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1 Universidade da Beira Interior Faculdade de Ciências da Saúde DESENVOLVIMENTO e IMPLEMENTAÇÃO de novos protocolos na PURIFICAÇÃO de ANTICORPOS Mestrado em Ciências Biomédicas Ana Margarida Grilo Gonçalves Junho de 2010

2 Universidade da Beira Interior Faculdade de Ciências da Saúde DESENVOLVIMENTO e IMPLEMENTAÇÃO de novos protocolos na PURIFICAÇÃO de ANTICORPOS DEVELOPMENT and IMPLEMENTATION of new protocols for ANTIBODY PURIFICATION Orientada pelo Professor Doutor Luís António Paulino Passarinha e pela Professora Doutora Fani Pereira de Sousa.

3 Termo de Responsabilidade 2010 Termo de responsabilidade: da autora: O conteúdo do presente trabalho é da exclusiva responsabilidade Ana Margarida Grilo Gonçalves

4 Agradecimentos 2010 Agradecimentos: Aos meus orientadores, Prof. Dr. Luís Passarinha e Prof. Dr. Fani Sousa, sempre disponíveis nos momentos em que necessitei do seu auxilio. Agradeço a simpatia e dedicação que demonstraram no decorrer deste trabalho e pela forma agradável e profissional como sempre me trataram, transformando esta jornada de aprendizagem num processo empolgante de formação, reflexão e prazer. Aos meus pais, que sempre me apoiaram, encorajaram e motivaram a seguir em frente e nunca desistir dos meus sonhos. Aos meus colegas de laboratório do Centro de Investigação em Ciências da Saúde, em especial aos meus colegas de curso, por me terem apoiado e ouvido nos momentos em que o trabalho não corre como o esperado, tendo sempre uma palavra amiga de consolo e ânimo a dar. Aos amigos, que mesmo estando longe, conseguem quebrar distâncias e transformar um simples telefonema, num abraço de força e carinho. iv

5 Resumo 2010 Resumo Com uma sociedade em constante desenvolvimento e crescimento, o ser humano procura novos meios para prolongar o seu tempo de vida. Como tal, e com o objectivo de alcançar a manutenção da saúde pública, é necessário desenvolver e prescrever terapias correctas, sendo imprescindível possuir testes de diagnóstico céleres e com limites de detecção eficazes, que veiculem uma informação fidedigna ao clínico. Assim, os anticorpos, como biomolécula que apresenta uma elevada afinidade para o antigénio, são um ponto de interesse para aplicações tanto a nível terapêutico como para testes de diagnóstico. Após a sua produção, recorrendo a tecnologia recombinante, o processo de recuperação das imunoglobulinas (Igs) envolve vários passos de filtração, inactivação viral, bem como a aplicação de diversas técnicas cromatográficas. O produto é assim submetido a várias técnicas, correndo o risco de haver a introdução de novos contaminantes e perdas durante o processo de manipulação do mesmo. Deste modo, torna-se essencial investigar, desenvolver e optimizar processos de produção, fragmentação, purificação e redução de anticorpos, que permitam uma recuperação do produto mantendo as suas características morfológicas e funcionais, a um custo aceitável. Este projecto tem como objectivo, estudar novos métodos de purificação de diferentes anticorpos e fragmentos de anticorpos para posterior utilização em testes de diagnóstico. Recorrendo à técnica de cromatografia de exclusão molecular, pretende-se purificar os fragmentos de ligação ao anticorpo F(ab) 2 e F(ab), que posteriormente serão imobilizados na superfície do biosensor. Palavras-chave: Anticorpos, Fragmentos de Anticorpos, Purificação, Cromatografia de Exclusão molecular, dispositivos de diagnóstico. v

6 Abstract 2010 Abstract With a society in constant development and grow, the human being search for new ways to prolong their half life time. As such, and with the goal to achieve the maintenance of the public health, is necessary to develop and prescribe correct treatments, being indispensable hold fast tests of diagnosis with a efficient limit of detection, that convey a reliable information to the clinic. So, the antibodies, as a biomolecule which presents a high affinity to the antigen, constitute a point of interest to therapeutic and diagnosis applications. Behind the production, which resorts to recombinant technology, the process of recovery of immunoglobulin s (Igs) involves several filtration steps, viral inactivation, as well as the application of multiple chromatography techniques. The product is therefore subject to several techniques and the risk of the introduction new contaminants and product loss during the manipulation increases. Thus, becomes essential to explore, to develop and to optimize the processes of production, fragmentation, purification and reduction of antibodies, that allow a product recovery that keep the morphologic and functional characteristics of the product, in a acceptable cost. This project has as goal, the study of new purification methods to different antibodies, and antibody fragments to ulterior application in diagnosis test. Using exclusion molecular chromatography, we intended to purify the fragments of antigen binding F(ab) 2 and F(ab), for ulterior immobilization over the biosensor surface Key-Words: Antibodies, Fragments of antibodies, Purification, Size Exclusion Chromatography, medical devices. vi

7 Lista de Abreviaturas e Símbolos 2010 Lista de Abreviaturas e Símbolos Igs F(ab) 2 F(ab) Células NK V C C L V L C H 1 C H 2 C H 3 V H Fv CDRs Fc FcRn κ λ IgG MAbs PAbs SPR CHO GS DHFR IUPAC SEC IEX HIC RPC Imunoglobulinas Fragmento de ligação ao antigénio Fragmento de ligação ao antigénio Células Natural Killers Regiões variáveis Regiões constantes Domínio constante da cadeia leve Domínio variável da cadeia leve Domínio constante da cadeia pesada Domínio constante da cadeia pesada Domínio constante da cadeia pesada Domínio variável da cadeia pesada Fragmento variável Complementarity-determining regions Fragmento cristalizável Receptor neonatal Kappa Lambda Imunoglobulina G Anticorpos Monoclonais Anticorpos Policlonais Surface Plasmon Resonance Chinese hamster ovary Glutamine Synthetase Dihydrofolate reductase International Union Pure and Applied Chemistry Cromatografia de Exclusão Molecular Cromatografia de Troca Iónica Cromatografia de Interacção Hidrofóbica Cromatografia de Fase Reversa vii

