CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PESQUEIRA ARTESANAL

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1 II CARACTERIZAÇÃO DA ATIVIDADE PESQUEIRA ARTESANAL INTRODUÇÃO Este capítulo apresenta a caracterização da atividade pesqueira artesanal da área de estudo de acordo com as orientações do Termo de Referência nº 008/2014. O conceito de pesca artesanal adotado neste diagnóstico está em consonância à Lei /09, que estabelece a Política Nacional de Desenvolvimento Sustentável da Aquicultura e da Pesca, onde a atividade pesqueira define-se como: Art. 4o A atividade pesqueira compreende todos os processos de pesca, explotação e exploração, cultivo, conservação, processamento, transporte, comercialização e pesquisa dos recursos pesqueiros. E a pesca artesanal é entendida como expresso no Artigo 8 e reproduzido a seguir: a) artesanal: quando praticada diretamente por pescador profissional, de forma autônoma ou em regime de economia familiar, com meios de produção próprios ou mediante contrato de parceria, desembarcado, podendo utilizar embarcações de pequeno porte. De modo a complementar o entendimento referente à pesca artesanal, adotamos o indicado por Diegues (1983) como sistema de pesca de pequena produção mercantil, que se divide em duas categorias, de produção: agricultor-lavrador e pescadores artesanais. As características destas categorias são apresentadas na TABELA II e refletem a pesca artesanal apresentada neste diagnóstico e identificada na área de estudo. TABELA II Características do sistema de pesca Pequena Produção Mercantil SISTEMA CATEGORIA OBJETIVO RENDA PROPRIEDADE DOS MEIOS DE PRODUÇÃO ESPAÇO DE CAPTURA PROPULSÃO DOS BARCOS Pequena produção mercantil Produção dos agricultoreslavradores Produção dos pescadores artesanais Valor de uso superior ao valor de troca Valor de troca superior ao valor de uso Partes; parceria; retribuição in natura Partes; em dinheiro Familiar Individual / familiar Rios e estuários Áreas costeiras Remo ou vela Pequenos barcos motorizados ou a vela Fonte: Diegues (1983) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

2 Ressalta-se que as atividades extrativistas, embora se assemelhem em alguns aspectos com a pesca artesanal, foram descritas no capítulo II , considerando todos os recursos explotados e métodos de coleta que são explotados de modo desembarcado. A CEARÁ O estado do Ceará, com seus 573 km de costa, possui uma vocação histórica e consolidada para a atividade pesqueira. O estado é um líder nacional na produção e exportação de lagostas (Paiva, 1970; Silva e Rocha, 1999; CEPENE, 2006), constitui-se em berço e um expoente na navegação à vela e possui ampla influência da artesania e do uso de conhecimentos ecológicos tradicionais na pesca (Araujo, 2012; Braga, 2013). A seguir são apresentadas as principais informações municipais referentes a: (i) tipos de embarcações e frota no estado, (ii) artes de pesca, (iii) produção pesqueira e (iv) infraestrutura geral de apoio à pesca. Embarcações e frota Com relação à frota pesqueira, o estado do Ceará possui uma grande diversidade de embarcações, incluindo variações em relação ao tamanho, propulsão e padrões construtivos, com destaque para as embarcações a vela (Braga, 2013). De acordo com cadastramento de embarcações pesqueiras (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005) realizado entre março e junho de 2005, a frota pesqueira marinha do estado do Ceará é essencialmente de pequeno porte (comprimento de até 8 metros) e com propulsão a vela e a remo. Em menor escala encontram-se as embarcações motorizadas. Lanchas e catamarãs de porte industrial encontram-se desativadas ou atuando fora do Ceará, em cidades como Cururupu, no Maranhão, e Bragança, no Pará (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005; AECOM, 2013). No Ceará, são encontradas embarcações com motor denominadas localmente de lanchas e navios: a diferença está no posicionamento do casario, na popa ou na proa, sendo que muitas dessas embarcações atuam na pesca industrial (AECOM, 2014). Um aspecto relevante a pesca no Ceará consiste no processo de reartesanalização da frota (IBAMA, 2002; Silva, 2004). Silva (2004) destaca que os elevados custos das embarcações motorizadas, associados aos baixos rendimentos da pescaria da lagosta, têm influenciado a desativação de embarcações motorizadas de porte industrial e a incorporação de novas embarcações pesqueiras à frota artesanal. A autora, analisando dados da frota cearense entre 1991 (IBAMA, 1995) e 2001 (IBAMA, 2002), observou a desativação de 140 embarcações de pesca industrial e o aumento de 500 novas embarcações da frota artesanal. As principais características dos tipos de embarcação pesqueira encontram-se apresentadas na TABELA II , embora os conceitos supracitados para as embarcações podem apresentar pequenas divergências entre as comunidades e levantamentos de dados. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

3 TABELA II Principais características das embarcações do Ceará identificadas na área de estudo TIPO / FOTO Jangada PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Embarcação movida a remo, vara ou a vela, com quilha, confeccionada de madeira, possui urna para acondicionar o material de pesca (IBAMA, 2009). Segundo levantamento de campo a jangada pode variar de 5 metros a 9 metros, abrigando de 2 a 5 tripulantes. DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Fortim, Itarema Paquete de isopor Bote a remo ou Catraia Embarcação movida a vela, com casco de isopor revestido de madeira, sem quilha, também conhecida como: jangada, catraia etc. (IBAMA, 2006). Em algumas localidades, são chamadas de paquetes as embarcações revestidas de isopor até 5 metros. Quando o tamanho é inferior a 3 metros, são chamados de paquetinhos. Embarcação movida a remo, com casco chato, de pequeno porte, conhecida também como catraia, bateira e paquete a remo (Braga, 2013). Fortim Fortim Canoa biana de Camocim Embarcação com quilha; movida a vela (latina); totalmente aberta; sem painéis e com três bancos transversais (Braga, 2013) Camocim, Acaraú, Itarema Setembro/2015 Revisão 00 II /409

4 TIPO / FOTO Canoa biana de Acaraú, Preá e Bitupitá PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Embarcação com quilha; movida a vela (latina); totalmente aberta; sem painéis e com três bancos transversais; diferenciase da biana de Camocim por possuir uma proa mais arvorada e maior boca; é capaz de transportar maior capacidade de peso (Braga, 2013) DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Camocim, Acaraú, Itarema Bote bastardo Embarcação com quilha; movida a vela (latina); com convés fechado sem casaria; casco oco no qual se guardam equipamentos; comprimento de 8 a 15 metros; tripulação de 5 a 8 pescadores; autonomia de 10 dias de mar (Braga, 2013) Camocim Lancha ou barco Embarcação motorizada, com quilha; convés coberto; câmera de gelo no casco; construída em madeira; casario localizado na popa; comprimento de 8 a 12 metros; tripulação de 4 a 6 pescadores Acaraú, Itarema, Camocim Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2014) Artes de pesca A diversidade de artes de pesca utilizadas pelos pescadores artesanais cearenses também é muito significativa. Nota-se o emprego de inúmeras variações de linhas de mão, armadilhas, espinhéis horizontais e verticais, redes de emalhe, entre outros, sendo comum o domínio de mais de uma técnica por pescador. A diversidade no uso de artes de pesca permite explotar uma diversidade de recursos naturais disponíveis em uma grande variedade de ambientes e ecossistemas, se beneficiando das safras específicas a cada espécie explotada e viabilizando uma atuação contínua ao longo do ano (Silva, 2004; PETROBRAS/AECOM, 2011). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

5 A FIGURA II apresenta a relação das principais artes de pesca permissionadas no estado do Ceará de acordo com as informações disponíveis no Registro Geral da Pesca (MPA, 2014). Nota-se a expressividade da pesca da lagosta, uma vez que 45% das licenças de pesca destinam-se à utilização de covos (manzuás) para a captura deste recurso pesqueiro. Posteriormente são apresentadas as principais características das artes de pesca observadas no estado do Ceará. 8% 2% 3% Covo de lagosta 10% Linha de Mão de Superfície 45% Espinhel Vertical Linha de Mão de Fundo 32% Rede de Emalhe Costeiro de Superfície Outras Linha de mão FIGURA II Principais artes de pesca permissionadas no estado do Ceará Fonte: RGP (2014) Castro e Silva (2004) identificaram dez variações relacionadas com o emprego da linha de mão, com variação relacionada a espécies-alvo explotada. Os petrechos diversificam-se sobretudo em relação às combinações entre o uso ou não de estropo, destorcedor e chumbada. Outras variações importantes estão associadas à espessura da linha, ao número do anzol e ao tipo de isca. As características das diferentes tipologias de linha de mão identificadas no Ceará são apresentadas na TABELA II TABELA II Descrição dos tipos de linha de mão empregados pelos pescadores do Ceará Corso ou boieira TIPOS CARACTERÍSTICAS ISCAS ESPÉCIES-ALVO Para cações Nylon 90 a 160; anzol de 3 a 6; estropo de aço flexível 24 a 25 com 15 a 50 cm de comprimento; chumbada de 50 a 300g dependendo do vento; modalidade empregada com embarcação em movimento (corso) ou parada (boiera) Nylon 250; um anzol 0 ou 1; estropo com fio de aço 28; linha com 300 metros; chumbada 5 kg posicionada 100 metros em cima do anzol Sardinhas; olhão; agulha; artificiais (vassourinha) Não informado Cavala; dourado; agulhão; bonito; albacoras Cações Setembro/2015 Revisão 00 II /409

6 TIPOS CARACTERÍSTICAS ISCAS ESPÉCIES-ALVO De chumbada De fundo (com dois tipos de nylon) De bibuia De rabo de pato Fonte: Castro e Silva (2004). Espinhel Nylon 60 ou 70; anzol 7 ou 8 preso na linha secundária; chumbada de 50 a 100g, presa na linha principal Nylon 100 ou 120; um anzol 4 ou 5; estropo com fio de aço 24; chumbada de 200g a 1 kg Duas linhas com nylon 90 a 200; chumbada 350g na primeira linha; anzol 3 a 7 na segunda linha Duas linhas com nylon 70 a 80; chumbada 100g na primeira linha; anzol 7 a 9 na segunda linha Sardinhas; olhão; agulha Olhão, mariquita, agulha Mariquita; pirá; sapuruna; sardinhas Mariquita; pirá; sapuruna; sardinha Cavala; guaraximbora; albacoras; galo do alto; dentão; bijupirá Serigado; garoupa; dentão; cioba; moreias Galo do alto; dentão; bijupirá; dourado; garoupa Boca mole; guarajuba; guaiúba No que tange aos espinhéis, Castro e Silva (2004) identificou cinco tipos principais, conforme apresentado na TABELA II As diferenças encontradas também se associam a captura de diferentes espécies. TABELA II Características dos principais tipos de espinhel utilizados no Ceará TIPOS CARACTERÍSTICAS ISCAS ESPÉCIES ALVO Anzulim ou Guê Vassourinha ou para olhão Linha principal nylon 60 a 100; duas linhas secundárias com nylon 60; um anzol 9 a 12 por linha secundária; comprimento da linha principal 18 a 55m; comprimento da linha secundária 20 a 80 cm; uma chumbada de 300 a 500g presa na extremidade da linha principal; uma variação desta arte tem a chumbada presa antes das linhas secundárias Linha principal e secundária com nylon 50, 60, 70 ou 80; três a seis linhas secundárias, cada uma com um anzol de 12 a 15; comprimento da linha principal de 8 a 23 m; comprimento da linha secundária 4 a 12 cm; chumbada de 80 a 300g presa na extremidade da linha principal Não informado Ráfia (artificial) Ariacó; guarajuba; guaiuba; biquara; sapuruna; pirá; piraúna; cangulo Olhão Setembro/2015 Revisão 00 II /409

7 Fundo costeira TIPOS CARACTERÍSTICAS ISCAS ESPÉCIES ALVO Fundo pescarias altas Fonte: Castro e Silva (2004) Redes de emalhe Linha principal e secundária com nylon 60 a 80; 8 a 10 linhas secundárias, cada uma com um anzol de 13 a 15; comprimento da linha principal de 18 a 22 m; comprimento da linha secundária 4 a 12 cm; chumbada de 50g a 200g presa na extremidade da linha principal Linha principal com nylon 140 (onde são presas as linhas secundárias nylon 120); linhas secundárias nylon 100; 8 a 10 linhas secundárias, cada uma com um anzol de 8 a 10 com destorcedor; comprimento da linha principal de 300 a 500 m; comprimento da linha secundária 1m; no caso da pargueira, garateia de 10 kg presa na extremidade da linha principal Não informado Camarões, siris e pedaços de peixe Ariacó; guarajuba; guaiuba; biquara; sapuruna Pargo, dentão, cioba e serigado Em relação às redes de emalhe, Castro e Silva (2004) indica a utilização de três tipos principais: redes para captura de peixes de pequeno porte; rede para captura de peixes de médio e grande porte e rede para captura de camurupim, descritas na TABELA II As redes variam em relação à posição na coluna d água (vertical, horizontal), a quantidade de boia e de chumbada, abertura da malha, espessura do nylon, tamanho, de modo que se podem contabilizar algumas dezenas de tipos de rede. TABELA II Tipos de redes de emalhe encontrados no Ceará TIPO DE REDE Espera para peixes de pequeno porte Espera para captura de peixes de médio e grande porte Espera para captura de camurupim DESCRIÇÃO Confeccionadas em nylon 20 ou 35. Comprimento de 30 a 105 metros/ altura 1 a 2,5 metros. Malha 1 a 3 cm entre nós. Tralha superior composta por aproximadamente de 40 a 60 boias e tralha inferior composta por chumbadas com peso total médio de 2,2 kg. Confeccionadas em nylon 40 ou 60. Comprimento de 40 a 157 metros. Malha 3 a 6,5 cm entre nós. Tralha superior composta por aproximadamente de 35 a 70 boias e tralha inferior composta por chumbadas com peso total médio de 3 kg. Destinadas sobretudo a captura da serra e da cavala. Confeccionadas em nylon 180 ou 200. Comprimento de 30 a 105 metros. Malha 7,5 a 12,5 cm entre nós. Tralha superior composta por aproximadamente de 15 boias e tralha inferior composta por chumbadas com peso total médio de 2 kg. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

8 Fonte: Castro e Silva (2004). Algumas formas de emprego de redes de emalhe pelos pescadores cearenses também variam de acordo com a posição na coluna d água e se são fixas ou livres (deriva), conforme pode ser observado nos exemplos descritos por Castro e Silva (2004) na FIGURA II FIGURA II Redes encontradas no Ceará Fonte: Adaptado de Castro e Silva (2004). De acordo com Castro e Silva (2004), as pescarias realizadas com redes de emalhe (espera) constituem-se nas mais frequentemente utilizadas para a captura de peixes na costa do Ceará, estando associadas, entre 1991 e 2001, a 86% da produção pesqueira desembarcada. Durante o levantamento de campo os principais tipos rede caracterizados pelos pescadores foram: rede caçoeira e rede de cambeba/rengaia, conforme descrito na TABELA II TABELA II Tipos de redes de emalhe observados durante atividades de campo da AECOM. NOME DESCRIÇÃO PRINCIPAIS ESPÉCIES ALVO Rede caçoeira (arrastão) Rede de emalhe livre e de fundo. É utilizada à deriva, sendo, portanto, arrastada pela força das correntes costeiras e pela maré. Serra; cavala; lagosta; biquara; Bonito; Caíco; Guarajuba; Palombeta; Ariacó Setembro/2015 Revisão 00 II /409

9 NOME DESCRIÇÃO PRINCIPAIS ESPÉCIES ALVO Rede de cambeba Rede de espera Rede afundada Rede rengaia A rede é composta por um conjunto de panos costurados de modo a criar um único corpo de grande comprimento. Cada pano possui aproximadamente 50 metros de comprimento. Uma embarcação dedicada a este tipo de pescaria utiliza de 30 a 80 panos de rede por viagem. Deste modo, o comprimento total de uma rede pode variar de 2 a 4 km de extensão. As redes possuem 1,5 metros de altura. A abertura varia de 5 a 12 cm entre nós. O fundeio deste aparelho é realizado com entralhamento de 3 kg de chumbo para cada pano. Bagre; Barbudo; Biquara; Bocapema; Bonito; Cambeba; Cambumba (tipo e biquara branca); Cioba; Coró; Serra; Morador (tipo de cioba); Pescada-amarela Fonte: AECOM (2013; 2014) Armadilhas Conforme observado em campo, as armadilhas são artes de pesca comuns no Ceará. Denominadas localmente por cangalhas ou manzuás, as armadilhas destinam-se principalmente à pesca da lagosta e em segundo plano, porém em escala crescente de utilização, para a captura de peixes. Salles (2011) descreve a cangalhas como possuindo formato retangular, com 100 x 25 x 67, sendo confeccionada com armação de madeira leve e revestida com tela de nylon, com abertura de 40 ou 50 mm entre nós. O manzuá apresenta uma estrutura mais robusta, sendo construída em madeira, revestida com tela de arame galvanizado nº 18 e com abertura de 40 ou 50 mm entre nós. O manzuá possui um formato próximo a um hexágono, apresentando as seguintes medidas: 80 x 75 x 45 x 45 cm (FIGURA II ). FIGURA II (A) Cangalha; (B) Manzuá Fonte: AECOM (2014) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

10 De acordo com dados obtidos em campo, outro tipo importante de armadilha é o curral, caracterizados como estruturas de madeira e arame erguidas nas zonas entremarés e no qual são observados movimentos migratórios de peixes. Sua estrutura divide-se entre a espia, que tem a função de direcionar o movimento do peixe em direção à sala. A sala tem a função de aprisionar o pescado. Um curral pode ter uma espia com até 100 metros de comprimento e as salas possuem tamanhos diferenciados para separar os peixes por classe de tamanho e assim reduzir a predação dentro do curral. A despesca é realizada diariamente por embarcações de madeira e boca aberta, motorizadas ou movidas à vela. Exemplos ilustrativos de currais são apresentados da FIGURA II Produção pesqueira FIGURA II Currais em Acaraú Fonte: Google Earth ; AECOM (2014) No que diz respeito à produção pesqueira proveniente da pesca extrativa marinha desembarcada, o estado do Ceará apresentou no período compreendido entre 1999 e 2011 um taxa de crescimento positiva de 1,9% ao ano, sendo o maior valor obtido em 2009, com produção de 23,8 mil toneladas, e o menor valor ocorreu em 2000, 14,2 mil toneladas (CEPENE, 2001 a 2007; MPA, 2010). De acordo com os dados apresentados TABELA II , no que diz respeito à produção por município, Camocim desponta como principal local de desembarque pesqueiro no estado. Ao longo da série histórica apresentada este município apresentou um desembarque médio de 4.333kg por ano. Um segundo extrato de importância da produção desembarcada no Ceará é formado pelos municípios de Acaraú, Fortaleza e Itarema. A produção nestes municípios flutua em torno de 2 mil toneladas por ano, em média. A TABELA II apresenta o desembarque pesqueira, entre 2001 e 2009, nos municípios da área de estudo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

11 TABELA II Desembarque pesqueiro por município da Área de Estudo do Ceará (kg) ANOS MUNICÍPIOS Fortim 389,0 434,7 367,0 345,2 437,2 386,9 466,0 434,0 530,4 Itarema 1534,3 1452,9 2010,6 2040,3 1467, ,8 1574,0 2299,0 1928,7 Acaraú 2112,6 1821,3 1966,2 1774,8 1761,1 1910,9 2589,0 3130,0 3279,1 Camocim 3396,5 3108,3 3889,3 2327,4 6138,1 4367,8 4681,0 5080,0 5108,4 Total 7432,4 6817,2 8233,1 6487,7 9803,9 8220, ,6 Fonte: CEPENE (2001 a 2007); MPA (2010) Infraestrutura de apoio à atividade pesqueira A partir das observações coletadas através das atividade de campo realizadas (AECOM, 2013; 2014) foram verificadas poucas estruturas de embarque de tripulação e insumos. Destaca-se a presença de apenas um Terminal Pesqueiro Público em funcionamento, localizado no município de Camocim. De modo geral, predomina a utilização de estruturas informais e improvisadas pelos pescadores artesanais, sendo os trapiches construídos em madeira pelos próprios pescadores o acesso mais utilizado na área de estudo. Em toda a área de estudo as atividades de armação das embarcações são dependentes da maré, sendo o retorno aos portos programados para coincidir com a maré cheia. Caso contrário os pescadores correm o risco de encalharem (AECOM, 2013; 2014). As melhores condições de portos e terminais são observadas nas sedes municipais e nas comunidades onde predomina a pesca oceânica (em relação à costeira e estuarina). Notam-se ruas calçadas que facilitam acesso ao terminal, rampas de concreto e áreas cimentadas que favorecem o deslocamento de pessoas e mercadorias (AECOM, 2013; 2014). Em relação a infraestrutura de fabricação e comercialização do gelo, foram identificadas quatro tipos principais de acesso a este insumo: i. fábricas com grande capacidade de produção, às vezes em mais de uma unidade; ii. presença de estruturas comunitárias e privadas de produção e comercialização de gelo de pequeno porte; iii. presença de estruturas domiciliares, importação de outras localidades; e iv. ausência de estruturas de produção de gelo, com importação de outras comunidades realizada principalmente pelos atravessadores. O armazenamento do pescado desembarcado é realizado predominantemente com gelo e pelos comerciantes. O armazenamento temporário do pescado nas embarcações foi frequentemente observado em ocasiões onde o regresso da pescaria não coincide com o horário de maior atividade de comercialização no porto. Nestes casos, os pescadores contratam um segurança para proteger a produção de roubos. A comercialização do pescado é realizada, em geral, para atravessadores locais, feirantes, vendedores ambulantes e para as empresas pesqueiras (que possuem capacidade de armazenar o pescado para revendas Setembro/2015 Revisão 00 II /409

12 em atacado). A população obtém o pescado diretamente do pescador, nas feiras, no mercado municipal e, em menor escala, nos supermercados. A primeira venda é realizada no próprio porto em uma espécie de leilão a céu aberto. Notadamente, como em outras regiões do país, a longa cadeia de comercialização diminui o rendimento do pescador (Cardoso, 2001). A construção e o reparo de embarcações pesqueiras é realizada de modo artesanal e fundamentada no conhecimento adquirido ao longo de inúmeras gerações de carpinteiros navais (Andrès, 1998; Braga, 2013). Pelo relato obtido em campo, a construção de embarcações enfrenta, contudo, grande declínio. Esta situação decorre da diminuição acentuada dos recursos pesqueiros e, por conseguinte, da renda gerada através da pesca. Deste modo, as atividades de carpintaria têm se concentrado na realização de serviços de manutenção das embarcações, o que inclui: pintura, calafetagem, reparos de estrutura, reparos dos motores, entre outros. Os estaleiros, em geral, localizam-se nas beiras de rios, em locais, portanto, com acesso facilitado à água. São locais em que preponderam condições mínimas para o trabalho, sendo incomuns estaleiros que contém com grande área coberta, trilhos para retirar as embarcações da águam, entre outras facilidades. A seguir é apresentada a caracterização da pesca artesanal para os municípios do Ceará que integram a área de estudo, de acordo com as solicitações expressas no TR nº 008/ Fortim 1.1 Embarcações e frota A pesca artesanal em Fortim está presente nas comunidades da sede, Pontal do Maceió, Guajiru, Jardim, Viçosa, Porto das Jangadas, Praia da Barra e Canto da Barra. A comunidade de Campestre foi mencionada por Bezerril (2012) como uma comunidade pesqueira, entretanto, a mesma não foi identificada em campo, assim não são apresentados dados referentes a pesca nesta comunidade. De acordo com os dados obtidos em campo, a frota no município é composta principalmente por embarcações de menor porte, como jangadas, lanchas, navios, paquetes e botes. Cabe destacar que o responsável pela Colônia de Pescadores Z-21 não forneceu todas as informações referentes a pesca realizada pelas comunidades localizadas na sede e em Guajiru, Jardim Sete, Viçosa e Porto de Jangadas. As informações não disponibilizadas se referem a quantidade de jangadas, apetrechos, principais recursos explotados, áreas de pesca, sazonalidade, estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de gelo e combustível, beneficiamento e comercialização dos pescados. A sede de Fortim, por estar bem próximo ao rio Jaguaribe, é caracterizada principalmente pela pesca de rio, com a utilização de canoas e botes em lances de tarrafa. A comunidade de Pontal de Maceió é repleta de jangadas e paquetes. Vale destacar que o método de conservação do pescado em todas as embarcações ocorre com gelo ou in natura, ou seja, sem nenhum método de conservação da mesma. A TABELA II apresenta, de acordo com a tipologia das embarcações, as características gerais da frota pesqueira das comunidades e os métodos de conservação do pescado do município de Fortim, conforme dados disponibilizados pelos pescadores em campo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

13 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Fortim COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Pontal de Maceió Guajiru Jardim Sete Viçosa Porto das Jangadas Canto da Barra Praia da Barra Guajiru Jardim Sete Viçosa Porto das Jangadas Jangada Lancha Navio Paquete de isopor Bote a remo Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Embarcação de 4 a 6,3m, pescam de ir e vir com 2 a 4 tripulantes. Embarcação de 8 a 14m com 4 tripulantes Embarcação de 9m, pesca de dormida de até 8 dias e com 4 tripulante Embarcação de 2 a 3 metros, com 1 a 2 tripulantes. Embarcação de 7 a 14 metros, com 4 tripulantes. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo ou in natura Gelo ou in natura Gelo ou in natura Gelo ou in natura Gelo ou in natura QUANTIDADE ESTIMADA Dado não informado pelos entrevistados Dado não informado pelos entrevistados Dado não informado pelos entrevistados Dado não informado pelos entrevistados Dado não informado pelos entrevistados 1.2 Apetrechos e Recursos explotados As principais artes de pesca utilizadas no município de Fortim são linha de mão, manzuá para peixe, manzuá para lagosta e redes de emalhe com o objetivo de capturar uma diversidade de espécies. Os pescadores indicaram que a pesca de lagosta é menor a partir do mês de setembro e a pesca de compressor com o uso de marambaias também é citada como o principal motivo desta escassez. A TABELA II abaixo apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo, de acordo com as informações disponibilizadas pelos entrevistados. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Fortim COMUNIDADE Pontal de Maceió Praia do Canto Manzuá APETRECHO Rede de Emalhe PRINCIPAIS RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Lagosta, biquara, pargo, ariacó Carapeba Setembro/2015 Revisão 00 II /409

14 COMUNIDADE APETRECHO Linha de Mão Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Guarajuba, galo do alto, ariacó, cioba, garoupa, camurupim, bijupirá 1.3 Sazonalidade De acordo com os entrevistados, os recursos pesqueiros ocorrem durante o ano inteiro. Entretanto, diferentes períodos de safra são observados (TABELA II ). Destaca-se que não foi possível obter a sazonalidade para todas as espécies relacionadas pelos pescadores artesanais. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Fortim RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Ariacó Bijupirá Camurupim Cioba Garoupa Guarajuba Lagosta Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 1.4 Áreas de pesca As áreas de pesca por comunidade de Fortim estão sintetizadas na TABELA II e restringem-se, de modo geral, à costa do município. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Fortim COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Canto da Barra Alcance paralelo à linha de costa: Apenas em frente ao município de Fortim Profundidades e/ou distância da costa: Até a quebra da plataforma, próximo à cota batimétrica de 100 metros Outubro a maio Setembro/2015 Revisão 00 II /409

15 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Pontal de Maceió Guajiru Jardim Porto das Jangadas Praia da Barra Viçosa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 1.5 Infraestrutura de apoio Alcance paralelo à linha de costa: Entre o limite com o Rio Grande do Norte até Beberibe Profundidades e/ou distância da costa: até cerca de 22 milhas náuticas, próximo à cota de 20 metros de profundidade Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Outubro a maio Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades O município de Fortim possui algumas estruturas que o diferenciam dos demais da costa leste do Ceará, como a presença de uma fábrica de gelo comunitária na Colônia de Pescadores Z-21, ilustrada na FIGURA II FIGURA II Fábrica de gelo comunitária Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) A fábrica é de pequeno porte e funciona todos os dias da semana até as 13h, sendo um funcionário da Colônia de Pescadores responsável pela empresa. De modo geral, os pescadores adquirem gelo nessa fábrica e também na empresa de pesca Castelo (FIGURA II ) que está localizada na Praia da Barra. Esta empresa abastece embarcações de maior porte (lanchas e navios) também com óleo diesel, possuindo ainda uma sede, uma câmara fria, uma máquina trituradora de barras de gelo, um viveiro para lagosta, salas de administração e de reunião. Um caminhão fica à disposição dos pescadores para desembarcar gelo e embarcar pescado. Outra importante fonte de insumos da atividade pesqueira é a empresa de pesca Compescal, que também atende aos pescadores industriais. Ressalta-se que na sede e na comunidade de Setembro/2015 Revisão 00 II /409

16 Pontal de Maceió as embarcações não são motorizadas e por isso, não há necessidade de fornecimento de combustível. FIGURA II Empresa de pesca Castelo, Praia da Barra. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Vale destacar que não existe uma estrutura específica para embarque e desembarque tanto na sede quanto nas demais comunidades pesqueiras. No caso da comunidade da Praia do Canto, Praia da Barra e Pontal do Maceió, nota-se a utilização de troncos de carnaúba para auxiliar na movimentação das embarcações entre a praia e o mar. A TABELA II apresenta a síntese das informações obtidas em campo referentes à estrutura de apoio à pesca artesanal em Fortim. TABELA II Estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existente em Fortim. COMUNIDADES Praia da Barra Canto da Barra EMBARQUE E DESEMBARQUE Ausência de estrutura. O embarque e desembarque ocorre na beira do rio. O embarque e desembarque ocorre na beira de praia, sem estruturas. Apoio de roladores para embarcar e desembarcar. Pavimentação pública nas proximidades da orla O embarque e desembarque ocorre na beira de praia, sem estruturas. Apoio de roladores para embarcar e desembarcar. Pavimentação pública nas proximidades da orla FORNECIMETNO DE COMBUSTÍVEL Empresa de pesca Castelo. Empresa de pesca Castelo. Empresa de pesca Compescal. FORNECIMENTO DE GELO Fábrica de gelo pública comunitária. Fábrica de gelo privada Castelo. Fábrica de gelo privada Compescal Setembro/2015 Revisão 00 II /409

17 COMUNIDADES Pontal de Maceió Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque e desembarque ocorre na beira de praia, sem pavimentação pública. Apoio de roladores para embarcar e desembarcar. FORNECIMETNO DE COMBUSTÍVEL Empresa de pesca Castelo. FORNECIMENTO DE GELO Atravessador (traz de fábrica de gelo pública comunitária de Fortim ou de Parajuru, em Beberibe). Em relação ao beneficiamento, foi identificado no municípios a limpeza, o descabeçamento, a evisceração e a filetagem do pescado realizado por pescadores e comerciantes. Deste modo, não foi identificado no município a presença. A comercialização do pescado na sede de Fortim ocorre principalmente através de atravessadores locais, que distribuem a produção no município e regionais, que revendem em outras cidades, como Fortaleza. Também ocorre a comercialização para donos de peixarias locais e de outros município, restaurantes, empresa de pesca privada ou diretamente para o consumidor. Para a sede e as comunidades de Praia da Barra e Canto da Barra, há construção e manutenção de embarcações pesqueiras, enquanto para a comunidade Pontal de Maceió, ocorre apenas a manutenção, geralmente em pequenas estruturas familiares. A TABELA II abaixo apresenta as estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes nas comunidades de Fortim, conforme dados fornecidos pelos pescadores entrevistados. TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Fortim COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Praia da Barra Não há infraestrutura de beneficiamento. Apenas atividade realizada pelos próprios pescadores e peixarias Não há infraestrutura de beneficiamento. Apenas atividade realizada pelos próprios pescadores e peixarias Atravessadores locais/ regionais, restaurantes, peixarias, e diretamente para a população Atravessadores locais, turistas e restaurantes. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há locais de construção e manutenção de embarcações Há locais de construção e manutenção de embarcações Setembro/2015 Revisão 00 II /409

18 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Canto da Barra Pontal de Maceió Não há infraestrutura de beneficiamento. Apenas atividade realizada pelos próprios pescadores e peixarias Não há infraestrutura de beneficiamento. Apenas atividade realizada pelos próprios pescadores e peixarias Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Atravessadores locais, turistas e restaurantes. Empresa de pesca privada. Atravessadores locais/ regionais CONSTRUÇÃO E REPAROS Há locais de construção e manutenção de embarcações Não há locais de construção. Na comunidade se realiza apenas atividades de manutenção Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos de pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 1.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 2. Itarema 2.1 Embarcações e frota A frota pesqueira no município de Itarema é predominantemente artesanal, com embarcações de pequeno e médio porte. Conforme relato dos pescadores, a maioria da frota é composta por canoa biana, mas a maior produção é obtida através dos barcos de médio porte (FIGURA II ). O município de Itarema apresenta como principais comunidades de pesca as seguintes: Almofala, Ilha do Guajirú, Porto do Barco e Torrões, além da sede municipal. Destaca-as ainda que foram identificadas outras duas comunidades, Patos e Farol de Itajape, que embora tenham sido localizadas, não foram caracterizadas. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

19 FIGURA II Embarcações de Itarema: (A) canoas a vela; (B) barcos de médio porte Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) A pesca é realizada por uma diversidade de embarcações (canoas, catraia, bote, jangada e barcos), conforme apresentado na TABELA II Em relação à conservação do pescado, foi identificada a utilização de urnas ou isopor. A autonomia destas embarcações pode alcançar até 10 dias de mar. Os pescadores entrevistados não forneceram informações específicas de características de frotas, apetrechos e espécies capturadas para a sede de Itarema. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Itarema COMUNIDADE TIPO/ NOME CARACTERÍSTICAS Almofala Ilha do Guajirú Porto do Barco Torrões Catraia Jangada Canoa biana Lancha e barco Canoa biana Lancha e barco Canoa biana Lancha e barco Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). Embarcações de madeira com comprimento de 2 a 3 m. Embarcações de madeira com comprimento de 6 a 8 m. Embarcações de madeira com comprimento de 6 a 8 m. Embarcações de madeira com comprimento de 8 a 12 m. Embarcações de madeira com comprimento de 6 a 8 m. Embarcações de madeira com comprimento de 8 a 12 m. Embarcações de madeira com comprimento de 6 a 8 m. Embarcações de madeira com comprimento de 8 a 12 m. MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor Gelo em urna e isopor QUANT DE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Setembro/2015 Revisão 00 II /409

20 2.2 Apetrechos e Recursos explotados Observa-se que a produção pesqueira de Itarema apresenta baixa seletividade, havendo desembarque de diferentes espécies, onde a captura destina-se principalmente a lagosta, pargo biquara, serigado, garoupa, cioba, camurim, ariacó, bijupírá e dentão. (TABELA II ) Santos et al. (2005) identificou, em Itarema, que os métodos de pescaria empregados pelos pesadores artesanais podem variar de acordo com a necessidade do pescador em se adequar à sazonalidade dos recursos. Assim, para captura de organismos aquáticos, foi observada a utilização de linha de mão, pargueira, manzuá para peixe, manzuá para lagosta, rede de espera e rede caçoeira. TABELA II Métodos de conservação do pescado, apetrechos e principais recursos capturados pelas comunidades pesqueiras de Itarema COMUNIDADE Almofala Ilha do Guajirú Porto do Barco Torrões APETRECHO Rede caçoeira Manzuá Linha de mão Pargueira Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). 2.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bonito, cação flamengo, cação rabo seco, lagosta, pargo, biquara, serra Agulhão de vela, albacora, ariacó, bijupírá, camurim, cavala, cioba, dentão, dourado, garoupa, pargo, serigado As pescarias ocorrem durante o ano todo, entretanto, diferentes períodos de safra são observados (TABELA II ). Destaca-se que não foi possível obter a sazonalidade para todas as espécies relacionadas pelos pescadores artesanais. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Itarema RECURSO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Agulhão de vela Albacora Bonito Cação Flamengo Cação Rabo Seco Cavala Dourado Serra Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

21 2.4 Áreas de pesca Itarema possui uma extensa área de pesca, cobrindo tanto áreas mais costeiras, quanto áreas mais oceânicas. De acordo com o levantamento de campo, a pesca se concentra até a quebra da plataforma continental (aproximadamente 150 metros de profundidade) entre o litoral do município e Oiapoque, no Amapá. Durante o campo foi relatado pelos pescadores ser comum alcançar a fronteira do Brasil com a Guiana Francesa e que os mesmos avistavam de suas embarcações as corvetas da Marinha do Brasil. As áreas de pesca das comunidades de Itarema são apresentadas na TABELA II TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Itarema COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Porto do Barco Torrões Ilha do Guajirú Almofala Farol de Itajapé Patos Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Alcance paralelo à linha de costa: entre Itarema e Bragança/PA Profundidades e/ou distância da costa: até 150 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: entre Itarema e Acaraú/CE Profundidades e/ou distância da costa: até 150 metros de profundidade Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. A de Itarema se localiza no interior do município Pescadores residentes na se deslocam para as comunidades litorâneas Ano todo, variando as espécies de acordo com a safra e/ou defeso Ano todo, variando as espécies de acordo com a safra e/ou defeso Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades Não aplicável O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 2.5 Infraestrutura de apoio Observa-se que as estruturas de embarque e desembarque de pescado no município de Itarema concentramse nas comunidades de Torrões e de Porto do Barco. Nestas comunidades há áreas de desembarque e o acesso a insumos é facilitado pelo fato de haver nas comunidades estabelecimentos voltados para o fornecimento de insumos para a pescaria (lojas de materiais de pesca, fábrica de gelo, postos de combustível). Também foi relatado em campo que os pescadores de Itarema realizam desembarque e embarque em outros municípios, dentre os quais, Luís Correia, no Piauí, Carutapera, no Maranhão, Bragança, Pará, e Calçoene, Amapá (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

