REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA Art Revoga-se o livramento, se o liberado vem a ser condenado a pena privativa de liberdade, em sentença irrecorrível: I - por crime cometido durante a vigência do benefício; II - por crime anterior, observado o disposto no art. 84 deste Código. Não se pode revogar se o crime foi cometido depois do período de prova.
12 REVOGAÇÃO FACULTATIVA Art. 87 do CP Quanto a nova condenação, não importa que o crime e a contravenção tenham sido cometidos antes do início do período de prova ou durante a sua vigência. Exige-se, porém, que a condenação tenha imposto pena de multa ou restritiva de direitos. A condenação por motivo de contravenção a pena de prisão simples, não importa a revogação obrigatória ou facultativa. O parágrafo único do art. 140 da Lei de Execução Penal torna obrigatório ao juiz, se não revogou o livramento condicional, na hipótese facultativa, que advirta o liberado ou exaspere as condições.
13 EFEITOS DA REVOGAÇÃO Devemos dividir a matéria em três partes: a) efeitos da revogação do livramento condicional em face de condenação irrecorrível pela prática de infração penal anterior ao período de prova; b) efeitos de revogação do livramento condicional pela condenação irrecorrível em face de prática de infração penal durante a vigência do período de prova; c) efeitos da revogação do livramento condicional em face de descumprimento das condições impostas na sentença.
14 EFEITOS PELA PRÁTICA DE INFRAÇÃO ANTERIOR AO PP O livramento é revogado, passando o sentenciado a cumprir o restante da pena, mas com desconto do tempo em que esteve solto(art. 88 do CP e art. 141 da LEP). Levando-se em conta que vigência da medida condicional ele não praticou qualquer fato revocatório, é tratado com maior benevolência. As duas penas privativas de liberdade podem ser somadas para efeito de concessão de novo livramento condicional. (Art. 141 da LEP e art. 86, II, CP).
15 EFEITOS PELA PRÁTICA DE INFRAÇÃO COMETIDA DURANTE P.P Não se admite nova medida em relação à mesma pena (art. 88 do CP). Em relação à nova pena, porém, o condenado poderá obter livramento condicional, se presentes os seus requisitos. Não se permite a soma das duas penas. Não se desconta na pena anterior o tempo em que esteve solto o liberado (art. 88 do CP e art. 142 da LEP) Imposta na nova sentença condenatória multa ou pena restritiva de direitos (CP, art. 87, parte final), não se admite novo livramento condicional em relação à primeira pena. Nem se desconta nela o período de prova.
16 EFEITOS DA REVOGAÇÃO POR DESCUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES Revogado o livramento condicional, por ter o liberado deixado de observar alguma das condições impostas pelo juiz na sentença concessiva, ocorrem os seguintes efeitos: -O sentenciado tem de cumprir a pena que se encontrava com execução suspensa; -Não é computado na pena o tempo em que esteve solto; -Não pode mais ser favorecido por novo livramento condicional em relação a essa pena. Aplica-se o disposto no art. 142 da Lei de Execução Penal e no art. 88 do CP.
17 PRORROGAÇÃO Art. 89 do CP e o art. 144 e 145 da LEP. O juiz pode declarar a extinção da punibilidade ao término do P.P respondendo o liberado por crime cometido antes da vigência da medida? Terminado o período de prova, mesmo que fosse revogado o LC, não haveria pena a cumprir. Assim como no sursis entende-se que durante a prorrogação do período de prova do LC não perduram as condições judiciais impostas pelo juiz na sentença.
18 EXTINÇÃO Se até o término do período de prova o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena privativa de liberdade (CP, art. 90 e art. 146 da LEP). A sentença é meramente declaratória e não constitutiva. Assim, tem-se por extinta a punibilidade na data do término do período de prova e não na em que o juiz profere o despacho. O artigo 90 deve ser interpretado em consonância com o artigo 89, ou seja, após a prorrogação automática, ou, quando esta não ocorrer, a pena será extinta se não houver motivo para a revogação do livramento.
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