8 Lista de Abreviaturas e Símbolos 2010 AC Anti-CRP Anti-Avidin Anti-PSA PBS-EDTA Tris i.d. MWCO CICS Cromatografia de Afinidade Monoclonal anti-human C-reactive protein Monoclonal mouse anti-egg white avidin Monoclonal mouse anti-prostate specific antigen Ácido etilenodiaminico tetra-acético em tampão fosfato Tris (hidroximetil) aminometano Diâmetro interno Membrane Molecular-Weight Cutoff Centro de Investigação em Ciências da Saúde viii

9 Lista de Figuras 2010 Lista de Figuras Figura 1 Estrutura de uma imunoglobulina 2 Figura 2 Diferentes classes de imunoglobulinas 4 Figura 3 Esquema representativo da acção das enzimas 7 proteolíticas pepsina e papaína Figura 4 Técnica de produção de hibridomas 9 Figura 5 Spinit Panels 11 Figura 6 Esquema representativo da constituição e funcionamento 13 de um biosensor Figura 7 Esquema de sistema de detecção de SPR 14 Figura 8 Evolução no desenvolvimento de anticorpos 16 Figura 9 Modelo fed-batch 18 Figura 10 Modelo de perfusão contínua 19 Figura 11 Exemplo de processo de produção de anticorpos 20 Figura 12 Diferentes tipos de interacções e subsequentes técnicas 22 cromatográficos Figura 13 Esquema representativo do processo de separação de 24 uma amostra por meio da utilização da técnica cromatográfica Figura 14 Esquema representativo do processo de cromatografia de 27 exclusão molecular Figura 15 Sistema de cromatografia liquida Äkta Purifier 32 Figura 16 Recta de Calibração de área vs concentração de F(ab) 2 35 Figura 17 Recta de Calibração de altura vs concentração de F(ab) 2 35 Figura 18 Imagens ilustrativas do processo de diálise 36 Figura 19 Diagrama global do processo 39 Figura 20 Perfil cromatográfico da fase móvel PBS-EDTA a ph6,9 40 Figura 21 Estudo do comportamento do anticorpo Anti-CRP e do 42 fragmento F(ab) 2 puro Figura 22 Perfil cromatográfico do fragmento F(Ab) 2 por exclusão 43 molecular Figura 23 Análise das fracções de F(ab) 2 por cromatografia analítica de exclusão molecular 45 ix

10 Lista de Figuras 2010 Figura 24 Perfil cromatográfico do branco da reacção de redução 46 Figura 25 Perfil cromatográfico da amostra de F(ab) 2 após o 47 processo de redução Figura 26 Perfil cromatográfico resultante da diálise da amostra resultante da reacção de redução do fragmento F(ab) 2 48 Figura 27 Figura 28 Figura 29 Estudo do comportamento do anticorpo Anti-Avidin e do fragmento F(ab) 2 de Anti-Avidin puro. Perfil cromatográfico do fragmento F(Ab) 2 Anti-Avidin por exclusão molecular Análise das fracções de F(ab) 2 de Anti-Avidin obtidas na cromatografia preparativa por cromatografia analítica de exclusão molecular Figura 30 Perfis cromatográficos do anticorpo Anti-PSA 54 Figura 31 Perfil cromatográfico da reacção de fragmentação do 55 anticorpo Anti-PSA x

11 Lista de Tabelas 2010 Lista de Tabelas Tabela 1 Diferentes classes e subclasses de imunoglobulinas e 5 suas características estruturais e funcionais Tabela 2 Distribuição normal das subclasses de IgG no soro 6 humano segundo cinco grupos científicos diferentes Tabela 3 Diferentes tipos de testes baseados em MAbs para 10 predizer uma gravidez Tabela 4 Interacções e respectivos sistemas cromatográficos 23 Tabela 5 Tempos de retenção, área e altura dos cromatogramas 43 apresentados na figura 22 Tabela 6 Tempos de retenção, área e altura dos cromatogramas da 44 figura 23 Tabela 7 Tempos de retenção, área e altura de picos dos cromatogramas apresentados na figura xi

12 Índice I. Introdução 1 1.1Anticorpo: Estrutura e Função Anticorpos: Policlonais vs Monoclonais 8 2 A aplicação dos anticorpos ao diagnóstico 11 3 Desenvolvimento e produção de anticorpos Purificação de Anticorpos Aspectos gerais da técnica cromatográfica Cromatografia de afinidade Cromatografia de troca iónica Cromatografia de interacção hidrofóbica Cromatografia de exclusão molecular ou filtração em gel Objectivos 29 II. Materiais e Métodos Material Anticorpos monoclonais Equipamento Estudos de Cromatografia de Exclusão Molecular ou Filtração em Gel Cromatografia Analítica Cromatografia Preparativa Fragmentação Construção da recta de calibração Redução e Diálise 36 III. Resultados e Discussão Diagrama global do processo Estudos do anticorpo Anti-CRP Fragmentação do anticorpo Anti-CRP Purificação do fragmento F(ab) xii

13 3.2.3 Ensaios de Redução e Diálise Estudo do anticorpo Anti-Avidin Fragmentação do anticorpo Anti-Avidin Purificação do fragmento F(ab) Estudo do anticorpo Anti-PSA Fragmentação do anticorpo 53 IV. Conclusão e Perspectivas Futuras 56 V. Referências Bibliográficas 58 xiii

14 I. Introdução

15 Introdução Capítulo Anticorpo: Estrutura e Função Anticorpos ou imunoglobulinas (Ig) solúveis são glicoproteínas segregadas pelos plasmócitos (linfócitos B diferenciados) presentes no sangue e fluidos tecidulares com especificidade para moléculas antigénicas específicas (que induziram a síntese desses mesmos anticorpos), às quais se ligam para desencadearem uma série de respostas imunológicas com vista à destruição do agente transportador desse antigénio. Para além de constituírem 20% das proteínas plasmáticas humanas, também podem ser encontrados na superfície de algumas células, como é o caso dos fagócitos mononucleares, as células Natural Killers (NK) e os mastócitos. Devido à sua capacidade de circulação são capazes de ir ao encontro dos antigénios, exercendo a sua função efectora. Assim, os anticorpos são o elemento de reconhecimento da resposta imune humoral, sendo o braço efector do sistema imune adaptativo, responsável pela defesa contra os microrganismos extracelulares e toxinas microbianas (Arosa, F. et al.., 2007)(Josic, D. and Lim, Y. 2001; Lipman, N. et al. 2005). Todas as imunoglobulinas possuem uma estrutura básica similar em forma de Y. Esta representação convencional das imunoglobulinas, apresenta uma estrutura central simétrica, com uma massa total de 150KDa, sendo composta por quatro cadeias polipeptídicas, idênticas duas a duas tal como mostra a figura 1 (Lima, N. M., M. 2003; Lipman, N. et al. 2005). Figura 1 Estrutura de uma imunoglobulina (adaptado de Brekke,O. and Sandlie, I,. 2003) 2