22 FIGURA II (A) Desembarque de gelo em Porto do Barco; (B) Terminal pesqueiro em Torrões Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015). Os principais insumos das pescarias, tais como óleo, gelo e rancho, são obtidos em locais distintos. Há, nas comunidades de Almofala, Porto do Barco e Torrões, postos de combustível privados que fornecem óleo para os pescadores, quando necessitam. O gelo é adquirido em fábricas de gelo privadas existentes nas comunidades de Porto do Barco e Torrões. Alguns pescadores não utilizam gelo devido o pouco tempo na pescaria ou, em alguns casos, fazem o próprio gelo e o utilizam para acondicionar o pescado (TABELA II ). TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existente em Itarema COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL FORNECIMENTO DE GELO Almofala Ilha do Guajirú Porto do Barco Torrões Não possui terminal. Desembarque feito à beira de praia. Desembarque realizado em trapiche de madeira e ao longo da orla da comunidade (que é pavimentada) Possui estrutura própria para desembarque tipo trapiche público de madeira e completamente coberto. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). Há posto privado de abastecimento de combustível. Há posto privado de abastecimento de combustível; Também possui bomba com óleo subsidiado. Há posto privado de abastecimento de combustível. Gelo fornecido pelo atravessador. Há 2 fábricas de gelo privadas Há 1 fábrica de gelo privada. A comercialização ocorre principalmente com o apoio de atravessadores. Assim, o pescado é comprado pelos atravessadores que o revendem para a população local, comércio local ou exportam para a capital ou demais cidades em caminhões frigoríficos e caminhonetes. Também foram identificadas situações em que o pescado é vendido diretamente ao mercado local e à população local. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

23 Em relação ao beneficiamento, as comunidades de Almofala, Porto Branco e Torrões possuem indústria de beneficiamento. Entretanto, o principal beneficiamento realizado ocorre de maneira artesanal, havendo evisceração e lavagem do pescado em água do mar ou do rio. De acordo com os dados obtidos em campo, o reparo das embarcações pode ser feito nas comunidades de Ilha do Guajirú, Porto Branco e Torrões, onde existem pequenas estruturas, normalmente familiares, que realizam manutenção e reparos em embarcações. A TABELA II sumariza a infraestrutura da cadeia produtiva da pesca artesanal disponível em Itarema, conforme dados obtidos em campo. TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Itarema COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Almofala Ilha do Guajirú Porto do Barco Torrões Há indústrias de beneficiamento, mas não ocorre aproveitamento da produção pesqueira destas comunidades. Há beneficiamento realizado pelos próprios pescadores, como evisceração e limpeza com a água de maré. Há indústria de beneficiamento que absorve parte da produção pesqueira oriunda da pesca artesanal destas duas comunidades. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). O pescado é comercializado no mercado local ou vendido a atravessadores locais e/ou regionais. Também ocorre a comercialização direta para população local. O pescado é comercializado no mercado local ou vendido a atravessadores locais e/ou regionais. Também ocorre a comercialização direta para população local. 2.6 Interações e conflitos socioambientais CONSTRUÇÃO E REPAROS Há diversas pequenas estruturas, normalmente familiares, que realizam manutenção e reparos em embarcações. Há diversas pequenas estruturas, normalmente familiares, que realizam manutenção e reparos em embarcações. Estaleiros locais para construção e manutenção. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca do município de Itarema, envolvendo as áreas de pesca da comunidade de Porto do Barco e Torrões, não tendo sido observado a presença de pesqueiros específicos neste zona de conflito potencial. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

24 3. Acaraú 3.1 Embarcações e frota A pesca em Acaraú é a principal atividade econômica e a sua frota pesqueira é predominantemente artesanal, com embarcações de pequeno porte, estrutura relativamente simples e baixa autonomia de pesca (TABELA II ). A pesca é realizada com embarcações das seguintes tipologias: canoas, com propulsão a remo e vela, canoas bianas, catraia, bote e barcos motorizados de pequeno e médio porte. A TABELA II apresenta as características gerais da frota pesqueira das comunidades de Acaraú, assim como os métodos de conservação do pescado. A quantidade de embarcações não foi fornecida pelos entrevistados. Vale destacar que o responsável pela Colônia de Pescadores Z-02 de Acaraú não soube informar a quantidade estimada de embarcações no município. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Acaraú COMUNIDADE Aranaú Espraiado Aranaú Barrinha Curral Velho Ilha dos Coqueiros Barrinha Curral Velho Espraiado Ilha dos Coqueiros Volta do Rio TIPO/ NOME Barco Canoa motorizada Canoa Biana Bote Catraia Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). CARACTERÍSTICAS Embarcações de madeira com comprimento de até 7, 5 m. Embarcações de madeira com comprimento de até 10 m. Embarcações de madeira com comprimento de até 7,5 m. Embarcações de madeira com comprimento de 10 a 12 m. Embarcações de madeira de pequeno porte. 3.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO In natura e Gelo In natura e Gelo In natura e Gelo In natura e Gelo In natura e Gelo QUANTIDADE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo As artes de pesca identificadas no município de Acaraú foram: linha de mão, espinhel vertical, manzuá para peixe e para lagosta, rede de espera, rede caçoeira, tarrafa, rede de cambeba/biquara, curral, espinhel horizontal de superfície e espinhel vertical de fundo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

25 No que diz respeito às espécies capturadas, destacam-se: tainha, sardinha, carapeba, cioba, arraia, xaréu, guaivira, espada, cambeba, biquara, cioba, cambumba (biquara branca), barbudo, morador (tipo de cioba), camurupim, olhão, pargo, ariacó, camurupim, serigado, bijupirá, cação, arraia, bonito, cangatá, bandeirado, guarajuba, serra, cavala e lagosta. A TABELA II abaixo apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Acaraú COMUNIDADE Aranaú Curral Velho Ilha dos Coqueiros Aranaú Barrinha Curral Velho Espraiado Ilha dos Coqueiros Volta do Rio Aranaú Barrinha Curral Velho Espraiado Ilha dos Coqueiros Aranaú Aranaú Espraiado Curral APETRECHO Linha de mão Tarrafa Rede de cambeba/ biquara Manzuá para peixe Espinhel vertical Rede de espera Rede de caçoeira Espinhel horizontal de superfície Manzuá para lagosta Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). 3.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Tainha, sardinha, carapeba, cioba, arraia, xaréu (inverno), guaivira, espada Agulhão de vela, albacora, ariacó, arraia, atuns, bandeirado, barbudo, bijupirá, biquara, bonito, cação flamengo, cação rabo seco, cambeba, cambumba (biquara branca), camurim, camurupim, cangatá, cavala, cioba, dentão, dourado, garoupa, guarajuba, morador (tipo de cioba), olhão, pargo, serigado, serra Cambeba, biquara, cioba, cambumba (biquara branca), barbudo, morador (tipo de cioba), camurupim, olhão Cambeba, biquara, ariacó Pargo, ariacó, biquara, camurupim, serigado, bijupirá, cação, arraia, bonito, cangatá, bandeirado, guarajuba, serra, cavala Atum, agulhão de vela, dourado, albacora Lagosta De acordo com os entrevistados, os recursos pesqueiros ocorrem durante o ano inteiro, entretanto, diferentes períodos de safra são observados (TABELA II ). Destaca-se que não foi possível obter a sazonalidade para todas as espécies relacionadas pelos pescadores artesanais. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

26 TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Acaraú RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Agulhão de Vela Albacora Bonito Cação Flamengo Cação Rabo Seco Cavala Dourado Serra Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) 3.4 Áreas de pesca As áreas de pesca por comunidade de Acaraú estão sintetizadas na TABELA II , e restringem-se, de modo geral, pelos seguintes limites: Baía de Marajó, estado do Pará, e a fronteira de Piauí e Ceará. A área de pesca da frota proveniente da comunidade de Volta do Rio não foi informada pelos pescadores entrevistados. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Acaraú COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Aranaú Espraiado Curral Velho Ilha dos Coqueiros Alcance paralelo à linha de costa: De Fortaleza até São Luís/MA (Baía de São Marcos) Profundidades e/ou distância da costa: 1. Até a quebra da plataforma, próximo à cota de 100 metros de profundidade 2. Na região costeira, apenas em frente ao município Alcance paralelo à linha de costa: em frente ao município Profundidades e/ou distância da costa: cerca 15 MN da costa até 20m de profundidade Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso Setembro/2015 Revisão 00 II /409

27 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Porto de Acaraú (Centro) / Barrinha Volta do Rio Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Alcance paralelo à linha de costa: de Fortaleza até Vigia/PA (Baía de Marajó) Profundidades e/ou distância da costa: 1. Até 25m apenas em frente ao município 2. Até 100m de profundidade, entre Fortaleza e Vigia/PA 3. Até 2.000m de profundidade, entre Itarema e Carutapera/MA Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 3.5 Infraestrutura de apoio Em relação à infraestrutura de apoio à atividade pesqueira, destaca-se a presença de cais de concreto, público e privado, somente na sede. Durante as atividades de campo (AECOM, 2013), ainda foi possível verificar que estas estruturas estavam sem cobertura. Na comunidade de Espraiado foi identificada a presença de um trapiche de madeira, de acesso público, também sem cobertura. Na Vila dos Coqueiros o desembarque ocorre em uma praça pública, sem cobertura e com pavimento. Já a comunidade de Curral Velho não possui estrutura de desembarque, tal atividade ocorre na própria praia. Os principais insumos das pescarias, tais como óleo, gelo e rancho, são obtidos em locais distintos. Há na sede postos de combustível que fornecem óleo para os pescadores. Nas comunidades os atravessadores fornecem gelo, enquanto na sede o mesmo é adquirido em duas fábricas. Alguns pescadores não utilizam gelo devido o pouco tempo de pescaria, ou fazem o próprio gelo e utilizam para acondicionar o pescado. A TABELA II apresenta a síntese das informações obtidas em campo referentes à estrutura de apoio à pesca artesanal em Acaraú. TABELA II Estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existente em Acaraú COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL (ÓLEO) FORNECIMENTO DE GELO Cais de concreto, público e privado; sem cobertura. Há postos privados de abastecimento de combustível. Há duas fábricas de gelo privadas Setembro/2015 Revisão 00 II /409

28 COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL (ÓLEO) FORNECIMENTO DE GELO Espraiado Trapiche de madeira, de acesso público, sem cobertura. Não há infraestrutura. Obtém com atravessador ou adquire na Gelo fornecido pelo atravessador. Ilha dos Coqueiros Logradouro público, sem cobertura e com pavimento. Não há infraestrutura. Obtém com atravessador ou adquire na Gelo fornecido pelo atravessador. Volta do Rio Não possui terminal. Desembarque feito à beira de praia. Não há infraestrutura. Obtém com atravessador ou adquire na Gelo fornecido pelo atravessador. Curral Velho Não possui terminal. Desembarque feito à beira de praia. Não há infraestrutura. Obtém com atravessador ou adquire na Não foi identificado no campo. Aranaú Não possui terminal. Desembarque feito à beira de praia. Há posto privado de abastecimento de combustível. Possui fábrica de gelo privada. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). O responsável pela Colônia de Pescadores Z-02 não soube informar como ocorre o fornecimento de combustível para as comunidades de Espraiado, Ilha dos Coqueiros, Volta do Rio e Curral Velho. A comercialização do pescado na sede de Acaraú ocorre principalmente no mercado municipal local ou com atravessadores. Entretanto, também foi verificada a comercialização em uma área próxima ao desembarque. Na sede há presença de indústria de beneficiamento, enquanto nas comunidades o beneficiamento é realizado artesanalmente, sendo as principais atividades evisceração e limpeza. No entanto, nem todos os pescadores realizam este processo devido ao pescado perder peso. A manutenção das embarcações na sede é realizada por carpinteiros em estaleiros locais especializados em construção e manutenção. Entretanto, nas comunidades há diversas pequenas estruturas, normalmente familiares, que realizam manutenção e reparos em embarcações. A TABELA II abaixo apresenta as estruturas de beneficiamento, comercialização e, ainda, de construção e reparos de embarcações existentes nas comunidades de Acaraú. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

29 TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Acaraú COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Espraiado Ilha dos Coqueiros Volta do Rio Curral Velho Aranaú Há indústria de beneficiamento que absorve parte da produção da pesca artesanal. Não há infraestrutura. Beneficiamento ocorre informalmente. Não há infraestrutura. Beneficiamento ocorre informalmente. Não há infraestrutura. Beneficiamento ocorre informalmente. Não há infraestrutura. Beneficiamento ocorre informalmente. Não há infraestrutura. Beneficiamento ocorre informalmente. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Comercializado no mercado municipal local ou vendido a atravessadores. Comercializado para atravessadores locais e/ou regionais. Comercializado para atravessadores locais e/ou regionais. Comercializado para atravessadores locais e/ou regionais. Comercializado para atravessadores locais e/ou regionais e venda direta para população. O pescado é comercializado no mercado local ou vendido a atravessadores locais e/ou regionais. Também ocorre a comercialização direta para população. CONSTRUÇÃO E REPAROS Estaleiros locais para construção e manutenção. Há diversas pequenas estruturas, normalmente familiares, que realizam manutenção e reparos em embarcações. Estaleiros locais para construção e manutenção. Há diversas pequenas estruturas, normalmente familiares, que realizam manutenção e reparos em embarcações. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos de pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 3.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município, tanto na rota das embarcações de apoio quanto na área dos blocos. As comunidades potencialmente impactadas pela rota das embarcações de apoio são Aranaú, Espraiado e Porto de Acaraú. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

30 4. Camocim 4.1 Embarcações e frota A frota pesqueira de Camocim é composta por embarcações artesanais e industriais. As artesanais são constituídas por canoas e botes, sendo que as embarcações à vela compõem a maioria da frota do município. Os botes, denominados bastardos, apresentam destaque por só ocorrerem neste município e apresentarem, de modo diferencial, estabilidade no mar. Em geral, o pescado é conservado a bordo em gelo e tem como principal destino o mercado de Fortaleza. As principais comunidades de pesca no município são Guriú, Tatajuba, Praia da Barrinha, Sambaiba, Quilometro 4, Imburana, Maceió e Praia do Xavier, além da, onde está localizado o Porto das Canoas. A TABELA II abaixo apresenta a tipologia e as características da frota pesqueira das comunidades do município de Camocim. A tabela ainda apresenta os métodos de conservação do pescado. Os pescadores não souberam indicar a quantidade estimada de pescado capturada. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Camocim COMUNIDADE Imburana Maceió Praia da Barrinha Praia do Xavier Guriú Quilometro 4 Sambaiba Tatajuba TIPO / NOME Bote e Lancha Bote Bastardo Canoa Biana Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) CARACTERÍSTICAS Madeira, 8 a 12m de comprimento, 4 a 6 tripulantes, motorizada Madeira, 14m de comprimento, Vela, 8 a 10 tripulantes Madeira, vela, 6 a 8m de comprimento, 3 a 4 tripulantes 4.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Gelo Gelo Gelo e in natura QUANTIDADE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo A pesca artesanal em Camocim é realizada com cinco tipos diferentes de apetrechos com destaque para o espinhel, a linha de mão e a rede rengaia que capturam o maior número de espécies. A TABELA II abaixo apresenta a relação dos petrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. Ressalta-se que o serigado, entre as espécies capturadas artesanalmente pelos pescadores de Camocim, é a espécie que apresenta maior valor econômico. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

31 TABELA II Petrechos de pesca e espécies-alvo identificadas nas comunidades pesqueiras de Camocim COMUNIDADE Guriu Tatajuba Guriu Imburana Maceió Praia da Barrinha Praia do Xavier Quilometro 4 Sambaiba Tatajuba APETRECHO Manzuá Rede rengaia Tarrafa Espinhel Linha de mão Rede caçoeira Lagosta PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Sardinha, cações, tainha, pescada-amarela, coró, boca pena, bagre, biquara, serra, bonito Sardinha, tainha, boca pena Arraia, bijupirá, cação, caranha, cavala branca, cavala impinja, dourado, garaximbó (xaréu preto), garoupa carapitanga, guaiuba, pargo, serigado Atum, arraia, bijupirá, cação, caranha, cavala branca, cavala impinja, dourado, garaximbó (xaréu preto), garoupa carapitanga, guaiuba, pargo, serigado Lagosta Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) 4.3 Sazonalidade Em relação à sazonalidade, os pescadores entrevistados indicaram que para todas as espécies capturadas em Camocim os meses de safra correspondem a agosto e setembro. Vale destacar que para as espécies de pargo, serigado, garoupa e bijupirá, a safra ocorre durante o ano todo. A TABELA II abaixo apresenta os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município. Não foi possível obter a sazonalidade para todas as espécies relacionadas pelos pescadores artesanais. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Camocim RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Atum Bijupirá Garoupa Setembro/2015 Revisão 00 II /409

32 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Lagosta Pargo Serigado Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) 4.4 Áreas de pesca As atividades pesqueiras em Camocim abrangem a área entre os municípios de Acaraú, no estado do Ceará e Carutapera, no estado do Maranhão. A TABELA II abaixo apresenta as áreas de pesca de acordo com comunidades presentes no município e os dados fornecidos por meio das entrevistas realizadas. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Camocim COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Alcance paralelo à linha de costa: De Acaraú até o limite entre os estados do Pará e Maranhão Profundidades e/ou distância da costa: até a quebra da plataforma, próximo à cota de 100 metros de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Serrote, Guriú, Cabaceira, Iburana, Carrapateira, Preá, Acaraú, Banco do Caju, Barranco das Canárias, Banco Mané Luis, Banco da Parnaíba, Banco do Álvaro, ao redor do Parcel de Manuel Luís e do Banco do Álvaro, áreas conhecidas como cabeços Profundidades variando de 80 a 120 metros (Dubus, 1985) Ano todo, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Guriú Tatajuba Alcance paralelo à linha de costa: De Camocim até Tutóia Profundidades e/ou distância da costa: 1. Até a quebra da plataforma, próximo à cota de aproximadamente 20 metros de profundidade 2. Pesqueiros próximos a Camocim, em profundidades de até 20 metros e distantes de 5 a 20 milhas náuticas da costa Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Maceió Porto das Canoas Praia da Barrinha Praia de Imburana Praia do Xavier Quilômetro 4 Sambaíba Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

33 O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 4.5 Infraestrutura de apoio A infraestrutura de atendimento à atividade pesqueira em Camocim conta com um importante equipamento público: o terminal pesqueiro, que, em 2013, apresentava problemas de conservação e algumas funções desativadas. Ainda que em más condições, o terminal pesqueiro público concentra todo o desembarque da pesca industrial realizada em Camocim. Por outro lado, a pesca artesanal não é beneficiada pela presença do terminal, conforme destacou a Colônia de Pescadores Z-01. O píer de concreto não favorece o embarque e desembarque de embarcações de menor porte, que caracterizam a pesca artesanal no município. Portanto, os pescadores artesanais continuam utilizando o Porto das Canoas como principal local de desembarque, sendo este caracterizado como um trecho pavimentado da orla do rio Coreaú. Destaca-se que há uma concentração de todas as infraestruturas de suporte à atividade pesqueira na sede do município. Na sede, há ainda uma fábrica de gelo, conforme ilustra a FIGURA II A TABELA II sumariza as informações referentes a estrutura de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e gelo da atividade pesqueira artesanal no município de Camocim. FIGURA II Fábrica de gelo no terminal pesqueiro na sede de Camocim Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

34 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existente em Camocim COMUNIDADE Barrinha Sambaíba Quilômetro 4 Guriú Imburana Maceió Tatajuba Xavier EMBARQUE E DESEMBARQUE Ocorre na beira do rio Coreaú, próximo a logradouro público e com acesso facilitado pela presença de uma rua pavimentada, Terminal Pesqueiro Público (TPP). Não há estrutura e ocorre na beira de praia. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013). FORNECIMENTO DE COMBUSTIVEL (ÓLEO) Diretamente de posto Não identificado em campo FORNECIMENTO DE GELO Fábrica de gelo pública Fornecido pelo atravessador No município destaca-se também a presença de uma fábrica de beneficiamento de camarão, que atende principalmente a atividade de aquicultura existente no município e em municípios no entorno, mas não atende a produção oriunda da atividade pesqueira artesanal. Outro ponto notório consiste na presença de um mestre carpinteiro no município, que exerce a atividade de construção de embarcações pesqueiras há décadas e de forma tradicional. A comercialização do pescado é realizada principalmente por atravessadores locais e regionais, que transportam e revendem a produção pesqueira, com destaque para o mercado de Fortaleza, no Ceará. É recorrente também na sede a comercialização para peixarias e varejo local; diretamente para a população local e para o comércio local, como restaurantes. A TABELA II abaixo apresenta as estruturas de apoio à atividade pesqueira de acordo com as comunidades identificadas no município e os dados fornecidos pelos entrevistados. TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Camocim COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Há infraestrutura, mas que não atende a pesca artesanal. Beneficiamento realizado informalmente. Atravessador local e/ou regional; peixarias e/ou varejo local; diretamente para população local; restaurantes. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há diversos estaleiros que realizam atividades de construção e manutenção. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

35 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Barrinha Sambaíba Quilômetro 4 Guriú Imburana Maceió Tatajuba Xavier Não identificado em campo. Fonte: Levantamento de campo AECOM, (2013) Atravessador local e/ou regional. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há locais onde se realizam manutenção. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos de pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 4.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município, tanto na rota das embarcações de apoio quanto na área dos blocos. A única comunidade potencialmente impactada pela rota das embarcações de apoio é a. B PIAUÍ O litoral do Piauí, composto pelos municípios de Cajueiro da Praia, Luís Correia, Parnaíba e Ilha Grande, possui 66 km de extensão, o que representa menos de 1% da costa brasileira. Embora relativamente pequena, a área abriga uma alta diversidade de recursos marinhos e um total de 11 comunidades que têm na pesca artesanal, sua principal fonte de renda (IBAMA, 2006). De maneira geral, segundo o IBAMA (2006), apesar de os peixes serem responsáveis por aproximadamente 52% das capturas, o caranguejo-uçá sozinho corresponde a 33% das capturas totais no estado. A pesca no Piauí é majoritariamente artesanal, com destaque para as canoas como tipo de embarcação utilizado (AECOM, 2014; CHARIOT/SOMA, 2014). A seguir são apresentadas as principais informações municipais referentes a: i. tipos de embarcações e frota no estado, ii. artes de pesca, iii. produção pesqueira e iv. infraestrutura geral de apoio à pesca. Embarcações e frota No tocante à frota pesqueira, o estado do Piauí possui uma variedade de embarcações que vão desde pequenas canoas (motorizada, remo ou vela) até barcos de maior porte motorizados. Destaca-se que a pesca ocorre predominantemente a bordo das canoas, embarcações de pequeno porte com propulsão a remo, vela ou Setembro/2015 Revisão 00 II /409

36 motor (SEAP, IBAMA, PROZEE, 2005; CHARIOT/SOMA, 2014; AECOM, 2014). Dados da SEAP, IBAMA, PROZEE (2005) reportaram para frota do Piauí 494 embarcações, das quais 333 corresponderiam a canoas. Do total de embarcações, a maioria se concentra no município de Luís Correia (47,8%), contra apenas 9,3% de Ilha Grande, que não está na Área de Estudo (SEAP, IBAMA, PROZEE, 2005). Quanto às canoas utilizadas na pesca no estado, a propulsão a vela é pouco utilizada, chegando a serem citadas como inexistentes por SEAP, IBAMA, PROZEE (2005), embora apareçam em registros de embarcações. Salienta-se que as embarcações a vela foram citadas pelos pescadores em trabalhos de campo de 2013 e 2014 realizados nos quatro municípios litorâneos e tiveram registros fotográficos na Pedra do Sal, em Parnaíba, e em Luís Correia. A TABELA II apresenta as principais características da frota pesqueira atuante nos municípios da área de estudo que pertencem ao Piauí. TABELA II Caracterização dos principais tipos de embarcação pesqueira utilizadas por pescadores artesanais no litoral do Piauí TIPO / FOTO Canoas de boca aberta PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Canoa de boca aberta, chata e sem quilha; propulsão a vela, remo ou a motor de rabeta (com predomínio de motor); canoas que pescam no mar apresentam maior comprimento (cerca de 6 a 8 m), enquanto as que pescam nos rios são menores (entre 4 e 5 m) Luís Correia, Parnaíba Fonte: SEAP, IBAMA, PROZEE (2005) Canoas biana Bote a vela Embarcação com quilha; movida a vela; aberta, com cerca de 9 a 11,5m Embarcação movida a vela, com casco de madeira e quilha, convés fechado, sem casaria (cabine), com comprimento geralmente inferior a 11 metros, conhecida também como barco a vela, bateira, bastardo etc. (SEAP, IBAMA, PROZEE, 2005; AECOM, 2013). Luís Correia Luís Correia Setembro/2015 Revisão 00 II /409

37 TIPO / FOTO Lanchas ou barcos motorizados PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Barcos motorizados de madeira com cabine, com tamanho entre 11 e 13 m (AECOM; 2013; AECOM, 2014; CHARIOT/SOMA, 2014) Luís Correia, Parnaíba Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) Artes de pesca Com relação às artes de pesca artesanal, conforme informações disponibilizadas no Registro Geral da Pesca, grande parte das embarcações permissionadas está voltada para a pesca de emalhe costeiro de superfície, seguido do arrasto simples e duplo (FIGURA II ). 13% 5% 6% 33% Rede de Emalhe Costeiro de Superfície Arrasto de Fundo - Simples/Duplo Covo de lagosta 13% Linha de Mão de Superfície Rede de Espera de Superfície Outras 30% FIGURA II Relação de artes de pesca permissionadas presentes no estado do Piauí Fonte: RGP, 2014 Quanto às artes de pesca empregadas pelos pescadores do litoral do Piauí SEAP/IBAMA/PROZEE (2005) destacaram três tipos de artes mais representativas, caso da coleta manual, rede de espera e linha, cujas características gerais se assemelham ao apresentado na caracterização das artes de pesca utilizadas no Ceará. Os pescadores do estado mencionaram, além das artes supracitadas, a utilização do giquí, para a captura de camarão, e covo e manzuás, para lagostas (TABELA II ). Cabe ressaltar que em Ilha Grande também foi relatada a pesca com rede, tarrafa, linha, espinhel e giquí, embora a captura de caranguejo seja recorrentemente umas das únicas mencionadas em registros estatísticos de produção, conforme descrito no Setembro/2015 Revisão 00 II /409

38 capítulo II.5.3.5, referente ao extrativismo. Como aspecto regional, salienta-se que o espinhel no estado é recorrentemente citado como groseira (AECOM, 2013; 2014; CHARIOT/SOMA, 2014). TABELA II Principais artes de pesca utilizadas nos municípios da área de estudo do Piauí Parnaíba + Luis Correia* + MUNICÍPIO Emalhe, Linha, Desembarcada Fontes: *Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) + CHARIOT/SOMA (2014) PRINCIPAIS ARTES DE PESCA Armadilha (covo e manzoá), Linha, Emalhe, Desembarcada Em termos de representatividade na produção destaca-se a coleta manual, em função da produção de caranguejo no estado, representando 42,7% da produção de pescado registrada para o ano de 2005 (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005) (TABELA II ). CEPENE (2006) destacou dentre os aparelhos de pesca que mais contribuíram para o volume desembarcado de pescado no Piauí foram redes de espera (28,0% da produção total) e as linhas (26,3%). TABELA II Produção (toneladas) de pescado marítimo e estuarino no litoral do Piauí por arte de pesca no ano de 2005 (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005) APARELHOS DE PESCA LUÍS CORREIA PARNAÍBA Rede de Espera 465,6 259,3 Linha 384,1 25 Caçoeira 95,7 0 Rede de Arrasto 152,5 0 Coleta Manual 0 58,1 Fonte: SEAP/IBAMA/PROZEE, 2006 As imagens abaixo ilustram artes e instrumentos de pesca utilizados no Piauí (FIGURA II e FIGURA II ) A B FIGURA II Rede estendida nas ruas de Ilha Grande Imagem A. Curral em Cajueiro da Praia Imagem B Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2014) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

39 A B FIGURA II Instrumento de pesca utilizados no Piauí: jiquí Imagem A e landuá Imagem B Fonte: Souza (2010) Produção pesqueira Segundo o Boletim Estatístico da Pesca e Aquicultura (MPA, 2011), a produção pesqueira do Piauí ocupava, em 2011, a 17ª posição (1,75% do total da produção nacional), colocando o estado em 6º lugar no Nordeste, sendo responsável por 5,53% da produção na região. De maneira geral, a produção pesqueira desembarcada no estado do Piauí tem apresentado uma elevada taxa de crescimento médio anual (média de 5% a.a) entre 1999 e O maior salto da série histórica ocorreu entre 2010 e 2011 quando a produção aumentou 38%. A TABELA II apresenta a produção pesqueira dos municípios do Piauí que integram a área de estudo no período entre 2002 e TABELA II Produção pesqueira desembarcada (kg) para os municípios do litoral do Piauí, com destaque (em cinza) para o município da área de estudo MUNICÍPIOS Parnaíba 475,7 418,3 300,6 342,4 378,4 Luís Correia 840,1 951,4 1009,9 1097,9 1570,2 Fonte: CEPENE (2002; 2003; 2004; 2005; 2006) Segundo o IBAMA (2006), apesar de os peixes serem responsáveis por aproximadamente 52% das capturas, o caranguejo-uçá sozinho corresponde a 33% das capturas totais. Dentre as espécies de peixe capturadas em 2006, os maiores volumes foram o bonito (6,7%), o serra (6,5%), o ariacó (6,0%) e o pargo (4,7%). A TABELA II destaca os principais pescados por município da área de estudo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

40 TABELA II Diversidade e participação dos dez principais pescados capturados na área de estudo do Piauí entre 2003 e 2006 Parnaíba MUNICÍPIO Luís Correia RELAÇÃO DAS 10 PRINCIPAIS ESPÉCIES CAPTURADAS1 Pescada-amarela, ariacó, caranguejo-uçá, serra, bagres, bonito, cavala, guarajuba, camurupim e cações Guaiúba, pargo, cavala, serra, ariacó, bonito, cações, lagosta, arraias e camarão-médio PARTICIPAÇÃO DAS 10 PRINCIPAIS ESPÉCIES NA PRODUÇÃO MÉDIA 93,35% 77,77% 1- As espécies são consideradas a partir das toponímias estabelecidas pelos pescadores, não refletindo exatamente em uma espécie no sentido taxonômico do termo. Neste caso, algumas toponímias podem refletir mais de uma espécie, enquanto duas ou mais podem refletir a mesma espécie (porém com tamanhos e idades distintas). Fonte: CEPENE (2003; 2004; 2005; 2006) Dentre as espécies destacadas pelos pescadores nos registros de AECOM (2013; 2014) os principais pescados foram serra, guarajuba, ariacó, bonito, cação, cavala, carapeba, camarão, dentão, cioba, sirigado, guaiuba, palombeta, pargo, pescada-amarela, bagre amarelo e tainha, até espécies menos frequentes, como o camurupim. Infraestrutura de apoio à atividade pesqueira São comuns no Piauí embarques e desembarques realizados na beira dos rios e praias e também em estrutura físicas de cais ou porto. Entre os locais com estrutura cita-se o Porto dos Tatus, em Ilha Grande, e o Entreposto Pesqueiro Municipal de Parnaíba, em Parnaíba. Esses portos concentram atividades diversas, como o turismo, significativo no Porto dos Tatus. Adicionalmente, ao longo dos rios também há locais com trapiches de madeira (FIGURA II ). O acesso aos trechos dos rios onde há embarque e desembarque de pescadores varia desde sem pavimentação a ruas pavimentadas e rampas cimentadas. FIGURA II Porto dos Tatus Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2014) Quando há necessidade de reparos nas embarcações, em geral, as mesmas são realizadas nas beiras dos rios, praias e trapiches por carpinteiros locais ou mesmo nas casas dos carpinteiros. Mesmo embarcações maiores podem ser consertadas na própria praia por carpinteiros, como observado na Pedra do Sal, em Parnaíba (FIGURA II ) (AECOM, 2014). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

41 FIGURA II Barco na Pedra do Sal, Parnaíba, com cabine em reparo Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2014) As visitas nos municípios do litoral do Piauí demonstraram que não é comum o beneficiamento do pescado, ocorrendo, em geral, somente limpeza e evisceração antes da venda (AECOM, 2014). Fechando a cadeia de pesca, a venda é majoritariamente realizada por atravessadores que negociam o pescado nas praias e rios, por vezes fornecendo para o comércio local (pousadas, restaurantes, mercados de peixe, peixaria etc.) e outras para municípios/estados vizinhos (AECOM, 2014). 1. Luís Correia 1.1 Embarcações e frota A frota pesqueira no município de Luís Correia é predominantemente artesanal, com embarcações de pequeno e médio porte. Foram identificadas cinco comunidades pesqueiras no município, Arrombado, Carnaubinha, Coqueiro e Macapá e. Conforme relato dos pescadores a maioria da frota é composta por canoa biana, mas a maior produção é obtida através dos barcos de médio porte (TABELA II ). TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Luís Correia COMUNIDADE TIPO/ NOME CARACTERÍSTICAS Arrombado Carnaubinha Coqueiro Macapá Canoa Barco Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Madeira, a vela e tamanho entre 4 e 10 metros Madeira, motorizada e tamanho entre 9 e 12 metros MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Gelo e in natura QUANTDE ESTIMADA Não identificado em campo Gelo 150 Setembro/2015 Revisão 00 II /409

42 1.2 Apetrechos e Recursos explotados Observa-se que a constitui-se na comunidade com a maior diversidade de apetrechos. Isto se deve a presença de embarcações de maior porte nesta comunidade. Em relação às espécies capturadas destaques devem ser feitos para os camarões (que sustentam uma importante pesca de arrasto costeiro), o pargo (que possui uma extensa área de pesca), e a serra (que se constitui em um dos recursos mais importantes em relação ao volume desembarcado). Santos et al. (2005) identificou, em Luís Correia, que os métodos de pescaria empregados pelos pesadores artesanais variam de acordo com a sazonalidade dos recursos. Assim, para captura de organismos aquáticos, foi observada a utilização de linha de mão, pargueira, manzuá para peixe, manzuá para lagosta, rede de espera, rede caçoeira e rede de arrasto (simples e duplo). A TABELA II apresenta uma síntese das informações levantadas sobre as artes de pesca e espécies-alvo presentes em Luís Correia. TABELA II Apetrechos e principais recursos capturados pelas comunidades pesqueiras de Luís Correia COMUNIDADE Pargueira Manzuá APETRECHO Manzuá para peixe Rede caçoeira Rede de arrasto (simples e duplo) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pargo, ariacó, biquara, bijupirá, garoupa, camurupim, dentão Lagosta Ariacó, arraia, bijupirá, cações, cavala, guaiúba, pargo, biquara Camurupim, bagre, camorim, arraia Camarão sete barbas, camarão rosa, camarão branco Arrombado Carnaubinha Coqueiro Macapá Redes de emalhe boiera Cavala, serra, bonito, tibiro, cação, bagre, cioba Rede de emalhe afundada Linha de mão Cavala, serra, bonito, tibiro, cação, bagre, cioba, ariacó Camurupim, bagre, camorim, arraia, bonito Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) 1.3 Sazonalidade De acordo com os pescadores entrevistados, não há uma sazonalidade definida para as principais espécies capturadas. Estas ocorrem ao longo de todo o ano de forma regular. As variações estão relacionadas com o defeso que restringem as pescarias do pargo, camarão e lagosta. O período de defeso de todas as espécies identificadas na área de estudo é apresentado ao final deste capítulo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

