Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR ISSN X Ano de publicação: 2015 N.:13 Vol. 1 Págs.
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- João Gabriel Farinha Cabral
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1 Interdisciplinar: Revista Eletrônica da UNIVAR ISSN X Ano de publicação: 2015 N.:13 Vol. 1 Págs ANÁLISE DA APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE ADOLESCENTES DO CENTRO REGIONAL SOCIOEDUCATIVO DE BARRA DO GARÇAS MT. Giliard Morés 1, Wando Rodrigo Cortes da Silva 2 e Anderson Assis de Faria 3 RESUMO: O estudo teve como objetivo avaliar a Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS) de adolescentes do Centro Regional Socioeducativo de Barra do Garças. MT. A amostra foi constituída de 13 indivíduos do sexo masculino em regime de internação com idade entre 15 e 17. Para a avaliação da AFRS foi utilizado o protocolo de testes proposto pelo PROESP-Br. O resultado do teste de IMC apontou níveis saudáveis para o estado nutricional, os demais testes classificaram a maioria dos indivíduos na escala categórica de Zona Saudável. Considera-se indispensável o acesso a programas de exercício físico para manutenção e melhoria da AFRS dos adolescentes. Palavras-chave: Adolescentes, Atividade Física, AFRS, Saúde. ABSTRACT: The study aimed to evaluate the Physical Fitness Related to Health (AFRS) of adolescents Socio Regional Center OF Barra do Garças - MT. The sample consisted of 13 males in inpatients aged between 15 and 17 years. For evaluation of the tests was used HRPF protocol proposed by PROESP-Br. The result of the BMI test showed healthy levels for nutritional status, the other tests classified the majority of individuals in categorical scale Healthy Zone. It is essential to access to exercise programs to maintain and improve the AFRS adolescents. Keywords: Adolescents, Physical Activity, AFRS, Health. 1 Educador Físico, Especialista em Fisiologia do Exercício. giliardmores@hotmail.com 2 Educador Físico - Graduado nas Faculdades Unidas do Vale do Araguaia (UNIVAR MT). wandorodrigo@hotmail.com 2 Biólogo, Mestre em Ecologia, Docente e Coordenador da COPEX-UNIVAR-MT. andersonassisdefaria@hotmail.com 1 INTRODUÇÃO 1.1 Sistema Socioeducativo Atualmente ocorre um aumento no número de adolescentes em regime de internação, considerando os elevados índices de marginalidade e criminalidade no âmbito nacional. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (2012) entre 2010 e 2011 cerca de adolescentes encontram-se em cumprimento de medida socioeducativa de restrição de liberdade em 320 estabelecimentos de internação no Brasil. O perfil dos adolescentes em situação de internação, corrobora com problemas sociais graves, entre eles defasagem escolar, relação próxima com substâncias psicoativas e famílias desestruturadas. A baixa condição socioeconômica contribui para a dificuldade do acesso a informação e bens de serviço que possam contribuir para a melhoria da qualidade de vida desse público jovem que se encontra em situação de risco. Contudo, cabe ressaltar o contato direto dos adolescentes com o consumo de drogas que interferem no bom funcionamento do organismo, uma vez que a dependência química é considerada uma doença crônica com problemas degenerativos graves afetando todos os sistemas do corpo humano (BARBANTI, 2012). Em um estudo realizado pela mesma autora, Barbanti (2006), comparou os efeitos do exercício físico em dependentes químicos e indivíduos depressivos. O estudo constatou que após 4 meses de intervenção com prática de atividades físicas diversas ambos os grupos apresentaram melhoria nos parâmetros da qualidade de vida como: aspecto físico, dor, estado geral, vitalidade, capacidade funcional, aspecto social e emocional e saúde mental. Portanto, o trabalho com exercícios físicos e de fundamental importância para melhoria dos adolescentes em regime de internação em diversos aspectos da qualidade de vida. 1.2 Estilo de vida, doenças hipocinéticas e sedentarismo em adolescentes O estilo de vida é um fator individual que influencia diretamente o estado de saúde das pessoas independente de sua faixa etária. Os costumes e as 1