16 Introdução Capítulo 1 Pela representação da imunoglobulina, pode verificar-se que esta é constituída por duas cadeias pesadas (H) idênticas de 50-77KDa unidas por meio de pontes dissulfureto (S-S), e que cada uma, por sua vez, se liga a uma das duas cadeias leves (L) idênticas, de 25KDa (Carter, P. 2006; Lipman, N. et al. 2005). Tanto as cadeias pesadas como as cadeias leves contêm uma série de unidades homólogas repetidas, cada uma com cerca de 110 resíduos de aminoácidos, que se envolvem independentemente num motivo globular, classificado como domínio de imunoglobulina, estabilizado por meio de ligações dissulfureto intra cadeia. Um domínio de Ig, contém duas camadas de folhas β pregueadas, sendo cada camada composta de três a cinco filamentos de cadeia polipeptídica antiparalelas, como se pode observar na ampliação da figura 1 (Abbas, A. L., A.; Pober, J. 2003) Verifica-se que, tanto as cadeias pesadas como as cadeias leves constam de regiões variáveis (V) e de regiões constantes (C), sendo que cada cadeia leve, é composta por um domínio constante (C L ) e um domínio variável (V L ), enquanto cada cadeia pesada, é constituída por três domínios constantes (C H 1, C H 2 e C H 3) e um domínio variável (V H ). Em adição, as cadeias pesadas exibem uma pequena sequência rica em resíduos de prolina a unir os domínios CH 1 e CH 2, sendo esta região flexível designada por Hinge (Brekke, O. and Sandlie, I. 2003; Carter, P. 2006; Walsh, G. 2003). A região Fv é composta pela justaposição dos domínios variáveis tanto da cadeia pesada (VH) como da cadeia leve (VL), formando o local de ligação ao antigénio. Dentro desses domínios (VH e VL) verifica-se a existência de três loops, designados por complementarity-determining regions (CDRs) 1, 2 e 3 que conferem elevada diversidade e definem a especificidade da ligação do anticorpo, sendo que cada anticorpo, apresenta uma afinidade específica para com o material estranho que estimulou a sua síntese. Esta afinidade, não é para com a totalidade da macromolécula do antigénio, mas sim, para com um local específico, designado por determinante antigénico ou epítopo. Por sua vez, a região designada por fragmento de ligação ao anticorpo (F(ab) ) compreende a região Fv, responsável pela ligação ao antigénio, e dois domínios C. O par resultante, de uma cadeia leve e uma cadeia pesada, ligam este braço, à restante estrutura do anticorpo pela região da hinge. Pelo facto de a unidade estrutural central de cada molécula de anticorpo, conter duas cadeias pesadas e duas cadeias leves, ela possui portanto, dois locais de ligação ao antigénio. (Brekke, O. and Sandlie, I. 2003; Kent, U. 1999). A porção designada por fragmento cristalizável (Fc) é glicosilada e constituída pelas regiões constantes (C) das cadeias pesadas, que por sua vez, interagem com 3

17 Introdução Capítulo 1 outras moléculas e células efectoras do sistema imune, como por exemplo, o complexo C1 do sistema complemento, bem como, uma variedade de receptores Fc, incluindo o receptor neonatal (FcRn). Deste modo, esta porção medeia a maioria das funções biológicas dos anticorpos (Brekke, O. and Sandlie, I. 2003). Por sua vez, as regiões C das cadeias leves, não participam das funções efectoras e não são inseridas nas membranas celulares. No entanto, as funções efectoras e as propriedades físicoquímicas dos anticorpos, encontram-se associadas à porção não ligante, que exibe poucas variações entre os diferentes anticorpos (Kent, U. 1999; Lima, N. M., M. 2003). Consoante o número de unidades Y, bem como o tipo de cadeia pesada (γ, µ, α, δ e ε) assim teremos anticorpos pertencentes à classe: IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. Tendo por base pequenas diferenças na estrutura polipeptídica, as cadeias leves podem ser classificadas como kappa (κ) ou lambda (λ). Contudo, são as cadeias pesadas que determinam a subclasse de cada anticorpo, que diferem no número de ligações dissulfureto e no comprimento da região da hinge, como se pode observar na figura 2 e na tabela 1(Huse, K. et al. 2002; Walsh, G. 2003) Figura 2 Diferentes classes de imunoglobulinas (adaptado abcarrays.com/techdetails/ig_classes.gif) 4

18 Introdução Capítulo 1 Tabela 1 Diferentes classes e subclasses de imunoglobulinas e suas características estruturais e funcionais (adaptado de International, C., 2010) Classe/ subclasse Cadeia Pesada Cadeia Leve Peso Molecular (kda) Estrutura Função IgA1 IgA2 α1 α2 λ ou κ 150 a 600 Monómero a Tetramero Ig mais produzida; protege a superfície da mucosa; resistente à digestão; secretada no leite IgD Δ λ ou κ 150 Monómero Função não clara; Trabalha com a IgM no desenvolvimento de células B; maioria das ligações às células B IgE Ε λ ou κ 190 Monómero Defesa contra parasitas; causa reacções alérgicas IgG1 γ1 IgG2a γ2 Maior Ig no soro; boa opsonização; IgG2b γ2 λ ou κ 150 Monómero moderador do complemento; pode IgG3 γ3 atravessar a placenta IgG4 γ4 IgM µ λ ou κ 900 Pentamero Anticorpo de resposta primário; bom opsonizador A IgG é considerada a Ig que se apresenta em maior quantidade no soro humano. Existe, a uma concentração aproximada de 12mg/mL e representa cerca de 15% da proteína sérica total (incluindo albumina e outras globulinas). Esta classe de imunoglobulina difunde-se com grande facilidade através dos vasos sanguíneos, de tal forma que a sua distribuição intravascular e extravascular é idêntica. É capaz de atravessar a placenta, permitindo assim, que a mãe transmita a sua imunidade para o feto. Surge também no colostro e no leite materno, desempenhando um papel vital, na protecção passiva do recém-nascido contra infecções. Reage com os epitopos de microrganismos via região Fab, mas é a região Fc que confere a propriedade de opsonização, ou seja, permite que as células fagocíticas (monócitos, macrófagos e 5

