ABORDAGEM DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

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1 ABORDAGEM DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL PARA ALUNOS DO ENSINO MÉDIO Auta Paulina da Silva Oliveira; Milena Maria de Luna Francisco; Wesley Correia Francelino da Silva. Programa Institucional de Bolsas de iniciação a Docência (PIBID/ CAPES);Universidade Estadual da Paraíba, autapaulina@outlook.com INTRODUÇÃO Os problemas ambientais estão mais preocupantes a cada dia e no século XX os efeitos ambientais provocados por diversas ações humanas passaram a ser cada vez mais significativos. (Rebollar, 2009, p.174). Dessa forma, a dimensão ambiental não está relacionada apenas a conceitos teóricos e científicos, é essencial que haja a sensibilização através de métodos práticos. A educação ambiental constitui um processo informativo e formativo dos indivíduos, desenvolvendo habilidades e modificando atitudes em relação ao meio, tornando a comunidade educativa consciente de sua realidade global. (Soares, 2007 p.5). Trabalhar educação ambiental não é missão fácil e é sem dúvida a ferramenta para a mudança de percepção do homem (Bezerra e Gonçalves, 2007). É necessária a inovação das didáticas para trabalhar essa temática, buscando sempre comover as pessoas, promovendo novas estratégias, para que de fato ocorra a transformação (Rosa, 2009), sendo assim a educação ambiental (EA) só apresenta resultados após a cooperação de todos envolvidos no trabalho. A EA apresenta um universo heterogêneo de intencionalidades, docentes devem buscar formas socioeducativas, mudar suas metodologias pedagógicas e principalmente reformular seus ideais para trabalhar essa vertente, visando sempre obter a mudança ambiental almejada (Carvalho, 2001), afirma ainda que, a educação ambiental recebeu essa denominação por ser entendida como o diferencial, a qual estabelece o

2 entendimento das relações e interações na base natural e social. Devido à carência de formação continuada para professores sobre a temática Meio Ambiente visando que, essa temática não deve ser abordada apenas em eventos ou em dias específicos existe um déficit na educação, desta forma encontra-se barreiras para propor atividades voltadas a conscientização ambiental. Visando os problemas ambientais o trabalho objetiva analisar a percepção ambiental dos alunos; trabalhar a educação ambiental com o desenvolvimento de atividades e com o intuito de proporcionar aos educandos envolvidos a sensibilização através de atividades com uma visão sustentável, baseada na perspectiva de reduzir, reciclar e reutilizar; examinar se os alunos recebem educação ambiental na forma interdisciplinar e dessa forma desenvolver metodologias para que as atividades desenvolvidas obtenham resultados positivos. METODOLOGIA O presente trabalho relata as atividades desenvolvidas através o PIBID (programa institucional de bolsas de iniciação a docência) do curso de Ciências Biológicas da UEPB (Universidade Estadual da Paraíba). Foi submetida ao projeto a turma do segundo ano (A) da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Solon de Lucena, situada no bairro Centro da cidade de Campina Grande-PB. A metodologia assemelha-se com a usada por Bezerra (2008) e Rosa (2009), na aplicação de questionários, construção do mapa mental de percepção ambiental e realização de encontros. Como metodologia também foi usada uma dinâmica dos resíduos sólidos e a construção de cartazes. Os encontros foram realizados em dias alternados do mês de maio a junho de Inicialmente Foi proposta a construção de um mapa mental, visto que é fundamental identificar a percepção dos indivíduos envolvidos (Rosa, 2007). No decorrer dos encontros os educandos foram submetidos a uma dinâmica sobre resíduos

3 sólidos e confeccionaram cartazes, que foram socializados a turma. Para concluir esta etapa do projeto, os alunos foram submetidos a um questionário, o qual apresentava perguntas simples para que informassem: sexo, idade, bairro de localização e quais disciplinas abordam educação ambiental na forma interdisciplinar. A diversidade dos bairros pode ser um fator que contribui para uma percepção diferenciada dos alunos. RESULTADOS E DISCUSSÃO A turma participante do projeto da referida escola pública é formada por 20 alunos, divididos em 12 do sexo masculino e 8 do sexo feminino, os mesmos residem em bairros distintos a cidade de Campina Grande-PB (Alto branco, Catolé, Santo Antônio, Bairro das Nações, Palmeira, José Pinheiro, Conceição e Centro). De acordo com a definição de Rosa (2007) os alunos abordaram uma visão naturalista e uma visão globalizante na construção do mapa mental de percepção ambiental (figura 1a e 1b), apresentam através dos desenhos ilustrativos um ecossistema natural, apenas com árvores, e um ecossistema com ação antrópica, mostrando que o homem também é considerado parte do meio ambiente e que suas ações foram fundamentais para a mudança de paisagem, de um meio ambiente natural para um meio ambiente artificial. Imagem 1a. Visão Naturalista Imagem 1b. Visão Globalizante Na sequência dos encontros houve um teste através da dinâmica dos resíduos