43 1.4 Áreas de pesca Luís Correia possui uma extensa área de pesca, cobrindo tanto áreas mais costeiras, quanto áreas mais oceânicas. De acordo com o levantamento de campo, a pesca se concentra até a quebra da plataforma continental (aproximadamente 150 metros de profundidade) entre o litoral do município e Oiapoque. Durante o campo foi relatado pelos pescadores que era comum alcançar a fronteira do Brasil com a Guiana Francesa e que avistavam de suas embarcações as corvetas da Marinha do Brasil. Destaca-se também que uma parcela da pesca realizada em Luís Correia, segundo os pescadores entrevistados, interage com as unidades de produção de petróleo e gás estabelecidas na Bacia do Ceará. As áreas de pesca das comunidades de Luís Correia são apresentadas na TABELA II TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Luís Correia COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Arrombado Carnaubinha Coqueiro Macapá Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Alcance paralelo à linha de costa: entre Luís Correia e Belém, para diversas espécies com redes de emalhe, espinhel e linha de mão Profundidades e/ou distância da costa: da costa até 150 metros de profundidade, para diversas espécies com redes de emalhe, espinhel e linha de mão Pesqueiros não georreferenciados: 1. Camarão c/ rede de arrasto: Entre Parnaíba e Primeira Cruz, até 25m 2. Lagosta c/ manzuá: Entre Luís Correia e Cururupu, até 75m de profundidade 3. Pargo c/ pargueira: Entre Luís Correia e Belém, entre 75 e 150m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: Ao longo do litoral do município até o Delta do Parnaíba Profundidades e/ou distância da costa: até 10MN de distância da costa Ano todo, variando as espécies de acordo com a safra e/ou defeso. Ano todo, variando as espécies de acordo com a safra e/ou defeso. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 1.5 Infraestrutura de apoio Observa-se que as estruturas de embarque e desembarque de pescado no município de Luís Correia concentra-se na. Nas demais comunidades o desembarque ocorre sem qualquer infraestrutura de apoio. Destaca-se que na há tanto estruturas privadas associadas à empresas de pesca, quanto estruturas de acesso público. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

44 Em relação ao combustível, este é obtido principalmente nos postos regulares presentes na. Algumas empresas revendem combustível para pescadores artesanais, mas conforme relatado por empresário local, nem sempre é possível realizar esta venda, pois o combustível que possuem, por vezes, não é suficiente para atenderem a própria demanda. As comunidades mais distantes da obtém o combustível com atravessadores ou então comprando diretamente nos postos e transportando o combustível em automóveis utilitários. A constitui-se no único lugar no município onde há fábrica de gelo. A produção atende não somente aos pescadores de Luís Correia, mas também uma considerável frota visitante oriunda do Ceará, que utiliza os portos da região para reabastecimento e troca de tripulação. O gelo produzido na também abastece os pescadores das demais comunidades pesqueiras de Luís Correia. A TABELA II sumariza as principais informações sobre terminais, acesso a combustível e a gelo presente em Luís Correia. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existente em Luís Correia COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL FORNECIMENTO DE GELO Arrombado Carnaubinha Coqueiro Macapá Trapiches de madeira públicos e privados, cais de concreto privado e, ainda, desembarque realizado na beira de rio. Não há estrutura, o desembarque ocorre na beira de praia. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) Postos de combustível regular e empresas de pesca (que possuem bombas de abastecimento próprias). Obtém em postos de combustível regulares na. Fábricas de gelo privadas Obtém nas fábricas privadas instaladas na Não há unidade de beneficiamento de pescado em Luís Correia. Contudo, parte da produção é absorvida por empresas de Acaraú e Itarema, que realizam este tipo de atividade. A comercialização ocorre principalmente com o apoio de atravessadores, sendo que na há revenda em peixarias. Nas demais comunidades a cadeia de intermediação é menor. De acordo com os dados obtidos em campo, o reparo das embarcações pode ser feito em todas as comunidades, contudo só foi identificado estaleiros na. A TABELA II sumariza a infraestrutura da cadeia produtiva da pesca artesanal disponível em Luís Correia. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

45 TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Luís Correia COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Arrombado Carnaubinha Coqueiro Macapá Não há unidade de beneficiamento Não há unidade de beneficiamento Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2013) Há peixarias que comercializam parte da produção no município. Outra parte é exportada por atravessadores regionais. Não há infraestrutura. Pescado é comercializado diretamente para a população ou para atravessadores locais que revendem para os moradores. 1.6 Interações e conflitos socioambientais CONSTRUÇÃO E REPAROS Há estaleiros para embarcações pequenas, médias e grande. Há carpinteiros navais e alguns mecânicos. Não há estaleiros. Carpinteiros atuam informalmente no reparo e manutenção na beira das praias. Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Arrombado, Carnaubinha, Coqueiro, Macapá e consistem nas comunidades potencialmente impactadas pela rota das embarcações de apoio. 2. Parnaíba 2.1 Embarcações e frota As principais comunidades pesqueiras do município são Catanduva, Rosápolis e Pedra do Sal além da sede. No município da Parnaíba a pesca artesanal apresenta como frota canoas e lanchas e a conservação do pescado em pescas de maior duração ocorre através de gelo. Para as pescas de ir e vir 1, como as de Rosápolis, o pescado é mantido in natura até o desembarque. A TABELA II abaixo apresenta, de acordo com a tipologia das embarcações, as características gerais da frota pesqueira das comunidades e os métodos de conservação do pescado do município de Parnaíba. Salienta-se que a quantidade de canoas não foi informada pelos entrevistados para e Catanduva. 1 Pesca com duração de um dia, na qual o pescador aproveita as condições favoráveis de vento e de correntes marítimas para se deslocar entra a sua comunidade e a área de pesca. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

46 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Parnaíba COMUNIDADE TIPO/ NOME CARACTERÍSTICAS Pedra do Sal Catanduva Rosápolis Canoa Canoa Madeira, 5 m de comprimento, motor, remo ou vela Madeira, 5 m de comprimento, motor, remo ou vela MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO QUANT DE ESTIMADA Gelo 30 Gelo 30 Catanduva Lancha Madeira, Motor ou vela, Cabine Gelo 14 Fonte: CHARIOT/SOMA (2014); Cavalcanti-Filho et al. (2009) 2.2 Apetrechos e Recursos explotados A pesca é voltada principalmente para a pesca de emalhe costeiro de superfície, seguido de arrasto (simples e duplo) e linha de mão. Dentre as espécies alvo da atividade pesqueira destacam-se como as mais mencionadas pelos pescadores do município a manjuba, pescada-amarela, bagre, serra, ariacó, cavala, bonito e timbira (CHARIOT/SOMA, 2014; Cavalcanti-Filho et al., 2009). A comunidade de Rosápolis vem se destacando na pesca da manjuba (Cavalcanti-Filho et al., 2009). Cabe salientar que as principais espécies capturadas nos rios Igaraçu e Parnaíba (não mencionadas na tabela) correspondem às citadas para o Delta do Paraíba na caracterização geral do Piauí. A TABELA II abaixo apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Parnaíba COMUNIDADE Catanduva Pedra do Sal Rosápolis Catanduva Pedra do Sal Não identificada em campo Fonte: CHARIOT/SOMA (2014) APETRECHO Rede de emalhe Linha de mão Rede de arrasto (simples e duplo) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Manjuba, pescada-amarela, bagre e serra; pescadaamarela, camorim, camurupim, serra, cavala, bonito e timbira. Ariacó, raia, serra e camurupim Camarão rosa e camarão piticaia Setembro/2015 Revisão 00 II /409

47 2.3 Sazonalidade A partir do levantamento de campo de CHARIOT/SOMA (2014) só foi observado período de safra para o camurupim, que tem sua maior ocorrência entre os meses de agosto e setembro (TABELA II ). Cabe acrescentar que a manjuba não tem período do ano específico de destaque, mas tem maior produção associada às chamadas marés de lua (cheia e nova) (Cavalcanti-Filho et al., 2009). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Parnaíba RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Camurupim Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: CHARIOT/SOMA; Áreas de pesca As áreas de pesca por comunidade de Parnaíba estão sintetizadas na TABELA II e restringem-se, de modo geral, aos estados do Maranhão e Piauí. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Parnaíba COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Catanduva Pedra do Sal Rosápolis Alcance paralelo à linha de costa: De Parnaíba até Cururupu/MA Profundidades e/ou distância da costa: Até aproximadamente 50 metros de profundidade, bem como nos rios Igaraçu e Parnaíba Alcance paralelo à linha de costa: Apenas em frente ao município Profundidades e/ou distância da costa: Até aproximadamente 21 milhas náuticas e 20 metros de profundidade Não foi possível obter informações que permitisse delimitar esta área de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes da comunidade. Fonte: CHARIOT/SOMA (2014); Cavalcanti-Filho et al (2009) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

48 2.5 Infraestrutura de apoio Em Parnaíba, na área da comunidade da sede municipal há um entreposto pesqueiro municipal, desenvolvido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (CODEVASF), que exerce importante papel na infraestrutura da pesca da região. No entreposto há um cais de madeira utilizado para embarque e desembarque pela comunidade sede de Parnaíba. Já nos trechos do rio Igaraçú próximo à comunidade de Catanduvas e do rio Parnaíba próximo a Rosápolis o embarque e desembarque das canoas ocorre à beira do rio. A comunidade da Pedra do Sal tem um perfil diferente das demais do município, utilizando principalmente o mar como área de pesca. A área chamada de Porto da Pedra do Sal não possui estrutura de embarque e desembarque, com as embarcações saindo da praia direto para o mar. O gelo necessário para as pescarias é obtido tanto na empresa Gelopeixe, quanto no entreposto pesqueiro localizado na sede. O óleo (para as embarcações motorizadas) é comprado diretamente no posto de gasolina ou em Tutóia, no Maranhão (TABELA II ). TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Parnaíba COMUNIDADE Catanduva Rosápolis Pedra do Sal EMBARQUE E DESEMBARQUE Possui infraestrutura. Cais de madeira, público (entreposto pesqueiro); sem cobertura. Não possui infraestrutura e embarque e desembarque ocorre na beira de rio. Possui infraestrutura. Trapiche de madeira, de acesso público. Fonte: CHARIOT/SOMA (2014); Cavalcanti-Filho et al. (2009) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Possui infraestrutura na sede. Pode ser obtido direto do posto ou em trapiche em Tutóia. FORNECIMENTO DE GELO Possui infraestrutura na sede. Fábricas de gelo privada (Gelo Peixe) e pública (entreposto pesqueiro). CHARIOT/SOMA (2014) destacaram que grande parte do pescado de Parnaíba acaba desembarcando em Tutóia (Maranhão), onde seria mais fácil vender toda a produção e a preços maiores. Após as vendas em Tutóia, no entanto, parte da produção retorna a Parnaíba de caminhão, pois o município representa um importante mercado consumidor. Na comunidade de Rosápolis as mulheres associadas à Associação de Pescadores de Manjuba do Igaraçu/Parnaíba trabalham na salga e secagem de manjubas, vendendo a maior parte do produto já beneficiado, o que agrega valor ao pescado (CAVALCANTI-FILHO et al., 2009). A TABELA II abaixo apresenta mais bem detalhadas as estruturas de beneficiamento do pescado, comercialização, construção e manutenção das embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

49 TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Parnaíba COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO CONSTRUÇÃO E REPAROS Catanduva Rosápolis Pedra do Sal Possui infraestrutura de beneficiamento na sede e em Rosápolis. Limpeza e evisceramento, salga e secagem. Possui infraestrutura de comercialização na sede. Atravessador local e/ou regional. Não possui infraestrutura. Manutenção ocorre na praia. Fonte: CHARIOT/SOMA (2014); Cavalcanti-Filho et al. (2009) 2.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. As comunidades potencialmente afetadas pela rota das embarcações de apoio são e Catanduva. C MARANHÃO O estado do Maranhão, com litoral de 640 quilômetros possui uma Plataforma Continental rasa que, com o aporte de um grande volume de matéria orgânica associada à presença de grandes áreas de manguezais, sustenta grande produtividade primária (Almeida, 2008), resultando em uma atividade pesqueira com alta diversidade e produtividade. Além de alimentos de qualidade, a pesca consiste na principal fonte de renda para um vasto contingente de trabalhadores (Stride, 1992). A seguir são apresentadas as principais informações municipais referentes a: i. tipos de embarcações e frota no estado, ii. artes de pesca, iii. produção pesqueira e iv. infraestrutura geral de apoio à pesca. Embarcações e Frota Durante o trabalho de campo foi possível observar que os pescadores maranhenses utilizam uma grande diversidade de tipos de embarcações pesqueiras. Desde embarcações em madeira, com propulsão a vela e construída em estaleiros improvisados ao longo da costa até embarcações motorizadas, construídas em fibra de vidro através de processos industriais. A diversidade de embarcações pesqueiras no Maranhão é fruto, segundo Almeida et al. (2006), da grande diversidade de ambientes localizados ao longo da costa. As embarcações ajustaram-se, com o tempo, às especificidades de cada ambiente, de modo que a navegação pudesse ocorrer de forma segura e rápida. Foram construídas e ajustadas embarcações que favorecessem a pesca em áreas costeiras, baías e estuários, bem como em áreas afastadas da costa, como na quebra da Plataforma Continental. No entanto, persistem as embarcações propulsionadas a vela em virtude do regime favorável de ventos na região (Andrès, 1998). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

50 Almeida et al (2006) apresentaram as principais tipologias de embarcações utilizadas no Maranhão. As principais características apresentadas pelos autores encontram-se sistematizadas na TABELA II , assim como é apresentada figura ilustrativa de cada tipologia identificada. TABELA II Principais tipos de embarcação identificadas no estado do Maranhão TIPO/FOTO Cúter PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Canoa; propulsão a vela (latina quadrangular); sem convés; comprimento de 12 metros; tripulação de 4 pescadores; autonomia de 2 a 3 dias; caixas isotérmicas com capacidade total de até 6 toneladas. Litoral oeste Bote Embarcação com propulsão a vela (2 velas) ou motorizadas (11, 18, 22 e 36 HP); com convés e casario instalado na popa; conservação do pescado em urnas isotérmicas (capacidade de 5 toneladas); comprimento de 8 a 12 metros; tripulação de 3 a 6 pescadores. Todo o litoral, com maior incidência no litoral oeste Biana Canoa com caverna em formato de V e quilha; com ou sem convés; comprimento de 5,5 a 9 metros; dependendo do porte pode ter propulsão motorizada (18 a 45 hp) ou a vela (espicha com retranca); autonomia de 3 a 11 dias; com ou sem casario; tripulação de 3 a 4 pescadores; conservação do pescado em urnas (sob convés) ou em caixas de isopor (bianas sem convés); proa bem lançada. De São Luís para o litoral leste (Tutóia) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

51 TIPO/FOTO Igarité PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Canoa semelhante à biana, com caverna em formato de U e sem quilha; propulsão a vela (espicha sem retranca); construída em madeira; comprimento de 5 a 6 metros; tripulação de 3 pescadores; autonomia de 7 dias; conservação do pescado em 2 caixas de isopor; pesca de interior e marítima costeira. DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Segundo Andres (1986) do Golfão Maranhense em direção ao litoral oeste (Carutapera). Boião Canoa de boca aberta, chata e sem quilha; não possui cabine; propulsão a vela ou a remo; leme grande capaz de fornecer força lateral. Segundo Andres (1986) do Golfão Maranhense em direção ao litoral oeste (Carutapera). Casquinho Canoa sem quilha, com fundo chato e popa baixa; a maioria apresenta bancada e não apresenta velame; de 3 a 7 metros de comprimento; propulsão a remo; tripulação de dois pescadores; conservação do pescado em caixas de isopor; atuação predominante em águas interiores Todo o litoral Catamarã Embarcação com dois cascos sem quilha; construída em fibra de vidro; comprimento de 5 a 7 metros; autonomia de 2 a 3 dias; conservação do pescado em caixa de isopor (com de 3 a 4 caixas por viagem); propulsão a vela (latina). Cururupu Setembro/2015 Revisão 00 II /409

52 TIPO/FOTO MAR PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Embarcações motorizadas (45 e 75 hp) construídas em fibra de vidro; comprimento de 12 metros; tripulação de 5 a 8 pescadores; autonomia de 15 a 20 dias; conservação do pescado em urnas isotérmicas instaladas sobre o convés com capacidade de 6 toneladas; pesca de alto mar. DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Raposa Lagosteiros Embarcações motorizadas (114 e 160 hp) construídas em madeira; comprimento de 12 metros; tripulação de 6 a 8 pescadores; autonomia de 60 dias; conservação do pescado em urnas isotérmicas instaladas sobre o convés com capacidade de 10 toneladas; pesca de alto mar, principalmente sobre o parcel Manuel Luís. São José do Ribamar Pargueiros Embarcações motorizadas (60 e 90 hp) construídas em fibra de vidro (Raposa) ou madeira (Barreirinhas); comprimento de 12 metros; tripulação de 6 a 8 pescadores; autonomia de 15 a 30 dias; conservação do pescado em urnas isotérmicas instaladas sobre o convés com capacidade de 10 toneladas; pesca de alto mar, principalmente sobre o parcel Manuel Luís. Barreirinhas; Raposa Fonte: CEPENE, 2006; Almeida, 2008 / Crédito das fotos: 1, 2, 3, 6, 8, 10 (AECOM, 2013); 4 ( 5, 7, 9 (Almeida, 2008) De acordo com SEAP/IBAMA/PROZEE (2005), a frota do estado do Maranhão constituía-se por embarcações, sendo propulsionadas a remo (46% da frota). As embarcações a motor correspondiam naquele ano a 26% da frota. Em 2006, foi registrado aumento de 3% no tamanho da frota do Maranhão, passando para embarcações (CEPENE, 2006). A frota permissionada no Maranhão é de 457 embarcações, conforme se pode apurar em consulta realizada ao Registro Geral da Pesca em 15/10/2014. Este número é muito inferior ao total de embarcações cadastradas Setembro/2015 Revisão 00 II /409

53 no estado, pois, dentre outros fatores, o Registro Geral da Pesca não inclui a grande maioria das embarcações de pequeno porte, movidas a remo, e que são empregadas para pescarias costeiras diversificadas. Durante o trabalho de campo (AECOM 2013; 2014) não foi possível apurar o número de embarcações por localidade junto aos representantes dos pescadores artesanais relacionados às entidades de pesca no estado do Maranhão. De acordo com estes atores, as Colônias de Pescadores não realizam este tipo de controle. Artes de Pesca Se a diversidade de ambientes influencia na diversidade de embarcações, há uma diversidade superior relacionada aos tipos de artes de pesca empregados pelos pescadores maranhenses. Durante o trabalho de campo (AECOM 2013; 2014) foi possível observar a predominância (69%) da utilização de redes de emalhe (FIGURA II ). 7% 2% 1% 7% 14% 69% Rede de Emalhe Costeiro de Fundo Rede de Espera de Superfície Arrasto de Fundo - Simples Arrasto de Fundo - Duplo Diversificada Costeira Outras FIGURA II Número de licenças de artes de pesca permissionadas no estado do Maranhão Fonte: MPA (2014) Na TABELA II são apresentadas as principais características das pescarias realizadas no Maranhão, conforme as observações de campo e complementações obtidas em Almeida (2008), Almeida et al. (2009) e Santos et al. (2011). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

54 TABELA II Artes de pesca utilizadas pelos pescadores do Maranhão TIPO/FOTO Curral DESCRIÇÃO Arte de pesca fixa do tipo armadilha. Constitui de um cercado de esteiras tecidas com varas e amarradas a mourões com cipó. O curral apresenta duas seções: sala e chiqueiro. A sala é o lugar onde os peixes perdem a orientação e, devido à correnteza, não consegue mais sair e entram no chiqueiro. Nesta seção eles permanecem presos e são retirados no final da maré vazante. Grozeira Espinhel horizontal - Fundo ou meia água; de 50 a anzóis; espaçamento entre anzóis de 20 a 40cm; realizada durante todo o ano; utilizada preferencialmente em canais e rios; operada por 2 a 3 pescadores (Almeida, 2008). Landuá É feita artesanalmente com uma roda artesanalmente com fibra de cipó tecendo a malha tipo a caçoeira. É feita com a isca do camarãozinho chamado de zebú realizada principalmente em áreas alagadiças. Linha de mão Nylon monofilamento; apenas 1 anzol por linha; com chumbo ou não; com boia ou não; é extensivamente utilizada pelos pescadores, mas como atividade complementar (Almeida, 2008). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

55 TIPO/FOTO Pargueira Rede caçoeira Rede caiqueira Rede caiqueira/ pitiuzeira/ tainheira DESCRIÇÃO Espinhel vertical; Nylon 60 a 80; comprimento da linha principal 19 a 33 metros; recolhida com molinete (bicicleta); 15 a 30 linhas secundárias; comprimento da linha secundária 60 cm; um anzol por linha secundária (Almeida, 2008). Rede de emalhar de fundo; 5cm entre nós; 4km de comprimento; utilizada em mar aberto. Rede de emalhe retangular; comprimento de 35 a 37 metros; altura de 2,5 metros; 2,5cm entre nós; operada por 3 a 4 pescadores. Rede de emalhe; 160 m; 2 a 4 cm entre nós; fundo; operada por 2 pescadores; aplicação em águas interiores (estuários, baías e igarapés). Rede de arrasto Redes em forma de funil destinadas à captura de camarão. Normalmente apresenta 3 a 6 metros largura, 1,5 a 2 metros de altura na boca e até 15 metros de comprimento. A malha é de 2,5mm na boca e 1,8mm no saco. A rede é mantida aberta com o auxílio de duas portas de madeira. Rede de lanço Rede muito utilizada para a captura de camarões, e especial no litoral oeste. O lançamento do artefato geralmente ocorre próximo da baixa-mar, formando-se um semicírculo, cujo centro encontra-se na parte mais profunda. O arrasto então é realizado a partir da aproximação das extremidades da rede até o seu fechamento completo; sendo este no sentido contrário ao da correnteza. A rede possui de 70 a 150 m comprimento; 2 cm entre nós; aplicação em praias manualmente; operada por 2 pescadores (Almeida, 2008). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

56 TIPO/FOTO Rede gozeira DESCRIÇÃO Rede de emalhar de deriva de fundo; comprimento 500 a 1.000m; altura 2 a 3 m; 5 a 8 cm entre nós; mar aberto; operada por 3 a 4 pescadores (Almeida, 2008; Santos et al. 2011). Rede malhadeira/ pescadeira Rede de emalhe; de 100 m a 3 km de comprimento; 4 a 6 m de altura; abertura de 8 a 20 entre nós; superfície ou meia água; operada por 2 a 4 pescadores; aplicação em águas interiores e no mar (Almeida, 2008). Rede serreira Rede de emalhar, de deriva flutuante; 9,5 x 10,0 cm entre nós; altura 4m e comprimento de 800 a 1600 m; rede permanece 6 horas na água; operada por 2 a 6 pescadores (Almeida, 2008; Santos et al. 2011). Tapagem Redes de nylon; comprimento de metros; altura 2 metros; malha 2 a 4 cm entre nós; rede sustentada por estacas distantes entre si 2 metros; operada por 2 pescadores; instalada em igarapés. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

57 TIPO/FOTO Tarrafa Zangaria/ Muruada DESCRIÇÃO Artefato de pesca com rede de cobrir; comum em toda a costa brasileira. A tarrafa é uma rede em forma de círculo, que utiliza chumbo no entralhe das extremidades (no saco). As tarrafas confeccionadas com fio de nylon fino e malha pequena são destinadas aos peixes menores; enquanto que as com fio grosso são destinadas aos peixes maiores. Armadilha fixa produzida com estacas e rede; altura das estacas: 2 a 3 metros; malha da rede 2 a 5 cm entre nós; comprimento da rede: até metros; operado por 6 a 10 pescadores (Almeida, 2008). Fonte: AECOM (2013; 2014; 2015); Almeida (2008); Santos et al.(2011); Ramos (2008) Produção Pesqueira A pesca artesanal atua sobre uma grande diversidade de organismos marinhos, costeiros e estuarinos. Estima-se que sejam explotadas mais de 100 espécies diferentes, seja com a finalidade de comercialização ou de subsistência. De acordo com os dados públicos sobre produção pesqueira produzidos pelo Estatpesca (CEPENE, 1999 a 2007 e MPA 2008 a 2011), é possível observar que a produção pesqueira no estado do Maranhão, entre os anos de 1999 e 2005, apresentou média de peso desembarcado de 60 mil toneladas por ano. A média entre 2006 e 2011 apresentou uma redução de 30% em relação ao período anterior, atingindo 42 mil toneladas por ano. A TABELA II apresenta a produção pesqueira desembarcada nos anos de 2002, 2003, 2005 e 2006 dos municípios da área de estudo localizados no estado do Maranhão. TABELA II Produção pesqueira desembarcada no Maranhão para os municípios da área de estudo (em toneladas) MUNICÍPIOS MÉDIA Raposa 3.066, , , , ,4 Cururupu 2.979, , , , ,9 Cedral 2.405, , , , ,1 São Luis 1.669, , , , ,5 Carutapera 1.862, , , , ,0 Setembro/2015 Revisão 00 II /409

58 MUNICÍPIOS MÉDIA Barrerinhas 1.314, , , , ,3 Porto Rico do Maranhão 2.914, , , , ,8 São José do Ribamar 1.337, , , , ,2 Tutóia 1.256, , , , ,7 Apicum-açu 1.571, , , , ,7 Bacuri 1.240, , , , ,5 Icatu 491, , , , ,9 Cândido Mendes 860,7 828, , , ,9 Turiaçu 720,5 791, , , ,5 Primeira Cruz 1.036,9 924, ,9 965, ,5 Guimarães 723,0 744, , ,8 883,7 Humberto de Campos 879,5 699,2 913,3 938,1 857,5 Alcântara 498,2 566, , ,0 836,5 Luís Domingues 613,6 869,1 704,2 706,2 723,3 Paço do Lumiar 603,1 811,5 747,8 654,7 704,3 Godofredo Viana 548,2 500,8 935,3 778,5 690,7 Bequimão 475,6 502,7 746,0 513,6 559,5 Axixá 236,2 320,1 403,2 508,8 367,1 Paulino Neves ,0 89,9 106,5 Fonte: CEPENE (2002; 2003; 2005; 2006) Infraestrutura de Apoio à atividade pesqueira De acordo com o levantamento de dados primários realizado, verificou-se que a infraestrutura de embarque e desembarque de pescado no estado do Maranhão apresenta condições precárias de funcionamento e atendimento as necessidades dos pescadores artesanais, exceção feita para algumas s municipais e comunidades onde a pesca apresenta um papel econômico de relevância regional (AECOM, 2013; 2014; 2015). Muitas comunidades não contam com qualquer tipo de infraestrutura e os locais de embarque e desembarque ocorrem na beira de praias, rios, estuários, entre outros. Nota-se muito frequentemente a utilização de trapiches de madeira construídos pelos próprios pescadores. Em muitas comunidades, a ausência de infraestrutura condiciona a rotina da pesca aos movimentos da maré. Nas comunidades onde há infraestrutura, esta pode ser de madeira ou concreto, havendo em algumas melhores condições de funcionamento do que outras. O estado de conservação apresenta variação, mas predomina a ausência de manutenção e situações de deterioração da superestrutura e até das fundações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

59 Em toda a Área de Estudo as atividades de armação das embarcações são dependentes da maré, sendo o retorno aos portos programados para coincidir com a maré cheia. Caso contrário os pescadores correm o risco de encalharem (AECOM, 2013; 2014). A TABELA II apresenta uma breve descrição dos principais tipos de infraestrutura de embarque e desembarque observados no estado do Maranhão. TABELA II Infraestrutura de embarque e desembarque presentes no Maranhão TIPO/FOTOS DESCRIÇÃO Beira de praia ou de rio Situação onde não há qualquer tipo de infraestrutura de apoio, sendo o embarque e desembarque de tripulação e insumos realizado diretamente em praias ou em margens de rios. Trapiche Estrutura de madeira, descoberto, de uso público ou privado. Estas estão presentes em pequenas comunidades em locais onde o sedimento é predominantemente lamoso. Os trapiches encontram-se em sua maioria em mau estado de conservação e são infraestruturas inadequadas para o seu fim, pois são instáveis, estreitas, sem guarda corpo e com pavimento irregular. Associados a estas estruturas foram relatadas a ocorrência de muitos acidentes. Rampa Infraestrutura de concreto, sem cobertura de uso público e privado. As rampas não possuem degraus, fato que favorece a aproximação de veículos às embarcações, facilitando as atividades de embarque de insumos e desembarque da produção pesqueira. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

60 TIPO/FOTOS Píer e cais DESCRIÇÃO Infraestrutura com fundações em concreto e piso em madeira ou concreto, com ou sem cobertura. Os píeres são construídos para permitir embarque e desembarque independentemente das condições de maré, pois alcançam o canal principal de rios ou avançam sobre a região entremarés. Quando de domínio público estas infraestruturas são construídas pelo poder público, em geral com apoio do Governo Estadual ou Federal. Na extremidade dos píeres encontrem-se cais de acostamento, fixos ou flutuantes, sendo estes menos frequentes. Destaca-se que há problemas de má conservação em muitas estruturas, assim como problemas de projeto, que tornam as estruturas subutilizadas. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2014; 2015) Os combustíveis utilizados pelos pescadores que possuem embarcações motorizadas são gasolina e óleo diesel. A gasolina é usada em motores do tipo rabeta e o óleo diesel em motores de centro. Há também consumo de lubrificantes e outros óleos destinados a manutenção das peças e do funcionamento correto dos motores e de gás liquefeito de petróleo GLP utilizado nas embarcações que possuem cozinha. Na área de estudo a comercialização de combustíveis é realizada por postos revendedores regulares, postos náuticos e por atravessadores de modo informal. Muitas comunidades não contavam com qualquer tipo de infraestrutura voltada para o abastecimentos das embarcações. O acesso ao óleo diesel e o preço obtido na compra deste insumo, por sua vez, foi muito contestado entre os pescadores entrevistados (AECOM, 2013; 2014). Foram comuns reclamações dos pescadores artesanais sobre a falta de apoio do governo em relação à facilitação do acesso ao insumo. Para a maioria dos pescadores entrevistados, o preço do óleo diesel é o principal responsável pelo encarecimento da pescaria. O elevado preço do combustível consiste em uma motivação adicional para a manutenção do uso da vela na região. Uma afirmação recorrente entre os pescadores consiste no fato de que o preço de primeira venda do pescado não aumentou na mesma taxa que os principais insumos da pescaria (óleo, gelo e alimento). A infraestrutura de fabricação e comercialização do gelo na área de estudo é composta por fábricas privadas e públicas e fabricação domiciliar. Outro método de conservação observado consistiu na utilização do sal. Apesar do gelo ser um dos principais insumos da atividade pesqueira em virtude da elevada perecibilidade do pescado, há muita pescaria que não o utiliza, mantendo o pescado in natura entre o período de captura e de comercialização. A comercialização do gelo é realizada diretamente das fábricas ou através de atravessadores, em geral, donos de peixarias situadas próximo a portos que não contam com fábricas de gelo em suas proximidades. O gelo, neste caso, é mantido em câmaras frigoríficas. Destaca-se ainda que os atravessadores de gelo também são Setembro/2015 Revisão 00 II /409

61 atravessadores de pescado. O armazenamento do pescado a bordo das embarcações é realizado em caixas de isopor, urnas isotérmicas e em basquetas de plástico, e a conservação com gelo ou sal. Após serem desembarcados, os pescados são armazenados pelos atravessadores em câmaras isotérmicas (com gelo), câmaras frigoríficas (onde são congelados) ou diretamente para veículos que farão o transporte da produção para outras cidades. Alguns pescadores armazenam suas produções em freezers domésticos até a venda para atravessadores ou consumo. A infraestrutura de beneficiamento de pescado no Maranhão está relacionada principalmente com os estabelecimentos de venda de pescado (peixarias, mercados municipais, feiras). Nestes estabelecimentos é realizada diversas ações de beneficiamento do pescado, como limpeza com água potável, evisceração e filetagem. A comercialização de pescado no estado do Maranhão é realizada através de um conjunto variado de formas e meios. A primeira venda do pescado, via de regra, é protagonizada pela atuação de atravessadores que podem atuar realizando a distribuição do pescado localmente, para feirantes, peixarias, mercados municipais, donos de restaurantes e redes atacadistas, ou regionalmente, para mercados regionais de abastecimento ou peixarias e redes atacadistas de outras cidades. Em menor escala, na primeira venda também participam alguns feirantes e donos de peixarias que procuram obter o pescado diretamente do pescador para aumentarem suas margens de lucro. A venda direta para a população de pescados é realizada em menor escala, sendo observado apenas em comunidades mais remotas e nos casos em que os pescadores realizam a salga do peixe. Na venda direta para a população predominam espécies de menor valor econômico. Os pescadores também realizam a primeira venda para ambulantes e para donos de restaurantes. A seguir são apresentadas as informações sobre a pesca artesanal para os municípios da área de estudo presentes no estado do Maranhão. 1. Tutóia 1.1 Embarcações e frota Foram identificadas 14 comunidades pesqueiras em Tutóia, a saber: Arpoador, Barra, Barro Duro, Bom Gosto, Cajazeiras, Comum, Fazendo Velha, Jardim Santa Rosa, Lagoinha, Porto de Areia, Seriema, Taboal, Tutóia Velha e a sede municipal. Em Tutóia nota-se que a maioria das embarcações de pesca artesanal são de pequeno porte e de madeira. Há ainda uma pequena quantidade de embarcações de alumínio, conforme destacado por um representante da Colônia de Pescadores Z-18. Destaca-se que nenhum dos informantes consultados durante o levantamento de campo soube estimar o número de embarcações pesqueiras presentes em cada comunidade. Foi possível obter apenas estimativas para dois tipos de embarcação junto a Colônia de Pescadores, mas que conforme assinalou o próprio representante entrevista, correspondem a uma estimativa provavelmente muito inferior a quantidade que efetivamente existe no município (TABELA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

62 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Tutóia COMUNIDADE Porto de Areia Porto de Areia Seriema Todas as comunidades TIPO / NOME Canoa Biana média Barco Biana pequena Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2014) CARACTERÍSTICAS Aço ou madeira, comprimento de 3 a 7,5 metros Madeira, motor e vela, comprimento de 7,5 e 11 metros Madeira, motor, comprimento de 10 a 12 metros Madeira, motor e vela, comprimento de 4 e 6 metros 1.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO In natura, sal e gelo Gelo QUANTDE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo Gelo 30 In natura, sal e gelo Considerando os dados obtidos em campo nos anos de 2013 e 2014, nota-se que a pesca realizada em Tutóia utiliza uma grande diversidade a apetrechos, dentre os quais se destacam o espinhel horizontal (denominado localmente como groseira), a rede caçoeira e a rede de arrasto (simples e duplo). As diversas artes de pesca identificadas no município encontram-se indicadas na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Tutóia COMUNIDADE Arpoador Barra Porto de Areia Seriema Todas APETRECHO Rede de arrasto (simples e duplo) Espinhel vertical (pargueira) Rede serreira Rede caçoeira Rede gozeira Espinhel horizontal (grozeira) Rede de lanço Linha de mão Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013,; 2014) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Camarão sete-barbas; camarão rosa, camarão branco Pargo, ariacó, olhete, dentão, biquara Serra, cavala Serra, cavala, pescada-amarela, camurupim, ariacó, carapitanga, uritinga, cambu, bagre jeremias, cangatã, carapeba, arraia, cação, gurijuba, lagosta, corvina Pescada-gó, sajuba, corvina, coró branco Pescada-amarela, camurupim, ariacó, carapitanga, uritinga, cambu, bagre jeremias, cangatã, carapeba, arraia, cação, gurijuba, coró branco Tainha, sardinha Pescada-amarela, camurupim, ariacó, carapitanga, uritinga, cambu, bagre jeremias, cangatã, carapeba, arraia, cação, gurijuba, xaréu, peixe pedra, coró branco Setembro/2015 Revisão 00 II /409

63 1.3 Sazonalidade Em relação à sazonalidade, nota-se que há uma atividade pesqueira mais acentuada no primeiro semestre do ano, que se constitui na estação chuvosa. A exceção constituem-se nas espécies pargo, camarão e lagosta que tem a safra definida no segundo semestre, sobretudo em virtude das proibições estabelecidas pelo defeso ocorrerem no primeiro semestre. As espécies arraia, pescada-amarela e coró branco foram mencionadas como presentes ao longo de todo o ano em quantidade regulares (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Tutóia RECURSOS EXPLOTADOS Arraia Bagre Camarões Camurupim Coró branco Corvina Lagosta Pargo Peixe pedra Pescada-amarela Pescada-gó Tainha Xaréu JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) 1.4 Áreas de pesca As áreas de atuação dos pescadores de Tutóia variam em virtude das espécies-alvo, posto que camarões, pargo e lagosta possuem uma distribuição mais concentrada em algumas regiões da plataforma continental, sendo o camarão encontrado em áreas costeiras, o pargo na quebra da plataforma continental e sobre fundos rochosos ou coralíneos e a lagosta em bancos de cascalho e fundos coralíneos. A área de pesca comum a todas as comunidades consiste em uma região compreendida pelo Delta do Parnaíba e uma região marítima localizada defronte ao município até profundidade máxima de 10 metros (TABELA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