19 Introdução Capítulo 1 fagócitos polimorfonucleares) se liguem à sua porção Fc (após ligação da IgG ao antigénio), facilitando a fagocitose do microrganismo. Da mesma forma, a fixação da IgG ao antigénio, permite a activação do complemento, acelerando a resposta inflamatória (Lima, N. M., M. 2003). Esta classe de Ig é subdividida em quatro subclasses (IgG1, IgG2, IgG3 e IgG4), sendo a IgG1 e a IgG4 as que registam respectivamente os valores de maior e menor concentração, como se pode observar na tabela 2 (Hamilton, R. 2001; Shakib, F. and Stanworth, D. 1980). Tabela 2 Distribuição normal das subclasses de IgG no soro humano segundo cinco grupos científicos diferentes (adaptado de Shakib,F. and Stanwrth,D.,1980) IgG1 IgG2 IgG3 IgG4 Referência % % % % Yount et al, ,0 23,0 7,0 4,0 Leddy et al., ,0 28,0 5,0 3,0 Morell et al., ,8 29,5 5,4 4,3 Shakib et al., ,5 19,4 8,4 0,7 Van der Giessen et al., ,4 31,3 5,4 4,9 A fragmentação do anticorpo IgG é muitas vezes útil, uma vez que os fragmentos F(ab) e F(ab) 2 podem ligar-se ao antigénio, sem activar os mecanismos efectores dependentes da região Fc. Como foi referido anteriormente, a região da hinge liga duas cadeias pesadas, permitindo ao anticorpo, uma capacidade rotacional de adaptação às diferentes apresentações antigénicas. No entanto, esta região que apresenta a principal ligação dissulfureto pode ser quebrada por acidificação ou redução das ligações. Como a região é rica em prolina, é susceptível à proteólise por parte das enzimas papaína e pepsina como se pode observar na figura 3 (Lipman, N. et al. 2005). 6

20 Introdução Capítulo 1 Figura 3 Esquema representativo da acção das enzimas proteolíticas pepsina e papaína (adaptado de Lipman N. 2005) Quando a enzima papaína é utilizada, esta vai cortar a molécula acima da região da hinge, dando origem a dois fragmentos de ligação ao antigénio (Fab) idênticos, cada qual com um único local de combinação para o antigénio, e um terceiro fragmento, o fragmento cristalizável (Fc), que não possui capacidade de ligar o antigénio. Por sua vez, a enzima pepsina, actua num ponto diferente, de modo a separar o fragmento Fc do resto da molécula, designada por F(ab) 2. Uma vez que, o fragmento F(ab) 2 é ainda bivalente em relação à ligação com o antigénio, exactamente como o anticorpo original, apresenta uma maior avidez para com o antigénio, do que os dois fragmentos Fab produzidos pela clivagem da papaína (Abbas, A. L., A.; Pober, J. 2003; Lipman, N. et al. 2005). No entanto, o fragmento F(ab) 2 obtido pela fragmentação com a pepsina, pode ainda ser reduzido, através da utilização de agentes redutores de modo a obter, dois fragmentos F(ab) (Pereira, M. and Lai, E. 2008). 7

21 Introdução Capítulo Anticorpos: Policlonais vs Monoclonais O elevado grau de afinidade e especificidade para com o antigénio, fez dos anticorpos, alvo de aplicações científicas e médicas, na utilização tanto em terapias como em ensaios de diagnósticos, contribuindo para uma melhoria da saúde pública. Como tal, e com base na finalidade do anticorpo, assim são utilizados anticorpos policlonais ou anticorpos monoclonais. Os anticorpos policlonais (PAbs), resultantes da activação de diferentes linhas de linfócitos B, apresentam elevada especificidade, uma vez que cada linfócito B vai produzir um anticorpo, para um epítopo diferente do antigénio. Esta característica permite uma maior tolerância a alterações morfológicas, como por exemplo, polimorfismos, heterogenecidade da glicosilação, ou pequenas desnaturações. Os anticorpos policlonais sendo produzidos contra o mesmo antigénio em múltiplos animais, podem ser gerados mais rapidamente que os anticorpos monoclonais (MAbs), apresentando custos de produção mais baixos que os requeridos para a produção de MAbs e utilizando um menor número de técnicas. No entanto, estes anticorpos policlonais vão diferir entre eles, consoante o animal imunizado em que foram produzidos, sendo que a quantidade de PAbs vai ser também dependente do tamanho e tempo de vida do animal em que é produzido (Lipman, N. et al. 2005). Por sua vez, uma população de anticorpos homogénea, isto é, de MAbs, pode ser criada através da fusão de duas linhas celulares diferentes: as células do mieloma (geralmente recolhidas a partir de ratos) e os plasmócitos do baço (linfócitos B) capazes de produzir anticorpos que reconheçam antigénios específicos. O resultado desta fusão, designa-se por hibridoma, e possui algumas características das células originais, isto é, a capacidade de sobrevivência e reprodução em cultura (imortalidade) das células do mieloma, e a capacidade de produção de anticorpos específicos por parte dos plasmócitos. Esta metodologia, conhecida por tecnologia do hibridoma, compreende cinco etapas fundamentais que se apresentam sucintamente na figura 4 e que se referem à imunização do animal; ao isolamento dos linfócitos B do baço produtores de anticorpos; à fusão dos linfócitos com as células tumorais e formação dos hibridomas; ao isolamento dos hibridomas; ao crescimento clonal de tais hibridomas e à colheita das culturas de anticorpos monoclonais puros. Uma das vantagens dos MAbs em relação aos PAbs, prende-se com o facto de os hibridomas crescerem em grande quantidade, podendo obter-se quantidades ilimitadas de anticorpo, com especificidade e afinidade conhecidas para com o antigénio original, sem diferença ente lotes. Assim, a mono especificidade 8

22 Introdução Capítulo 1 proporciona-lhes uma capacidade de avaliar interacções entre proteínas, estados de fosforilação, bem como alterações na conformação molecular, ou identificar elementos de famílias de proteínas. No entanto, a especificidade pode também limitar a sua utilização, uma vez que pequenas alterações na estrutura do epítopo, em consequência de polimorfismos genéticos, glicosilações e desnaturações podem afectar o seu desempenho. Esta é uma das razões, que explica o facto dos MAbs deverem ser gerados considerando o estado do antigénio com o qual eventualmente irão contactar, de forma a obterem a especificidade que lhes permita realizar eficientes ligações dentro de uma mistura de biomoléculas (Lemke, T. W., D.; Roche, V.; Zito, S. 2008; Lima, N. M., M. 2003; Lipman, N. et al. 2005) Figura 4 Técnica de produção de hibridomas (adaptado de Lima, N. et al., 2003) 9

