A EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DO 6º ANO (5º SÉRIE) DA ESCOLA ESTADUAL LOURDES DE CARVALHO, UBERLÂNDIA- MG

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1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 4ª Semana do Servidor e 5ª Semana Acadêmica 2008 UFU 30 anos A EXPERIÊNCIA NA PRÁTICA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DO 6º ANO (5º SÉRIE) DA ESCOLA ESTADUAL LOURDES DE CARVALHO, UBERLÂNDIA- MG Suzan Macedo 1 Escola Estadual Maria da Conceição Barbosa de Souza (EEMCBS). Praça Vasco Gifoni, 0. Bairro: Saraiva Uberlândia-MG suzanbiologia@hotmail.com Sandro Prado Santos 2 EEMCBS sandrobio@yahoo.com.br Resumo: A Educação Ambiental (EA) surgiu na década de 60. Na Conferência de Estolcomo, 1972, foi apontada como uma das estratégias para a solução dos problemas ambientais e para a educação dos indivíduos. Para que a educação seja efetiva, é necessário que o professor relacione os conteúdos aprendidos com o cotidiano dos alunos, para que os mesmos pensem as suas atitudes junto aos problemas ambientais. Este trabalho tem por objetivo identificar e analisar se os alunos das 5ª série (6º ano), turmas A, B e C da Escola Estadual Lourdes de Carvalho, em Uberlândia MG, colocam em prática o que aprenderam sobre Educação Ambiental. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica pertinente ao tema, aplicação de questionário com os alunos dessas turmas. Foi possível concluir que a maioria dos alunos pratica o que aprendem e ainda levam as experiências vivenciadas para as suas casas e atuam como multiplicadores de informações, assim como, fiscalizadores de atitudes em relação ao meio ambiente, visando uma melhoria da qualidade de vida. Palavras-chave: Educação Ambiental, prática de EA, 6º ano. 1. INTRODUÇÃO A Educação Ambiental (EA) surgiu na década de 1960 e em 1972 na Conferência de Estocolmo, foi sendo apontada como uma das estratégias para a solução dos problemas ambientais e a educação dos indivíduos. Em 1992 aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, conhecida como Rio-92, onde fica estabelecida a Agenda 21, onde a Educação Ambiental voltada para o desenvolvimento sustentável, trazido para discussão internacional a partir de 1987 com a publicação do relatório Nosso Futuro Comum (CMMAD, 1991). Nesse contexto, a Educação Ambiental surge como uma proposta, que envolve em si a mudança de comportamento dos indivíduos, que não visa apenas à transmissão de conhecimentos teóricos acerca do meio ambiente, mas principalmente a formação de uma consciência ecológica diante da problemática cotidiana. 1 Licenciada em Ciências Biológicas, pela Universidade do Triângulo (UNITRI), Especialista em Gestão Ambiental e professora de Ciências/Biologia da Educação Básica Escola Estadual Maria da Conceição B. de Souza (EEMCBS). 2 Licenciado e Bacharael em Ciências Biológicas, Mestre em Educação pela Universidade Federal de Uberlândia e professor de Ciências/Biologia da Educação Básica Escola Estadual Maria da Conceição B. de Souza (EEMCBS).

2 Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais PCN s (1997), as noções de Educação Ambiental aplicam-se com o auxílio do professor investigando as relações entre água, calor, luz, seres vivos, solos e outros materiais, a fim de entender os aspectos da dinâmica ambiental. Sendo assim, a EA em suas várias dimensões tem a função de preparar o indivíduo para a vida em sociedade. Provavelmente através do processo educativo, feito de forma ativa, e da escola aberta e participativa, as atividades desenvolvidas em relação ao meio ambiente permitirão a abstração de valores muito mais duradouros do que os que têm conseguido a escola dita tradicional (GONÇALVES, 1984). De acordo com Minc (1997), Educação Ambiental bem ensinada e bem aprendida deve ter relação com a vida das pessoas, o seu dia-a-dia, o que elas vêem e sentem no seu bairro, a sua saúde, as alternativas ecológicas. Caso contrário é artificial, distante e pouco criativa. Além disso, para trabalhar com a EA é preciso que o educador contemple intensamente a integração entre ser humano e ambiente e se conscientize de que o ser humano é natureza e não apenas parte dela (GUIMARÃES, 2005). Para que a educação seja efetiva, é necessário que o professor relacione os conteúdos ensinados com o cotidiano dos alunos, para que os mesmos pensem as suas atitudes junto aos problemas ambientais, afirmando assim, a importância social e pedagógica deste trabalho. Visto que, os valores adquiridos na escola refletirão como uma forma de melhorar a qualidade de vida da comunidade seja ela escolar e/ou familiar. A partir desse raciocínio, podemos inferir que a Educação Ambiental se torna um caminho para a formação de indivíduos em questões essenciais para a construção da cidadania, tais como, solidariedade, saúde, ética, natureza e responsabilidade, portanto, propomos esse trabalho para contribuir na formação integral dos educandos, por meio de práticas educativo-ambientais cidadãs, críticas e reflexivas. Então, esse presente trabalho visa identificar e analisar se os alunos das 5ª séries (6º ano) das turmas A, B e C da Escola Estadual Lourdes de Carvalho, Uberlândia-MG, colocam em prática o que aprenderam sobre Educação Ambiental. Para isso, foi realizada uma revisão bibliográfica pertinente ao tema, aplicação de um questionário aos 75 alunos do 6º ano, turmas A, B e C da Escola Estadual Lourdes de Carvalho na cidade de Uberlândia-MG, visando identificar suas percepções ambiental tais como: se esses alunos repassam o que aprendem em sala para seus familiares e ou amigos; se participam de palestras ou eventos referentes à preservação do meio ambiente; se eles acham importante preservar a natureza; se tentam identificar quais são os problemas ambientais do seu bairro e tentam ajudar solucionar esses possíveis problemas; se nas suas casas eles colaboram de alguma forma para a separação de materiais como embalagens, latinhas de refrigerante, etc. 2. RESULTADOS E DISCUSSÃO DA PERCEPÇÃO AMBIENTAL DOS ALUNOS DO 6ª ANO O que podemos perceber na figura 1 é que 49% dos alunos participariam ou já participou de algum projeto da escola ou palestra com tema ambiental a qual tem objetivo de conscientizá-los sobre a importância do meio ambiente sobre a vida. Já 34% não gostariam de participar e 17% responderam que às vezes participariam de alguma atividade. 2