64 TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Tutóia Arpoador Barra Barro Duro Bom Gosto Cajazeiras Comum Fazenda Velha COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Jardim Sta. Rosa Lagoinha Porto de Areia Seriema Taboal Tutóia Velha Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) Alcance paralelo à linha de costa: De Camocim até Tracuateua Profundidades e/ou distância da costa: da costa até cerca de 100 metros de profundidade, bem como no Delta do Parnaíba (rios e canais) Pesqueiros não georreferenciados: 1. Entre Luís Correia e Humberto de Campos (Farol de Santana), de 5 a 15 metros de profundidade, no pesqueiro denominado Canal de Lama ; 2. Entre Luís Correia e Raposa, de 10 a 50 metros de profundidade; 3. Entre Luis Correia e São Luís e proximidades do Parcel Manuel Luís e do Banco do Álvaro, de 40 a 100 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: ao longo do litoral do município, incluindo o Delta do Parnaíba Profundidades e/ou distância da costa: até 10 metros de profundidade Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 1.5 Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque encontra-se disponível apenas na. As condições apresentadas nas estruturas são, contudo, precárias. No caso da, há inúmeros trapiches de madeira privados em péssimo estado de conservação, incluindo problemas nas fundações e superestrutura e também existem rampas de concreto privadas. Em Seriema há uma área improvisada de desembarque localizada sobre a orla do rio que banha a comunidade, no entanto, o desembarque ocorre efetivamente na beira do rio. Nas demais comunidades são observados desembarques nas beiras de rio e de praia com o auxílio eventual de pequenos trapiches de madeira (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

65 FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Tutóia. A: ; B: Seriema Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2014) O combustível é obtido na em posto regular. As demais comunidades contam com a estrutura presente na. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há apenas fábricas na que atendem a todo o município. Muitas fábricas de gelo são proprietárias dos trapiches por onde são realizadas as atividades de embarque e desembarque, sendo também atravessadoras de pescado em alguns casos. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponíveis em Tutóia para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Tutóia COMUNIDADE Todas EMBARQUE E DESEMBARQUE Há rampas de concreto e trapiches de madeira privados, mas que são utilizados pelos pescadores sem a necessidade de pagamento de taxas. Também há desembarque na beira de rio. Desembarque realizado na beira do rio ou da praia. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há postos regulares que vendem combustível para os pescadores. O combustível é transportado em tambores. Não há postos em nenhuma destas comunidades. O insumo é obtido na por encomenda. FORNECIMENTO DE GELO Há fábricas de gelo que atendem aos pescadores. Algumas fábricas, por estarem próximas ao rio, bombeiam o gelo diretamente para os porões das embarcações. Não há fábricas de gelo nestas comunidades. O insumo é obtido na ou por encomenda. Em Tutóia, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com Setembro/2015 Revisão 00 II /409

66 gelo. Após a venda, nota-se beneficiamento nas peixarias e feiras da cidade. Alguns pescadores realizam a salga do pescado, que tanto serve para conservar quanto para agregar valor ao produto (posto que o peixe salgado é valorizado culturalmente no município como uma iguaria). Há no município uma feira de comercialização do pescado que concentra as atividades de compra e venda, sendo esta protagonizada pela atuação de atravessadores local. Há ainda atravessadores regionais que compram as espécies de maior valor comercial para revenderem nos mercados de Fortaleza, no Ceará, Parnaíba, no Piauí, Barreirinhas e São Luís, no Maranhão. A comercialização do grude é realizada unicamente por atravessadores regionais. Não foi observado venda direta para a população. O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Na, há um estaleiro com capacidade para construir barcos e bianas de médio porte. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Tutóia para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Tutóia COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Todas Não há indústria de beneficiamento. Este é realizado por pescadores (visando a melhor preservação do pescado) e por comerciantes. Não há estrutura de beneficiamento na comunidade Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2014) A infraestrutura é composta por uma feira de peixe, que concentra a comercialização de pescado do município Não há infraestrutura de comercialização. A venda em geral é realizada na ou para atravessadores que vão até as comunidades CONSTRUÇÃO E REPAROS Há um estaleiro e inúmeros carpinteiros navais. Realiza-se construção e reparo de embarcações Não há estaleiro, mas há carpinteiros que realizam atividades de manutenção. Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Há um frigorífico na cidade. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

67 1.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Neste caso, apenas a frota da pode vir a ser impactada pela rota das embarcações de apoio. 2. Paulino Neves 2.1 Embarcações e frota Como nos demais municípios do estado do Maranhão, a frota pesqueira de Paulino Neves é caracterizada pela presença majoritária de embarcações de madeira de pequeno porte, ou seja, até 9 metros de comprimento. Um aspecto relevante consiste na aquisição de quatro barcos de porte médio (11 metros) através de um empréstimo coletivo feito pelos pescadores junto ao Banco do Nordeste. As embarcações adquiridas são usadas e provenientes de Barreirinhas. Os barcos possuem maior autonomia de até 15 dias e realizam pescarias em um território significativamente superior ao realizado pela frota de bianas. Durante o levantamento de campo não foi possível obter informações sobre a atividade pesqueira presente nas comunidades de Tijidô, Vista Alegre, Itapera, Santa Rita, Alazão, Morro do Boi, Barro Vermelho, Mangueirão, Boa Esperança, São José, Água Riquinha, Centro do Eusébio, Riacho do Meio, Santa Rita e São Francisco. De acordo com representantes da Colônia de Pescadores Z-57, a pesca realizada nestas comunidades está voltada para subsistência. Há ainda moradores que atuam nas frotas da municipal. A TABELA II apresenta a síntese das informações obtidas em campo sobre a frota pesqueira de Paulino Neves. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira de Paulino Neves COMUNIDADE / Marrocos Praia do Tatu TIPO / NOME Barco Biana Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) CARACTERÍSTICAS DA EMBARCAÇÃO Madeira de 11m, motorizada Madeira de 4 a 9 metros, motorizada e a vela Madeira de 6 metros, a remo ou vela MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Gelo 4 Gelo e in natura 100 In natura 3 Setembro/2015 Revisão 00 II /409

68 2.2 Apetrechos e Recursos explotados De acordo com representantes da Colônia de Pescadores Z-57, a principal arte de pesca empregada em Paulino Neves consiste na rede caçoeira. Este petrecho é utilizado em pescarias marítimas, tanto no fundo quanto em meia água e sempre a deriva. A TABELA II apresenta os apetrechos e as respectivas espécies-alvo presente nas principais comunidades de pesca de Paulino Neves. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Paulino Neves COMUNIDADE APETRECHO PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Todas Anzol Cavala, Camorim, pescada-amarela, bonito, corvina Espinhel horizontal grozeira Arraia, uritinga, cambeu, cangatã, cação e Praia do Tatu Landuá Camarão branco, tainha Praia do Tatu Puçá Arrasto manual Camarão branco e Praia do Tatu Rede Caçoeira Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 2.3 Sazonalidade Serra, uritinga, bagre, cavala, camorim, camurupim, pescada-amarela, bonito, gurijuba, corvina Em relação à sazonalidade das principais espécies pesqueiras capturadas, sendo elas: bonito, camorim, pescada-amarela e serra (TABELA II ), a maioria das espécies apresentam uma ocorrência regular ao longo de todo o ano destacando-se duas espécies que apresentam safras na estação chuvosa, ou seja, entre os meses de janeiro e abril (camorim e pescada-amarela) e duas na estação seca, entre os meses de junho e outubro (bonito e serra). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Paulino Neves RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Arraia Bagre Bandeirado Bonito Cação Cambeu Camorim Cangatã Corvina Setembro/2015 Revisão 00 II /409

69 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Pescada-amarela Serra Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 2.4 Áreas de pesca As áreas de pesca de Paulino Neves variam significativamente ao longo do ano, em virtude das condições meteorológicas. Durante o verão, com a maior intensidade de ventos, a pesca concentra-se em áreas mais próximas ao litoral do município, a exceção da área coberta pelas embarcações de maior porte que atuam até o Farol de Santana (no município de Primeira Cruz), com profundidade de até 25 metros. Durante o inverno, com condições de vento e de mar mais favoráveis, a área de pesca estende-se até a profundidade de 75 metros na frente do município, tanto para a frota motorizada quanto para a frota a vela. As embarcações de maior porte navegam até Turiaçu/PA e pescam na região costeira até 25 metros e no entorno do Parcel de Manuel Luís (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Paulino Neves COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Praia do Tatu Alcance paralelo à linha de costa: defronte ao município Profundidades e/ou distância da costa: até 25m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: defronte ao município Profundidades e/ou distância da costa: até 75m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: Entre Paulino Neves e Primeira Cruz (próximo do Farol de Santana) Profundidades e/ou distância da costa: até 25m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: entre Paulino Neves e a Cururupu (Ilha dos Lençóis) Profundidades e/ou distância da costa: 1. até 25 metros de profundidade entre Paulino Neves e Cururupu 2. até 75m de profundidade defronte ao município 3. entorno do Parcel de Manuel Luís Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Inverno (Janeiro a Junho) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

70 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Tingidor Vista Alegre Água Riquinha Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 2.5 Infraestrutura de apoio Durante as observações de campo não foram identificados no município estruturas de apoio para o embarque e desembarque de pescadores e insumos. Este ocorre diretamente nas margens do rio ou na beira da praia (FIGURA II ). FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Paulino Neves. A: ; B: Marrocos Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) O combustível é obtido na em posto regular. Em relação ao gelo, foi instalada uma pequena fábrica pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, mas no momento em que foi realizado o trabalho de campo não se encontrava em funcionamento em virtude de problemas mecânicos e dificuldades administrativas (FIGURA II ). Como a fabrica não estava em funcionamento, as comunidades e Marrocos o obtinham gelo de Tutóia, que era transportado por via terrestre até o local de embarque e desembarque presente na. A comunidade de Praia do Tatu não utiliza nenhum método de conservação. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

71 FIGURA II Fábrica de gelo pública de Paulino Neves Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) A TABELA II sumariza as características da estrutura disponíveis em Paulino Neves para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Paulino Neves COMUNIDADE Praia do Tatu / Marrocos EMBARQUE E DESEMBARQUE Ocorre na beira de praia Ocorre na beira de rio Ocorre na beira de rio Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não possui infraestrutura, sendo obtido na Posto de combustível regular Não possui infraestrutura, sendo obtido na FORNECIMENTO DE GELO In natura Há uma fábrica de gelo comunitária na. Quando esta não funciona obtém-se gelo em Tutóia. Há uma fábrica de gelo comunitária na. Quando esta não funciona obtém-se gelo em Tutóia. Em Paulino Neves, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizada a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe e lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, donos de peixarias instaladas próximo ao principal ponto de desembarque na (próximo a ponte). Há ainda atravessadores regionais que revendem o pescado para cidade vizinhas, como Morros, Axixá, Rosário e Bacabeira, assim como no Mercado de Peixe de São Luís, Maranhão. Em menor escala, nota-se a atuação de restaurantes e a venda direta para a população. Em relação à infraestrutura, não há Mercado de Peixe no município, a venda de pescado é realizada em peixarias (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

72 FIGURA II Aspecto das peixarias de Paulino Neves Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em algumas comunidades. Não há estaleiros e não se constroem embarcações no município. Reparos são realizados na beira dos rios e praias. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Paulino Neves para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Paulino Neves COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Praia do Tatu Marrocos Não há indústria de beneficiamento. Não há indústria. Estas atividades ocorrem nas embarcações como método de preservação do pescado e nas peixarias. Não há indústria de beneficiamento. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014). Não há infraestrutura. Presença de peixarias. Não há infraestrutura. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há carpinteiro, mas não há estaleiro. O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte são utilizadas urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários para pequenos percursos e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

73 Destaca-se que para as comunidades de Tijidô, Vista Alegre, Itapera, Santa Rita, Alazão, Morro do Boi, Barro Vermelho, Mangueirão, Boa Esperança, São José, Água Riquinha, Centro do Eusébio, Riacho do Meio, Santa Rita e São Francisco não foi possível obter as informações relativas a infraestrutura de apoio a atividade pesqueira artesanal. 2.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. As comunidades de Praia do Tatu e são aquelas potencialmente impactadas pela rota das embarcações de apoio. 3. Barreirinhas 3.1 Embarcações e frota Foram localizadas 7 comunidades pesqueiras no município, Atins, Bar da Hora, Caburé, Mandacaru, Ponta do Mangue e Tapuio, além da sede. Os pescadores entrevistados não forneceram dados referentes as comunidades de Ponta do Mangue e Tapuio. A maior parte da frota de Barreirinhas é de pequeno porte, construída em madeira e movida à vela. Destacase que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar ao motor. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira realizada com duração de apenas um dia. Esta pescaria é realizada no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Barreirinhas COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Bar da Hora Caburé Mandacaru Atins Bar da Hora Caburé Mandacaru Barco Biana Média Biana pequena Casco ou casquinho Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2014) Madeira com comprimento 10 a 12m, motorizada Madeira com comprimento 9m, motorizada e vela Madeira com comprimento 4 a 7,5m, motorizada e vela Madeira com comprimento 3 a 5m, motorizada, vela e remo MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Setembro/2015 Revisão 00 II /409 Gelo Sal, gelo ou in natura Não identificado em campo

74 3.2 Apetrechos e Recursos explotados A pesca artesanal em Barreirinhas utiliza um número elevado de apetrechos, voltados para a captura de uma alta diversidade recursos pesqueiros. Destaca-se no conjunto de apetrechos o uso de redes de emalhe, que apresentam diversas formas e usos. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Barreirinhas COMUNIDADE APETRECHO PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Espinhel Bagre, arraia, anchova, cação, pargo, ariacó, biquara Atins Bar da Hora Caburé Mandacaru Mandacaru Atins Bar da Hora Mandacaru Linha de mão Rede de Arrasto Rede Gozeira Rede Pescadeira Rede Serreira Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) 3.3 Sazonalidade Camurupim, garoupa, sirigado, camorim, bijupirá, cherne, olhete, olho-de-boi, anchova Camarão branco, camarão sete barbas Pescada-gó, sardinha, tainha Pescada-amarela, camurupim, garoupa, sirigado, camorim Serra, cavala, bonito, corvina Tainha, caíca, camarão branco No que tange à sazonalidade, nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de abril e junho, quando ocorre a safra de seis das principais espécies capturadas no município. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Barreirinhas RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Arraia Bagre Bonito Cação Pescada-gó Guaravira Setembro/2015 Revisão 00 II /409

75 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Palombeta Pescadaamarela Serra Xaréu Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2014) 3.4 Áreas de pesca O município de Barreirinhas possui uma extensa área de pesca que pode alcançar o município de Soure, no Pará, com pescarias com rede de emalhe voltadas para a captura de pescada-amarela e piramutaba. Embora possa alcançar tamanha amplitude espacial, a maior concentração de atividades ocorre entre Barreirinhas e o município de Carutapera/MA, cuja infraestrutura de desembarque é eventualmente utilizada. Próximo ao município de Barreirinhas destaca-se o pesqueiro denominado canal da lama que se estende entre a foz do rio Preguiças e o Farol de Santana (no município de Humberto de Campos, no Maranhão). Nesta região é realizada uma intensa atividade de pesca de arrasto. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Barreirinhas. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Barreirinhas COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Atins Bar da Hora Mandacaru Caburé Alcance paralelo à linha de costa: De Barreirinhas até Humberto de Campos Profundidades e/ou distância da costa: até 11 milhas náuticas (aproximadamente 20 metros de profundidade), bem como no estuário do Rio Preguiças (canais e rio) Alcance paralelo à linha de costa: Em frente ao município Profundidades e/ou distância da costa: até 10 milhas náuticas, bem como no estuário do Rio Preguiças (canais e rio) Alcance paralelo à linha de costa: De Barreirinhas a Soure Profundidades e/ou distância da costa: até a quebra da plataforma, próximo à cota de 100 metros de profundidade Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

76 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Ponta do Mangue Tapuio Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2014) Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 3.5 Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na e em Mandacaru (FIGURA II ). Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio na maioria das comunidades do município, ocorrendo na beira do rio Preguiça, de seus afluentes ou igarapés. FIGURA II Infraestrutura de desembarque em Barreirinhas. A) ; B) Mandacaru Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) Os pescadores de Barreirinhas também utilizam a estrutura de embarque e desembarque dos municípios de Carutapera, no Maranhão, Bragança e Salinópolis, Pará. Registra-se a tentativas de estabelecer uma unidade do Centro Integrado da Pesca Artesanal CIPAR - em Barreirinhas, que integra a políticas de fortalecimento da cadeia produtiva da pesca do Ministério da Pesca e Aquicultura. Segundo os pescadores, esta iniciativa não foi bem sucedida e a infraestrutura construída encontra-se abandonada e depredada. O combustível é obtido na em posto regular ou náutico. Na comunidade de Mandacaru observou-se comércio informal de gasolina. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há apenas uma fábrica localizada na. Nas demais comunidades, a conservação do pescado utiliza sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. Há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

77 A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Barreirinhas para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Barreirinhas COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL FORNECIMENTO DE GELO Atins Bar da Hora Caburé Mandacaru Ocorre na beira do rio Preguiça sem qualquer infraestrutura de apoio. Um píer flutuante, público e de madeira. Não possui cobertura. Desembarque na beira do rio (bianas pequenas). Não há infraestrutura. Obtém na ou através de comércio informal Utiliza infraestrutura da e para pequenas quantidades a demanda é atendida por produção domiciliar. Um cais de madeira, público e de fácil acesso, sem cobertura. Desembarque na beira do rio (bianas pequenas). Um posto de combustível Possui uma fábrica de gelo privada que atende aos pescadores. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) Em Barreirinhas, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado. A comercialização é realizada principalmente por atravessador regional, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe de São Luís, no Maranhão e de Fortaleza, no Ceará. Em menor escala, notase a atuação de atravessadores locais, peixarias, feiras livres e ambulantes. O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Na, há um estaleiro com capacidade para construir barcos e bianas de médio porte. Em Mandacaru, há construção apenas de bianas pequenas e cascos. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Barreirinhas para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

78 TABELA II Estruturas de beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Barreirinhas COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Atins Bar da Hora Caburé Mandacaru Não há infraestrutura de beneficiamento, apenas atividades realizadas na embarcação e em âmbito familiar. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2014) Atravessadores locais, regionais e donos de restaurantes. Atravessadores locais e regionais. Parte da produção escoada para São Luís, Humberto de Campos e Raposa, no Maranhão. CONSTRUÇÃO E REPAROS Carpintaria naval na beira de rio e na casa de pescadores. Reparos maiores feitos na. Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Sem estaleiros. Estaleiros informais na beira do rio Preguiça e estaleiros de maior porte para construção de embarcações de Barreirinhas e de outras cidades. O armazenamento dentro das embarcações de menor porte é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, já em embarcações de maior porte são utilizadas urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas e em caminhões com urna frigorífica. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 3.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. A consiste na única comunidade potencialmente impactada pela rota das embarcações de apoio. 4. Santo Amaro do Maranhão 4.1 Embarcações e frota Segundo levantamento de campo, a frota pesqueira de Santo Amaro do Maranhão é composta principalmente por canoas de madeira e bianas de pequeno porte (TABELA II ). As maiores embarcações estão Setembro/2015 Revisão 00 II /409

79 presentes na comunidade de Travosa, fato que viabiliza a manutenção da pesca marítima costeira pelos pescadores artesanais desta comunidade. Destaca-se que não foram obtidas informações referentes a atividade pesqueira realizada em outras comunidades, além da sede municipal, Travosa, Cocao e Riachão. TABELA II Tipologias e características das embarcações pesqueira de Santo Amaro do Maranhão COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Biana pequena Travosa Canoa Cocal Riachão Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Madeira, de 6 a 9 metros, motor e vela Madeira, até 6 metros, motor rabeta, remo e vela Gelo e in natura 10 In natura Artes de pesca As artes de pesca mais utilizadas consistem no espinhel e na rede malhadeira. Os apetrechos presentes neste município por comunidade e as principais espécies-alvo encontram-se indicadas na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Santo Amaro do Maranhão COMUNIDADE Travosa Cocal Riachão APETRECHO Espinhel horizontal - Grozeira Landuá Linha de mão Rede caçoeira Rede malhadeira Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 4.3 Sazonalidade Traíra e cangati PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Camarão, tainha urichoca, tainha sajuba, tainha pitiu, sardinha, pescada-gó, pampo, pescada-amarela, uritinga, camorim Pescada-amarela Traíra, piranha, bagrinho, cará, tilápia (peixes de água doce) Pescada-amarela, camorim, corvina; anchova; tainha; sarda Cará, o jacundá, cangati, cabecinha seca Em relação à sazonalidade, nota-se que cinco espécies ocorrem durante todo o ano: bagrinho, cará, piranha, pitiu e tilápia. Já outras cinco espécies ocorrem durante um semestre: cangati, peixe pedra, pescada-amarela, Setembro/2015 Revisão 00 II /409

80 serra e traíra. A TABELA II sumariza as informações do calendário sazonal de ocorrência e safra de recursos pesqueiros em Santo Amaro do Maranhão. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Santo Amaro do Maranhão RECURSOS EXPLOTADOS Bagrinho Cangati Cará Peixe pedra Pescada-amarela Piranha Pitiu Serra Tilápia Traíra JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 4.4 Áreas de pesca As áreas de atuação dos pescadores de Santo Amaro do Maranhão se concentram nos rios e estuários do município. A pesca marítima é realizada principalmente pelos pescadores de Travosa (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Santo Amaro do Maranhão COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Alcance paralelo à linha de costa: De Santo Amaro (quase limite com Primeira Cruz) até Humberto de Campos Profundidades e/ou distância da costa: até 22 milhas náuticas, até aproximadamente 25 metros de profundidade No Rio Alegre e no Lago de Santo Amaro Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

81 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Travosa Boa Vista Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Alcance paralelo à linha de costa: De Santo Amaro (quase limite com Primeira Cruz) até Humberto de Campos Profundidades e/ou distância da costa: até 22 milhas náuticas, até aproximadamente 25 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: Entre a Foz do rio Alegre e a Ponta do Veado Profundidades e/ou distância da costa: até 10 metros de profundidade Não foi possível obter informações que permitisse delimitar esta área de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes da comunidade. Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 4.5 Infraestrutura de apoio De acordo com os dados obtidos em levantamento de campo, não há no município estrutura de apoio para o embarque e desembarque de pescadores e insumos. Este ocorre nas beiras de rio (FIGURA II ). FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Santo Amaro do Maranhão. A: ; B: Travosa Fonte: (A) AECOM (2014); (B) Antônio José de Souza ( O combustível é vendido no posto de gasolina da de Santo Amaro do Maranhão, assim como. o gelo que é confeccionado artesanalmente nas residências que possuem congelador. Em Travosa o gelo é obtido Setembro/2015 Revisão 00 II /409

82 com as geleiras ou em Humberto de Campos. Na comunidade de Cocal e Riachão não é utilizado gelo, sendo assim a comunidade não possui fábricas de gelo. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Santo Amaro do Maranhão para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Santo Amaro do Maranhão COMUNIDADE Cocal Riachão Travosa EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há estruturas e desembarque é realizado na beira do rio. Não há estruturas e desembarque é realizado na beira do rio. Não há estruturas e desembarque é realizado na beira do rio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não utilizam combustível Há um posto de combustível Não há infraestrutura. O abastecimento é realizado na ou em Humberto de Campos. FORNECIMENTO DE GELO Não há fábricas. Não se utiliza gelo. Não há fábricas. O gelo é produzido em escala domiciliar. Não há fábricas. O gelo é adquirido junto as geleiras ou em Humberto de Campos. Em Santo Amaro do Maranhão, não há indústria de beneficiamento de pescado. O pescado é comercializado inteiro. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. A comercialização é realizada principalmente para comerciantes locais (peixarias do Mercado Municipal), no caso da, e para atravessadores regionais (geleiras) no caso de Travosa. A infraestrutura é composta na por um Mercado Municipal (FIGURA II ) que concentra a comercialização do pescado no município. Em Travosa, não há local de venda, sendo o pescado repassado para geleiras, que contam com embarcações equipadas com inúmeras caixas de isopor com gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

83 FIGURA II Comercialização do pescado em Santo Amaro do Maranhão: (A) aspecto geral do Mercado Municipal; (B) manuseio do pescado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Não há um estaleiro e a construção e manutenção de embarcações é realizada em locais improvisados situados próximos as margens dos rios. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Santo Amaro do Maranhão para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Santo Amaro do Maranhão COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Cocal Riachão Travosa Não há indústria. Pescado comercializado inteiro para atravessadores da. Não há indústria. Beneficiamento realizado apenas nas peixarias. Não há indústria. Pescado comercializado inteiro para atravessadores regionais. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014). Principalmente para atravessadores locais, donos de peixarias presentes no Mercado Municipal (situado na ). Principalmente para atravessadores locais, donos de peixarias presentes no Mercado Municipal. Principalmente para atravessadores regionais de Humberto de Campos (geleiras). CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há estaleiro. Carpinteiros realizam apenas manutenção e pequenos reparos nas embarcações. Não há estaleiros.,. As embarcações são construídas em locais improvisados próximo à beira do rio, por carpinteiros. Não há estaleiros. São construídas canoas, por carpinteiros, em locais improvisados situados próximos à beira do rio. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

84 Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas e isopores com gelo ou em embarcações equipadas com caixas de isopor com gelo. Os comerciantes armazenam o pescado em caixas de isopor com gelo. Não há frigorífico na cidade. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 4.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que as comunidades de Travosa e a são aquelas potencialmente impactadas. Destaca-se também que a sobreposição com a rota das embarcações de apoio observada é limitada há uma pequena extensão da área de pesca e não inclui um pesqueiro específico. 5. Primeira Cruz 5.1 Embarcações e frota A frota pesqueira de Primeira Cruz foi caracterizada por um representante da Colônia de Pescadores Z-11 como sendo composta por embarcações de madeira e de pequeno porte. Embora não tendo conseguido estimar a frota, o entrevistado indicou que o maior número de embarcações são do tipo biana pequena e bote. As principais características da frota deste município encontram-se indicadas na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira de Primeira Cruz Areinhas Areinhas Santaninha Areinhas Santaninha Caeté COMUNIDADE Caeté Campo Novo Campo Novo Pindaré Mairisinha TIPO / NOME Biana média Biana pequena ou Bote Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) CARACTERÍSTICAS DA EMBARCAÇÃO Madeira, comprimento de 9m motorizada e a vela Madeira, comprimento de 6 a 8m motorizada e a vela Madeira, comprimento de 4 a 5,5m motorizada, a vela e a remo MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo Gelo e in natura In natura QUANTDE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo Setembro/2015 Revisão 00 II /409

85 5.2 Apetrechos e Recursos explotados As artes de pesca mais utilizadas em Primeira Cruz são as redes de emalhe do tipo caçoeira e gozeira e o espinhel de fundo do tipo grozeira. A utilização de diferentes apetrechos pelo mesmo pescador ao longo do ano constitui-se em uma característica marcante no município e relaciona-se com a variação no comportamento e abundância das principais espécies-alvo intencionadas de captura. As principais artes de pesca e espécies-alvo identificadas para o município de Primeira Cruz encontra-se indicado na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Primeira Cruz COMUNIDADE Areinha Caeté Areinhas Caeté Campo Novo Mairisinha Pindaré Santaninha Puçá APETRECHO Espinhel horizontal (gozeira) Linha de mão Caeté Landoá Tainha Campo Novo Santaninha Santaninha Zangaria Rede Pitiuzera Rede Sajubeira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Camarão, siri, solha, baiacu, camarão branco e piticaia Tainha, arraia, bandeirado, cangatã, escrivão Carapeba, peixe pedra, cangatã, curiaca, bagre, pescadaamarela, carapeba, escrivão e caramutá Tainha, carapeba Pitiu, carapeba Sajuba, pacamã Curral Camorim, pescada-gó, bagre, cangatã Areinhas Rede Caçoeira Rede Gozeira Rede Serreira Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 5.3 Sazonalidade Pescada-amarela, gurijuba, catinga, cação, uritinga, cambeu, coroaçu Cangatã, peixe pedra e pescada-gó Serra, cavala, bonito, cambéu, cangatã, pescada-gó, landira Carapeba, peixe pedra, cangatã, curiaca, bagre, pescadaamarela, carapeba, escrivão, caramutá De acordo com os pescadores entrevistados durante o levantamento de campo, o período de safra para as principais espécies (anchova, bandeirado, bonito, cangatã, peixe pedra, sajuba, serra, tibiro e uritinga) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

86 capturadas encontra-se entre junho e setembro. A corvina é a única espécie que foge desse padrão, tendo sua captura realizada durante todo o ano.dura o ano todo(tabela II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Primeira Cruz PESCADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Anchova Bandeirado Bonito Cangatã Corvina Peixe pedra Sajuba Serra Tibiro Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 5.4 Áreas de pesca As áreas de pesca de Primeira Cruz estão concentradas na baía de Tubarão e em uma região marítima estabelecida entre o Farol de Santana e o início dos Lençóis Maranhenses (na altura da comunidade de Travosa, que fica no município de Santo Amaro do Maranhão) em uma profundidade máxima de 25 metros (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Primeira Cruz COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Areinhas Alcance paralelo à linha de costa: entre Santo Amaro e Raposa Profundidades e/ou distância da costa: até 25m de profundidade Baía de Tubarão, rios, igarapés e estuários Alcance paralelo à linha de costa: no interior da baía de Tubarão Profundidades e/ou distância da costa: a profundidade dentro da baía de Tubarão, de acordo com os pescadores, pode alcançar mais de 20 metros Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

87 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Caeté Campo Novo Pindaré 1 Mairisinha Santaninha Alcance paralelo à linha de costa: no interior da baía de Tubarão Profundidades e/ou distância da costa: a profundidade dentro da baía de Tubarão, de acordo com os pescadores, pode alcançar mais de 20 metros Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. 1. Esta comunidade não foi georreferenciada. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 5.5 Infraestrutura de apoio De acordo com as observações de campo (Levantamento de campo AECOM, 2014) há infraestrutura de apoio para o embarque e desembarque de pescadores na e em Areinhas. Estas comunidades contam com píeres de concreto em bom estado de conservação (FIGURA II ). Nestas comunidades, também ocorre o desembarque na beira do rio, sem qualquer infraestrutura de apoio, assim como nas demais comunidades de Primeira Cruz. FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Primeira Cruz. A: ; B: Areinhas Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Não existe estabelecimento formal de combustível no município, sendo encontrado apenas em Humberto de Campos. A comercialização de combustível em Primeira Cruz é realizada em estabelecimentos informais que, em geral, atendem apenas aos pescadores que possuem motor rabeta. O município conta com uma pequena fábrica de gelo comunitária instalada pelo Ministério da Pesca e Aquicultura, que fornece gelo através de atravessadores que repassam a pescadores por meio de embarcações denominadas geleiras. Mas este não é o único meio de obter gelo em Primeira Cruz, muitos pescadores optam pela compra do gelo no município vizinho, Humberto Campos. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Primeira Cruz para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

88 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Primeira Cruz COMUNIDADE Areinhas Caeté Campo Novo Pindaré Santaninha Mairisinha EMBARQUE E DESEMBARQUE Um píer de concreto em bom estado de conservação e sem cobertura. Um píer de concreto em bom estado de conservação e sem cobertura. Beira de rio sem qualquer tipo de infraestrutura de apoio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Comércio informal na cidade. Combustível é obtido principalmente com atravessadores ou na de Humberto de Campos. Não possui infraestrutura. Obtém na. Não possui infraestrutura. Obtém na. FORNECIMENTO DE GELO Há uma fábrica de gelo comunitária na. Gelo também é obtido em Humberto de Campos ou com geleiras. Não há fábrica de gelo na comunidade. Este insumo é obtido na fábrica de gelo comunitária presente na, em Humberto de Campos ou com geleiras. Não há fábrica de gelo nas comunidades. Pescado é comercializado in natura ou conservado com sal. Em Primeira Cruz, não há indústria de beneficiamento de pescado. O pescado é na maioria das vezes comercializado inteiro. O único beneficiamento realizado a bordo das embarcações consiste na retirada do grude. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador regional oriundos de Humberto de Campos. Estes atravessadores utilizam embarcações denominadas geleiras e com elas navegam até os locais de pesca para realizar a compra do pescado. A venda também é realizada em Humberto de Campos, para os comerciantes que atuam no Mercado Municipal. Em menor escala, a produção é comercializada para atravessadores do município de Primeira Cruz e donos de peixarias locais. Há venda direta para a população de peixes salgados. O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Há dois estaleiros de pequeno porte e informalmente instalados nas margens dos rios que cortam a e a comunidade de Areinhas. Na de Primeira Cruz são construídas embarcações de pequeno porte e realizado todos os tipos de reparo. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Primeira Cruz para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

89 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Primeira Cruz COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Areinhas Caeté Campo Novo Pindaré Mairisinha Santaninha Não há infraestrutura Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Não há infraestrutura. Nota-se apenas a retirada do grude a bordo. Nas peixarias ocorrem a filetagem e limpeza. Não há infraestrutura. Comercialização realizada para atravessadores regionais. Presença de peixarias CONSTRUÇÃO E REPAROS Há carpinteiros e um estaleiro informal Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os atravessadores transportam o pescado em caixas de isopor com gelo. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 5.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 6. Humberto de Campos 6.1 Embarcações e Frota De acordo com as informações obtidas no levantamento de campo, a frota de Humberto de Campos é caracterizada pela presença de embarcações de madeira e pequeno porte e reduzida mobilidade espacial. Não foi possível obter em campo uma estimativa do número de embarcações do tipo canoa, mas de acordo com os entrevistados elas constituem-se na maioria das embarcações do município. Também não foi possível obter informações sobre as comunidades de Axuí, Cedro, Chibaté, Jurucutuoca Farol de Santana (Ilha de Santana) e Carrapatal. As pescarias possuem duração de um dia e, por isso, não utilizam nenhum método de conservação do pescado a bordo. A utilização do sal é cultural e como observado em outros municípios do Maranhão, serve para agregar valor e aumentar o potencial de venda da produção (em geral eliminando Setembro/2015 Revisão 00 II /409

90 atravessadores). A TABELA II sumariza as características da frota de Humberto de Campos, de acordo com as comunidades pesqueiras identificadas em campo e os dados fornecidos pelos pescadores entrevistados. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Humberto de Campos COMUNIDADE Curralinho Flecheiras Ilha do Gato Ilha Grande Porto da Roça Rampa Santa Clara TIPO / NOME Canoa Biana Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANT DE ESTIMADA Madeira com comprimento de até 4,5m, à vela e a remo Sal e In natura Não identificado em campo Madeira com comprimento 9 a 11m, motor e vela 6.2 Apetrechos e Recursos explotados Gelo, sal e in natura No conjunto de redes de emalhe encontra-se o maior número de apetrechos identificados em Humberto de Campos. Contudo, neste município a pesca mais importante em relação à produção e número de pescadores envolvidos corresponde à pesca com espinhel horizontal de fundo, denominado localmente por grozeira. Neste município também se encontra uma importante atividade de pesca com curral. A TABELA II sumariza as principais artes de pesca por comunidade, conforme observação de campo e entrevistas com pescadores. 15 TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Humberto de Campos COMUNIDADE Curralinho Curralinho Flecheira Ilha do Gato Ilha Grande Porto da Roça Rampa Santa Clara Curral APETRECHO Linha de mão Rede de arrasto manual Rede Caçoeira Rede Pescadeira Rede Serreira Espinhel horizontal - grozeira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, arraia, cangatã, uritinga, xaréu Cavala, peixe pedra, ariacó Camarão sete-barbas, camarão branco Tainha, bandeirado Pesca amarela, corvina Serra, cavala, anchova Arraia, cangatã, cambeu, uritinga, peixe pedra, ariacó Setembro/2015 Revisão 00 II /409

91 COMUNIDADE APETRECHO Flecheira Estacada Rampa Bacabeira Tapagem Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, titiu, tainha Tainha, pacamam, gurijuba 6.3 Sazonalidade Em relação à sazonalidade das principais espécies capturadas em Humberto de Campos, destaca-se que a maioria encontra-se disponível em grandes quantidades, durante o ano todo. Destacam-se algumas espécies como cangatã, corvina, pescada-amarela, bagre e bandeirado, que são capturadas em especial no primeiro semestre do ano. Apenas o peixe-pedra tem sua safra localizada somente no segundo semestre (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Humberto de Campos RECURSO EXPLOTADO Bagre Bandeirado Bonito Cação Camorim Cangatã Cavala Corvina Guribú Peixe pedra Pescadaamarela Serra Tainha Uritinga JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra - Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 6.4 Áreas de pesca As áreas de pesca de Humberto de Campos se concentram dentro da baía de Tubarão e nos estuários formados pelos principais rios que deságuam nesta baía, como o rio Periá, rio Alegre e o Niquim. Durante o Setembro/2015 Revisão 00 II /409