4 sólidos (imagem 2), resíduos da lixeira foram espalhados pela sala de aula antes do encontro ter início, o que proporcionou um desconforto para os alunos. Dessa forma começaram a questionar o motivo da sala encontrar-se suja, o que proporcionou uma discussão sobre a coleta seletiva na escola e o uso dos resíduos para outros fins. Através da discussão gerada através da dinâmica, os educandos confeccionaram cartazes (imagem 3) e apresentaram para a turma como forma de sensibilização, estes, apresentavam temas distintos como: poluição sonora, desmatamento e escassez hídrica, por exemplo. Os alunos tentaram através dos cartazes mostrar os problemas ambientais próximos, destacando os mais visíveis na cidade de Campina Grande- PB. Imagem 2.Dinâmica dos resíduos sólidos Imagem 3.Socialização dos cartazes De acordo com as respostas dos alunos através do questionário pode-se constatar que apenas três disciplinas trabalham na perspectiva interdisciplinar, sendo estas: Biologia história e geografia, o que mostra a carência da educação ambiental na forma interdisciplinar. Foi averiguado que os alunos apresentam uma variação de idade entre 15 e 19 anos e residem em bairros distintos. A variação de bairros pode ter interferido na percepção ambiental ilustrada nos desenhos, visto que, cada localidade apresenta problemas distintos. CONCLUSÃO Pode-se constatar que os alunos apresentam duas visões a respeito do meio

5 ambiente (naturalista e globalizante) e que a escola apresenta carência em trabalhar educação ambiental na forma interdisciplinar, visto que, apenas três disciplinas trabalham nessa perspectiva sendo elas: Biologia, geografia e história. REFERÊNCIAS BEZERRA, T. M. O.; GONÇALVES, A. P. C. Concepções de meio ambiente e educação ambiental por professores da Escola Agrotécnica Federal de Vitória de Santo Antão-PE. Biotemas. Jaboatão do Guararapes, v.20, n.1, p , setembro, BEZERRA, T. M. O.; FELICIANO, A. L. P.; ALVES, A.G.C. Percepção ambiental de alunos e professores do entorno da Estação Ecológica de Caetés- Região Metropolitana do Recife-PE. Biotemas. Recife, v.21, n.1, p , março, CARVALHO, I. C. M. Qual a educação ambiental? Elementos para um debate sobre educação ambiental e extensão rural. Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável. Porto Alegre, v.2, n.2, p abr./jun, ROSA, L. G.; LEITE, V. D. ; SILVA, M. M. P. CONCEPÇÃO DE AMBIENTE E EDUCAÇÃO AMBIENTAL DE EDUCADORES E EDUCADORAS DE UMA ESCOLA DE FORMAÇÃO INICIAL EM PEDAGOGIA, NÍVEL MÉDIO. Rev. eletrônica de Mestrado em Educação Ambiental. Rio Grande, v.18, p , jan/julho, ROSA, L. G.; SILVA, M. M. P.; LEITE, V. D. EDUCAÇÃO AMBIENTAL EM UMA ESCOLA DE FORMAÇÃO INICIAL DE NÍVEL MÉDIO: estratégias e desafios no processo de sensibilização. Rev. Eletrônica de Mestrado em Educação Ambiental. Rio Grande, v.22, p , jan/julho, REBOLLAR, P. M; Educação ambiental e os termos meio ambiente e impacto ambiental na visão de alunos do ensino superior da região da grande Florianópolis SC.

6 Biotemas. Florianópolis, v.22, p , junho, SOARES, L. G. C; SALGUEIRO, A. A; GAZINEU. M. H. P. Educação ambiental aplicada aos resíduos sólidos na cidade de Olinda, Pernambuco um estudo de caso. Revista de ciência e tecnologia. Recife, v.1, p.1-9, julho-dezembro, 2007.