2 opções que determinam o estilo de vida de uma pessoa são estabelecidos, numa maior parte, antes da vida adulta e os resultados adquiridos de determinadas condutas são consequências do ambiente social e físico em que se vive (NAHAS, 2013). Durante a evolução e crescimento a criança e o adolescente, estão expostos a qualquer fator que pode ou não abalar seu processo evolutivo. Família, colégio, e os meios de comunicação são maneiras de grande influência no estilo de vida do adolescente (GAYA & GUEDES, 2003). Ainda que as atividades físicas tenham um papel de grande importância na vida das crianças, observouse uma evolução cada vez mais frequente a hábitos de comportamentos hipocinéticos, caracterizados pela prática de atividade física passiva (redes sociais, jogos eletrônicos, televisão) com prejuízo das atividades físicas mais vigorosas (LOPES, 1999). Dados de estudos internacionais apontam para que aproximadamente 40% dos adolescentes sejam considerados sedentários, enquanto que o panorama nacional direciona para cerca de 60% desses indivíduos classificados como sedentários em várias regiões do país, sendo a região nordeste o quadro mais preocupante com 93,5% dos adolescentes na condição de sedentários (SILVA et al, 2013). As consequências criadas pela falta de atividade física na infância são as mais perigosas possíveis, modificando diretamente o estado de saúde da criança e o seu crescimento, contribuindo para o aparecimento de doenças como a obesidade. Conceitua-se a obesidade a partir das diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003) como uma doença na qual a gordura se acumula no organismo a tal ponto que a saúde pode ser afetada. Diversos estudos demonstram que a falta de atividade física aliada à má alimentação provoca vários transtornos metabólicos, entre eles, a obesidade. O exercício físico é um componente-chave para o controle da obesidade, e é considerado uma categoria de atividade física planejada, estruturada e repetitiva (MORES, et al, 2011). De acordo com Silva et al., (2013), a obesidade na adolescência, tem relação com vários fatores de risco associados a doenças cardiovasculares, como dislipidemias, hipertensão arterial, diabetes tipo II, apneia do sono, síndrome metabólica e também desordem ortopédica. Trabalhos científicos apontam que para a prevenção de doenças é necessário que a população independente da faixa etária pratique atividade física, tendo assim uma manutenção das capacidades funcionais, melhora na aptidão física e também diminuição nos percentuais de gordura corporal (SANTOS et al., 2009). Contudo, a prática de exercício físico é importante tendo em vista que promove o balanço energético, melhora a composição corporal, preserva e mantém a massa muscular durante o processo de perda de peso (SANTOS et al., 2009). Um dos instrumentos recomendados e utilizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003) para verificar o estado nutricional e a composição corporal da população é o Índice de Massa Corporal (IMC), ao qual verifica quadros de desnutrição e também de obesidade em crianças, adolescentes e adultos. O IMC além de verificar a adiposidade corporal pode também ser usado como uma referência de corte de sobrepeso/obesidade. O IMC e a adiposidade corporal se relacionam principalmente em um período onde os jovens estão em maior fase de crescimento físico puberdade -, e também devido a hábitos alimentares inadequados e a falta da prática de exercícios físicos. A composição corporal é um dos componentes da Aptidão Física Relacionada à Saúde (AFRS). 1.3 Aptidão Física Relacionada à Saúde e seus componentes A AFRS pode ser definida como a capacidade de exercer tarefas diárias com vigor e apresentar características que estão ligados com um baixo risco do desenvolvimento prematuro de doenças hipocinéticas (PATE, 1988). Este conceito derivou basicamente dos estudos clínicos que evidenciaram a incidência de maiores problemas de saúde entre idosos, adultos e jovens de vida sedentária. O conceito que engloba a AFRS é o de que um melhor índice em cada um dos seus componentes está associado com um menor risco para o desenvolvimento de doenças e/ou incapacidades funcionais (ACSM, 1996). A AFRS engloba quatro componentes, que compreendem os fatores morfológicos, funcional, motor, fisiológico e comportamental. Nesse sentido, basicamente a aptidão física é composta, de quatro componentes: composição corporal, resistência cardiorrespiratória, força/resistência muscular e flexibilidade (PIRES, 2008). Para Guedes e Guedes (1995), avaliar a AFRS de crianças e adolescentes pode ser justificada por vários motivos, entre eles, o fato de diversas doenças crônicodegenerativas possuírem seu período de incubação na infância e adolescência e bem como o desenvolvimento das doenças hipocinéticas e a inatividade estarem relacionadas ao estilo de vida nesse período. Portanto, essa fase torna-se ideal para uma ação educativa, buscando estimular hábitos e comportamentos de saúde que venham a serem mantidos durante o percurso da vida