92 inverno, com a redução da intensidade dos ventos, a atividade pesqueira deste município expande sua atuação até a região de mar aberto, ou seja, fora da barra da Baia de Tubarão. Esta pescaria é realizada pelos pescadores da do município (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Humberto de Campos Axuí Carrapatal Cedro Curralinho Farol de Santana COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Flecheiras Ilha do Gato Ilha Grande Porto da Roça Rampa Santa Clara Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Alcance paralelo à linha de costa: no interior na baía de Tubarão, e nos estuários dos rios Mamuna, Periá, Alegre e Niquim Profundidades e/ou distância da costa: a profundidade dentro da baía de Tubarão, de acordo com os pescadores, pode alcançar mais de 20 metros Alcance paralelo à linha de costa: Entre Ponta do Veado (Primeira Cruz) e São Luís Profundidades e/ou distância da costa: até 18m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Canal do navio Alcance paralelo à linha de costa: no interior na baía de Tubarão Profundidades e/ou distância da costa: a profundidade dentro da baía de Tubarão, de acordo com os pescadores, pode alcançar mais de 20 metros Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Inverno Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 6.5 Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na do município, sendo caracterizada pela presença de cais de concreto público. Nas demais comunidades o desembarque é realizado em beira de rio (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

93 FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Humberto de Campos: (A) ; (B) Rampa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) O combustível é obtido na em posto regular. Nas demais comunidades foi observada comercialização informal de combustível. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há apenas uma fábrica localizada também na. Nas demais comunidades a conservação do pescado é baseada na utilização de sal. Há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Humberto de Campos para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Humberto de Campos COMUNIDADE Curralinho Flecheira Ilha do Gato Ilha Grande Porto da Roça Rampa Santa Clara EMBARQUE E DESEMBARQUE Um cais de concreto público, de fácil acesso e descoberto, uma rampa de concreto para acesso direto ao Mercado Municipal de Peixe e pontos difusos sem infraestrutura ao longo dos rios que cortam a. Não há infraestrutura. Realizado em beira de rios. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há um posto de combustível regular Não há infraestrutura. O combustível é obtido na ou em estabelecimentos de comércio informal. FORNECIMENTO DE GELO Há uma fábrica de gelo além de produção domiciliar. Não há infraestrutura. O gelo, quando utilizado é obtido na ou por encomenda. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

94 Em Humberto de Campos, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizada a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado (FIGURA II ). FIGURA II Forma de beneficiamento: (A) salga; (B) retirada da bexiga natatória ou grude Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014). A comercialização é realizada principalmente para comerciantes locais, sendo eles os feirantes e proprietários de boxes do Mercado de Peixe. Alguns destes atravessadores possuem embarcações denominadas por geleiras que navegam pelas áreas de pesca para comprar a produção antes do retorno do pescador ao município. Também atuam na comercialização do pescado, atravessadores regionais, que transportam e revendem a produção pesqueira no Mercado de Peixe de São Luís, Maranhão. A compra de grude é realizada unicamente por atravessadores regionais. Em menor escala, nota-se a comercialização direta para a população. Em relação à estrutura, no município há um Mercado Municipal de Peixe que concentra a comercialização de pescado em Humberto de Campos. O Mercado encontra-se em péssimas condições de funcionamento, faltando cuidados higiênicos requeridos para a manipulação de alimentos. O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Na, há um estaleiro com capacidade para construir barcos e bianas de médio porte. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Humberto de Campos para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

95 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Humberto de Campos COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Curralinho Flecheira Ilha do Gato Ilha Grande Porto da Roça Rampa Santa Clara Não há infraestrutura Não há infraestrutura Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Realizado no Mercado de Peixe, em peixarias ou por intermédio das geleiras. A comercialização é protagonizada por atravessadores. Realizado principalmente no próprio porto para atravessadores que buscam o pescado com automóveis utilitários. Venda para geleiras e eventualmente na, para os comerciantes do Mercado de Peixe. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há carpinteiros navais e estaleiros informais com capacidade para construir embarcações de pequeno e médio porte. Há carpinteiros navais que realizam reparos e manutenções das embarcações. O armazenamento do pescado nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte é utilizado urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo e em frigoríficos para realizar viagens mais longas, como para São Luís. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 6.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. A comunidade potencialmente impactada pela rota das embarcações de apoio consiste na municipal. 7. Icatu 7.1 Embarcações e frota A totalidade das embarcações pesqueiras de Icatu são construídas em madeira e possui pequeno porte, sendo que as maiores embarcações possuem até 9 metros de comprimento. Os tipos mais comuns são denominados Setembro/2015 Revisão 00 II /409

96 por Casquinho, Biana e Canoa. A TABELA II apresenta as principais características da frota das duas principais comunidades pesqueiras do município de Icatu. Destaca-se que para as comunidades de Anajatuba, Ananais, Baiacuir, Boa Vista, Boi Cavalo, Bom Gosto, Itacuruçá, Itapera, Itatuaba, Jacarair, Juçatuba, Mamuna, Mata, Moinho, Palmeiras, Quartéis, Retiro, Ribeira, Salgado, Santa Maria, Santo Antonio e Serraria não foi possível obter as informações relativas a embarcações e frota. Os representantes das entidades representativas dos pescadores não possuíam a informação e tampouco foi viável visitar as comunidades relacionadas por se situarem em área de difícil acesso, muitas apenas através de barco. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Icatu COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Madeira de 6 a 9m, motor de Mais de 100 Biana Gelo Sertãozinho centro ou rabeta e vela 30 Canoa Madeira de 4 a 5m, vela ou remo In natura Mais de 20 Madeira de até 4m, motor 110 Casquinho In natura Sertãozinho rabeta, vela ou remo 10 Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 7.2 Apetrechos e Recursos explotados Os apetrechos empregados em Icatu são muito semelhantes aqueles observados nos municípios de Humberto de Campos e Primeira Cruz. As artes de pesca mais utilizadas consistem no espinhel e rede caçoeira. Os apetrechos presentes neste município por comunidade e as principais espécies-alvo encontram-se indicadas na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Icatu COMUNIDADE Sertãozinho APETRECHO Tapagem Curral Espinhel horizontal grozeira Linha de mão Rede Caçoeira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Tainha pequena, sajuba, pescada-gó, mandubé, cangatã, bandeirado, pescada-amarela, uritinga branca e gurijuba Pescada-gó, corvina, pampo, guaravira, camorim, sardinha vermelha, bagrinho, solha, bagrinho Pescada-gó, pampo, guaravira, pitiu, cangatã, cambeba, uritinga, bandeirado, cururuca, Camorim, peixe pedra, sajuba, tainha Pescada-amarela, pescada-gó e peixe pedra Pescada-gó, pampo, guaravira, pitiu, cangatã, cambeba, uritinga, bandeirado, cururuca, Camorim, peixe pedra, sajuba, tainha Setembro/2015 Revisão 00 II /409

97 COMUNIDADE APETRECHO Rede Pitiuzeira Tainha pitiu PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Rede Serreira Serra, Pescada-amarela, Corvina Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 7.3 Sazonalidade Conforme dados apresentados durante entrevistas realizadas pela AECOM em 2014, as espécies capturadas são as mesmas no período de inverno ou verão se diferenciando apenas na sua quantidade. Destarte, considerando as informações obtidas junto aos pescadores o período entre maio e agosto foi o mais mencionado como sendo correspondente as safras das principais espécies capturadas (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Icatu RECURSO EXPLOTADO Arraia Bagre Bandeirado Cangatá Corvina Papista (bagre) Peixe-pedra Pescadaamarela Sardinha Sururu Tainha JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra - Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 7.4 Áreas de pesca As áreas de atuação dos pescadores de Icatu encontram-se situadas principalmente em áreas abrigadas, nas baías de São José (até o município de São José de Ribamar) e Tubarão (até o município de Humberto de Campos). A pesca marítima ocorre apenas no verão, quando a intensidade dos ventos é menor (TABELA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

98 TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Icatu Sertãozinho Anajatuba Ananais Baiacuir Boa Vista Boi Cavalo Bom Gosto Itacuruçá Itapera Itatuaba Jacarair Juçatuba COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Mamuna Mata Moinho Palmeiras Quartéis Retiro Ribeira Salgado Santa Maria Santo Antonio Serraria Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014); CGGVeritas/ICF (2014) Alcance paralelo à linha de costa: Nas baías de São José e de Tubarão E deste as baías se estende em direção à quebra da plataforma em direção nordeste Profundidades e/ou distância da costa: até 100m de profundidade Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 7.5 Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na e em Sertãozinho, onde se encontram disponíveis rampas de concreto, públicas e sem cobertura. No caso de Sertãozinho, a rampa encontra-se em um estado muito precário de conservação (FIGURA II ). Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio na maioria das comunidades do município, ocorrendo na beira do rio Preguiça, de seus afluentes ou igarapés. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

99 FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Icatu. A: ; B: Sertãozinho Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) O combustível é obtido na em posto regular. Em Sertãozinho observou-se comércio informal de gasolina. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há duas fábricas localizadas na e produção comercial em pequena escala em Sertãozinho. Nas demais comunidades a conservação do pescado utiliza sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. Também foi identificado métodos de pesca que não utilizam nenhum método de conservação. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Icatu para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Icatu COMUNIDADE Sertãozinho Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) EMBARQUE E DESEMBARQUE Possui infraestrutura: rampa de concreto, pública e descoberta. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Posto de combustível regular. Comércio informal ou obtido na. FORNECIMENTO DE GELO Duas fábricas de gelo. Produção comercial em pequena escala. Em Icatu, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizada a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. Durante a safra da sardinha há um fenômeno cultural relacionado ao beneficiamento deste recurso. Mulheres de diversas comunidades, conhecidas como filetadeiras, se deslocam para a do município para realizar a filetagem deste recurso pesqueiro. As filetadeiras são importantes sujeitos da pesca artesanal neste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

100 A comercialização é realizada principalmente para atravessadores locais, que se deslocam até as comunidades mais afastadas para adquirir a produção pesqueira artesanal de modo que seja possível abastecer os mercados da cidade. Em menor escala há a atuação de atravessadores regionais que revendem o pescado para cidades vizinhas, como Morros, Axixá, Rosário e Bacabeira, assim como no Mercado de Peixe de São Luís. A comercialização do grude é realizada em grande parte por atravessadores regionais. Por fim, nota-se a venda direta para restaurantes e população local. O município conta ainda com um Mercado de Peixe, que embora tenha sido idealizado pela prefeitura como uma estrutura a ser gerenciada pelos próprios pescadores, o controlo é exercido por atravessadores locais. Além disso, existe um pequeno frigorifico que além de armazenar o pescado também produz gelo que é vendido em boa parte para pescadores da região. O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Na, há um estaleiro com capacidade para construir barcos e bianas de médio porte. O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte é utilizado urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado das áreas de desembarque até os comerciantes em basquetas com gelo em veículos utilitários. Os comerciantes locais utilizam caixas de isopor com gelo como forma de armazenamento do pescado. Icatu possui também um frigorífico, utilizado para o armazenamento em maior escala. Há um frigorífico na cidade. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Icatu para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Icatu COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Sertãozinho Não há indústria de beneficiamento. Este é realizado por pescadores (visando a melhor preservação do pescado) e por comerciantes. Também é realizado pelas filetadeiras durante a safra da sardinha. Não há estrutura de beneficiamento na comunidade. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) A infraestrutura é composta por um Mercado Municipal de Peixe, que concentra a comercialização de peixes na. A infraestrutura é composta por peixarias e um pequeno frigorífico (que também fabrica gelo). CONSTRUÇÃO E REPAROS Há um estaleiro e inúmeros carpinteiros navais que realizam construção e reparo de embarcações. Não há estaleiro. Os carpinteiros navais vêm de outras comunidades. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

101 Nos municípios e Sertãozinho, não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Destaca-se que para as comunidades de Anajatuba, Ananais, Baiacuir, Boa Vista, Boi Cavalo, Bom Gosto, Itacuruçá, Itapera, Itatuaba, Jacarair, Juçatuba, Mamuna, Mata, Moinho, Palmeiras, Quartéis, Retiro, Ribeira, Salgado, Santa Maria, Santo Antonio e Serraria não foi possível obter as informações relativas a infraestrutura de apoio a atividade pesqueira artesanal. 7.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca do município de Icatu, envolvendo as áreas de pesca da comunidade de Sertãozinho, assim como a sede do próprio município. 8. Axixá 8.1 Embarcações e frota Embora haja mais de 10 comunidades no município de Axixá, os pescadores entrevistados caracterizaram a pesca realizada nas comunidades de Belém, Ruy Vaz e a sede municipal. De acordo com os pescadores entrevistados, a maior parte da frota de Axixá é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor. Existem aproximadamente 450 embarcações de tamanho variado, sendo que as embarcações de pequeno porte (cascos, com mínimo de 4 metros) predominam. Os barcos grandes (com no máximo 8 metros) estão em sua maioria na comunidade de Ruy Vaz, que concentra quinze barcos de maior porte, dos vinte encontrados no município. Ainda segundo os pescadores, estas embarcações pescam com quatro tripulantes e o tempo de permanência no mar é de no máximo dois dias. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Axixá COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Belém Ruy Vaz Biana Casco Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Embarcações de madeira, de 4 a 8 m, motorizadas. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo QUANTDE ESTIMADA Não informado pelos entrevistados. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

102 8.2 Apetrechos e Recursos explotados A pesca artesanal em Axixá utiliza uma variedade de apetrechos voltada para a captura de diversos de recursos pesqueiros. Destaca-se no conjunto de apetrechos o conjunto de redes de emalhe, de diferentes tamanhos, e de zangaria, que além de apetrecho, é também uma técnica. Segundo os pescadores da região, os peixes capturados são de água doce de praticamente todas as espécies como: surubim, mandi, cari, bagre, pescada-amarela, bandeirada, uritinga, curimatã, piau, cascudo, sarapó, tambaqui e mandubé, além do camarão. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Axixá COMUNIDADE APETRECHO PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Espinhel Ruy Vaz Landuá Linha de mão Belém Zangaria Belém Redes de emalhe Ruy Vaz Redes de emalhe Belém Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Mandubé, curimatã, surubim, apiau, cascudo, sarapó, surubim, mandi, cari, bagre, pescada-amarela, bandeirada, uritinga, curimatã, piau, cascudo, sarapóia. Surubim, mandi, cari, bagre, pescada-amarela, bandeirada, uritinga, camarão, curimatã, piau, cascudo, sarapóia. Mandubé, curimatã, surubim, apiau, cascudo, sarapó. Peixes de água doce de todos os tipos. 8.3 Sazonalidade No que tange a sazonalidade, segundo informado em campo, destaca-se que esta é influenciada pela ocorrência do defeso da piracema. Deste modo, embora a pesca não seja interrompida nos meses de defeso, a captura é menos expressiva em quantidade, suficiente, segundo os relatos de campo colhidos, apenas para a subsistência. A TABELA II sumariza a safra de algumas espécies capturadas no município de Axixá. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Axixá RECURSO EXPLOTADO Bagrinho preto JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Setembro/2015 Revisão 00 II /409

103 RECURSO EXPLOTADO Cará Cascudo Curimatã Piranha Piau Traíra JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 8.4 Áreas de pesca A área de pesca contempla principalmente o rio Munim, sendo o limite máximo de atuação os municípios de Icatu e São José de Ribamar. Alguns pesqueiros conhecidos na região são Ribamar, Ildo e Fortuoso. Os pescadores disseram que o desembarque do pescado é realizado nos vários terminais do próprio município, como o da Enseada na comunidade de Ruy Vaz e na (principal ponto) e também em outros municípios como Morros e Icatu. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Axixá. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Axixá COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Belém Ruy Vaz 1 Burgos Centro Grande Guaperiba Perijuçara Ribeirão Santa Rosa Veneza Alcance paralelo à linha de costa: De Axixá até Icatu Profundidades e/ou distância da costa: até 5MN da sede e 3MN de Belém em direção a Baía de São José Pesqueiros não georreferenciados: Ribamar, Ildo e Fortuoso Alcance paralelo à linha de costa: De Axixá até São José de Ribamar Profundidades e/ou distância da costa: cerca de 18MN da comunidade em direção ao mar Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. 1. Esta comunidade não foi georreferenciada. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

104 8.5 Infraestrutura de apoio A infraestrutura de embarque e desembarque conta com um cais de concreto na, um em Ruy Vaz e um em Belém. Ademais, ocorrem desembarques na beira do rio. Em relação ao abastecimento das embarcações com combustível, os pescadores disseram comprar nos três postos de combustível do município. O gelo é adquirido em diversos locais, como na comunidade de Ruy Vaz, na de Axixá e no município de Icatu. Na comunidade de Belém há uma fábrica de gelo desativada. Os pescadores ainda afirmaram que em muitas ocasiões o peixe não é armazenado no gelo, ele é vendido sem beneficiamento diretamente para atravessadores ou pessoas que ficam aguardando o desembarque. Caso a pescaria termine durante a noite, os próprios pescadores fabricam o gelo em suas residências e os vendem na manhã seguinte. A TABELA.II sumariza as características da estrutura disponível em Alcântara para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA.II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Axixá COMUNIDADE Ruy Vaz Belém Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) EMBARQUE E DESEMBARQUE Presença de cais, chamado de Porto da. Presença de cais, chamado de Porto da Enseada. Presença de cais, chamado de Porto de Belém. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há três postos privados regulares de combustível. Não há estrutura. O combustível é obtido na. FORNECIMENTO DE GELO Há uma fábrica. O gelo também é adquirido em Ruy Vaz e Icatu. Há uma fábrica. O gelo também é comprado em Icatu e na. Algumas vezes é produzido na casa do próprio pescador. Não há estrutura. A produção é caseira. Em Axixá, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizada a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado. A comercialização é realizada principalmente por atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe. Em menor escala, diretamente para o consumidor final (população) e para restaurantes. Segundo os pescadores da região, a construção, a calafetagem e os serviços gerais de manutenção das embarcações são realizados nos vários estaleiros no município, na comunidade de Ruy Vaz existem dois estaleiros, além disso, diversos marceneiros fazem reparos fora dos estaleiros. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

105 A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Axixá para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Axixá COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Ruy Vaz Belém Não há estrutura de beneficiamento. Não há estrutura de beneficiamento. Não há estrutura de beneficiamento. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Há uma mercado de peixe. Atravessador local faz a intermediação entre o comerciante e o pescador. Não há estrutura de comercialização. Atravessador local faz a intermediação entre o comerciante e o pescador. Não há estrutura de comercialização. Atravessador local faz a intermediação entre o comerciante e o pescador. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há estaleiro que realiza construção, calafetagem e serviços gerais de manutenção. Há dois estaleiros que realizam construção, calafetagem e serviços gerais de manutenção. Há estaleiro que realiza construção, calafetagem e serviços gerais de manutenção. Em relação ao armazenamento, nas embarcações pequenas este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, e nas embarcações de maior porte, em urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários, em caminhões com urna isotérmica e gelo, além de caminhões com urna frigorífica para realizar viagens mais longas. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 8.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município 9. Rosário 9.1 Embarcações e Frota As comunidades no município de Rosário, cuja pesca foi caracterizada a partir dos dados primários foram São Miguel e a sede municipal. Segundo levantamento de campo, a frota pesqueira de Rosário é composta Setembro/2015 Revisão 00 II /409

106 por canoas de madeira de 3 a 8 metros, movidas a remo ou motorizadas (motor de rabeta), outra embarcação utilizada é a biana, construída com madeira, com tamanho entre 3 e 8 metros e movidas a remo (TABELA II ). TABELA II Tipologias e características das embarcações pesqueira de Rosário COMUNIDADE e São Miguel TIPO / NOME Biana Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 9.2 Apetrechos e Recursos CARACTERÍSTICAS Madeira, de 3 a 8 metros de comprimento, movidas a remo. Madeira, de 3 a 8 metros de comprimento, remo ou motor. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Sal e gelo QUANTIDADE ESTIMADA Informação não disponibilizada pelos entrevistados. Os principais petrechos de pesca são a rede caçoeira (para captura de bagre grande e de peixes menores), tarrafa, linha de mão, rede, rede de anzol, espinhel, redinha e cofo. A pescaria pode levar até quinze dias, mas os pescadores desembarcam diariamente e vendem o pescado direto para o consumidor, principalmente nas várias rampas ao longo da rua que beira o rio Itapecuru na do município. Nestas rampas, também aparecem pescadores de outros povoados do município e inclusive de outros municípios como Icatu (TABELA II ). TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Rosário COMUNIDADE São Miguel São Miguel APETRECHO Rede de emalhe Espinhel Rede caçoeira Tarrafa Linha de mão Redinha Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 9.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Curimatã, pescada-amarela, cascudo, acari, mandi e piranha (exclusivamente água doce). Mandubé, curimatã, branquinha, piranha, piau, surubim, acari, pititinga, bagre, tainha, pescada-amarela. Mandubé, curimatã, branquinha, piranha, piau, surubim, acari, pititinga, bagre, tainha, pescada-amarela. Conforme pode ser observado na TABELA II , o período entre junho e novembro corresponde a safra de boa parte das espécies (curimatã, pescada-amarela, cascudo, acari, mandi, piranha, bagre e mandubé). Para a pesca na baía de Arraial, as safras ocorrem entre julho e abril, onde a maior parte do pescado capturado é de água doce ou de região estuarina (pescada-amarela, pititinga e tainha). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

107 TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Rosário RECURSOS EXPLOTADOS Acari Bagre Cascudo Curimatã Mandi Mandubé Pescada-amarela Pescada-amarela Piau Piranha Pititinga Surubim Tainha JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 9.4 Áreas de pesca A pesca no município é realizada preferencialmente o rio Itapecuru, sendo que entre os meses de março e maio não há condição de pesca devido ao fenômeno da piracema. Os pescadores ao saírem do rio Itapecuru, pescam na Baía do Arraial próximo a Rosário, sendo São José de Ribamar o limite norte e Jiquiri (município de Santa Rita) o limite sul. Alguns pesqueiros conhecidos na região, como Itaipu, Pirangi e Itamirim tem a profundidade máxima de 7 metros, outro pesqueiro, conhecido como Areais, é o que possui a maior profundidade da região, mas segundo os pescadores, a dragagem do rio acabou com o poço. A TABELA II apresenta a síntese das áreas de pesca mencionadas. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Rosário COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE São Miguel Alcance paralelo à linha de costa: Desde a comunidade até Itamirim e Miranda, situadas no mesmo município Profundidades e/ou distância da costa: cerca de 8MN desde a comunidade em direção ao mar Pesqueiros não georreferenciados: Pedra de Baixo e Pedra de Cima Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

108 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE São Simão Itamirim Miranda Providência São João do Rosário Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: de Rosário até São José de Ribamar, sempre no interior da baía de São José Profundidades e/ou distância da costa: cerca de 27MN desde a comunidade em direção ao mar Pesqueiros não georreferenciados: Itaipu, Pirangi e Itamirim Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 9.5 Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque encontra-se disponível tanto na do município, quanto na comunidade de São Miguel. Entretanto, são estruturas simples, compostas por diversas rampas posicionadas ao longo do rio, diretamente na rua adjacente, onde são realizados embarque e desembarque do pescado O combustível para as embarcações é comprado nos postos convencionais que existem no município. Na comunidade de São Miguel o combustível é comprado no posto de São Simão (Povoado de Rosário). O gelo é adquirido em uma fábrica, na do município (FIGURA II ). Na comunidade de São Miguel ocorre também a produção doméstica de gelo pelos pescadores e também pode ser utilizado sal para conservar o pescado. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

109 FIGURA II Ponto de comércio de gelo na de Rosário Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Rosário para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Rosário COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL FORNECIMENTO DE GELO Várias rampas ao longo da rua que beira o rio. Comprado nos postos da. Comprado nas fábricas da própria. São Miguel Nas rampas do povoado. Comprado no posto de São Simão. Comprado na ou produzido em casa (quando o pescador possui geladeira) Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Em Rosário, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser resfriado com gelo. A comercialização ocorre nas áreas de desembarque e é feita a venda direta do pescado para população local. Também há atravessadores locais, que compram o pescado para revenda em restaurantes e peixarias (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

110 FIGURA II Comercialização do pescado na de Rosário Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Os serviços gerais de manutenção das embarcações são realizados nos dois estaleiros localizados na do município. Em São Miguel, estes reparos são realizados pelos próprios pescadores. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Rosário para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas, beneficiamento, comercialização, construção e reparos de embarcações existentes em Rosário COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Não há infraestrutura O beneficiamento é feito pelos próprios pescadores, e se limita a limpeza do pescado para venda direta, em alguns casos. Venda direta para o consumidor Atravessadores locais que realizam a revenda do pescado para restaurantes e peixarias. São Miguel Não há infraestrutura. Pesca de subsistência. Não há. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CONSTRUÇÃO E REPAROS Construção; calafetagem; serviços gerais de manutenção. O armazenamento é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 9.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município Setembro/2015 Revisão 00 II /409

111 10. Bacabeira 10.1 Embarcações e frota Em Bacabeira foi verificada a pesca artesanal em 03 comunidades: na sede, em Zé Pedro e Periz de Baixo. A maior parte da frota de Bacabeira é de médio porte, construída em madeira e movida a motor. Existem 190 embarcações de apenas dois tipos: canoa e lancha. Os dois tipos de embarcação encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Bacabeira COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Periz de Baixo Zé Pedro Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Madeira, de 5 m, movidas a remo. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Gelo 150 Lancha Madeira, de 7 m, motorizadas. Gelo Apetrechos e Recursos explotados A pesca artesanal em Bacabeira utiliza poucos apetrechos, voltados para a captura de uma assembleia bastante restrita de recursos pesqueiros de água doce. Segundo a presidente da Colônia de Pescadores Z-92, a pesca de água doce de seus associados se resume a lagoas, igarapés e lagos, nestas áreas a pesca ocorre desembarcada, os pescadores vão caminhando ou de bicicleta. As artes de pesca utilizadas são: malhadeira, puçá, anzol de caniço e tarrafa, com esses apetrechos os pescadores capturam traíra, piranha, piau, cará e cascudo. De acordo com o representante do Sindicato de Pescadores de Bacabeira, outras artes de pesca que são utilizadas por seus associados, são elas: caçoeira (malhadeiras), socó (choque), tarrafa, redinha, pulsar, rede de lance e jequi. Ainda segundo o representante do sindicato, com estes apetrechos os pescadores capturam as seguintes espécies: tilápia, acará, traíra, piau, curimatã e bagrinho preto. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Bacabeira COMUNIDADE Periz de Baixo Zé Pedro Malhadeira APETRECHO Anzol de caniço Rede caçoeira Socó (choque) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Traíra, piranha, piau, cará e cascudo. Tilápia, acará, traíra, piau, curimatã e bagrinho preto. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

112 COMUNIDADE APETRECHO Redinha Rede de lance Jequi Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Traíra, piranha, piau, cará e cascudo, além de tilápia, acará, piau, curimatã e bagrinho preto Sazonalidade No que tange à sazonalidade, segundo informado em campo, destaca-se que esta é influenciada pela ocorrência do defeso da piracema. Deste modo, embora a pesca não seja interrompida nos meses de defeso, a captura é menos expressiva em quantidade, sendo suficiente, segundo os relatos colhidos em campo, apenas para a subsistência. Um representante da Colônia de Pescadores afirmou que durante o defeso o volume de pescado desembarcado em cada pescaria é de no máximo 5kg. Fora do defeso a produção por embarcação varia de 10 a 20 kg. A TABELA II sumariza a safra de algumas espécies capturadas no município de Bacabeira. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Bacabeira RECURSO EXPLOTADO Bagrinho preto Cará Cascudo Curimatã Piranha Piau Traíra JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 10.4 Áreas de pesca As áreas de pesca se resume às bacias dos rios Ribamar e Mearim, entre Bacabeira e Anajatuba. Alguns pesqueiros são conhecidos no município como o Lago Batatã (na comunidade de Zé Pedro) e também o Igarapé Grande (na comunidade de Periz de Baixo). A profundidade dos pesqueiros varia de acordo com a Setembro/2015 Revisão 00 II /409

113 época do ano, pois na seca a profundidade máxima é de 1 metro, enquanto na época de chuva alcança 4 metros. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Bacabeira. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Bacabeira COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Periz de Baixo Zé Pedro Ramal do Abude São Pedro Videl Vila Cearense Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: ao longo da costa do município, tanto na baia de São Marcos, quanto na Baia de Arraial/São José Profundidades e/ou distância da costa: até 1,0 MN da costa. Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio O município não conta com infraestrutura de apoio para o embarque e desembarque de pescado, trabalhadores e insumos. Este ocorre diretamente sobre o leito dos rios que cortam o município. O combustível abastecimento das embarcações é comprado nos dois postos do município (Posto Periz e Posto Bacanga), ambos localizados na. Para conservação do pescado são utilizadas técnicas de salga e/ou geladeiras não industriais. O gelo fabricado é caseiro, pois não existem fabricas de gelo no município. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Bacabeira para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

114 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Bacabeira COMUNIDADE Periz de Baixo Zé Pedro EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há infraestrutura. O desembarque ocorre na beira de rios em locais denominados por portos, mas que não possuem infraestrutura. Os nomes identificados para os locais de desembarque foram: Porto da Jambuca (km-49), Porto do Batista, Porto do Genipau, Porto Santa Luzia, Porto Remanso. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há dois postos de combustível no município. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. O gelo é obtido através de produção doméstica. A conservação do pescado também é realizada através da salga. Não há infraestrutura. Não há infraestrutura. Não há infraestrutura. Não existem indústrias de beneficiamento, sendo realizado pelos próprios pescadores a limpeza do pescado para venda. Segundo o representante do sindicado, não existem estaleiros no município. Os reparos nas embarcações são feitos por marceneiros em locais improvisados ou pelo próprio pescador. Não há mercado ou entreposto para a comercialização. Esta é realizada por atravessadores locais, em feiras livres ou diretamente para a população. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bacabeira para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Bacabeira COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO CONSTRUÇÃO E REPAROS Periz de Baixo Zé Pedro Não há beneficiamento. Feiras livres, com atuação de atravessadores locais. Não há estaleiros, apenas carpinteiros navais. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Na comercialização o pescado é armazenado em caixas de isopor com gelo. Não há infraestrutura Setembro/2015 Revisão 00 II /409

115 de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 11. São Luís 11.1 Embarcações e frota Segundo levantamento de campo, a pesca artesanal é realizada em 21 comunidades de São Luis, a saber: Arraial, Cajueiro, Camboa, Estiva, Garapa, Igaraú, Pedrinhas, Portinho, Porto do Vovó, Porto do Barco, Porto Grande, Quebra Pote, Sá Viana, Tajaçoaba, Tamancão, Tibiri, Tibirizinho, Via Samara, Vila Maracujá, Vila Maranhão e Vila Nova. A frota pesqueira de São Luís é caracterizada pela presença de um número elevado de embarcações de madeira de pequeno porte do tipo biana. A frota também é composta por bianas de porte médio de madeira, presentes apenas no Portinho e no Porto da Vovó (TABELA II ). A propulsão das embarcações pequenas é diversificada e ainda se observa largo emprego da vela. Já as embarcações médias possuem apenas propulsão motorizada. A conservação do pescado se dá por meio de gel, mas também foi registrado a inexistência de quaisquer métodos de conservação, ou seja, mantido in natura. TABELA II Tipologias e características das embarcações pesqueira de São Luís COMUNIDADE Todas Portinho Porto da Vovó TIPO / NOME Biana pequena Biana média Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2015) CARACTERÍSTICAS Madeira, de 4 a 7,5 metros de comprimento, a remo, vela e motor rabeta. Madeira, de 8 a 12 metros de comprimento, com motor de centro. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Gelo e in natura 1000 Gelo Não identificada 11.2 Artes de pesca De acordo com as informações levantadas em campo, os apetrechos empregados em São Luís incluem, principalmente, redes e linhas. Em menor proporção são utilizadas armadilhas. As redes são largamente empregadas, sendo observada em todas as comunidades, variando em relação ao comprimento, ou seja, em relação ao número de panos de rede utilizados (TABELA II ). Nota-se que, embora o levantamento de campo tenha conseguido identificar a existência de curral e de zangaria entre as artes de pesca empregadas pelos pescadores de São Luís, os entrevistados não souberam precisar as comunidades onde estes petrechos são utilizados. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

116 TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em São Luís COMUNIDADE Portinho Porto da Vovó Todas Não identificado em campo APETRECHO Espinhel Linha de mão Rede de lanço Rede malhadeira Rede malhão Rede serreira Rede tainheira/ pitiuzeira Tapagem Tarrafa Curral Zangaria Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2015) 11.3 Sazonalidade Bagre, cações PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Peixe pedra, sirigado, pargo, bijupirá Camarão sete barbas Pescada-amarela, camorim, corvina, anchova, tainha, sarda Pescada-amarela Serra, corvina, bagre Tainha Tainha, bagrinho Tainha Bagre, tainha, pescada-gó Camarões, tainhas Os pescadores entrevistados não souberam precisar o período de safra das principais espécies capturadas. Todavia, o representante da Colônia de Pescadores Z-10 de São Luís indicou que o principal período de safra compreende-se entre os meses de julho e dezembro. Por sua vez, entre janeiro e fevereiro ocorre o período de defeso para algumas espécies e por este motivo há uma redução da produção pesqueira Áreas de pesca De acordo com a Colônia dos Pescadores Z-10 de São Luís, a amplitude máxima da área de pesca dos pescadores do município estende-se a oeste até a fronteira com o estado do Pará e a leste até a fronteira entre os estados do Piauí e Ceará. A profundidade máxima de atuação é de 30 metros. Destaca-se ainda a atuação dos pescadores nas baías de São Marcos e de São José. Ademais, o representante da Colônia entrevistado não soube precisar a área de pesca de cada comunidade. Todavia, ressaltou que as maiores embarcações são aquelas que realizam os maiores deslocamentos e as embarcações de menor porte concentram suas atividades nas baías. Deste modo, considerando o perfil das embarcações presentes nas comunidades e a localização das mesmas em relação às baías de São Marcos e de São José, a TABELA II apresenta uma hipótese das áreas de pesca por comunidade. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

117 TABELA II Áreas de pesca das comunidades de São Luís Cajueiro Camboa Garapa Pedrinhas Porto Grande Arraial Estiva Igaraú Quebra Pote Portinho Porto da Vovó COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Sá Viana Tamancão Via Samara Vila Maranhão Vila Nova Tajaçoaba Tibiri Tibirizinho Vila Maracujá Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) Alcance paralelo à linha de costa: no interior da baia de São Marcos Profundidades e/ou distância da costa: a pesca ocorre sobre todo o espelho d água da baía, aproximando-se de Alcântara, a oeste, e de Raposa, a leste Alcance paralelo à linha de costa: no interior da baia de São José Profundidades e/ou distância da costa: a pesca ocorre sobre todo o espelho d água da baía, aproximando-se de Raposa, a oeste, e de Icatu, a leste Alcance paralelo à linha de costa: desde a fronteira do Piauí com o Ceará até Quatipuru/PA Profundidades e/ou distância da costa: até 30 metros de profundidade, incluindo a região de entorno ao Parcel de Manuel Luís e as baías costeiras das reentrâncias Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A infraestrutura de desembarque pesqueira no município de São Luís não conta com terminais de desembarque, apesar de o município possuir um dos mais importantes entrepostos de pesca do estado. As atividades são realizadas na beira de rios e praias (FIGURA II ). Destaca-se que em São Luís houve a tentativa de estabelecer um terminal pesqueiro privado e entreposto na comunidade de Porto Grande. Porém, a iniciativa não conseguiu se sustentar economicamente e fracassou. Hoje essa infraestrutura deu lugar a uma base de apoio logístico para atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. De acordo com CGG Veritas/ICF (2014), os principais pontos de desembarque são: Porto da Barragem, Porto da Vovó, Porto do Quebra Pote e a praia do Boqueirão. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

118 FIGURA II Infraestrutura de desembarque em São Luís. A: Arraial; B: Quebra Pote Fonte: Google Earth O município de São Luís conta com uma larga estrutura de fornecimento de combustível e de gelo concentradas na região central do município (ou seja, em nenhuma comunidade em particular). Apesar do representante da entidade não ter conseguido precisar a forma de acesso a estes recursos em cada comunidade, pela distribuição geográfica das mesmas, presumi-se que as comunidades situadas mais próximas do centro comercial de São Luís possuem maiores facilidades em relação à obtenção destes insumos. A exceção seria a comunidade de Estiva, que conta com uma fábrica de gelo pública (CGG/ICF, 2013). Durante o trabalho de campo realizado em 2013, foi observado carregamento de gelo no Portinho sendo feito por caminhão frigorífico. Como em outros municípios, pescarias com duração de um dia não devem consumir gelo. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em São Luís para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em São Luís Porto da Vovó Portinho Porto da Barragem Camboa COMUNIDADE Bairro de Fátima Tamancão Madre Deus EMBARQUE E DESEMBARQUE Cais de concreto e beira de rio. Não há estrutura de desembarque, ocorre na beira da praia e rio. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Postos de combustível regulares presentes no município. Postos de combustível regulares presentes no município. FORNECIMENTO DE GELO Não há estrutura. Obtém das fábricas no centro. Não há estrutura. Obtém das fábricas no centro. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