3 Figura 1: Os alunos já participaram ou teriam interesse em participar de alguma palestra ou projeto envolvendo meio ambiente? Conforme análise das respostas do questionário retratado pela figura 2, 45% dos alunos tem interesse sobre os conteúdos relacionados ao meio ambiente. Estes estão presentes nas diversas disciplinas como geografia, ciências, português, ensino religioso, em conteúdos diferenciados como, por exemplo: aquecimento global, destruição da camada de ozônio, o efeito estufa, poluição dos rios, destruição das matas e animais. Já 40% desses alunos não têm interesse nesses conteúdos e 15% às vezes tem interesse e participam da aula. Figura 2: Há interesse dos alunos nos conteúdos que abrangem tema ambiental? A figura 3 representa que 44% dos alunos repassam o que aprendem, como por exemplo: estudaram que as plantas proporcionam certo equilíbrio climático e são defesas do solo contra erosões que causam infertilidade dos terrenos e assoreamentos conseqüentes delas. Então, de certa forma irão ajudar, pois levaram informações a quem talvez não as tivesse. Já 39% responderam que não, 17% responderam que às vezes falam para algumas pessoas o que aprendem em sala. 3

4 Figura 3: Os alunos repassam o que aprendem sobre Educação Ambiental para outras pessoas? Através da figura 4, podemos identificar que 70% dos alunos acreditam que na natureza encontramos nossa sobrevivência e estão preocupados com a preservação de rios, lagos, florestas, ar e tomam medidas para que isso aconteça como não jogar lixo nas ruas, reutilizar água, cuidar das plantas, não maltratar animais. Apenas 10% acham que não é importante tal preservação. Apenas 20% dos alunos que responderam o questionário e marcaram que às vezes fazem algo para preservar. Figura 4: Os alunos preservam a natureza? O que podemos perceber na figura 5 é que a maioria dos alunos sabe que a sucata pode transformar-se novamente em lata após a coleta e refusão, sem que haja limites para seu retorno ao ciclo de produção, assim representando 50% dos dados do questionário. Esta característica possibilita uma combinação única de vantagens além da proteção ambiental, economia de energia. Já 34% dos alunos não vêem importância em reciclar e não o fazem e 16% fazem a separação quando se lembram dos benefícios. 4

5 Figura 5: Os alunos reciclam embalagens como latinhas de margarina, refrigerantes, garrafas? Na figura 6, 41% dos alunos acham importante realizar a separação do lixo úmido do lixo seco (possível de reciclagem, incluindo o plástico, papel, papelão, metal e vidro) e também sabem que esse material pode ser aproveitado por ONG s que fazem a separação. Podemos notar que 38% acham que a separação do lixo não e viável e não o fazem e 21% dos alunos responderam que às vezes fazem tal separação. 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS Figura 6: Em casa os alunos separam lixo úmido de lixo seco? A partir da pesquisa desenvolvida, pode-se afirmar que a maioria dos 75 alunos que responderam o questionário coloca em prática o que aprenderam em sala nas aulas de Educação Ambiental. Vimos que eles têm interesse nos conteúdos, que procuram preservar a natureza separando o lixo úmido do seco, vendem para reciclagem as latinhas que antes iriam para o lixo. Já nos outros resultados do questionário (não e às vezes), seria interessante que os educadores continuem trabalhando intensamente, pois quem sabe um dia esses alunos se conscientizem de que o ser humano é natureza e não apenas parte dela. Ao assimilar esta visão holística, a noção de dominação do ser humano sobre o meio ambiente perde o seu valor, já que estamos integrados em uma unidade (ser humano/natureza) inexiste a dominação de alguma coisa sobre a outra, pois já não há mais separação. Se 5

6 conseguirmos implantar em cada aluno esse fundamento, eles poderão levar as experiências vivenciadas para as suas casas e atuarem como multiplicadores de informações, assim como fiscalizadores de atitudes em relação ao ambiente, visando uma melhoria na qualidade de vida. 4. REFERÊNCIAS BRASIL. (1997) Ministério da Educação/Secretaria da Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Terceiro e Quarto Ciclos. Apresentação dos Temas Transversais. Brasília: MEC/SEF. CMMAD. (1991). Nosso Futuro Comum. 2 ed. Rio de Janeiro. Fundação Getúlio Vargas. FREIRE, P. (2003). Educação e mudança. 27 ed. São Paulo: Paz e Terra S/A. GONÇALVES, D. R. P.(1984). Educação Ambiental garantia de vida. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal Fluminense de Niterói, UFF, GUIMARÃES, M (2005). A dimensão ambiental na educação. 7 ed. Campinas: Papirus. MINC, C. (1997). Ecologia e Cidadania. São Paulo: Moderna.. 6