do indivíduo. Burgos et al. (2012) apontam que a aptidão física pode ser considerada um indicativo para o estilo de vida futuro de crianças e adolescentes, pois considera além das vivências anteriores, o aspecto motivacional. Entende-se que indivíduos com bons níveis de aptidão física devem se envolver com mais afinco na prática de atividades físicas que possam trazer benefícios a saúde Para Böhme (1993), a aptidão física apresenta características próprias, considerando as necessidades individuais de atividade física da pessoa. Esses marcadores são alterados e variados durante as fases da vida do indivíduo de acordo com os hábitos adotados, podendo ser menos ou mais ativo. Nesse sentido, a aptidão física é um produto resultante da realização de atividade física, que deve ser desenvolvida durante todas as fases da vida do ser humano, tendo como objetivo uma melhora em suas tarefas físicas diárias, o 95
3 que contribui para um bom estado de saúde (BÖHME, 1993). Lunardi et al., (2007) confirma que a avaliação da AFRS na população jovem é considerada de fundamental importância, principalmente para se detectar possíveis riscos de problemas para a saúde, e o mais rápido possível dar subsídios aos órgãos competentes para desenvolver ações que possam auxiliar na promoção do bem-estar das crianças e adolescentes. Nesse sentido, esta pesquisa objetiva avaliar a Aptidão Física Relacionada à Saúde de adolescentes do Centro Regional Socioeducativo da cidade de Barra do Garças MT, tendo como principal foco a orientação para melhoria da saúde desses indivíduos por meio da prática de exercícios físicos e hábitos saudáveis de vida, prevenindo o desenvolvimento de doenças hipocinéticas. 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Amostra A amostra da pesquisa foi composta por 13 adolescentes do sexo masculino em Regime de Internação no Centro Regional Socioeducativo de Barra do Garças - MT, com faixa etária entre 15 e Coleta de Dados A participação dos adolescentes foi autorizada mediante o preenchimento do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os testes foram realizados nos horários das aulas de recreação do Centro Socioeducativo com a presença do professor de Educação Física no período matutino, durante três meses. Os adolescentes receberam orientação básica para a execução dos testes, e utilizaram vestimentas leves e adequadas a prática de exercício físico. Como critério de exclusão foram considerados problemas de saúde médico devidamente comprovado, cumprimento de sanção disciplinar por parte dos participantes, faixa etária acima do proposto e o não preenchimento do TCLE. 2.3 Instrumentos A presente pesquisa apresenta caráter descritivo, com período de coleta de dados transversal (ABEC, 2012). O tratamento dos dados foi realizado por meio da análise descritiva com porcentagem e para auxiliar na tabulação dos mesmos foi utilizado o programa Microsoft Office Excel A pesquisa seguiu as orientações do Manual de Testes e Avaliação do Projeto Esporte Brasil (PROESP-Br), que é um instrumento de apoio ao o professor de educação física para a avaliação dos padrões de crescimento corporal, estado nutricional, aptidão física para a saúde e para o desempenho esportivo em crianças e adolescentes. Para esse estudo foram analisados os componentes relacionados a AFRS sendo: composição corporal, flexibilidade e resistência muscular localizada. Para tanto, foram realizados os seguintes testes: Índice de Massa Corporal (IMC): determinado através da divisão entre a medida de massa corporal total em quilogramas (peso) pela estatura (altura) em metros elevada ao quadrado e demonstrando o estado nutricional do indivíduo. O peso foi anotado em quilogramas com a utilização de uma casa após a vírgula por meio da pesagem em uma balança devidamente calibrada. A medida de estatura foi realizada a partir da fixação de uma trena métrica na parede (1 metro do solo), onde foi anotado o resultado em centímetros com uma casa após a vírgula. A avaliação do IMC abaixo do ponto de corte foi considerada como Zona Saudável e acima do ponto de corte Zona de Risco à Saúde. Teste de Sentar e Alcançar: medido em centímetros a partir da posição longínqua que o aluno pode alcançar na escala com as pontas dos dedos das mãos, estando o mesmo sentado e com as pernas em extensão e unidas. Registrou-se os resultados com uma casa após a vírgula e para a avaliação foi utilizado o melhor resultado em três tentativas. Os indivíduos foram classificados em uma escala categórica de dois graus: Zona saudável e Zona de Risco à Saúde. Nº de abdominais em 1 minuto Sit-up: o avaliado inicia na posição deitada, em decúbito dorsal sobre um colchonete, com os joelhos flexionados, os braços cruzados em frente ao peito e os pés apoiados pelo avaliador. O movimento termina com a flexão completa do tronco e cotovelos tocando os joelhos, sendo considerada uma repetição. O indivíduo deve executar este movimento o maior número de repetições possíveis no período de 60 segundos. Repetições irregulares serão desconsideradas. Os indivíduos foram classificados na escala categórica de dois graus: Zona Saudável e Zona de Risco à Saúde. Durante os procedimentos de aplicação e coleta de dados o teste de Aptidão Cardiorrespiratória não foi realizado devido à limitação do espaço físico da unidade de internação e as normas de segurança propostas pela Secretaria de Justiça e Direitos Hum do Estado do Mato Grosso (SEJUDH MT). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Para esta pesquisa participaram 13 adolescentes do sexo masculino, com idade entre 15 a 17 do Centro Regional Socioeducativo localizado na cidade de Barra do Garças MT, sendo os resultados classificados de acordo com o manual de teste e avaliação do Projeto Esporte Brasil (PROESP Br). 96
4 Na avaliação do IMC, todos os adolescentes pesquisados foram classificados na escala de Zona Saudável (tabela 1). Tabela 1: Índice de massa corporal (IMC) e classificação do estado nutricional dos adolescentes. ZS (Zona Saudável) ZRS (Zona de Risco à Saúde). IMC (Avaliação do Estado Nutricional) Faixa etária Adoles cente IMC (kg/m²) Classificação Escala Categóri ca 15 A Normal/ ZS B Normal/ ZS C Normal/ ZS D Normal/ ZS 16 E Normal/ ZS F Normal/ ZS G Normal/ ZS H Normal/ ZS I Normal/ ZS J Normal/ ZS 17 K Normal/ ZS L Normal/ ZS M Normal/ ZS Na presente pesquisa observou-se índices adequados de composição corporal nos adolescentes pesquisados, não sendo encontrado situações de baixo peso, sobrepeso e obesidade. De acordo com Giugliano e Melo (2004), o uso do índice de massa corporal por idade, baseado em padrão internacional, mostrou-se adequado para o diagnóstico de sobrepeso e obesidade na faixa etária estudada, apresentando boa concordância com a adiposidade. Contudo, segundo Guedes e Guedes (2006), apesar do cálculo do IMC ser simples e bastante utilizado no meio científico como preditor da composição corporal, ele apresenta algumas dificuldades por considerar o excesso nos seus indicadores de referência como excesso de gordura corporal. Por outro lado, ainda segundo Guedes e Guedes (2006), o maior acúmulo de gordura corporal promove concomitantemente o aumento de medidas de peso corporal e, por sua vez, nos valores de IMC. Nesse sentido, verifica-se que o valor do IMC é uma informação altamente associada à gordura corporal. Os resultados neste estudo relacionados ao IMC dos adolescentes em regime de internação corroboram com os resultados de um estudo relacionado a AFRS de Burgos et, al. (2012) realizado com escolares do ensino municipal com faixa etária entre 7 e 17, selecionados aleatoriamente e submetidos a análise do estado nutricional pelo IMC, onde foi detectado pelos autores que todos os indivíduos analisados do sexo masculino apresentam estado nutricional normal, sendo enquadrado na escala de zona saudável, muito embora deve-se considerar a grande diferença na quantidade da amostra populacional estudada. Na avaliação da flexibilidade (teste de sentar e alcançar), todos os adolescentes de 15, 16 e 17 foram classificados na escala categórica de zona saudável (tabela 2). Tabela 2: Teste sentar e alcançar e a classificação da flexibilidade dos adolescentes. ZS (Zona Saudável) ZRS (Zona de Risco à Saúde). Faixa etária Flexibilidade (Teste de Sentar e Alcançar) Adolescente Flexibilidade (cm) Classificação A 51 cm ZS B 55 cm ZS C 60 cm ZS D 45 cm ZS E 51 cm ZS F 55 cm ZS G 43 cm ZS H 44 cm ZS I 35 cm ZS J 57 cm ZS K 39 cm ZS L 37 cm ZS M 47 cm ZS A flexibilidade é um componente importante da AFRS, devendo ser trabalhada durante toda a vida do indivíduo. Segundo Nahas (2013) a mobilidade corporal está diretamente relacionada a flexibilidade, que pode ser definida como a amplitude dos movimentos articulares. Indivíduos com boa flexibilidade tendem a sofrer menos com lesões músculo-articulares e dores em geral. Assim como a força, a flexibilidade é essencial para a realização das atividades humanas, seja no trabalho, prática esportiva ou lazer. Contudo, para manter ou desenvolver a flexibilidade, deve-se priorizar exercícios de alongamento com o objetivo de aumentar a amplitude de movimento (NAHAS, 2013). Durante as aulas de recreação no Centro Regional Socioeducativo os adolescentes são direcionados para atividades de alongamento como uma fase preparatória para as demais atividades recreativas e esportivas. Níveis de flexibilidade inadequados podem resultar no 97