119 Via Samara Pedrinhas Porto Grande Cajueiro Vila Maranhão Garapa Sá Viana Vila Nova Estiva COMUNIDADE Igaraú Arraial Quebra Pote Vila Maracujá Tibirizinho Tibiri Tajaçoaba EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há. Desembarque ocorre na beira da praia e do rio. Desembarque ocorre na beira da praia e do rio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2015); CGG Veritas/ICF (2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Postos de combustível regulares presentes no município. Não há estrutura. FORNECIMENTO DE GELO Não há estrutura. Fábrica de gelo pública. Não foi identificada unidade de beneficiamento de pescado em São Luís. Em relação aos estaleiros, de acordo com CGG Veritas/ICF (2014), há unidades de construção e reparo de embarcações no Porto da Vovó, Porto da Barragem e Tamancão. Nesta última comunidade encontra-se estabelecido um estaleiro escola associado a um Centro Vocacional Tecnológico, onde, além de construção e manutenção são realizados cursos para ampliar as capacidades técnicas de carpintaria naval. A comercialização é realizada principalmente para atravessadores locais donos de peixarias ou de pontos de venda no mercado municipal de peixe ou em feiras da cidade. A atuação de atravessadores regionais também é notada, sendo estes responsáveis pela compra de pescado para revenda em outros municípios. A venda direta foi observada em menor proporção, ocorrendo, segundo CGG Veritas/ICF (2014) em feiras locais. Este estudo também identificou a ocorrência de ambulantes. A principal infraestrutura de comercialização de pescado presente em São Luís consisti no mercado municipal do peixe (FIGURA II ), aonde foi observada uma intensa atividade de carga e descarga de pescado, principalmente nas primeiras horas da manhã. Esta área concentra a comercialização do pescado produzido pelos pescadores de São Luís e também de outros municípios maranhenses, tais como Apicum-Açu, Carutapera e Cedral. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

120 FIGURA II Mercado municipal de Peixe de São Luís: (A) Parte interna; (B) Parte externa Fonte: Levantamento de Campo AECOM (2013) A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em São José de Ribamar para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em São Luís Arraial Bairro de Fátima Cajueiro Camboa Estiva Garapa Igaraú Madre Deus Pedrinhas Portinho COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Porto da Barragem Porto da Vovó Porto Grande Quebra Pote, Sá Viana Tajaçoaba Tibiri Tibirizinho Via Samara Vila Maracujá Vila Maranhão Vila Nova Não há estrutura de beneficiamento nestas comunidades. Não há estrutura de beneficiamento nestas comunidades. Não há estrutura de beneficiamento nestas comunidades. Não há estrutura de beneficiamento nestas comunidades. Não há estrutura, a comercialização é realizada para atravessador local. Mercado municipal do peixe. Para atravessador local e regional. Para atravessador local e regional. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há estrutura de construção e reparos. Não há estrutura de construção e reparos. Há um estaleiro que realiza construção e reparos. Há um estaleiro que realiza construção e reparos. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

121 Tamancão COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Não há estrutura de beneficiamento nestas comunidades. Para atravessador local e regional. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há um estaleiro que realiza construção e reparos. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2015) O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte é utilizado urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica com gelo e em caminhões com urna frigorífica para realizar viagens mais longas. Os comerciantes locais utilizam freezers, caixas de isopor com gelo, em câmaras isotérmicas com gelo e em câmaras frigoríficas para transportar o pescado. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca do município de São Luís, envolvendo as áreas de pesca das comunidades de Vila Samara, Pedrinhas, Porto Grande, Cajueiro, Vila Maranhão, Garapa, Sá Viana, Tamancão, Vila Nova, Camboa, Portinho e Porto da Vovó. 12. São José de Ribamar 12.1 Embarcações e frota No município de São José do Ribamar os pescadores entrevistados forneceram dados referentes a pesca artesanal realizada em 05 comunidades, a saber: Boa Viagem, Guarapiranga, São Benedito, São Raimundo e a sede municipal. Segundo levantamento de campo, a frota pesqueira de São José de Ribamar possui embarcações de médio porte como barcos de 12 a 14 metros em madeira. Estas embarcações eventualmente retornam para o município, mas sua atuação e permanência encontra-se estabelecida no estado do Pará. Em relação às demais embarcações destacam-se as bianas, construídas em madeira e com propulsão a remo, vela ou motor. A conservação se dá principalmente com gelo, mas o pescado também pode ser mantido in natura. (TABELA II ). Destaca-se que os entrevistados não souberam estimar o número de embarcações presentes nas comunidades. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

122 TABELA II Tipologias e características das embarcações pesqueira de São José de Ribamar COMUNIDADE TIPO / NOME São Benedito São Raimundo Guarapiranga São Benedito São Raimundo Centro Boa Viagem Barco Biana pequena Canoa/ Igarité/ Casquinho Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) CARACTERÍSTICAS Madeira, de 8 a 13 metros de comprimento, motorizada. Madeira, de 6 a 10 metros de comprimento, remo, vela e motor rabeta. Madeira, de 3 a 4 metros de comprimento, remo, vela e motor rabeta. MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo Gelo e in natura Gelo e in natura QUANTDE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo Não identificado em campo 12.2 Apetrechos e recursos explotados Os apetrechos empregados em São José de Ribamar incluem uma grande diversidade de redes de emalhe, sendo as redes do tipo serreira e a pescadeira aquelas que auferem os melhores rendimentos em virtude de suas espécies-alvo serem muito valorizadas. A pesca com curral e com espinhel horizontal também são importantes neste município. A relação das artes de pesca e suas principais espécies-alvo encontram-se indicadas na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em São José de Ribamar COMUNIDADE Centro São Benedito São Raimundo Boa Viagem Centro Guarapiranga São Benedito São Raimundo APETRECHO Rede pescadeira/ malhadeira/ malhão Rede serreira Rede caçoeira Curral Espinhel horizontal Linha de mão Rede gozeira Rede tainheira/ pitiuzeira Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, camorim, corvina; anchova; tainha; sarda Serra, cavala Lagosta Sardinha, xaréu, camorim Bagre, cações Peixe pedra, pescada-amarela, camorim, corvina Pescada-gó, camorim, bagre e corvina Tainha Tainha, sardinha Setembro/2015 Revisão 00 II /409

123 12.3 Sazonalidade De acordo com as observações colhidas em campo, a safra dos recursos mais importantes ocorre no primeiro semestre. As espécies peixe-pedra, arraia, sajuba e cururuca tem sua safra ao longo de todo ano e o camurupim apenas no segundo semestre (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de São José de Ribamar RECURSO EXPLOTADO Arraia Bandeirado Cação Camurupim Corvina Cururuca Gurijuba Peixe pedra Pescadaamarela Pescada-gó Sajuba Serra Uritinga Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) 12.4 Áreas de pesca JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ As áreas de atuação dos pescadores de São José de Ribamar incluem áreas costeiras e marítimas, ocorrendo principalmente nas baías de Tubarão e de São José. Deslocamentos em direção ao Parcel de Manuel Luís são mais regulares e frequentes no inverno (Janeiro a Junho) (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de São José de Ribamar COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE São Benedito São Raimundo Alcance paralelo à linha de costa: De Raposa até Tutóia, incluindo as baías de São José e de Tubarão Profundidades e/ou distância da costa: até 40m de profundidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

124 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Boa Viagem Guarapiranga Gambarrinha Alcance paralelo à linha de costa: Entorno do Parcel de Manuel Luís Profundidades e/ou distância da costa: entre 25 e 40 metros de profundidade. Alcance paralelo à linha de costa: De Raposa até Santo Amaro do Maranhão (Ponta do Veado), incluindo a baía de Tubarão e de São José Profundidades e/ou distância da costa: até 15m de profundidade. Não foi possível obter informações que permitisse delimitar esta área de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes da comunidade. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013); CGG Veritas/ICF (2014) Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio O município de São José de Ribamar conta com inúmeras estruturas para auxílio ao embarque e desembarque de pescadores e insumos. Nota-se desde rampas de concretos até um grande píer, também de concreto, que estende 350 metros mar adentro. O desembarque na beira do rio e de praia também é usual e ocorre inclusive nas comunidades que contam com a infraestrutura de apoio (FIGURA II ). FIGURA II Infraestrutura de desembarque em São José de Ribamar: (A) São Benedito; (B) Centro/ Porto do Barbosa Fonte: (A) Google Earth; (B) Levantamento de campo AECOM (2013) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

125 O combustível é obtido na em posto regular, que realiza entrega nos principais portos localizados no município. Há inúmeras fábricas de gelo, que atendem aos pescadores de São José de Ribamar e do município vizinho Paço do Lumiar. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em São José de Ribamar para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em São José de Ribamar COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL FORNECIMENTO DE GELO Boa Viagem Guarapiranga Ocorre na beira da praia Centro São Benedito São Raimundo 1 píer de concreto, rampas de concreto em diversos pontos e beira de rio. Uma rampa de concreto e beira de rio em alguns pontos ao longo da orla da comunidade. Trapiches de madeira e rampas de concreto ao longo dos canais que banham a comunidade. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) Há postos de combustível na sede que abastecem todas as comunidades. Há fábricas de gelo na que abastece todos os bairros. Em São José de Ribamar, há uma unidade de beneficiamento de pescado implantado e mantido pela Prefeitura Municipal. O local possui quatro funcionários contratados pela prefeitura, sendo um chefe de abastecimento, um gerente e dois operacionais, além de mais de 20 marisqueiras que trabalham em regime de associação e foram qualificadas e capacitadas para processar os produtos dentro das condições de higiene exigidas (PMSJR, 2013). Também é realizado beneficiamento nas embarcações, para preservação do pescado, além disso, o processo é repetido após a venda do pescado para peixarias e feiras da cidade (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

126 FIGURA II Unidade de beneficiamento de pescados e mariscos Fonte: Google Earth A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, haja visto que o município possui um forte mercado consumidor de pescado. Estes atravessadores são responsáveis por abastecer peixarias, feiras e redes atacadistas do município. Há ainda a atuação da Prefeitura Municipal que, em parceria com o Ministério da Pesca e Aquicultura, implantou no município o projeto Peixe nos Bairros, que conta com um caminhão frigorífico itinerante, cujo papel consiste na redução da cadeia de intermediação da compra do pescado (FIGURA II ). Há na o Mercado Municipal do J. Câmara que funciona como um importante entreposto de venda de pescado no município. Em menor escala, nota-se a atuação de atravessadores regionais que direcionam parte da produção pesqueira para o Mercado de Peixe de São Luís. FIGURA II Infraestrutura de comercialização de pescado. A: Mercado Municipal; B: Caminhão Feira do Peixe. Fonte: (A) PMSJR, (2011); (B) O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Há na pelo menos quatro estaleiros com capacidade de produzir embarcações de todos os Setembro/2015 Revisão 00 II /409

127 portes. De acordo com relato de um mestre carpinteiro, o município de São José de Ribamar já foi um dos maiores polos de construção naval do estado, fornecendo embarcações para pescadores de outras cidades. Esta informação foi confirmada em campo com o relato de um pescador de Icatu, que afirmou ter comprado sua embarcação em São José de Ribamar por considerar que neste município as embarcações possuem elevada qualidade. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em São José de Ribamar para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em São José de Ribamar COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Boa Viagem Guarapiranga Centro São Benedito São Raimundo Não há unidade de beneficiamento, a atividade é realizada nas embarcações e nas peixarias. Há uma fábrica de beneficiamento mantida pela prefeitura. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) Venda realizada para atravessadores locais estabelecidos no mercado de peixe. Também há venda para a Prefeitura e para atravessadores regionais que exportam parte da produção pesqueira do município para outras cidades. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há carpinteiros, mas não há estaleiro. Há carpinteiros e estaleiros a céu aberto, ou seja, informais e estabelecidos próximos aos corpos d água Há carpinteiros e estaleiros de médio porte com capacidade de construir embarcações de qualquer porte. Estaleiros produzem embarcações para outras cidades. Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica com gelo ou com urna frigorífica para realizar viagens mais longas. O pescado é conservado em freezers, caixas de isopor com gelo, em câmaras isotérmicas com gelo e em câmaras frigoríficas. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com Setembro/2015 Revisão 00 II /409

128 a área de pesca do município de São José de Ribamar, envolvendo as áreas de pesca das comunidades de São Raimundo e São Benedito, assim como da própria sede do município. 13. Paço do Lumiar 13.1 Embarcações e frota Foi identificada pesca artesanal em quatro comunidades do município de Paço do Lumiar: Porto de Mocajituba, Pau Deitado, Vila de Araçajy, Iguaíba e Pedrinhas. A totalidade das embarcações pesqueiras de Paço do Lumiar são construídas em madeira e são de pequeno porte, sendo que as maiores embarcações possuem até 10 metros de comprimento. Os tipos mais comuns são denominados por barco, biana, bote e canoa (ou casquinho). A TABELA II apresenta as principais características da frota das duas principais comunidades pesqueiras do município de Paço de Lumiar. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira de Paço de Lumiar COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANT DE ESTIMADA Pau Deitado Madeira de até 4m, vela ou 1 Barco Gelo Vila de Araçagy remo 3 Pau Deitado Vila de Araçagy 16 Madeira de 4 a 10m, Iguaíba Biana Gelo motorizada e a vela 3 Não Porto de Mocajituba identificado Pau Deitado Bote Madeira de até 5m, vela ou remo 15 Gelo 3 Porto do Mocajituba 20 Canoa/ Vila Araçagy Madeira de 4 a 6m, vela ou 3 Casquinho/ In natura remo Iguaíba Igarité Não identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Apetrechos e Recursos explotados As artes de pesca mais utilizadas em Paço do Lumiar consistem na zangaria e na pesca com rede de emalhe. Além destas, foram identificadas a ocorrência de outras artes de pesca no município, conforme apresentado na TABELA II No que tange as principais espécies capturadas, notam-se como extremamente relevantes, pelo valor comercial ou pela grande biomassa que possuem, a pescada-amarela e a tainha. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

129 TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Paço do Lumiar COMUNIDADE Iguaíba Pau Deitado Vila de Araçagy Iguaíba Pau Deitado Porto Mocajituba Vila de Araçagy Pau Deitado Porto Mocajituba Porto Mocajituba Vila de Araçagy Pau Deitado Manzuá APETRECHO Zangaria ou estacagem Tarrafa Linha de mão Rede caçoeira Curral Rede malhadeira Lagosta PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Camorim, tainha, pescada-amarela, pacamã, samandi, bagre Tainha, sardinha Porto Mocajituba Tapagem Tainha, bagre Pescada-amarela, uritinga, serra, peixe pedra, cavala Urichoca, sajuba, pitiu, sardinha, pescada-gó, pampo, pescada-amarela, camorim, uritinga Pescada-amarela, uritinga, bagre, arraia, camorim Camorim, tainha, pescada-amarela, pacamã, samandi, bagre Vila de Araçagy Espinhel horizontal Pescada-amarela, uritinga, serra, peixe pedra Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 13.3 Sazonalidade De acordo com os pescadores entrevistados, a safra da maioria das principais espécies capturadas ocorrem entre os meses de janeiro e junho, coincidente com a estação chuvosa (TABELA II ). Para os pescadores entrevistados esta é a época em que a maioria dos peixes se aproximam da costa para se alimentar e reproduzir, aumentando assim a produtividade das pescarias. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Paço do Lumiar RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bagre Camorim Camurupim Carapitanga Escrivão Pacamã Peixe pedra Setembro/2015 Revisão 00 II /409

130 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Peixe prata Pescada-amarela Samandi Tainha Legenda: Ocorrência Safra Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) 13.4 Áreas de pesca As áreas de pesca de Paço do Lumiar se concentram dentro da baía de São José, onde a pesca é realizada ao longo de todo o ano. Há apenas uma comunidade de pescadores que atua na baía de São Marcos, denominada Vila Araçagy. Durante o inverno há uma expansão da área de pesca para regiões mais distantes do município. As comunidades de Porto de Mocajituba, Pau Deitado e Iguaíba passam a atuar também nas proximidades do Farol de Santana (Primeira Cruz) e a comunidade de Vila de Araçagy expande sua área de pesca até a Ilha dos Lençóis (Cururupu) (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Paço do Lumiar COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Iguaíba Pau Deitado Porto de Mocajituba Vila de Araçagy Alcance paralelo à linha de costa: ao redor da ilha de São Luís, entre São José de Ribamar e São Luís Profundidades e/ou distância da costa: 1. até 1MN da costa em frente de São José de Ribamar 2. até 2MN da costa a nordeste da Ilha de Curupu 3. até 3MN da costa em frente a São Luís Alcance paralelo à linha de costa: entre Raposa e Humberto de Campos, incluindo a ilha de Santana e a região norte da baía de Tubarão Profundidades e/ou distância da costa: até 25m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: Baía de São Marcos até a proximidade do canal de acesso aos portos localizados em São Luís Profundidades e/ou distância da costa: até 6MN da costa Alcance paralelo à linha de costa: Entre Paço do Lumiar e Cururupu (ilha dos Lençóis) Profundidades e/ou distância da costa: até no máximo 8MN da costa Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Inverno (Janeiro a Junho) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

131 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Pedrinhas Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Apesar de não ter sido possível delimitar a área de pesca desta comunidade, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas a sua comunidade. Não há atividade pesqueira na do município Os pescadores que residem nesta comunidade se deslocam aos portos do município ou de São José de Ribamar. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. Não aplicável O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque é composta por rampas de concreto construídas em Pau Deitado, Iguaíba e Porto do Mocajituba (FIGURA II ). Na Vila de Araçagy encontra-se um pequeno trapiche de madeira, que embora esteja situado em uma área privada tem o acesso liberado aos pescadores. FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Paço do Lumiar. A: Pau Deitado; B: Iguaíba Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Nenhumas das comunidades possui posto de combustível próximo aos locais de embarque e desembarque. Nota-se a prática de comércio informal de combustível nas comunidades e o seu transporte irregular realizado pelos próprios pescadores ou pelos atravessadores. Os pescadores de Vila de Araçagy obtém seu combustível de Raposa ou São Luís. A única fábrica de gelo do município, localizada na comunidade Porto de Mocajituba, consiste em uma unidade de produção de pequeno porte, pública, em parceria com o Governo do Estado do Maranhão e Prefeitura Municipal. Esta fabrica fornece gelo principalmente para as comunidade Porto de Mocajituba e Iguaíba. Já os pescadores da comunidade Vila de Araçagy adquirem gelo na cidade de Raposa, município Setembro/2015 Revisão 00 II /409

132 vizinho ao de Paço do Lumiar. O mesmo ocorre com os pecadores da comunidade Pau deitado, porém a compra do gelo ocorre em São José de Ribamar, outro município vizinho. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Paço do Lumiar para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Paço do Lumiar COMUNIDADE Iguaíba Pau Deitado Porto de Mocajituba Vila de Araçagy EMBARQUE E DESEMBARQUE Possui uma rampa de concreto, descoberta e de fácil acesso terrestre Possui uma rampa de concreto, descoberta e de fácil acesso terrestre. Possui uma rampa de concreto, descoberta e de fácil acesso terrestre. Possui um trapiche de madeira privado que oferece acesso livre aos pescadores. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há posto regular privado ou público. Obtém o combustível por comercio informal. Não há posto regular. Obtém o combustível por encomenda de São José de Ribamar ou em estabelecimentos de comércio informal da comunidade. Não há posto regular privado ou público. Obtém o combustível por comercio informal. Não há posto regular. Obtém o combustível por encomenda de Raposa. FORNECIMENTO DE GELO Não há fábrica de gelo Não há fábrica de gelo Há uma fábrica de gelo pública Não há fábrica de gelo Em Paço do Lumiar, não há indústria de beneficiamento de pescado, ou qualquer tipo de estabelecimento licenciado para este tipo de atividade. A bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. No entanto, a maior parte dos peixes é comercializada pelos pescadores, sem qualquer tipo de beneficiamento, que costuma ser realizado nas peixarias e férias da cidade. A comercialização é realizada principalmente para atravessadores locais, donos de peixarias. Atravessadores regionais vindos de São José de Ribamar e de São Luís atuam comprando parte da produção para o abastecimento dos mercados destas cidades. Em menor escala, nota-se a comercialização direta para a população. Em relação a estrutura, no município não há Mercado Municipal que concentre a comercialização de pescado. A venda é realizada em pequenas peixarias ou ao ar livre. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

133 O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades. Em Porto de Mocajituba há um estaleiro informal com capacidade para construir barcos e bianas de médio porte. Assim como em Porto de Mocajituba, em Pau Deitado a informalidade também é uma característica de seu estaleiro. Nas demais comunidades foi observado que são realizadas apenas atividades de reparos (FIGURA II ). FIGURA II Informalidade dos estaleiros presentes em Paço do Lumiar. A: Porto de Mocajituba; B: Pau Deitado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Paço Lumiar para beneficiamento, comercialização, construção e reparo de embarcações, de acordo com as informações obtidas em campo. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização, construção e reparos de embarcações existentes em Paço do Lumiar COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Iguaíba Vila de Araçagy Pau Deitado Porto de Mocajituba Fonte: Levantamento de campo AECOM (2014) Não há indústria. O beneficiamento é realizado nas peixarias da cidade nas embarcações com o objetivo de preservar o pescado. Realizada para atravessadores locais, donos de peixarias, e regionais, que revendem a produção em São José de Ribamar e São Luís. Comercialização direta para população local. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há carpinteiros Há carpinteiro e uma área informal onde são realizados reparos. Há um estaleiro e carpinteiros que realizam construção de embarcações de pequeno e médio porte. Em relação ao armazenamento, nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo e nas embarcações de maior porte em urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para Setembro/2015 Revisão 00 II /409

134 realizar viagens mais longas. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca do município de Paço do Lumiar, envolvendo as áreas de pesca das comunidades de Vila dos Pescadores de Araçagy, Iguaíba, Pau Deitado e Porto de Mocajituba. 14. Raposa 14.1 Embarcações e Frota A pesca artesanal foi identificada em 4 comunidades localizadas no município de Raposa, a saber Araçagy, Porto de Raposa, Porto do Braga e Vila Lacy. Segundo levantamento de campo, a frota pesqueira de Raposa é composta principalmente por canoas e bianas de madeira de pequeno porte (TABELA II ). Notadamente, há no município a presença de embarcações construídas em fibra de vidro, que possuem médio porte e a maior autonomia de viagem dentre as embarcações artesanais do município. O principal método de conservação é o gelo, presente em todas as comunidades do município. Em todas as comunidades também foi registrado o uso de sal para conversar o pescado, além de mantê-lo in natura. TABELA II Tipologias e características das embarcações pesqueira de Raposa COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANT DE ESTIMADA Araçagy Barco de fibra Fibra de vidro, de 7 a 13 metros, com convés e casario Gelo Não identificado em campo / Porto de Raposa / Porto do Braga Barco de fibra Fibra de vidro, de 7 a 13 metros, com convés e casario Gelo 35 Araçagy Biana Madeira com 7 a 8 metros, motor de centro Gelo Não identificado em campo / Porto de Raposa / Porto do Braga Biana Madeira com 7 a 8 metros, motor de centro Gelo 50 Setembro/2015 Revisão 00 II /409

135 COMUNIDADE Vila Lacy / Porto de Raposa / Porto do Braga TIPO / NOME Biana Canoa CARACTERÍSTICAS Madeira com 7 a 8 metros, motor de centro Madeira, com até 6 metros, motorizadas MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANT DE ESTIMADA Gelo 2 Gelo, sal, in natura Vila Lacy 4 Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) 14.2 Apetrechos e Recursos Os petrechos mais comumente utilizadas em Raposa situam-se no conjunto redes de emalhe, que apresentam configurações de tamanho de abertura de malha e comprimentos distintos de acordo com as espécies-alvo disponíveis ao longo do ano. As redes são de deriva e a maioria delas são de fundo. A exceção constitui-se na rede serreira, que é lançada sob a superfície (velada). Dentre os demais apetrechos identificados em campo e indicados na TABELA II destaca-se o espinhel vertical do tipo pargueira, cuja área de pesca estende-se significativamente em direção norte TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Raposa. COMUNIDADE Araçagy Vila Lacy /Porto de Raposa /Porto do Braga APETRECHO Espinhel horizontal Espinhel vertical - Pargueira Rede Gozeira Rede Serreira Rede Pitiuzeira Rede Tainheira Rede Pescadeira/ Malhadeira Tarrafa PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, cações Pargo Pescada-gó Serra, cavala, bonito, corvina Pitiu (tainha) Tainha Pescada-amarela, corvina, gurijuba, bandeirado, uritinga Tainha Curral Tainha, xaréu, pescada-gó, camorim Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) 14.3 Produção e Sazonalidade Conforme pode ser observado na TABELA II , a safra em Raposa pode durar praticamente todo o ano, no caso das espécies pescada-amarela, serra e uritinga. já no caso de algumas espécies como Setembro/2015 Revisão 00 II /409

136 bandeirado, cação rabo seco, corvina e guaivira a safra se concentra no primeiro semestre do ano (AECOM, 2013; 2015). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Raposa RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bandeirado Cangoatá Cavala Corvina Guaivira Lagosta Pargo Pescada-amarela Serra Timbiro Uritinga Legenda: Ocorrência Safra Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) Áreas de pesca A área de pesca compreendida pela frota de Raposa abrange a extensão entre as regiões: da Baía de São Marcos à Baía de Marajó. A profundidade de 150 metros é a máxima alcançada em geral pelas bianas e embarcações de fibra de vidro. A TABELA II apresenta a síntese das áreas de pesca mencionadas. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Raposa COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Araçagy Vila Lacy Alcance paralelo à linha de costa: Entre Raposa e Cururupu Profundidades e/ou distância da costa: até 22m de profundidade, bem como dentro da baía de São Marcos e nos rios e igarapés de Raposa Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

137 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE / Porto de Raposa / Porto do Braga Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2015) Alcance paralelo à linha de costa: entre Tutóia e Belém Profundidades e/ou distância da costa: 1. Pesca de curral realizada em frente às dunas de Raposa 2. até 25m de profundidade, de Primeira Cruz a Bragança 3. entre 25 a 150m de profundidade, de Tutóia a Belém/PA 4. Dentro da baía de São Marcos e nos rios e igarapés de Raposa Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque encontra-se disponível apenas na, no Porto do Braga. Nesta localidade o porto está em ótimo estado de conservação. Nas demais comunidades o desembarque é realizado na beira do rio ou da praia, sem qualquer infraestrutura de apoio (FIGURA II ). FIGURA II Locais de embarque e desembarque em Raposa: (A) Porto do Braga; (B) Porto de Raposa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2014) O combustível é obtido em posto regular. Na há mais de uma fábrica de gelo, que atendem a demanda do município. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Raposa para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

138 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Raposa COMUNIDADE Araçagy / Porto de Raposa / Porto do Braga Vila Lacy EMBARQUE E DESEMBARQUE Ocorre na beira de rio. Ocorre na beira de praia. Há cais de concreto, público e sem cobertura. Acesso fácil e bom estado de conservação. Ocorre na beira de rio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há estrutura. O combustível é obtido na. Posto de combustível regular. O transporte do combustível é realizado em tambores até as embarcações. Posto de combustível regular localizado na. O transporte do combustível é realizado em tambores até as embarcações. FORNECIMENTO DE GELO Não possui fábrica de gelo. Obtém o insumo na. Há fábricas de gelo próximas ao local de embarque e desembarque. Não possui fábrica de gelo. Obtém o insumo na. Em Raposa, não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. A comercialização é realizada principalmente por atravessadores locais que atuam com a revenda do pescado para feiras livres e comerciantes locais. Já os atravessadores regionais também atuam como comerciantes, ou seja, realizam a revenda do pescado em suas próprias peixarias e na exportação do pescado para o Mercado de Peixe de São Luis. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

139 FIGURA II Infraestruturas de comercialização do pescado em Raposa: (A) Peixarias no Porto de Raposa e (B) Mercado Municipal do Peixe Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades, sendo que apenas na há um estaleiro com capacidade para construir barcos e bianas de médio porte. Nas demais comunidades, ocorre apenas reparo de embarcações e construções de embarcações de pequeno porte. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Raposa para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização, construção e reparos de embarcações existentes em Raposa COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Araçagy / Porto de Raposa / Porto do Braga Vila Lacy Não há infraestrutura de beneficiamento. Beneficiamento ocorre nas embarcações com a retiradas das vísceras e limpeza. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) Vendem o peixe para os atravessadores regionais, que revendem para o Mercado de Peixe de São Luis. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há carpinteiros que realizam construção de embarcações pequenas e reparo e manutenção de embarcações maiores. Há estaleiro com capacidade de construir barcos de pequeno porte. Há carpinteiros que realizam apenas reparo e manutenção de embarcações. O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte é utilizado urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo e caixas Setembro/2015 Revisão 00 II /409

140 frigoríficas para realizar viagens mais longas. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. O município também possui um frigorífico. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca do município de Raposa, envolvendo as áreas de pesca das comunidades de Vila Lacy, Araçagy, Porto do Braga e Porto de Raposa. 15. Cajapió 15.1 Embarcações e frota Embora haja no município de Cajapió 10 comunidades, somente 2 foram caracterizadas pelos pescadores quanto a pesca artesanal realizada: Inglaterra e a sede municipal. A frota de Cajapió se restringe a canoas e bianas. As canoas podem ser movidas a remo, à vela, a motores de centro e a motores de rabeta, sendo todas elas confeccionadas em madeira. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Cajapió COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Inglaterra Inglaterra Canoa Biana Embarcações de madeira, de 3 a 8 m, movidas a vela, remo ou motor rabeta Embarcações de madeira, de 3 a 8 m, movidas a vela e motor de centro MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo 10* Gelo Gelo 10* Legenda: * Não soube especificar a quantidade de cada tipo de embarcação - Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 15.2 Apetrechos e recursos explotados QUANTIDADE ESTIMADA Não identificado em campo A pesca artesanal em Cajapió utiliza um número razoável de apetrechos, sendo principalmente tarrafa, mas também usam malhadeira, rede e choque. Na pesca em água salgada, os pescadores citaram as seguintes artes: malhão, espinhel, rede de arrasto, zangaria, puçá e landruá, rede de tapajó, rede de lanço e zangaria. O malhão atinge até 12 metros de profundidade enquanto o espinhel até 20 metros, no inverno há muita Setembro/2015 Revisão 00 II /409

141 pescaria de espinhel de até 600 anzóis (24 quarteirões com 25 anzóis em cada um), as iscas usadas no espinhel são camarão ou caranguejinho. Dentre os recursos pesqueiros explorados, têm-se para água doce traira, acará, bagrinho e piranha, enquanto que para água salgada robalo, traioto, pacamão, bagre, tainha, uritinga, burijuba, bandeirada, mero, pescadaamarela (amarela, jurapara, cururuca), jupiranga, solha, arraia, camarão (pitica e branco), catinga (bagaião), arraia (bicuda, morcego, pintada, boi) e tubarão (pirtinga, espadarte). A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Cajapió COMUNIDADE Inglaterra Inglaterra APETRECHO Espinhel Rede de emalhar Socó (choque) Tarrafa Zangaria Rede de lanço Rede de tapajó Landuá Rede de arrasto Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 15.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Traioto, robalo, uritinga, pacamão, bagre, curitinga, burijuba, bandeirada, pescada (amarela, jurapara, cururuca), jupiranga, tainha, solha, arraia, catinga (bagaião), arraia (bicuda, morcego, pintada, boi), tubarão (pirtinga, espadarte) e mero. Traioto, robalo, uritinga, pacamão, bagre, curitinga, burijuba, bandeirada, pescada (amarela, jurapara, cururuca), jupiranga, tainha, solha, arraia, catinga (bagaião), arraia (bicuda, morcego, pintada, boi), tubarão (pirtinga, espadarte), mero, traira, acará, bagrinho, piranha Traira, acará, bagrinho, piranha Traioto, robalo, uritinga, pacamão, bagre, curitinga, burijuba, bandeirada, pescada (amarela, jurapara, cururuca), jupiranga, tainha, solha, arraia, catinga (bagaião), arraia (bicuda, morcego, pintada, boi), tubarão (pirtinga, espadarte) e mero Traioto, pacamão, bagre, curitinga, burijuba, bandeirada, pescada (amarela, jurapara, cururuca), jupiranga, tainha, solha, arraia, catinga (bagaião), arraia (bicuda, morcego, pintada, boi), tubarão (pirtinga, espadarte) e mero Pescada-amarela, bagre, robalo e uritinga De acordo com o levantamento de campo, a safra de algumas importantes espécies capturadas pelos pescadores do município ocorre no período chuvoso, entre os meses de janeiro e julho (TABELA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

142 TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Cajapió RECURSOS EXPLOTADOS Acará Bagrinho Curimatã Camorim Jejú Piranha Piaba Traira Tilápia JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 15.4 Áreas de pesca O município de Cajapió possui atividades de pesca tanto em água doce, quanto em água salgada. A pesca em água doce de Cajapió ocorre nas áreas de várzea e nos igarapés, os limites são as fronteiras dos municípios de São Bento, Bacurituba e São Vicente Ferrer. Os pescadores afirmaram que a pesca em água salgada ocorre na Bacia do Mearim, em uma profundidade máxima de 15 metros, preferencialmente na Ilha dos Caranguejos. Seu limite para dentro do rio são os municípios de Viana, Arari e Rosário, enquanto o limite para a Baía de São Marcos é o município de São Luis. Até a capital, são navegados cerca de 50 km, que é ponto de partida para as comunidades de Coqueiro, Porto Grande e Estiva. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Cajapió. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Cajapió COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Inglaterra Alcance paralelo à linha de costa: na baía de São Marcos, até a altura das comunidades de Coqueiro, em São Luís Profundidades e/ou distância da costa: até cerca de 20MN da comunidade em direção ao mar OBS: principal área de pesca se encontra no entorno da ilha do Caranguejo Alcance paralelo à linha de costa: na baia de São Marcos, até as proximidades de Raposa (margem direita) e da ilha do Cajual (margem esquerda) Profundidades e/ou distância da costa: cerca de 33MN da comunidade em direção ao mar Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

143 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Itapeua Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não foi possível obter informações que permitisse delimitar esta área de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distante da sua respectiva comunidade. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível na e na comunidade Inglaterra (FIGURA II ). Nas áreas de várzea do município, o embarque e desembarque são realizados sem infraestrutura de apoio, ocorrendo na beira de rio, de seus afluentes ou igarapés. FIGURA II Infraestrutura de desembarque em Cajapió: (A) Pesca artesanal em áreas de várzea; (B) Terminal de Passageiros da, local que dá acesso ao mar pelo rio Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Em Cajapió existe apenas uma pequena fábrica de gelo localizada no Terminal de Passageiros da do município. Os pescadores que atuam em água salgada adquirem o gelo nesta pequena fábrica da, no município de São Vicente Ferrer ou da produção de sua própria residência. Em relação ao abastecimento das embarcações, a gasolina e o diesel são comprados nos posto de combustível do município. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Cajapió para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

144 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Cajapió COMUNIDADE Inglaterra EMBARQUE E DESEMBARQUE Há um terminal de embarque e desembarque. Há uma terminal de embarque e desembarque construído em concreto e de acesso público. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura, sendo utilizado posto na sede do município. Há uma posto de combustível privado regular. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. Gelo comprado na fábrica da. Há uma fábrica de gelo. O gelo também é obtido através de fabricação caseira ou comprado no município de São Vicente Ferrer. Em Cajapió, não há infraestrutura de beneficiamento de pescado e o peixe capturado é comercializado inteiro. Apesar da pesca nos campos possuir um caráter de subsistência, os pescadores disseram que eles mesmos vendem o pescado excedente para a população ou para atravessadores locais e regionais. O pescado de água salgada é vendido geralmente para atravessadores de Cajapió, mas as vezes são vendidos para atravessadores dos municípios de Icatu e Rosário. Os pescadores ainda afirmaram que também vão a São Luís para vender o pescado. Não existe estaleiro no município de Cajapió. Quando necessário, o próprio dono faz o reparo em sua embarcação. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Cajapió para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Cajapió COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Inglaterra Não há infraestrutura e o peixe é vendido inteiro. Não há infraestrutura e o peixe é vendido inteiro. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O pescado é vendido geralmente para atravessador local e, as vezes, para atravessadores dos municípios de Icatu e Rosário. O pescado é vendido para moradores do município, algumas vezes vendem para atravessadores regionais que o levam para São Luis. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há infraestrutura. O próprio pescador faz os reparos em sua embarcação. Não há infraestrutura. O próprio pescador faz os reparos em sua embarcação. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

145 O armazenamento em embarcações de menor porte é realizado em basquetas de plástico e em caixas de isopor. Já nas embarcações de maior porte é comum a utilização de urnas isotérmicas. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca da sede do município de Cajapió. 16. Bacurituba 16.1 Embarcações e frota O município de Bacurituba tem 21 comunidades, mas somente quatro comunidades foram caracterizadas pelos pescadores entrevistados, são elas: Prazeres, Tucum, Tamanduá e a sede municipal. Segundo os pescadores locais, a canoa é o único tipo de embarcação em Bacurituba. O tamanho das canoas pode variar de 3 a 6 metros de comprimento. Os pescadores que pescam nos rios utilizam canoas movidas a remo e a motores de rabeta, enquanto os que pescam na foz do rio utilizam canoas movidas a motores de rabeta, pois elas tem a capacidade de ir até 200 metros de distância da costa. A pesca na Baía de São Marcos é feita com canoas movidas a vela (TABELA II ). TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Bacurituba COMUNIDADE Tucum Beira de Costa Prazeres TIPO / NOME Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS Madeira, de 3 a 6 m, propulsão a vela, remo ou motor rabeta Madeira, de 3 a 6 m, propulsão a vela, remo ou motor rabeta Madeira, de 3 a 6 m, propulsão a vela, remo ou motor rabeta Madeira, de 3 a 6 m, propulsão a vela, remo ou motor rabeta MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo Gelo Gelo Gelo QUANTDE ESTIMADA Não identificado em campo 7 a vela e 4 motorizadas 2 a remo 5 a remo e 5 motorizadas Setembro/2015 Revisão 00 II /409