23 Introdução Capítulo 1 Deste modo, se as condições do ensaio se mantiverem constantes, os resultados entre experiências serão mais reprodutíveis que os obtidos com os PAbs. No entanto, os Mabs são bastante susceptíveis a variações de concentração de sal e ph, sem referir que este tipo de produção de anticorpos, requer a utilização de um maior número de técnicas, o que acarreta custos de produção mais elevados. (International, C. 2010; Lemke, T. W., D.; Roche, V.; Zito, S. 2008; Lipman, N. et al. 2005) Uma vez que os anticorpos monoclonais reagem com apenas um epítopo do antigénio, estes são muito interessantes para aplicações em diagnóstico, tendo sido desenvolvidos testes de diagnóstico médicos capazes de predizer uma gravidez, assim como kits capazes de prever o período de ovulação, entre outros. No caso da determinação de uma gravidez, os anticorpos monoclonais em que se baseia o teste, vão detectar as gonadotrofinas coriónicas humanas, hormona produzida se ocorrer fertilização, e cuja concentração aumenta ao longo da gravidez. Por sua vez, na detecção do período fértil, os dispositivos criados, vão detectar a hormona luteinizante que se encontra na urina e é responsável pela maturação do ovo e subsequente ovulação, permitindo deste modo que seja possível verificar o período fértil da mulher (Lemke, T. W., D.; Roche, V.; Zito, S. 2008). Na tabela 3, encontram-se descritos alguns testes de diagnóstico médico, baseados em MAbs. Tabela 3 Diferentes tipos de testes baseados em MAbs para predizer uma gravidez (adaptado de Lemke, T. et al., 2008) Produto Distribuidor Resultado Positivo Teste de gravidez Answer Plus Carter Products Sinal positivo na janela de output Clear Blue Easy Unipath Linha azul na janela de output Conceive Quidel Linha rosa a roxo na janela de output Fact Plus One step Advanced Care Sinal mais rosa na janela de output 10

24 Introdução Capítulo 2 2. A aplicação dos anticorpos ao diagnóstico Actualmente, a rápida detecção e quantificação de diferentes agentes patogénicos, como bactérias, fungos e vírus é crucial para prevenir infecções e alcançar a manutenção geral da saúde pública. Para que estes agentes patogénicos que muitas vezes se encontram em baixas quantidades nas amostras, sejam detectados, é essencial desenvolver ensaios e dispositivos de diagnóstico que possuam uma elevada sensibilidade e especificidade para com esses agentes. Os anticorpos, como agentes do sistema imunológico, que detectam os diferentes antigénios, com uma elevada especificidade e afinidade, constituem-se como importantes biomoléculas a estudar para aplicações em dispositivos de detecção, como no caos do sistema spinit criado pela empresa Biosurfit, representado na figura 5 (Byrne, B. et al. 2009). Figura 5 Sipinit panels (adaptado de ) Os ensaios imunológicos baseados em anticorpos, são o tipo de ferramenta de diagnóstico mais utilizado, continuando a ser um método tecnológico em crescimento para a análise de biomoléculas, apesar de os anticorpos não serem as únicas moléculas capazes de quantificar antigénios. No entanto, os ensaios baseados em receptores e enzimas, não oferecem em muitos casos a mesma ilimitada aplicabilidade e especificidade (Borrebaeck, C. A. K. 2000). 11

25 Introdução Capítulo 2 O primeiro grande passo na consolidação da utilização de anticorpos em ensaios imunológicos, foi o desenvolvimento de ensaios de ligação competitiva, usando radioisótopos e mais tarde enzimas marcadas (Engvall, E. and Perlmann, P. 1971; Yalow, R. and Berson, S. 1959), seguindo-se a introdução dos MAbs por Köhler e Milstein, pondo de lado, os soros de anticorpos policlonais (PAbs) até então utilizados (Köhler, G. and Milstein, C. 1975). Os Mabs, devido às características que apresentam, podem ser utilizados tanto para identificar uma droga como um alvo, tornando estes anticorpos susceptíveis à utilização em diferentes aplicações biológicas, sendo que na década de 1990, representavam 50% do mercado na área do diagnóstico, constituindo-se nos dias que correm como o imunoreagente predominante. Nos últimos anos, a tendência tem seguido no sentido da especificidade, detecção e sensibilidade, objectivos que têm sido alcançados através do desenvolvimento de diferentes formatos de ensaios competitivos, e não competitivos, dependendo se o antigénio a quantificar compete ou não com o antigénio marcado para com um limitado número de locais de ligação ao anticorpo. Ainda na década de 1990, verificaram-se melhorias no que respeita à automação dos ensaios, resultando na consequente redução do tempo de realização dos mesmos, sem comprometer a sua sensibilidade (Borrebaeck, C. A. K. 2000; Cahill, D. J. 2001). Assim, os biosensores constituem uma ferramenta poderosa na análise de interacções biomoleculares em ambiente clínico, bioquímico e ambiental, podendo ser descritos como um transdutor que incorpora um componente de reconhecimento biológico, como elemento funcional chave. Num biosensor, a selectividade e especificidade dependem em muito do elemento de bioreconhecimento que é capaz de detectar a presença do analito. Actualmente, encontram-se biosensores para a detecção de vários analitos, recorrendo a uma ampla gama de transdutores de sinal, podendo o elemento de transdução ser piezoeléctrico, electroquímico ou óptico e capaz de traduzir o reconhecimento selectivo entre o analito e o elemento de bioreconhecimento, num sinal mensurável pelo sistema e apresentá-lo no display de saída, tal como se pode observar na figura 6 (Conroy, P. et al. 2009). 12