5 aumento da probabilidade de aparecimento de lesões musculoesqueléticas, ou ainda tornar impossível a realização de determinados movimentos básicos do dia-dia, interferindo diretamente na qualidade de vida dos indivíduos. Os resultados encontrados para em nosso estudo são condizentes com o estudo de Nyland et. al, (2004) ao qual observaram em adolescentes de diversas escolas de ensino médio a real importância da prevenção de lesão muscular por meio da flexibilidade da musculatura inferior, e que os mesmos utilizam a atividade durante o aquecimento, resfriamento e prática de exercícios físicos. Na avaliação da resistência muscular localizada por meio do teste de abdominal em um minuto, detectou-se dificuldades pontuais. O adolescente com 15 de idade foi classificado na escala categórica como Zona Saudável. Os adolescentes com 16 de idade apresentaram resultado na escala categórica com valores de 80% Zona de Risco e 20% Zona Saudável. Os adolescentes com 17 de idade se encontram em escala categórica com valores 50% para Zona de Risco e 50% para Zona Saudável (tabela 3). Tabela 3: Abdominal (teste de 1 minuto) e classificação da Resistência Muscular Localizada dos adolescentes. ZS (Zona Saudável) ZRS (Zona de Risco à Saúde). Faixa etária Resistência Muscular Localizada (Teste de Abdominal) Adolescente Abdominal (Repetições) Classificação A 39 ZRS B 44 ZRS C 45 ZRS D 40 ZRS E 54 ZS F 48 ZS G 37 ZRS H 37 ZRS I 46 ZRS J 45 ZRS K 50 ZS L 50 ZS M 53 ZS Os resultados encontrados em nosso estudo demonstram cautela para esse componente da AFRS, considerando que alguns adolescentes estão em Zona de Risco. Em um estudo realizado por Soares et, al. (2007) com adolescentes na cidade de Joinville - SC, foi relatado que a maioria dos meninos e meninas não atingiram o critério mínimo de saúde adotado para a resistência muscular localizada, demonstrando fragilidade dessa população frente a este componente da aptidão física. A resistência muscular localizada pode ser solicitada em situações que exijam repetidas contrações musculares. Uma boa condição muscular proporciona maior capacidade para realizar as atividades diárias, com mais eficiência e menos fadiga (NAHAS, 2013 p.82). Algumas dificuldades como lesões musculares, dores lombares, problemas posturais e articulares são relacionados com a baixa aptidão muscular (NAHAS, 2013). Segundo ADAMS et. al., (2000), o incremento da resistência muscular localizada pode levar a melhora da capacidade para desempenhar tarefas submáximas e atividades recreacionais, e com o aumento de todos os aspectos da aptidão muscular pode levar à independência e a habilidade de desempenhar atividades da vida diária. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo apresenta grande relevância para a criação de estratégias de incentivo a prática de exercícios físicos no âmbito das unidades de internação para adolescentes. A análise dos dados demonstrou um panorama positivo, considerando alguns aspectos da AFRS para os adolescentes. Contudo, é importante salientar que a maioria desse público estudado é considerado como uma população vulnerável por apresentar entre outras situações a baixa condição socioeconômica e o contato com drogas lícitas e ilícitas que interferem diretamente nos parâmetros de saúde. Nesse sentido, é importante fomentar o incentivo a prática diária de exercício físico para melhoria dos componentes da AFRS entre eles o fortalecimento muscular, flexibilidade, componente cardiorrespiratório e composição corporal. Entretanto, essa prática diária deve ser incentivada também após a saída da internação para a manutenção e melhoria da saúde e dos hábitos saudáveis de vida. Considera-se ainda, a necessidade de mais estudos nessa área, abrangendo uma maior população para aprofundamento dos dados e resultados. 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABEC, Faculdades Unidas do Vale do Araguaia. Elaborando Trabalhos Científicos Normas para apresentação e elaboração. Barra do Garças (MT): ABEC, ADAMS, et al. A importância da Resistencia Muscular localizada para a qualidade de vida. Disponível em: 5turmaedf.blogspot.com.br/2010/08/importancia-daresistencia-muscular_14.html. Acesso em: 23/02/2015. ACSM. American College of Sports Medicine. Manual para teste de esforço e prescrição de exercício. 4.ed. Rio de Janeiro: Revinter,
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