146 16.2 Apetrechos e Recursos explotados O principal apetrecho de pescaria identificado durante o trabalho de campo consiste na tarrafa. O caniço é mais usado no mês de maio, enquanto a malhadeira e choque (socó) são mais utilizadas nos meses de novembro e dezembro. Os pescadores também disseram que a pesca de linha de mão é muito praticada no município. Várias artes de pesca são usadas na pescaria em água salgada, os pescadores citaram a rede, lanço, caçoeira, zangaria, malhão, espinhel (com 200 a 250 anzóis), curral e puçá. Os peixes capturados de água doce são: traíra, jeju, acará e piranha, tilápia, piaba, camorim, bagrinho e curimatã. Os pescadores entrevistados também relataram que os principais pescados de água salgada são: camarão, bagre, arraia, corvina, cururuca, caranguejo, traioto, siri, pescada-branca, pescada-amarela e tainha. A caracterização em campo registrou os diferentes valores das diferentes espécies de pescado no município. A TABELA II apresenta as espécies capturadas e os apetrechos utilizados na pesca do município de Bacurituba. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Bacurituba COMUNIDADE APETRECHO Tucum Rede mutalha ou tapagem Pescada-amarela Beira de costa Prazeres Beira de costa Prazeres Espinhel Rede com anzol Lanço Rede caçoeira Zangaria Rede de emalhe Caniço Socó (choque) Tarrafa Linha de mão Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 16.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, bagre, arraia, corvina, cururuca, tambaqui e peixe preto Traira, jeju, acará e piranha Acará, bagre, traioto, bagrinho, camorim, curimatã, jeju, piaba, piranha, Tambaqui, peixe preto, tilápia, traíra Acará, jeju, traíra, piranha, piaba, tilápia, camorim, bagrinho e curimatã No que tange à sazonalidade, a pesca ocorre entre os meses de abril e novembro para boa parte dos recursos pesqueiros, que são de água doce, fora do período de piracema. O defeso ocorre de acordo com a Portaria IBAMA n 85/03-N, que trata sobre o período da piracema para os rios Pindaré, Maracaçumé, Mearim, Itapecuru, Corda, Munim, Turiaçu, Flores, Balsas e Grajaú, bem como em igarapés, lagos, barragens e açudes públicos do Maranhão, o período de proibição vai de 1º de dezembro a 30 de março. Conforme esta Portaria, somente é permitida na época da piracema, a pesca mediante a utilização de linha de mão ou vara, Setembro/2015 Revisão 00 II /409

147 linha e anzol, molinete ou carretilha e caniço. Cada pescador poderá capturar por dia, no máximo, cinco quilos de peixes para subsistência de sua família. De acordo com as entrevistas realizadas, durante o levantamento de campo o período de safra de algumas espécies capturadas situa-se entre abril e novembro. De acordo com os pescadores, esta é uma safra que está relacionada ao período em que a pesca não está proibida pela ocorrência do defeso da piracema que é estabelecido entre dezembro e março (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Bacurituba RECURSO EXPLOTADO Acará Bagrinho preto Curimatã Jeju Piranha Tambaqui Tilápia Traioto Traíra JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 16.4 Áreas de pesca Segundo os pescadores locais, a pesca de água doce em Bacurituba ocorre nos campos e igarapés, o limite máximo de atuação é a foz do rio na Baía de São Marcos. A pesca em água salgada ocorre preferencialmente nos pesqueiros da Ilha dos Caranguejos e Tamanduaí, normalmente, o limite fica em Itauna que pertence a Cujupe, município de Alcântara. Hoje em dia, dificilmente pescam com barco a vela em Alcântara e Guimarães, no passado iam com mais frequência. Os pescadores disseram ainda que navegam até São Luís, mas somente para vender o pescado. As áreas de pesca não apresentam variações sazonais. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Bacurituba. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Bacurituba COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Beira de Costa 1 Alcance paralelo à linha de costa: na Baía de São Marcos, entre Bacurituba e Alcântara (Porto de Cujupe) Profundidades e/ou distância da costa: até 1MN da costa Pesqueiros não georreferenciados: Itauna, Ilha dos Caranguejos Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

148 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Prazeres 1 Tucum Jacaré Tamanduaí Alcance paralelo à linha de costa: Foz do Rio Mearim, próximo à ilha do Caranguejo Profundidades e/ou distância da costa: até 10MN da comunidade em direção ao mar Alcance paralelo à linha de costa: a pesca é realizada apenas em águas interiores, em áreas de várzeas Profundidades e/ou distância da costa: pescadores informaram que durante as cheias as áreas alagadas podem alcanças até 5m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Cabeceira, Tamandoaí,1ª ponte de Bacurituba Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. 1- Não foi possível georreferenciar estas comunidades em campo As áreas de pesca foram delimitadas com auxílio do representante da Colônia de Pescadores Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A infraestrutura de embarque e desembarque encontra-se presente apenas nas comunidades de Prazeres e, onde se encontra em cada uma, um cais de concreto. Nas demais comunidades as atividades de embarque e desembarque ocorrem diretamente na beira da praia e do rio. Segundo os pescadores da região, não há fábrica de gelo em Bacurituba e por isso o pescado é vendido fresco. Quando há necessidade de conservação, os pescadores utilizam o gelo de produção caseira. Parte do gelo produzido domesticamente é comercializado. Em relação ao abastecimento das embarcações, os pescadores disseram comprar gasolina e diesel no posto de combustível do município. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bacurituba para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Bacurituba COMUNIDADE Tucum EMBARQUE E DESEMBARQUE Diretamente na margem do rio, sem infraestrutura de apoio. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura. Combustível comprado na sede. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. Gelo de fabricação caseira. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

149 COMUNIDADE Beira de Costa Prazeres EMBARQUE E DESEMBARQUE Diretamente na praia, sem infraestrutura de apoio. Há um píer de concreto (Porto de Batazal). Há um píer de concreto (Cais do Ivo). Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura. Combustível comprado na sede. Não de aplica. Há um posto de combustível privado regular. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. Gelo comprado em Tucum, de fabricação caseira. Não há infraestrutura. Gelo de fabricação caseira. Não há unidade de beneficiamento no município. Este tipo de atividade é realizado nas feiras e peixarias da cidade no momento de revenda do pescado. A caracterização em campo identificou que não existe estaleiro no município, as canoas são reparadas por marceneiros locais. Em muitas ocasiões, o próprio pescador faz os serviços gerais de manutenção em sua embarcação devido a limitações financeiras. As canoas são compradas no município vizinho de São Bento e são feitas com madeira de jaca, tarumã e louro-rosa, oriundas de São Bento e Bacurituba. O peixe no município é vendido inteiro ou cortado, neste último caso, a limpeza do peixe é feita para ocupar menos espaço no freezer e assim ganham mais tempo para encontrar compradores. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bacurituba para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Bacurituba COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Tucum Beira de Costa Prazeres Não há infraestrutura. O beneficiamento é realizado para revenda, pelos próprios pescadores. Não há infraestrutura. O beneficiamento é realizado para revenda, pelos próprios pescadores. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há infraestrutura. Vendem para atravessadores que ficam aguardando o desembarque. Não há infraestrutura. Vendem para atravessadores que ficam aguardando o desembarque. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há infraestrutura. Carpinteiro naval faz embarcações e os reparos. Não há infraestrutura. Os próprios pescadores realizam os reparos. Em relação ao armazenamento nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

150 16.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 17. Alcântara 17.1 Embarcações e frota Os pescadores entrevistados caracterizaram a pesca artesanal de 05 comunidades em Alcântara: São Joao Cortes, Ponta de Areia, Vista Alegre, Prainha e a sede municipal. A maior parte da frota de Alcântara é de médio porte, construída em madeira, com comprimento entre quatro e nove metros e movida a motor ou vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo. Observou-se em campo uma intensa atividade pesqueira com duração de apenas um dia. Esta pescaria é realizada no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Alcântara COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE ESTIMADA Vista Alegre 1 15* Ponta D Areia Canoa Embarcações de madeira, motor e vela, de 4 a 6 m Gelo 17 Prainha 50 São João dos Côrtes Não identificado 15* Prainha Embarcações de madeira, 22 Biana Gelo Vista Alegre motor, de 4 a 9 m Não identificado São João dos Côrtes 15* Ponta D Areia Embarcações de madeira, Barco/Bote motor, de 7 a 9 m Gelo 5 São João dos Côrtes Não identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015). *numero total entre canoa, biana e bote/barco na sede do município Apetrechos e Recursos explotados A pesca artesanal em Alcântara utiliza um número elevado de apetrechos, voltados para a captura de um leque de opções diversificado de recursos pesqueiros. Destaca-se no conjunto de apetrechos o conjunto de Setembro/2015 Revisão 00 II /409

151 redes de emalhe, que apresentam diversas formas e usos. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Alcântara COMUNIDADE APETRECHO Ponta D Areia Rede de lanço Bagre, tainha São João dos Côrtes Rede gozeira Pescada-gó PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Vista Alegre Zangaria Tainha, pescada-gó, corvina, sardinha, bagre, traioto Escora Rede caçoeira Rede Tainheira / Urichoqueira Tainha, pescada-gó, corvina, sardinha Arraia, juripiranga, bandeirado, pescada-amarela, cambeu, gurijuba, tainha, bagre, pacamão, camorim Tainha, corvina, sardinha Prainha Linha mão Jurupiranga, pescada-amarela, uritinga, corvina, gurijuba, arraia, cação, peixe-pedra Ponta D Areia Ponta D Areia Prainha São João dos Côrtes Vista Alegre Tarrafa Rede de tapagem Espinhel Rede malhadeira / malhão Curral Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Tainha, sardinha, traioto Sardinha, bagre Jurupiranga, pescada-amarela, uritinga, corvina, gurijuba, arraia, cação, peixe-pedra Arraia, juripiranga, bandeirado, pescada-amarela, cambeu, gurijuba, tainha, bagre, camorim, corvina Pescada-amarela, camorim (robalo), gurijuba, pirapema, mero, cangatã, pacamão e jurupiranga 17.3 Sazonalidade No que tange à sazonalidade nota-se que a pescaria no verão, utilizando a tapagem, rende 80 kg de pescado, enquanto na época da cheia, os apetrechos de pesca com malha maior conseguem capturar 200 kg de pescado. Conforme relatado em campo, de janeiro a março todos os tipos de peixes são capturados, porém em baixa quantidade. Segundo os pescadores entrevistados, no início das chuvas a pesca é mais produtiva, e assim de abril até julho são pescada-amarela todas as espécies. No período de julho a dezembro, de acordo com os pescadores, há muito vento e isso afasta o peixe da costa. A pesca neste período torna-se mais voltada para a subsistência. Na safra (de abril até julho) o valor de todos os pescados diminui, pois a oferta aumenta, mas mesmo assim, os pescadores relataram que essa é a melhor época para venda, devido à grande quantidade. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

152 TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Alcântara RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Arraia Bagre Bandeirado Cação Cambeu Camorim Cangatã Corvina Gurijuba Jurupiranga Mero Pacamão Peixe Pedra Pescada-amarela Pescada-gó Pirapema Sardinha Tainha Tralhoto Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 17.4 Áreas de pesca De acordo com os dados obtidos em campo, no verão a pesca é mais frequente nos igarapés, enquanto na época da cheia, a pesca é mais forte em alto mar e nas baías de Cumã e São Marcos. Em alto mar a pesca ocorre geralmente no período das cheias, e os limites são os municípios de: Guimarães (na comunidade de Araoca), Cedral (na comunidade de Outeiro) e São Luís. A pesca ocorre próximo à costa atingindo o limite máximo de duas ou três milhas náuticas. Poucos pescadores afirmaram pescar no município de Cururupu. Na Baía de São Marcos, a pesca ocorre entre o Farol da Pirarema em Alcântara e Itacurumim em São Luís (onde os navios ficam ancorados). A profundidade máxima nesses locais é de 30 metros e o limite dentro da Setembro/2015 Revisão 00 II /409

153 baía é a Ilha do Caranguejo (no município de Cajapió), que possui uma profundidade máxima de 10 metros. Já na Baía de Cumã, no período das cheias, os pescadores chegam a atuar até Outeiro (município de Cedral) e na comunidade de Vista Alegre. A profundidade máxima é de 30 metros e alguns pesqueiros são conhecidos como Camboa, Imbotiua, Recife de Marajá e Cambriges (em frente ao povoado de Vista Alegre). A pesca nos Igarapés ocorre principalmente no verão, os igarapés mais utilizados na Baía de Cumã são: Igarapé do Itapetininga (até o município de Bequimão), Igarapé do Pericumã (até o município de Pinheiro) e o Igarapé do Aniba (até o Igarapé do rio Raimundo do Sul). Na Baía de São Marcos, pescam desde a cabeceira do igarapé até a Base da Aeronáutica. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Alcântara. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Alcântara Vista Alegre COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Ponta da Areia Prainha São João dos Côrtes Canavieira Canelatiua Pacuri Mamuna Manival Esteio Japeu Croa Oitua Castelo Perizinho Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: Na Baía de São Marcos, desde Cajapió/Bacabeira (Ilha do Caranguejo), até Raposa (Itacurumim área de fundeio) Profundidades e/ou distância da costa: Dentro da baía até 30 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: De Vista Alegre até a Ilha do Cajual, incluindo a Baía do Cumã Profundidades e/ou distância da costa: Até 3MN da costa Pesqueiros não georreferenciados: Cambriges Alcance paralelo à linha de costa: De Vista Alegre (Alcântara) até Outeiro (Guimarães), incluindo a baía de Cumã Profundidades e/ou distância da costa: até 1,5 MN da costa Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

154 17.5 Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na (Porto do Jacaré), em São João dos Côrtes (Cais de São João dos Côrtes) e em Prainha (Porto da prainha ou em portos de trapiche). Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio, ocorrendo às margens do rio, na comunidade, e na praia Vista Alegre. O combustível é obtido em postos de combustível da região. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há duas fábricas na região, em Pirainha e Guimarães, mas boa parte é de fabricação caseira. Nas demais comunidades a conservação do pescado é realizada com sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. Há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Alcântara para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Alcântara COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE Cais público, de concreto e metal, em mal estado de conservação (Porto do Jacaré). FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Comprado no posto de combustível da. FORNECIMENTO DE GELO Comprado na fábrica de Prainha ou produzido em domicílio. Vista Alegre Sem infraestrutura, desembarque na praia. Comprado no posto de combustível da ou em São Luís. Comprado na fábrica de Guimarães ou produzido em domicílio. Ponta D Areia Sem infraestrutura, desembarque no rio. Comprado no posto de combustível da ou em Guimarães. Comprado na fábrica de Guimarães. São João dos Côrtes Cais público de São João dos Côrtes. Comprado no posto de combustível de Alcântara e Guimarães. Comprado na fábrica de Guimarães ou produzido em domicílio. Prainha Porto da Prainha e em um trapiche de madeira. Comprado no posto de combustível de São Luis ou em Bequimão. Produzido em domicílio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Em Alcântara, o beneficiamento ocorre ainda a bordo das embarcações, com a retirada do grude e das vísceras de algumas espécies, além disso, o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado. O município não conta com indústria de beneficiamento de pescado. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

155 A comercialização é realizada principalmente por atravessador regional, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe de São Luís/MA. Em menor escala, nota-se a comercialização local, para proprietários de peixarias, ambulantes, feirantes e também diretamente para o consumidor final (população). O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades, mas especialmente em São João dos Côrtes, que recebe a maior parte das embarcações para reparo. Na, o Porto do Jacaré é utilizado para embarque e desembarque de diversas mercadorias, entre elas o pescado. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Alcântara para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Alcântara COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Vista Alegre Ponta D Areia São João dos Côrtes Prainha Não há infraestrutura de beneficiamento Não há infraestrutura de beneficiamento Não há infraestrutura de beneficiamento Não há infraestrutura de beneficiamento Não há infraestrutura de beneficiamento Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Vende o pescado para atravessador que aguarda o desembarque. Peixe é levado de carro para Alcântara e então de barco para São Luís. O peixe capturado no curral vai direto para São Luís de barco. Vendem para atravessador Quando tem pouco pescado, a venda é na própria comunidade. Em caso, de muitos peixes a venda é feita próxima a comunidade. Dado não fornecido pelos entrevistados. CONSTRUÇÃO E REPAROS Os reparos são feitos por três marceneiros no Porto do Jacaré. Em alguns casos, vão a São João dos Côrtes. Os reparos são feitos em São João dos Côrtes, pois na comunidade há um estaleiro e muitos carpinteiros. Embarcações compradas e reparadas na comunidade de São João dos Côrtes. E nos municípios de São José de Ribamar e Raposa. Reparos feitos pelo próprio pescador ou feitos no estaleiro da comunidade. Dado não fornecido pelos entrevistados. Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os Setembro/2015 Revisão 00 II /409

156 atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas e em caminhões com urna frigorífica. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca da sede do município de Alcântara. 18. Bequimão 18.1 Embarcações e frota Segundo os representantes da Colônia de Pescadores, as embarcações do município são canoas de 4 a 5 metros com rabeta ou remo e canoas de 9 metros com motor a diesel. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Bequimão COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Estiva Madeira, de 6 a 9 metros, 3 Barco Gelo Santana motorizadas. 15 Estiva QUANTIDADE ESTIMADA Santana 22 a remo, 3 motor Paracatiua Madeira, de 3 a 8 metros, a Canoa Gelo 50 remo ou motorizadas. 120/130 canoas 5 Pontal Não identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 18.2 Apetrechos e Recursos explotados O apetrecho de pesca que captura mais peixe na água doce é a rede malhadeira. Outras artes de pesca utilizadas são: tarrafa, socó, caniço, vara, choque e matapi. Na pesca em água salgada, os pescadores relataram que o principal apetrecho de pesca é a zangaria, e também citaram as seguintes artes: rede alta, Setembro/2015 Revisão 00 II /409

157 rede tainheira, rede malhadeira, linha de mão e rede fina, espinhel e tarrafa, puçá, espinhel, malhão, rede gozeira, rede tainheira e rede serreira. Os peixes capturados de água doce, são: jeju, acará, tilápia, tambaqui, traíra, muçum e piranha. Na água salgada, a tainha e o bagre são os peixes mais capturados, mas também pescam: pacamão, corvina, bandeirada, camorim, uriacica, peixe-pedra, pescadinha, uritinga, pescada-amarela, camarão e caranguejo. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Bequimão COMUNIDADE APETRECHO Estiva Rede fina Bagre, pacamão, tainha média Pontal Matapi Jeju, acará, traíra e mussum PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Santana Estiva Santana Pontal Santana Santana Paracatuia Caniço Vara (linha e anzol) Tarrafa Rede tainheira Rede gozeira Rede serreira Rede alta Zangaria Socó Espinhel Tainha (mais capturado), corvina, peixe-pedra, pacamão, pescadinha, uritinga, bagre e pescada-amarela Tainha (mais capturado), corvina, peixe-pedra, pacamão, pescadinha, uritinga, bagre e pescada-amarela Bagre, corvina, jeju, acará, pacamão, pescada-amarela, tainha, tainha média, traíra, uriacica Pescada-amarela, corvina, bagre, tainha, uriacica, traíra, jeju e acará Bagre, pacamão, tainha média Bagre, pescada-amarela, corvina, jeju, acará, pacamão, peixepedra, pescada-gó, tainha (mais capturado), traíra, uriacica, uritinga Acará, bagre, pescada-amarela, corvina, jeju, pacamão, peixepedra, pescada-gó, tainha (mais capturado), traíra, mussum, uritinga Bagre, pescada-amarela, bandeirada, camorim, corvina, muçum, piranha, pacamão, peixe-pedra, peixes pretos, pescada-gó, tainha (mais capturado), tambaqui, tilápia, uritinga Estiva Paracatiua Pontal Santana Rede malhadeira Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Acará, bagre, bandeirada, camorim, corvina, jeju, muçum, pacamão, peixe-pedra, peixes pretos, pescada-amarela, pescadinha, piranha, tainha, tambaqui, tilápia, traíra, uriacica, uritinga Setembro/2015 Revisão 00 II /409

158 18.3 Sazonalidade No que tange à sazonalidade, a pesca ocorre entre os meses de abril a novembro para boa parte dos recursos pesqueiros, que são de água doce, fora do período de piracema. O defeso ocorre de acordo com a Portaria IBAMA n 85/03-N, que trata sobre o período da piracema para os rios Pindaré, Maracaçumé, Mearim, Itapecuru, Corda, Munim, Turiaçu, Flores, Balsas e Grajaú, bem como em igarapés, lagos, barragens e açudes públicos do Maranhão, o período de proibição vai de 1º de dezembro a 30 de março. Conforme esta Portaria, somente é permitida na época da piracema, a pesca mediante a utilização de linha de mão ou vara, linha e anzol, molinete ou carretilha e caniço. Cada pescador poderá capturar por dia, no máximo, cinco quilos de peixes para subsistência de sua família. A pesca nos campos ocorre entre os meses de janeiro e julho, assemelhando-se ao município de Cajapió. Os pescadores complementam sua renda com outras atividades, tais como, criação de animais como boi, galinha, porco e cavalo, e também da lavoura, onde plantam mandioca, arroz e milho. Os pescadores disseram preferir a pescaria nos campos, porque segundo eles é uma pesca menos onerosa, menos cansativa, mais rápida e aonde pode atuar sem auxílio de ajudante. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Bequimão RECURSOS EXPLOTADOS Acará Bagrinho Curimatã Camorim Jejú Piranha Piaba Traira Tilápia JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 18.4 Áreas de pesca A pesca em água doce de Bequimão ocorre nas áreas de várzea que ficam próximas à comunidade. Os campos, quando cheios, chegam a meio metro em média de profundidade, atingindo, no máximo, 2 metros. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

159 Os pescadores afirmaram que a pesca em água salgada ocorre sempre próxima à costa e os locais mais distantes são municípios de Carutapera e Candido Mendes, no Maranhão. Na Baía de Cumã, pescam desde a foz do rio Pericumã e o limite leste é Araoca no município de Guimarães, enquanto o limite oeste é o Farol de Pacurumim, no município de Alcântara. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Bequimão. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Bequimão COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Estiva Pontal Paracatiua Santana Calhau Ponta do Soares Bebedouro Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: Entre Bequimão e Carutapera (baía do Irimirim) Profundidades e/ou distância da costa: até no máximo 10MN da costa Alcance paralelo à linha de costa: atuação próxima à comunidade em áreas alagava Profundidades e/ou distância da costa: Os pescadores informaram que quando os campos alagáveis estão cheios chegam 2 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: baía do Cumã, sendo o limite leste é Araoca no município de Guimarães e o limite oeste é o Farol de Pacurumim, no município de Alcântara Profundidades e/ou distância da costa: até 26MN das comunidades em direção ao mar Alcance paralelo à linha de costa: Entre Bequimão e Apicum-Açu (Baía do Turiana), incluindo o entorno da ilha dos Lençóis (Cururupu) Profundidades e/ou distância da costa: até no máximo 10MN da costa Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A infraestrutura de embarque e desembarque encontra-se presente apenas em Paracatuia e na. Nas demais comunidades o desembarque e embarque são realizados sem qualquer tipo de infraestrutura de apoio. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

160 Existe uma pequena fábrica de gelo localizada na do município junto ao cais. Os pescadores também compram o gelo nos município de Guimarães e Alcântara. Alguns pescadores, principalmente de água doce, disseram produzir o gelo em domicílio e outros afirmaram conservar o pescado no sal. Em relação ao abastecimento das embarcações, a gasolina e diesel são comprados nos quatro postos de combustível presentes na. Os pescadores dos povoados mais distantes da compram o combustível de um revendedor local. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bequimão para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Bequimão COMUNIDADE Estiva Santana Paracatuia Pontal EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há infraestrutura. Desembarque ocorre no rio da comunidade. Não há infraestrutura. Desembarque ocorre no rio da comunidade. Há um píer flutuante. Não há infraestrutura. Desembarque no rio da comunidade. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há estrutura. Combustível é adquirido na e em Guimarães. Não há estrutura. Combustível é adquirido na e em Guimarães. Não há estrutura. Combustível é obtido em estabelecimentos informais Não há estrutura, mas não se utiliza combustível na comunidade. Há uma rampa de concreto. Há 4 postos de combustível. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE GELO Não há estrutura. Comprado na pequena fábrica da. Não há estrutura. Comprado na pequena fábrica da. Não há estrutura. Comprado na pequena fábrica da ou produção domiciliar. Não há estrutura. Há uma fábrica de gelo. Insumo também é adquirido em Guimarães e em Alcântara. De acordo com a Colônia de Pescadores, não existe estaleiro no município. Há, contudo, carpinteiros em quase todas as comunidades que realizam o reparo e a construção das embarcações. Destaca-se que embarcações de médio porte são consertadas apenas na. Constantemente os pescadores do município de Cururupu vão até Bequimão para vender o pescado, principalmente no período de defeso da água doce. Na água salgada, a pescaria rende, dependendo da maré, entre 50 a 100 quilos. Os pescadores disseram vender o peixe diretamente para a população, sendo que e a pescada-amarela (com mais de 1 kg) é a espécie mais valorizada. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bequimão para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

161 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Bequimão COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Estiva Santana Paracatuia Pontal Não há infraestrutura. Pescado é comercializado inteiro. Não há infraestrutura. Pescado é comercializado inteiro. Não há infraestrutura. Pescado é comercializado inteiro. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há estrutura. Pescado é vendido fresco e inteiro diretamente para a população. Não há estrutura. Pescado é vendido fresco e inteiro diretamente para a população. Não há estrutura. Pescado é vendido fresco e inteiro diretamente para a população. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há estaleiro. Há carpinteiros na comunidade que realizam a manutenção de embarcações de pequeno porte. Não há estaleiro. Reparo e manutenção são feitos pelo próprio pescador. Não há estaleiro. Há carpinteiros na comunidade que realizam a manutenção de embarcações de pequeno e médio porte. Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 19. Pinheiro 19.1 Embarcações e frota A pesca artesanal foi caracterizada para as comunidades de Faveira e a sede. Toda a frota de Pinheiro é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor ou a remo. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal. A conservação in natura também é muito comum, devido a uma intensa atividade pesqueira de curta duração (apenas um dia). Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

162 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Pinheiro COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Faveira Faveira Canoa de rabeta Canoa a remo Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Madeira com comprimento 4 a 7m, motorizada Madeira com comprimento 4m, a remo 19.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Sal, gelo ou in natura 121 Sal, gelo ou in natura QUANTIDADE ESTIMADA Não identificado De acordo com os dados de campo, a pesca artesanal em Pinheiro utiliza um número pequeno de petrechos quando comparado com outros municípios do Maranhão. Também não foi relatado pelos pescadores entrevistados um número elevado de espécies alvo. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Pinheiro COMUNIDADE Faveira Espinhel Ganzepe Linha de mão APETRECHO Rede malhadeira Socó Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 19.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bagre e jandiá Traíra Piaba e bagre Traíra, bagre, piranha, curimatã, piaba, bagre, traíra. De acordo com o levantamento de campo, no que tange a sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de julho e dezembro. A TABELA II sumariza as informações a respeito da safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Pinheiro. TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Pinheiro RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bagre Curimatã Jundiá Piaba Setembro/2015 Revisão 00 II /409

163 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Piranha Traíra Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 19.4 Áreas de pesca No município de Pinheiro a área de pesca é restrita a uma atuação em águas interiores, cobrindo todos os rios que cortam o município (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Pinheiro COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Faveira Paraíso Bom viver Madeira São Luizinho da Chapada Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: atividade realizada em águas interiores Distância desde a comunidade: até 4km (2MN) da comunidade, nas direções nordeste e sul Pesqueiros não gerreferenciados: Faveira, igarapés do rio Pericuma, igarapé da malva, cinza, visgueiro e barreiro Alcance paralelo à linha de costa: atividade realizada em águas interiores Distância desde a comunidade: até 11km (5,5MN) da comunidade nas direções nordeste e sul Pesqueiros não gerreferenciados: Rio Pericumã (até perto da comporta desse rio que fica próximo ao município de Peri Mirim), Igarapé da Malva, Igarapé Roncador, Igarapé Visgueiro, Igarapé Bate Boca Lago de Cinzal, Lago da Ilha, Lago da Cachoeira, Lago da Viveira, Lago da Vitória, Juraçeira, Bate boca, Melancia, Jacarezinho, Bubalina, Escotom, Cachoeira e Faveira Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

164 19.5 Infraestrutura de apoio Não foi observada a presença de infraestrutura de apoio às atividades de embarque e desembarque pesqueiro em Pinheiro. Em todas as comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio, ocorrendo na beira do rio, afluentes ou igarapés. O combustível é obtido por meio de um posto privado existente na sede do município. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que este é obtido através de fábrica privada. A comunidade Faveira utiliza os mesmos recursos disponíveis na. Há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Pinheiro para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Pinheiro COMUNIDADE Faveira EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque e desembarque é realizado na beira do rio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Posto de combustível privado. FORNECIMENTO DE GELO Fábrica de gelo privada. Em Pinheiro não há indústria de beneficiamento. A filetagem do pescado ocorre em estabelecimentos de revenda de pescado como peixarias e feiras. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. Há um mercado de peixe no município na sede do município. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o consumidor final (população) e para restaurantes. Há estaleiros para construção e reparo de embarcações nas comunidades de Faveira e. As instalações são de pequeno porte e voltam-se principalmente para a realização de manutenções periódicas incluindo pintura e calafetagem. Além disso, as duas comunidades pesqueiras do município contam com carpinteiros navais que atuam em beiras de rios. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Pinheiro para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Pinheiro COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Faveira Não há beneficiamento Comercialização realizada diretamente para a população ou para CONSTRUÇÃO E REPAROS Há estaleiro e também carpinteiros navais que Setembro/2015 Revisão 00 II /409

165 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) atravessadores locais. Comercialização realizada diretamente para a população ou para atravessadores locais. Além disso, a comunidade possui um mercado de peixe municipal. CONSTRUÇÃO E REPAROS atuam na beira de rios. O pescado é armazenado em basquetas de plástico e caixas de isopor, tanto na produção, quanto na venda e transporte do pescado. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 20. Guimarães 20.1 Embarcações e frota O município de Guimarães apresenta mais de 40 comunidades, entretanto a pesca ocorre com maior intensidade em 08 comunidades, segundo os pescadores entrevistados. A maior parte da frota de Guimarães é de médio porte, composta por canoas, bianas e barcos, construída em madeira ou fibra (minoria), movida a vela, remo ou motorizadas. A caracterização em campo identificou no município de Guimarães a presença de três tipos de embarcação: barcos de 9 a 10 metros de comprimento com casco de fibra e motor a diesel; bianas de 8 metros de comprimento com casco de madeira e motor a diesel; e canoas de madeira de até seis metros de comprimento movidas a remo, motores de rabeta e à vela. Um pescador da comunidade de Porto de Baixo informou que há um projeto no Banco do Brasil para o financiamento de embarcações maiores para o povoado. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

166 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Guimarães COMUNIDADE Araoca Camaçal Coroatá Cumã Genipaúba Guarapiranga Porto de Baixo Araoca Coroatá Cumã Genipaúba TIPO / NOME Canoa Biana Barco Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS Madeira e fibra, comprimento entre 3,5 e 5 m, movidas à vela, remo (canoas) ou motor rabeta Madeira, entre 8 e 10m de comprimento, motorizadas Madeira e fibra, comprimento entre 4 e 9m, motorizadas 20.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE ESTIMADA Gelo 210 Gelo 12 Gelo 17 A pesca artesanal em Guimarães utiliza um número elevado de apetrechos, voltados para a captura de uma alta diversidade de recursos pesqueiros. Destaca-se no conjunto de apetrechos o conjunto de redes de emalhe, que apresentam diversas formas e usos. Na pescaria nos rios, mangues e igarapés, guizo foi a arte de pesca mais citada pelos pescadores, que também pescam usando malhadeira (serreira), tapagem, tainheira, curral, cascudeira, espinhel, tarrafa, pulsar, zangaria e linha. Os pescadores das comunidades que pescam no mar, disseram usar serreira, malhão (pescadeira), espinhel, linha, zangaria, e arrasto como apetrechos de pesca. Segundo Ramos (2008), incrementou-se ao longo dos anos vários tipos e quantidades de apetrechos de pesca no município de Guimarães, incluindo alguns considerados menos sustentáveis como a zangaria, guizo, fuzarca e curral. O trabalho deste autor mostrou que os apetrechos mais citados pelos pescadores como predatórios são notadamente a zangaria (44,19%), fuzarca (27,91%), e cascudeira (6,98%). O autor ainda diz que esses apetrechos são confeccionados com nylon, com tamanhos de malha pequenos, bem abaixo dos padrões especificados para a captura das espécies, e não são seletivos, acarretando muito descarte do pescado. Em Guimarães, a Lei Orgânica no seu artigo 173 proíbe a pesca predatória e no inciso 1 define a corresponsabilidade dos pescadores pela conservação do meio ambiente na via marítima. Ramos (2008) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

167 identificou que dentre os peixes mais pescados destacam-se os peixes do grupo Mugilidae (tainha), seguidos de Cynoscion e Macrodon (corvina) e Hexanematichthy proops (uritinga). A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Guimarães COMUNIDADE Araoca APETRECHO Rede pescadeira Rede de arrasto PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Cangatã, bandeirado, pescada-amarela e camorim. Camaçal Cascudeira Baiacu, camorim, corvina, pescada-amarela e camorim. Camaçal Tarrafa Baiacu, corvina, pescada-amarela e camorim. Coroatá Araoca Camaçal Cumã Genipaúba Araoca Porto de Baixo Camaçal Coroatá Genipaúba Camaçal Coroatá Camaçal Coroatá Porto de Baixo Coroatá Cumã Genipaúba Genipaúba Porto de Baixo Tapagem Espinhel Zangaria Curral Rede Tainheira Guizo Rede serreira (Malhadeira) Rede de emalhe Linha e anzol Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Pescadinha, peixe-pedra, tainha, pacamão, baiacu, pescada-amarela graúda. Tainha, pescada-amarela, pescada-amarela graúda, bagre, camorim, uritinga, bandeirado, cangatã, pururuca, corvina, uriacica, gó, serra, baiacu, pacamão e peixe pedra. Bagre, pescadinha, pacamão, tainha, baiacu, cangatã, bandeirado, pescada-amarela e camorim. Tainha, pescada-amarela, pescada-amarela graúda, bagre, camorim, uritinga, bandeirado, cangatã, pururuca, corvina, uriacica, gó, serra, baiacu, pacamão e peixe pedra. Baiacu, camorim, corvina, pescada-amarela, pescadinha, peixe-pedra, tainha, pacamão, baiacu e pescada-amarela graúda. Pescadinha, peixe-pedra, tainha, pacamão, baiacu, pescada-amarela graúda, camorim, corvina, bagre e pescadinha. Pescadinha, peixe-pedra, tainha, pacamão, baiacu, pescada-amarela graúda, uritinga, gó, serra, pescadaamarela, camorim, uriacica e bagre. Tainha, pescada-amarela, bagre, camorim, uritinga, bandeirada, cangatã, pururuca, corvina, uriacica, gó, serra, pacamão e peixe pedra. Tainha, pescada-amarela, bagre, camorim, pescadinha, pacamão e baiacu. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

168 20.3 Sazonalidade Há dois períodos de safra definidos para o município de Guimarães, de acordo com os dados levantados em campo. O primeiro situa-se entre janeiro e maio, coincidente com a estação chuvosa. O segundo entre abril e outubro, no período de seca. Os meses de maior produção situam-se entre abril e maio, posto que todas as espécies relacionadas pelos pescadores apresentaram safra neste período. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Guimarães RECURSOS EXPLOTADOS Bagre Corvina Pacamão Peixe-pedra Pescada-amarela Pescada-gó Pescadinha Pururuca Serra Tainha Uriacica Uritinga JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 20.4 Áreas de pesca No município de Guimarães a área de pesca, de maneira geral, se restringe à Baía de Cumã e Baía de São Marcos, até próximo a São Luis, ou nos rios Pericumã, Itapetinga e Peri Açu. Em Araoca, Genipaúba e na, os pescadores costumam ir de Guimarães até municípios distantes, tendo como limite máximo Carutapera. Os pescadores da disseram preferir pescar até a Ilha dos Lençóis, no município de Cururupu. Os moradores de Guarapiranga pescam nas proximidades do povoado. Os pescadores das comunidades próximas aos rios relataram que geralmente pescam nas proximidades do povoado, os limites mais distantes citados foram o município de Bequimão na pesca na Baía de Cumã e também a comunidade de Outeiro no município de Cedral. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Guimarães. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