26 Introdução Capítulo 2 Figura 6 Esquema representativo da constituição e funcionamento de um biosensor (adapto Conroy, Hearty e tal. 2009) Os sensores imunológicos baseados na imobilização de anticorpo têm revolucionado a detecção de drogas e hormonas no meio clínico e farmacêutico. Contudo, alguns problemas associados com a perda de actividade biológica, após a imobilização do anticorpo, têm sido descritos, sendo a orientação do anticorpo na superfície do sensor uma das principais causas para este problema. Assim, para desenvolver um sensor de elevada performance, é preciso realizar uma imobilização com orientação, sendo para tal necessário, proceder à fragmentação e redução do anticorpo de forma a obter o fragmento de ligação ao antigénio F(ab). Devido ao grupo tiol que este fragmento possui na posição oposta ao local de reconhecimento do antigénio, e às interacções que ocorrem entre esse mesmo grupo e a superfície de ouro do biosensor, o fragmento F(ab) processado, pode contribuir para a orientação do anticorpo (Lee, W. et al. 2005). Por sua vez, os sensores que baseiam a sua detecção na surface plasmon resonance (SPR), são desenvolvidos para medir directamente a ligação dos analitos à superfície do sensor num meio biológico complexo, com elevada sensibilidade e relativa simplicidade, num curto espaço de tempo (Disley, D. et al. 1998; Oh, B. et al. 2003; Shakib, F. and Stanworth, D. 1980). Para se perceber o funcionamento deste biosensor, é necessário compreender o significado do termo SPR. A surface 13

27 Introdução Capítulo 2 ressonance descreve uma colectividade de excitações de oscilações quantificáveis dos electrões de um metal, e do campo electromagnético perto da superfície desse metal. O termo SPR destina-se a descrever o fenómeno que ocorre quando a luz é reflectida a partir dessa superfície metálica fina. O uso deste tipo de biosensores, rapidamente ganhou popularidade no campo do controlo de qualidade e na produção biofarmacêutica, sendo o sistema Biacore actualmente o maior sistema com tecnologia SPR disponível que apresenta uma camada metálica (50nm) de ouro a cobrir a superfície do sensor. Para que ocorra a detecção, luz polarizada é dirigida para a parte de trás da superfície do biosensor, provocando a excitação dos electrões da camada de ouro sendo o resultado, uma mudança de intensidade do ângulo da luz reflectida. Quando a amostra é injectada por um sistema de microfluidos, esta vai interagir com as moléculas que se encontram imobilizadas à superfície do sensor, e as interacções que ocorrem entre a amostra e os elementos de bioreconhecimento que vão provocar a alteração de massa na superfície do biosensor, que por sua vez provoca uma alteração no ângulo de reflecção da luz polarizável, que é directamente proporcional à massa de material ligado à superfície do biosensor, detectada e calculada em tempo real por um sensorgrama, tal como se pode observar na figura 7 (Thillaivinayagalingam, P. et al. 2010) Figura 7 Esquema de sistema de detecção de SPR (adaptado de (Thillaivinayagalingam, P. et al. 2010) Após a detecção, um tampão de eluição é utilizado para remover o analito, provocando novamente uma alteração no ângulo de SPR, que retoma ao seu valor de 14

28 Introdução Capítulo 2 pré-exposição da superfície ao analito (Thillaivinayagalingam, P. et al. 2010). Este tipo de tecnologia, veicula assim, informação acerca da cinética da ligação do analito ao elemento de reconhecimento, e da sua dissociação, podendo ser usado para quantificar a intensidade das interacções entre o analito e o elemento de reconhecimento imobilizado no sensor, podendo ser aplicado para identificar as moléculas alvo, que interagem directamente com o ligando imobilizado sob a superfície do sensor, e monitorizar a influência de outras propriedades, da solução da amostra (ph, força iónica) na capacidade de ligação e dissociação (Gutiérrez-Gallego, R. et al. 2009). Como exemplo deste tipo de tecnologia, refere-se o dispositivo de diagnóstico da infecção do vírus da dengue, no qual anticorpos IgM específicos produzidos para com o vírus são monitorizados através das interacções que estabelecem com o antigénio do vírus da dengue, imobilizados na superfície do imunosensor (Kumbhat, S. et al. 2010). 15

29 Introdução Capítulo 3 3. Desenvolvimento e produção de anticorpos O desenvolvimento e produção de anticorpos, afigura-se como um processo com desafios substanciais, particularmente no que diz respeito à criação e implementação do processo de produção. Este processo intrincado envolve não só a coordenação de um grande número de actividades, como também de um grande número de especialistas em disciplinas bastante diversas como a clínica, a toxicologia, a biotecnologia, entre outras (Steinmeyer, D. E. and McCormick, E. L. 2008). No desenvolvimento deste processo, em muito contribuiu Köhler e Milstein com a implementação do método de produção de anticorpos monoclonais de rato. Contudo, este tipo de anticorpos apresentava algumas limitações a nível terapêutico, devido à sua imunogenecidade em humanos, situação que tem vindo a ser liquidada com o desenvolvimento da engenharia genética. Como tal, começaram por se desenvolver anticorpos quiméricos, que apresentam 66% da sua estrutura humana e 34% de rato (metade dos anticorpos terapêuticos aprovados pela FDA apresentam este desenho), seguindo-se o aparecimento de anticorpos humanizados, até se chegar ao aparecimento de anticorpos cuja estrutura é completamente humana (figura 8)(Chadd, H. and Chamow, S. 2001). Figura 8 Evolução no desenvolvimento de anticorpos (adaptado de Brekke, O. and Sandlie, I, 2003) Actualmente, existem 18 anticorpos monoclonais aprovados para uso terapêutico e muitos mais a serem testados em ensaios clínicos, que na sua maioria, foram produzidos recorrendo à tecnologia de ADN recombinante, existindo também alguns anticorpos monoclonais produzidos através da técnica de hibridomas (Birch, J. and Racher, A. 2006). 16

30 Introdução Capítulo 3 Na fase de desenvolvimento de anticorpos existem dois factores importantes a ter em consideração. O primeiro prende-se com a minimização do tempo requerido para facultar material aos ensaios clínicos e o segundo está relacionado com o desenvolvimento de um processo, que ofereça uma quantidade de material suficiente, com a qualidade adequada para liquidar as exigências do mercado a um preço acessível. Na construção do processo deve considerar-se que este deve ser facilmente implementado, robusto e deve ir ao encontro dos critérios de qualidade e segurança (Birch, J. and Racher, A. 2006). Nos processos que em que se utilizam linhas celulares para o desenvolvimento de anticorpos, estas devem ser criadas rapidamente e exibir uma elevada taxa de produtividade, para que possam ser utilizadas durante um longo período de tempo. Na escolha das linhas celulares, deve ter-se em consideração a capacidade das mesmas para produzir uma elevada concentração de anticorpo com características uniformes no sistema de produção escolhido, e a velocidade a que obtemos o produto. Actualmente, para a produção de anticorpos monoclonais utiliza-se a cultura de células de animais, sendo que podem ser encontrados anticorpos produzidos através de linhas celulares de Chinese hamster ovary (CHO), murine lymphoid cells, murine hybridomas. Nestes últimos, ao contrário dos hibridomas originais, as células do fígado são retiradas de um rato transgénico que possui o locus da imunoglobulina murina substituída por genes humanos. No entanto, também podemos encontrar anticorpos produzidos a partir de culturas de bactérias, leveduras, plantas transgénicas, que tal como as culturas de células animais também têm impacto nas características do produto final, bem como no nível e tipo de impurezas com as quais os investigadores têm de lidar nos subsequentes processos de purificação (Kozlowski, S. and Swann, P. 2006) (Birch, J. and Racher, A. 2006). Actualmente, as culturas celulares modernas conseguem produzir uma concentração de anticorpo que excede os 5 g/l. Este facto deve-se às melhorias registadas a nível tecnológico, e nas consequentes optimizações do processo, sendo que a utilização de linhas celulares com as características desejadas, sistemas de expressão apropriados e um bom protocolo de transfecção e selecção, contribuem em muito para a elevada produtividade (Birch, J. and Racher, A. 2006). A capacidade das linhas celulares para apresentarem uma elevada produtividade volumétrica prende-se com três factores. A eficiente transcrição dos genes do anticorpo, que é alcançada através da utilização de um vector de expressão apropriado, sendo os de uso mais frequentemente o Glutamine Synthetase (GS) Gene Expression System bem como os baseados nos dihydrofolate reductase (DHFR) genes. Outro factor importante a ter em conta, é a capacidade de realização de uma 17

31 Introdução Capítulo 3 eficiente tradução do mrna do anticorpo, e por último a capacidade de alcançar uma elevada concentração de células viáveis num período de tempo aceitável (Birch, J. and Racher, A. 2006). A quantidade de anticorpo produzida depende da finalidade de utilização do produto e do seu estado de desenvolvimento. O tipo de bioreactor, a composição do meio, a duração do tempo de cultura bem como os restantes parâmetros envolvidos influenciam a natureza do produto obtido e das impurezas relacionadas com esse produto. As quantidades de produto obtido, podem variar assim de microgramas a algumas gramas para estudos de investigação e toxicologia, até dezenas a centenas de gramas para aplicações de diagnóstico, e finalmente a alguns quilogramas a centenas de quilogramas a quando de produções licenciadas. Uma consequência das exigências da produção de anticorpos tem sido o aumento dramático das capacidades industriais e o aumento na escala dos reactores utilizados para a sua produção. Estes sistemas tornaram-se bastante sofisticados com a adição de dispositivos periféricos para as operações de alimentação e armazenamento e manutenção das condições estéreis, tanto para as células como para o produto (Carson, K. 2005). Para as culturas em grande escala são utilizados principalmente dois tipos de sistemas: o modelo fed-batch, e o modelo de cultura em perfusão contínua. O modelo fed-batch (figura 9) é o modelo mais utilizado capaz de operar até volumes de 20000L e é abastecido com uma solução de nutrientes chave, de forma a manter uma quantidade suficiente de nutrientes durante o processo de fermentação, não havendo remoção do meio de cultura que só no final do ciclo é armazenada (Birch, J. and Racher, A. 2006). Figura 9 Modelo fed-batch (adaptado Birch, J. and Racher, A., 2006) 18

32 Introdução Capítulo 3 Por sua vez no modelo de cultura de perfusão contínua, representado na figura 10, há uma adição contínua de novo meio ao reactor, sendo que o meio que contém o produto também é removido continuamente. Alguns cientistas, afirmam que este tipo de sistema permite obter uma concentração de anticorpo 10 vezes superiores à obtida no modelo fed-batch. No entanto, este modelo apresenta como desvantagem um aumento de tempo de produção e de complexidade (Birch, J. and Racher, A. 2006). Figura 10 Modelo de perfusão continua (adaptado Birch, J. and Racher, A., 2006) De uma forma resumida, o processo tecnológico de desenvolvimento de anticorpos inclui: linhas celulares modificadas para produzir o anticorpo pretendido; procedimentos de culturas celulares para a propagação celular e para a produção da forma pretendida do anticorpo; processos para purificar o anticorpo produzido de modo a atingir os parâmetros pretendidos; por último, testes analíticos que monitorizem o processo e avaliem os passos intermédios e o produto final (Steinmeyer, D. E. and McCormick, E. L. 2008). O esquema apresentado na figura 11 é um exemplo de uma plataforma implementada para a produção de anticorpos monoclonais, que apresenta uma linha de células que por transfecção/selecção de vectores produzem o anticorpo desejado, que posteriormente será purificado (Shukla, A. et al. 2007; Steinmeyer, D. E. and McCormick, E. L. 2008). 19

33 Introdução Capítulo 3 Cultura de Células Cromatografia de Afinidade Inactivação Viral Polishing steps Filtração Viral Ultrafiltaction /diafiltration Figura 11 Exemplo de processo de produção de anticorpo (adaptado de (Shukla, A. et al. 2007) O processo de purificação do anticorpo, normalmente é constituído por múltiplas colunas cromatográficas. Cada coluna com uma função específica no processo, sendo seleccionadas com base nas características do produto. O tipo de coluna cromatográfica a utilizar, os parâmetros da coluna, o produto e as impurezas que introduzimos na mesma, bem como a composição do tampão, influenciam e determinam o processo de purificação. Este processo, não é constituído somente por passos cromatográficos, mas também por incubações a baixos valores de ph, nanofiltrações tudo concebido para eliminar ou inactivar retrovírus endógenos. Ao analisar vários processos implementados a nível industrial, verifica-se que no processo de purificação existem vários passos de filtração, incluindo passos de ultra e diafiltração. No entanto, cada um destes passos de purificação pode introduzir novas impurezas inerentes ao processo, como os filtros, os conteúdos das colunas e os componentes dos tampões utilizados. Deste modo, o processo de purificação deve ser concebido de forma a assegurar, que todas as impurezas introduzidas durante o processo são eliminadas, de modo a atingir os níveis de pureza e segurança desejados no produto final (Kozlowski, S. and Swann, P. 2006; Shukla, A. et al. 2007). 20

34 Introdução Capítulo Purificação de Anticorpos Os produtos da indústria biotecnológica são altamente diversificados (ácidos orgânicos, antibióticos, polissácaridos, hormonas, aminoácidos, péptidos, proteínas, anticorpos) e como resultado dessa diversidade, não existem processos de purificação de aplicação geral, sendo necessário desenvolver métodos de purificação efectivos rápidos e económicos para cada substância (Flatman, S. et al. 2007; Schmidell, W. L., U.; Aquarone, E.; Borzani, W. 2001). De um modo geral, pode dizer-se que os métodos de purificação de anticorpos podem dividir-se em: métodos de precipitação e métodos cromatográficos, sendo que os métodos cromatográficos podem ainda subdividir-se consoante as características operacionais que possuem. Dependendo da aplicação do anticorpo, assim será requerido um determinado grau de pureza e deste modo escolhida uma determinada estratégia de purificação, sendo que muitas das estratégias actualmente implementadas são constituídas por múltiplos passos cromatográficos de modo a obter o grau de pureza exigido. No entanto, como cada anticorpo é único, e cada um tem um determinado tamanho, uma distribuição hidrofóbica própria, características de carga positiva e negativa, são necessárias modificações no processo de purificação (Josic, D. and Lim, Y. 2001). No presente trabalho, pretende-se desenvolver um procedimento, que permita alcançar o grau de pureza desejado, recorrendo à utilização de técnicas cromatográficas. Um dos métodos cromatográficos utilizados para a purificação de anticorpos é a cromatografia de afinidade, que explora as características de afinidade que matrizes de proteína A, proteína G, ligandos biomiméticos e antigénios imobilizados apresentam para com o anticorpo. A cromatografia de troca iónica, a cromatografia de hidroxiapatite, a cromatografia de interacção hidrofóbica e a cromatografia de exclusão molecular, podem ser igualmente aplicadas na purificação de anticorpos. 21

35 Introdução Capítulo Aspectos gerais da técnica cromatográfica A cromatografia, é provavelmente a técnica com maior versatilidade, sendo a mais poderosa ao dispor dos analistas. Num único passo, pode separar os componentes presentes numa mistura e simultaneamente fornecer uma estimativa quantitativa acerca de cada constituinte. O reconhecimento da cromatografia como um método de separação eficiente, decorreu com o botânico russo Tswett, que utilizou uma simples cromatografia liquidosólido, para separar os pigmentos de plantas. A coloração das bandas obtidas no adsorvente evocou o termo cromatografia para esta técnica de separação. Apesar de a cor ter pouco a ver com a cromatografia moderna, o nome persistiu, e mesmo sendo irrelevante, é usado em todas as técnicas que empreguem os requisitos essenciais para a separação cromatográfica, isto é, uma fase móvel e uma fase estacionária (Scott, R. 2003). De acordo com a International Union Pure and Applied Chemistry (IUPAC), a cromatografia é um método de separação, em que os componentes se distribuem entre duas fases, uma estacionária e outra móvel. A fase estacionária pode ser empacotada numa coluna, espalhada em camada ou distribuída como um filme. Por sua vez, a fase móvel pode ser líquida ou gasosa. Pode dizer-se, que esta técnica explora os diferentes tipos de interacções, (hidrofóbicas, electroestáticas, afinidade, entre outras), entre os solutos, as fases móveis e estacionárias, permitindo assim a existência de diferentes técnicas cromatográficas, como se pode observar na tabela 4 e na figura 12. Figura 12 Diferentes tipos de interacções e subsequentes técnicas cromatográficos (adaptado de Biosciences, A.) 22

36 Introdução Capítulo 4 Tabela 4 Interacções e respectivos sistemas cromatográficos (adaptado de Biosciences, A.) Tipo de interacções Sistema cromatográfico Tamanho Cromatografia de exclusão molecular (SEC), também designada por filtração em gel (GF) Carga Hidrofobicidade Bioreconhecimento Cromatografia de troca iónica (IEX) Cromatografia de interacção hidrofóbica (HIC), Cromatografia de fase reversa (RPC) Cromatografia de afinidade (AC) Dependendo do grau de afinidade entre os diferentes solutos e as duas fases, assim teremos uma determinada magnitude de interacção, sendo que os solutos que interagem preferencialmente com a fase estacionária, apresentam um maior tempo de retenção no sistema em relação aos que se encontram distribuídos selectivamente na fase móvel. Como consequência, os diferentes solutos interagem com intensidades distintas, apresentando diferentes coeficientes de distribuição, percorrendo o sistema com diferentes velocidades, sendo deste modo alcançada a separação (Scott, R. 2003). De uma maneira geral, um sistema cromatográfico é constituído por uma coluna, um sistema de injecção, bombas, detectores, registador/computador e um colector de fracções. A coluna, não é mais que um empacotamento de partículas de interesse, as quais são revestidas ou se ligam à fase estacionária, que sujeita à passagem de fase móvel sob uma determinada pressão, permite a eluição dos componentes da amostra injectada. O seu desenho permite a separação das biomoléculas com base nos tipos de interacção existentes entre as moléculas e as fases, tal como se pode observar na figura

37 Introdução Capítulo 4 Figura 13 Esquema representativo do processo de separação de uma amostra por meio da utilização da técnica cromatográfica O modo de operação típico do sistema cromatográfico consiste em: primeiro equilibrar as fases de forma a promover o ajuste do sistema às condições de ligação; seguidamente a amostra é injectada na corrente da fase móvel passando através da coluna. O componente que apresente menores interacções com a fase estacionária, elui em primeiro lugar. Em contra partida, o que apresente uma interacção mais intensa, elui em último. A terceira etapa do processo, é a lavagem e remoção de todo o material não ligado à fase estacionária, seguindo-se a eluição da biomolécula de interesse, e posterior regeneração e limpeza do sistema 4.2 Cromatografia de afinidade A cromatografia de afinidade é frequentemente utilizada para a purificação de diferentes macromoléculas biológicas, como proteínas e ácidos nucleicos (Ninfa, A. B., D.; Benore, M. 2010). Este tipo de cromatografia usa ligandos bioespecíficos para isolar e/ou purificar uma proteína por adsorção selectiva e desorção. Os ligandos são normalmente ligados covalentemente a um suporte sólido, por exemplo agarose, sendo que os ligandos utilizados podem ser compostos de peso molecular elevado como inibidores de enzimas, e compostos de baixo peso molecular, como análogos de substrato (Lima, N. M., M. 2003). 24

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