169 TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Guimarães COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Aruoca Genipaúba Coroatá Cumã Guarapiranga Porto de Baixo 1 Baiacu Carapira Puçá Porto Grande Guajeritiua Alcance paralelo à linha de costa: entre Raposa e Carutapera Profundidades e/ou distância da costa: até 25 metros de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Banco do Galedo, localizado em Outeiro Alcance paralelo à linha de costa: próximo à comunidade na baía do rio Arapiranga Profundidades e/ou distância da costa: até 5,5MN da comunidade em direção ao mar Alcance paralelo à linha de costa: entre Alcântara e Guimarães Profundidades e/ou distância da costa: até 30m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: próximo à comunidade até a baía de Cumã Profundidades e/ou distância da costa: cerca de 2MN da comunidade em direção à baía de Cumã e 3,3 MN em direção ao interior (comunidade de Brejo/Guimarães) Alcance paralelo à linha de costa: próximo à comunidade na baía de Cumã Profundidades e/ou distância da costa: até 10MN em direção ao mar Alcance paralelo à linha de costa: entre Alcântara e Apicum-Açu, incluindo o entorno da Ilha dos Lençóis (Cururupu) Profundidades e/ou distância da costa: até 25 metros de profundidade Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. 1. Esta comunidade não foi georreferenciada. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

170 20.5 Infraestrutura de apoio A caracterização em campo constatou que existe apenas uma fábrica de gelo em Guimarães. Esta fabrica fica localizada junto ao Porto Grande na do município. As comunidades que pescam em água salgada vão até a para comprar o gelo, enquanto as comunidades que pescam nos igarapés conservam o pescado no gelo de produção domiciliar, no sal ou vendem fresco para os atravessadores. A FIGURA II ilustra locais relacionados à infraestrutura de apoio à pesca no município de Guimarães como o Porto Grande, localizado na e onde também ficam localizados o estaleiro e a fábrica de gelo, e também o Porto de Guarapiranga. FIGURA II Infraestrutura de apoio à pesca no município de Guimarães. A: Porto Grande localizado na de Guimarães; B: Porto da comunidade de Guarapiranga Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Segundo os pescadores da região, em Guimarães existem dois postos de combustível localizados na do município, de onde é comprado o combustível para as embarcações. Os pescadores de comunidades mais distantes da como Porto de Baixo e Camaçal, relataram que compram o óleo de um fornecedor que mora perto da comunidade. Os pescadores de Araoca disseram que compram o óleo não só na mas também em São Luís. Segundo Ramos (2008), em Guimarães as embarcações são construídas ou reparadas em pequenos estaleiros situados em alguns povoados ou nos próprios portos. O reparo nas embarcações é feito por mestres navais e/ou pelos próprios pescadores que utilizam as embarcações. Este reparo consiste na troca de tábuas deterioradas normalmente perfurada por turus (molusco); impermeabilização dos postos de vazamentos, por meio de estoupa (caule de árvore conhecido como estoupeira) entranhado nas aberturas entre uma tábua e outra. Em seguida é revestida com massa corrida, breu e pintura própria. Ramos (2008) disse ainda que os custos para reparos das embarcações são relativamente altos, exigindo do pescador além de poder aquisitivo, muito tempo despendido para o conserto, o que paralisa os trabalhos voltados à captura. Na comunidade, esse tipo de trabalho normalmente é feito por pessoas específicas chamadas de calafate. A construção das embarcações fica a cargo de um reduzido grupo de carpinteiros navais. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

171 A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Guimarães para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Guimarães COMUNIDADE Araoca EMBARQUE E DESEMBARQUE Na praia de Araoca FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura. Obtido na ou em São Luis. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. Obtido na ou feito em domicílio. Camaçal Porto de Camaçal Não há infraestrutura. É comprado em comércio informal na comunidade. Não há infraestrutura. Coroatá Porto de Coroatá Não há infraestrutura. Obtido nos dois postos da. Não há infraestrutura. Não há demanda por gelo. Cumã Existem dois portos na comunidade e os dois são chamados de Porto de Cumã. Não há infraestrutura. Obtido nos dois postos da. Não há infraestrutura. Obtido na fábrica da. Genipaúba Nos dois portos da comunidade Não há infraestrutura. Obtido nos dois postos da. Não há infraestrutura. Obtido na fábrica da. Guarapiranga Porto de Guarapiranga Não há infraestrutura. Não há demanda. Não identificado em campo. Porto de Baixo Porto de Baixo Não há infraestrutura. É comprado em comércio informal na comunidade. Não há infraestrutura. Produzido em domicílio. Porto Grande Há dois postos revendedores privados regulares. Há uma fábrica de gelo no porto. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Em Guimarães não há indústria de beneficiamento de pescado. Já existiu no município uma fábrica de beneficiamento, mas foi desativada por dificuldades relatadas como burocráticas, sem exposição clara do porque de fato a indústria foi fechada. Atualmente, o beneficiamento dado limita-se à limpeza do peixe pelos próprios pescadores para venda. A bordo das embarcações é realizada a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser resfriado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado Setembro/2015 Revisão 00 II /409

172 Grande parte do pescado capturado na costa de Guimarães vai para São Luís, indicando que o mercado local não tem capacidade econômica de absorver a totalidade de pescado e a maximização da rentabilidade em outros mercados como São Luís, favorece tal situação. A caracterização em campo registrou os diferentes valores por quilograma das diferentes espécies de pescado no município. Geralmente o pescado é vendido para atravessadores locais. De maneira geral, cada canoa tem um atravessador que compra o pescado. O remanescente é vendido no comércio local ou diretamente para população. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Guimarães para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Guimarães COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO CONSTRUÇÃO E REPAROS Araoca Não há infraestrutura Vendem para o povoado ou enviam para São Luis. Não identificado em campo. Camaçal Não há infraestrutura Atravessador local e/ou regional. Próprio pescador faz o reparo na embarcação. Coroatá Não há infraestrutura Vendem logo para quem estiver esperando no porto. Não identificado em campo. Cumã Não há infraestrutura Cada canoa tem um comprador que fica no porto aguardando o desembarque. Atravessadores locais vendem em Guimarães. Carpinteiro local. Genipaúba Não há infraestrutura Os maiores peixes vão para São Luis. Carpinteiro local. Guarapiranga Não há infraestrutura Vendem para atravessadores. Carpinteiro local. Porto de Baixo Não há infraestrutura Vendem o peixe para a comunidade e atravessadores da. Não identificado em campo. Não há infraestrutura Vendem para atravessador. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O estaleiro é localizado junto ao porto. O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte é utilizado urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

173 Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca do município de Guimarães, envolvendo as áreas de pesca das comunidades de Cumã, Aruoca e Genipaúba. 21. Cedral 21.1 Embarcações e frota No município de Cedral há 20 comunidades, entretanto, os pescadores entrevistados forneceram dados referentes a pesca artesanal realizada em 04 comunidades: Porto de Outeiro, São Bento, Praia de Barreirão e a sede municipal. A maior parte da frota de Cedral é de médio porte, construída em madeira e movida a motor e à vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se o gelo e o sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira realizada com apenas um dia de duração. Esta pescaria é conduzida no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Cedral COMUNIDADE Porto de Outeiro Praia de Barreirão São Bento TIPO / NOME Barco Biana Bote Casco Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS Madeira com comprimento 6,5 a 12m, motorizada e vela Vela ou motorizadas comprimento de 8 a 12 metros Madeira com comprimento 6 a 9m, motorizada e vela Madeira com comprimento 4 a 5m, motorizada, vela e remo Madeira com comprimento 6 a 9m, motorizada e remo MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Sal, gelo ou in natura Urnas isotérmicas Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura QUANTIDADE ESTIMADA 300 Não identificado Setembro/2015 Revisão 00 II /409

174 21.2 Apetrechos e Recursos explotados De acordo com os dados levantados em campo a pesca artesanal no município de Cedral utiliza cinco apetrechos de pesca, espinhel, curral e redes serreira, malhadeira, gozeira (TABELA II ). As principais espécies capturadas constituem-se na pescada-gó e na pescada-amarela. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Cedral COMUNIDADE Porto de Outeiro Praia de Barreirão São Bento Espinhel APETRECHO Rede gozeira Rede malhadeira Rede serreira Curral Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 21.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, bandeirado, uritinga Pescada-gó, cangatã, camarão branco Camorim, pescada-amarela Serra Pescada-gó, cangatã, camarão branco No que tange à sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de janeiro e junho, quando ocorre a safra de seis das principais espécies capturadas no município, sendo elas: bandeirado, camorim, cangatã, pescada-amarela, pescada-gó, uritinga. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Cedral RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bandeirado Camorim Cangatã Pescada-amarela Pescada-gó Serra Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 21.4 Áreas de pesca O município de Cedral possui uma extensa área de pesca, sobretudo aquelas voltadas para a captura da pescada-amarela com rede de emalhe realizada pela frota sediada em Outeiro. Os dados levantados em campo indicam que o território pesqueiro estende-se entre Cururupu e Raposa atingindo profundidade Setembro/2015 Revisão 00 II /409

175 máxima de 40 metros. A maior concentração de atividades ocorre entre a Ilha dos Lençóis (Cururupu) e o Parcel do Manuel Luís. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Cedral. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Cedral COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Outeiro Pericaua (Porto do Barreirão) São Bento Porto de Baixo Canavial Engole Jacarequara Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: entre Apicum-Açu (Baía do Turiana) e Raposa Inclui a ilha dos Lençóis e o Parcel de Manuel Luís Profundidades e/ou distância da costa: até 40 metros de profundidade, incluindo a região de entorno do Parcel de Manuel Luís Pesqueiros não georreferenciados: Canal do Navio (Porto de Itaqui), Canal Grande, Água da Pedra, Canal do Aciope, Lobo Alcance paralelo à linha de costa: ao longo da costa do município Profundidades e/ou distância da costa: até 15MN da costa, ou 20m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: no rio São Bento Profundidades e/ou distância da costa: até 3 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: entre Cedral e Raposa Profundidades e/ou distância da costa: até 40m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Água da Pedra (37m de prof.), Galego (37m de prof.), Malva (37m de prof.), rio Morto (18m de prof.), Lobo (18m de prof.) Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na comunidade de Outeiro e na Praia do Barreirão. Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer Setembro/2015 Revisão 00 II /409

176 infraestrutura de apoio na maioria das comunidades do município, ocorrendo em beira de rio, afluentes ou igarapés. O combustível é obtido por meio de atravessadores ou outro tipo de comércio informal. O fornecimento de gelo ocorre por meio de atravessadores e também por fabricas de gelo privadas. Nas demais comunidades a conservação do pescado utiliza sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Cedral para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Cedral COMUNIDADE Porto de Outeiro Praia de Barreirão São Bento EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque e desembarque é realizado na beira do rio (bianas pequenas) e em píer de concreto. O embarque e desembarque é realizado na beira do rio (bianas pequenas) e em píer de madeira. O embarque e desembarque é realizado na beira do rio. O embarque e desembarque é realizado na beira do rio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Terminal ou óleo subsidiado É fornecido por meio de atravessadores É fornecido por meio de atravessadores Posto privado FORNECIMENTO DE GELO Fábrica de gelo privada Fábrica de gelo privada É fornecido por meio de atravessadores Fábrica de gelo privada Em Cedral, não há indústria de beneficiamento de pescado. No entanto, a bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o consumidor final (população). Não foram identificados estaleiros para construção e manutenção de embarcações pesqueiras. Contudo, há no município carpinteiros que realizam suas atividades em locais informais. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

177 A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Cedral para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Cedral COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Porto de Outeiro Praia de Barreirão São Bento Não há infraestrutura Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há infraestrutura. Comercialização realizada para atravessadores locais e regionais que transportam o pescado para São Luís. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há estaleiros, porém carpinteiros realizam suas atividades na beira dos rios e praias do município. O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte são utilizadas urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários, em caminhões com urna isotérmica com gelo e também em caminhões com urna frigorífica para realizar viagens mais longas. Os comerciantes locais utilizam freezers, caixas de isopor com gelo, câmaras isotérmicas com gelo e câmaras frigoríficas para o transporte do pescado. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca da sede do município de Cedral e com a comunidade de Outeiro. 22. Porto Rico do Maranhão 22.1 Embarcações e frota Os pescadores entrevistados no município de Porto Rico do Maranhão forneceram dados sobre a pesca artesanal realizada na sede municipal, embora haja cerca de 10 comunidades no municípios. De acordo com os entrevistados, a maior parte da frota de Porto Rico do Maranhão é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor e vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira realizada com apenas um dia de duração, que é conduzida no período noturno e não utiliza nenhum método Setembro/2015 Revisão 00 II /409

178 de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Porto Rico do Maranhão COMUNIDADE TIPO / NOME Barco Biana Bote Canoa Casco Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS Madeira com comprimento 8 a 13m, motorizada e vela Madeira com comprimento 5 a 10m, motorizada e vela Madeira com comprimento 5 a 9m, motorizada e vela Madeira com comprimento 5m, motorizada e remo Madeira com comprimento 4 a 5m, a remo 22.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura QUANTIDADE ESTIMADA Não identificado em campo Não identificado em campo A pesca artesanal em Porto Rico do Maranhão é realizada com uma variedade de apetrechos voltada para a captura de uma alta diversidade de recursos pesqueiros. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Porto Rico do Maranhão COMUNIDADE APETRECHO Espinhel Gozeira Linha de mão Malhão Puçá de muruada Serreira Tapagem Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, uritinga, camorim, xaréu, acoroçú Gó, uritinga, peixe pedra, corvina uçu, serra, anchova, uritinga, cambéua, cururuca Uriacica, pescada-amarela, tainha, uritinga, sasajuba, pitiu, pirapema Pescada-amarela, camorim, gurijuba, corvina uçu, mero, cação Pescada-amarela, bonito; anchova, bandeirado, uritinga, Camorim, camarão Serra, corvina uçu, bandeirado, uritinga, peixe pedra Bagre, tainha, uriacica, pacamão, tralhoto, cabeçudo Setembro/2015 Revisão 00 II /409

179 22.3 Sazonalidade No que tange a sazonalidade nota-se que todas as safras ocorrem entre os meses de maio e julho, quando ocorre a safra das quinze das principais espécies capturadas no município, sendo elas: anchova, bagre, bandeirado, cação, cambéua, camorim, corvina, pescada-gó, gurijuba, peixe pedra, pescada-amarela, serra, tainha, uritinga e xaréu. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Porto Rico do Maranhão RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Anchova Bagre Bandeirado Cação Cambéua Camorim Corvina Pescada-gó Gurijuba Peixe pedra Pescada-amarela Serra Tainha Uritinga Xaréu Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 22.4 Áreas de pesca O município de Porto Rico possui uma extensa área de pesca compreendida entre Cururupu e Carutapera, alcançando profundidades máximas de 27 metros. A TABELA II sumariza a área de pesca e os nomes dos principais pesqueiros do município de Porto Rico. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

180 TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Porto Rico do Maranhão COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Cateaua Engenho do Lago Rabeca Remanso Rio Grande Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: Entre Cedral e Carutapera Profundidades e/ou distância da costa: até 27m de profundidade, ou até 32MN da costa Pesqueiros não georreferenciados: Mucumandiua, África, Lobo, Bacanga, Ilha de Mangunça, Ilha de Caçacueira, Ilha de São Lucas, Ilha de Lençóis, Ilha de Bate Vento Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na sede do município de Porto Rico. Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio na maioria das comunidades do município, ocorrendo na beira em beira de rio, afluentes ou igarapés. O combustível é obtido por meio de um posto regular existente na sede do município. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que este é obtido através de fábrica privada. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Porto Rico do Maranhão para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Porto Rico do Maranhão COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque e desembarque é realizado na beira do rio e também em ponte de concreto e madeira. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Posto regular privado FORNECIMENTO DE GELO Fábrica de gelo privada Setembro/2015 Revisão 00 II /409

181 Em Porto Rico do Maranhão, não há indústria de beneficiamento de pescado. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento, tais como uma nova limpeza e filetagem do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o consumidor final. A construção e manutenção de embarcações é realizada por carpinteiros na beira do rio ou em outros locais improvisados, não se caracterizando como estaleiros. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Porto Rico do Maranhão para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Porto Rico do Maranhão COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Não há beneficiamento. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Atravessadores locais. A produção é vendida para o mercado de peixe ou diretamente para o consumidor. CONSTRUÇÃO E REPAROS Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Sem estaleiros. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 23. Cururupu 23.1 Embarcações e frota Os pescadores entrevistados forneceram as informações referentes a pesca artesanal realizada nas comunidades de Ilha dos Lençóis e Mirinzal. A maior parte da frota de Cururupu é de pequeno porte, construída em madeira e movida à vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar ao motor. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se o gelo e o sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira com duração de apenas um dia. Esta pescaria é conduzida no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontramse apresentados na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

182 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Cururupu COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Lençóis Mirinzal Biana Casco Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Madeira com comprimento 6 a 9m, motorizada e vela Madeira com comprimento 3 a 5m, motorizada, vela e remo 23.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Sal, gelo ou in natura QUANT DE ESTIMADA Não identificado em campo A pesca artesanal em Cururupu utiliza 30 apetrechos, puçá de mururada, serreira e malhadeira, visando a captura de peixes e camarões. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Cururupu COMUNIDADE Lençóis Mirinzal APETRECHO Puçá de Muruada Serreira Malhadeira Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) 23.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Camarão branco, camarão rosa, piticaia, sardinha, bodó e pescada-gó Serra, uritinga, cururuca, corvina, bandeirado Pescada-amarela, uritinga e camorim No que tange à sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de dezembro e julho. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Cururupu RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bandeirado Bodó Camorim Corvina Cururuca Setembro/2015 Revisão 00 II /409

183 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Pescada-amarela Pescada-gó Sardinha Serra Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013 e 2015) 23.4 Áreas de pesca A área de pesca do município de Cururupu concentra-se no mar contíguo ao litoral do município, explorando áreas próximas ao Parcel de Manuel Luís e à quebra da plataforma continental. A TABELA II sumariza as áreas de pesca das comunidades do município de Cururupu. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Cururupu COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Ilha dos Lençóis Mirinzal Alcance paralelo à linha de costa: entre a Ilha dos Lençóis e o Parcel do Manuel Luis Profundidades e/ou distância da costa: até cerca de 40m de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: ao longo do litoral do município até Turiaçu Profundidades e/ou distância da costa: 1. Até 25m de profundidade ao longo do litoral do município e Turiaçu 2. Até cerca de 150m de profundidade (quebra da plataforma continental) na direção compreendida entre a Ilha dos Lençóis e o Parcel de Manuel Luís Alcance paralelo à linha de costa: entre Primeira Cruz e Cururupu (Ilha dos Lençóis), incluindo a baía de São Marcos Profundidades e/ou distância da costa: até 75m de profundidade, tornando-se gradualmente mais raso a partir do Parcel de Manuel Luís Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

184 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Bate Vento Peru Valha-me-Deus São Lucas Prainha Aquiles Lisboa Tapera de Baixo Maracujatiua Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na comunidade de Mirinzal. Em Ilha dos Lençóis o embarque e desembarque é realizado sem qualquer infraestrutura de apoio, ocorrendo em beira de rio, afluentes ou igarapés. O combustível é obtido por meio de atravessadores ou outro tipo de comércio informal. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que ocorre da mesma forma, sendo fornecido por atravessadores. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Cururupu para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Cururupu COMUNIDADE Ilha dos Lençóis Mirinzal EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há infraestrutura. O embarque e desembarque é realizado na beira do rio (bianas pequenas). Um píer, público e de madeira. Não possui cobertura. Desembarque na beira do rio (bianas pequenas). Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura. É fornecido através de um comércio informal. Não há infraestrutura. É fornecido por meio de atravessadores. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. É fornecido por meio de atravessadores. Em Cururupu, não há indústria de beneficiamento de pescado. Na comunidade de Mirinzal é feita apenas a salga do pescado com o intuito de conserva-lo. A bordo das embarcações é realizada a retirada do grude de Setembro/2015 Revisão 00 II /409

185 algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o consumidor final (população) e para restaurantes. Não foram identificados estaleiros para construção e manutenção de embarcações pesqueiras. Contudo, há no município carpinteiros que realizam suas atividades em locais informais. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Cururupu para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Cururupu COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Ilha dos Lençóis Mirinzal Não há infraestrutura. O pescado é vendido inteiro Não há infraestrutura. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013, 2015) Não há mercados locais. Peixarias e feiras realizam a revenda do pescado.comercialização realizada para atravessadores locais que revendem o pescado para restaurantes e população local. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há estaleiros. Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Destaca-se que há sobreposição das rotas com a área de pesca da sede do município de Cururupu. 24. Serrano do Maranhão 24.1 Embarcações e frota De acordo com os pescadores entrevistados, a pesca artesanal ocorre, principalmente, em duas comunidades de Serrano do Maranhão: Porto de Jenipapo e a sede municipal. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

186 A maior parte da frota de Serrano do Maranhão é de pequeno porte, construída em madeira e movida a vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira realizada com apenas um dia de duração. Esta pescaria é conduzida no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Serrano do Maranhão COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Porto de jenipapo Barco médio Barco grande Bote Canoas Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Madeira com comprimento 8 a 12m, motorizada Madeira com comprimento 13 a 15m, motorizada e vela Madeira com comprimento 5 a 6m, motorizada e vela Madeira com comprimento 3 a 5m, motorizada, vela e remo 24.2 Apetrechos e recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Gelo 13 Gelo 2 Gelo 20 Sal, gelo ou in natura Como nos demais municípios do estado do Maranhão, a pesca artesanal em Serrano do Maranhão utiliza um número elevado de apetrechos, voltados para a captura de uma assembleia diversificada de recursos pesqueiros. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. 80 TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Serrano do Maranhão COMUNIDADE Porto de Jenipapo APETRECHO Espinhel Linha de mão Tarrafa Rede malhão Zangaria PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, pescada-branca, corvina, bagre, uritinga, tainha, traíra, acará, jeju, piau, bicudo Camurupim, garoupa, sirigado, camorim, bijupirá, cherne, olhete, olho de boi, anchova, traíra, acará, jeju, piau, bicudo Traíra, acará, jeju, piau, bicudo Pescada-amarela, pescada-branca, corvina, bagre, uritinga, tainha. Pescada-amarela, pescada-branca, corvina, bagre, uritinga, tainha. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

187 COMUNIDADE APETRECHO Curral Rede malhadeira Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, pescada-branca, corvina, bagre, uritinga, tainha, traíra, acará, jeju, piau, bicudo Traíra, acará, jeju, piau, bicudo 24.3 Sazonalidade No que tange a sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de abril e junho, quando ocorre a safra de 15 espécies capturadas no município. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Serrano do Maranhão RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Acará Anchova Bagre Bicudo Bijupirá Camorim Camurupim Cherne Corvina Garoupa Jeju Olhete Olho de boi Pescada-amarela Pescada-branca Piau Sirigado Tainha Traíra Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

188 24.4 Áreas de pesca A área de pesca do município de Serrano do Maranhão está restrita a uma atuação em águas interiores e no estuário dos rios Turiaçu e Jenipapo e na Baía do Capim. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Serrano do Maranhão. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Serrano do Maranhão COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Porto de Jenipapo Arapiranga Cabanil Mocal Portinho Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: de serrano até Cururupu (Ilha dos Lençóis), a leste, e até Turiaçu, a oeste Profundidades e/ou distância da costa: até 3MN da costa, incluindo a baía de Turinana e o entorno da ilha dos Lençóis Alcance paralelo à linha de costa: ao longo do litoral do município Profundidades e/ou distância da costa: até 14MN da costa Pesqueiros não georreferenciados: Canal do Atim Alcance paralelo à linha de costa: até a foz do rio São João Profundidades e/ou distância da costa: até cerca de 20MN da comunidade em direção ao mar Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Inverno (Janeiro a Junho) Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível na e no Porto do Jenipapo e consiste em trapiches de madeira com estrutura precária. O combustível é obtido na em posto regular. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há apenas uma fábrica localizada na. Nas demais comunidades a conservação do pescado utiliza sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. Há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

189 A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Serrano do Maranhão para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Serrano do Maranhão COMUNIDADE Porto de Jenipapo EMBARQUE E DESEMBARQUE Trapiche de madeira em mal estado de conservação. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL É feito por meio de comércio informal FORNECIMENTO DE GELO É feito por meio de atravessadores Em Serrano do Maranhão não há indústria de beneficiamento de pescado. O peixe é vendido inteiro. Após a primeira venda, nota-se beneficiamento nas peixarias e feiras da cidade. A comercialização é realizada principalmente para regional, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe de São Luís. Em menor escala, nota-se a atuação de atravessadores locais (proprietários de peixarias, ambulantes, feirantes), diretamente para o consumidor final (população) e para restaurantes. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Serrano do Maranhão para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Serrano do Maranhão COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Porto de Jenipapo Não há Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Atravessadores locais e regionais. Parte da produção escoada para São Luís. Não há CONSTRUÇÃO E REPAROS O armazenamento do pescado é realizado em basquetas de plástico ou caixas de isopor durante as pescarias. Comerciantes mantém o pescado em caixas de isopor. O gelo é o principal método de resfriamento utilizado durante o armazenamento. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

190 25. Apicum-Açu 25.1 Embarcações e frota Os pescadores entrevistados indicaram a pesca artesanal realizada pelas comunidades de Retiro e da sede como de grande relevância para o município de Apicum-Açu. A maior parte da frota de Apicum-Açu é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor e vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira, com duração de um dia. Esta pescaria é realizada no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Apicum- Açu COMUNIDADE Retiro TIPO / NOME Fonte: Levantamento de AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDAD E ESTIMADA Biana Madeira, 8 a 10m, motorizada e vela Sal, gelo ou in natura 170 Barco Madeira, 6 a 14m, motorizada e vela Sal, gelo ou in natura 213 Bote Madeira, 5 a 6m, motorizada e vela Sal, gelo ou in natura 40 Casco Madeira, 4 a 8m, a remo Sal, gelo ou in natura Apetrechos e Recursos explotados A pesca artesanal em Apicum-Açu utiliza um número elevado de apetrechos, voltados para a captura de uma alta diversidade de recursos pesqueiros. Destacam-se, contudo, as diversas formas de redes de emalhe empregadas pelos pescadores deste município. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Apicum-Açu COMUNIDADE Retiro APETRECHO Zangaria Rede Caiqueia Tapagem Rede Gozeira Rede Corvineira Espinhel Rede Serreira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Cangatã, pescada-gó, arraia, cação Caíca, camarão graúdo Camarão, tainha, caíca, bagre, uriacica Pescada-gó, peixe serra, peixe pedra Corvina, camorim e bagre Uritringa, ariacol, bagre e cangata Peixe-serra e corvina Setembro/2015 Revisão 00 II /409

191 COMUNIDADE APETRECHO Rede Malhadeira Rede Tainheira Tarrafiador Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela (grude), camorim, gurijuba, corvina, arraia, cambéua Tainha, camorim, bagre, camarão, siri, tainha, pescada-gó e bandeirado 25.3 Sazonalidade No que tange à sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de maio e julho, quando ocorre a safra de nove das principais espécies capturadas no município. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Apicum-Açu RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Ariacó Arraia Bagre Cação Cambéua Camorim Cangatã Corvina Gurijuba Pescada-amarela Pescada-gó Tainha Uriacica Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 25.4 Áreas de pesca O município de Apicum-Açu conta com uma área de pesca que se estende entre Turiaçu e Cururupu, se concentrando na frente de seu litoral. A distância máxima da costa indicada pelos entrevistados foi de 45MN. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

192 Durante o trabalho de campo foram relatados inúmeros pesqueiros, mas que não puderam ser georreferenciados. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Apicum-Açu. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Apicum-Açu Retiro Cajual Caruaru Tererezinho Nazaré COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Ponta Seca Itereré Turirana Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: entre Turiaçu e Cururupu Profundidades e/ou distância da costa: até 45 MN de distância da costa Pesqueiros não georreferenciados: Atim, Barra da Aliança, Barra de Retiro, Beiradão, Boca da Barra, Buracão do Cação, Buraco da Baleia, Caçacueira, Carumaru, Costa de São Joao, Iguará, Murilitiua, Porto do Meio, Porto Santo, Rancapoupa, Retiro, São Jorge, Urumaru Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio O município de Apicum-Açu conta com estrutura de embarque e desembarque apenas em sua sede, onde há um píer de concreto. Entretanto, a maior parte do desembarque pesqueiro ocorre sem o apoio de qualquer infraestrutura, sendo realizado diretamente nas margens dos rios e beiras de praia do município. Na comunidade de Retiro, o embarque e desembarque também são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio, ocorrendo na beira de rio, afluentes ou igarapés. A infraestrutura de abastecimento de combustível e de fornecimento de gelo está disponível apenas na do município. Os pescadores de Retiro obtém estes recursos através de atravessadores de pescado que financiam os principais insumos utilizados nas pescarias como uma forma de aviamento da produção. Destaca-se que há muitas pescarias que não utilizam nenhum método de conservação do pescado. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Apicum-Açu para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

193 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Apicum-Açu COMUNIDADE Retiro EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque e desembarque é realizado na beira do rio. O embarque e desembarque é realizado na beira do rio e também em ponte de concreto. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL O combustível é fornecido por atravessadores. Posto de combustível privado regular. FORNECIMENTO DE GELO O gelo é fornecido por atravessadores Fábrica de gelo privada Em Apicum-Açu, não há indústria de beneficiamento de pescado. No entanto, a bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou para atravessadores regionais, que transportam o pescado capturado para ser comercializado em São Luís. Em menor escala ocorre, tanto na quanto em Retiro, a venda direta para a população. Quanto à infraestrutura para construção e manutenção de embarcações foi observado que não há estaleiros no município, há, todavia, carpinteiros navais. As atividades de carpintaria ocorrem nas beiras de rio. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Apicum-Açu para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Apicum-Açu COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Retiro Não há infraestrutura Não há infraestrutura Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há infraestrutura. Venda realizada para peixarias e atravessadores locais. Há um mercado municipal controlado por comerciantes locais. CONSTRUÇÃO E REPAROS Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Não há estaleiros. Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Não há estaleiros. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

194 O armazenamento ocorre em basquetas de plástico, caixas de isopor, freezers e urnas isotérmicas, sendo o gelo a principal forma de resfriamento. Atravessadores regionais utilizam, por vezes, caminhões com urnas frigoríficas para transportar o pescado Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 26. Bacuri 26.1 Embarcações e frota Embora tenham sido localizadas nove comunidades em Bacuri, as comunidades de São Paulo e da sede municipal foram consideradas como de maior relevância para a pesca artesanal realizada em Bacuri. A maior parte da frota de Bacuri é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor e vela. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se o gelo e o sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira realizada com duração de apenas um dia. Esta pescaria é realizada no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Bacuri COMUNIDADE São Paulo TIPO / NOME Bote Barco Casco Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS Madeira com comprimento 6 a 9m, motorizada e vela Madeira com comprimento 10m, motorizada e vela Madeira com comprimento 4 a 5m, a remo Madeira com comprimento 5m, motorizada e remo 26.2 Apetrechos e Recursos explotados MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE ESTIMADA Sal, gelo ou in natura 60 Sal, gelo ou in natura 7 Sal, gelo ou in natura 20 Sal, gelo ou in natura 70 De acordo com os resultados do levantamento de campo, a pesca artesanal em Bacuri utiliza um número pequeno de apetrechos, sendo eles o espinhel, malhadeira e tapagem. As principais espécies capturadas Setembro/2015 Revisão 00 II /409

195 incluem os bagres (uritinga, bandeirado e cangatã) e a tainha. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Bacuri COMUNIDADE São Paulo Espinhel APETRECHO Malhadeira Tapagem Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 26.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Uritinga, bandeirado, cangatã Tainha, corvina, pescada-amarela Camarão cascudo, camarão de água doce, perapema, bicudo, jandi, jeju, aracu, acará No que tange à sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de maio e julho, quando ocorre a safra de nove das principais espécies capturadas no município. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Bacuri RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Acará Aracu Bandeirado Bicudo Cangatã Corvina Jandi Jeju Pescada-amarela Pirapema Tainha Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 26.4 Áreas de pesca O município de Bacuri possui uma área de pesca restrita a águas interiores e costeiras até 30 metros de profundidade. A pesca ocorre principalmente ao longo da costa do município, porém pode alcançar a costa Setembro/2015 Revisão 00 II /409

196 de Apicum-Açu. Não há sazonalidade definida para as áreas de pesca, ou seja, há atividade ao longo de todo o ano. A maior concentração de atividades ocorre entre a Praia da Baleia e a Praia do Camarão-açu. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Bacuri. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Bacuri COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE São Paulo Trajano Marques Estiva Caratatius Macacos Santa Rosa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: Nas baías do Cupim e Turiana Profundidades e/ou distância da costa: até 10m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Igarapé Açu, Furinho, Turirana, Prainha, Furo de Santa Clara, Igarapé do Rio Bela Vista, Baiano, Caboclo, Ceará Alcance paralelo à linha de costa: Na Baía de Turiaçu entre Apicum-Açu e Turiaçu, incluindo o rio São João Profundidades e/ou distância da costa: até 30m dentro da baía de Turiaçu Pesqueiros não georreferenciados: Ilha da Baleia, Praia de Urumaru, Praia do Jabaró, Igarapés do Rio Turi, Praia da Baleia, Praia do Manchado, Praia da Croinha, Praia do Camarão-açú (Apicum-açu) e no Rio Tur Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na sede do município de Bacuri. Já na comunidade de São Paulo, o embarque e desembarque é realizado sem qualquer infraestrutura de apoio, ocorrendo em beira de rio, afluentes ou igarapés. Na sede, o combustível é obtido por meio de atravessadores ou outro tipo de comércio informal. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que ocorre da mesma forma, sendo fornecido por atravessadores. Na comunidade São Paulo, a conservação do pescado utiliza sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. Há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

197 A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bacuri para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Bacuri COMUNIDADE São Paulo EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há infraestrutura. O desembarque é realizado na beira do rio. Há um píer de concreto. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura. Posto de combustível privado regular. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. Uma fábrica de gelo privada regular. Em Bacuri, não há indústria de beneficiamento de pescado. No entanto, a bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, as peixarias e feiras da cidade também realizam beneficiamento do pescado. A comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o consumidor final e para restaurantes. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Bacuri para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Bacuri COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO São Paulo Não há infraestrutura de beneficiamento. Não há infraestrutura de beneficiamento. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há infraestrutura. Há um mercado de peixe. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há infraestrutura. Não há infraestrutura. Há carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

198 27. Turiaçu 27.1 Embarcações e frota Há em Turiaçu cerca de 37 comunidades, sendo 02 de maior relevância para a pesca artesanal: Porto Santo e a municipal. A maior parte da frota de Turiaçu é de pequeno porte, construída em madeira e movida a vela ou remo. Destaca-se que muitas embarcações de médio porte utilizam a vela como propulsão complementar. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira realizada com apenas um dia de duração. Esta pescaria é conduzida no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Turiaçu COMUNIDADE Porto Santo TIPO / NOME Bote Biana Casco Canoa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS Madeira com comprimento 6 a 10m, motorizada Madeira com comprimento 8m, motorizada e vela MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Gelo Madeira com comprimento 3 a 5m, vela e remo Sal, gelo ou in Madeira com comprimento 3 a natura 5m, vela e remo 27.2 Apetrechos e recursos explotados QUANTIDADE ESTIMADA A pesca artesanal em Turiaçu utiliza um número elevado de apetrechos, voltados para a captura de uma assembleia diversificada de recursos pesqueiros. Destaca-se no conjunto de apetrechos o conjunto de redes de emalhe, que apresentam diversas formas e usos. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Turiaçu COMUNIDADE Porto Santo APETRECHO Espinhel Rede Gozeira Zangaria Tapagem alta Rede corvineira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Jurupiranga, cangata, bandeirado e cambéu Pescada-amarela e pescada-gó Tainha, caíca, tralhoto, bizagau, baiacu, pescada-gó Camarão branco miúdo Corvina Setembro/2015 Revisão 00 II /409

199 COMUNIDADE APETRECHO Rede caiqueira Curral Rede malhadeira Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Caica PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-gó e peixe pedra Pescada-amarela, camuri, gurijuba, uritinga, corvina, bagre, bandeirado, camarão branco e caica Sazonalidade Em Turiaçu, no que tange a sazonalidade, nota-se que a safra ocorre entre os meses de março a setembro, quando ocorre a safra de seis das principais espécies capturadas no município (Levantamento de campo AECOM, 2015). Os períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Turiaçu RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bagre Baiacu Bandeirado Bizagau Caíca Cambéu Cangata Corvina Gurijuba Jurupiranga Peixe pedra Pescada-amarela Pescada-gó Tainha Tralhoto Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

200 27.4 Áreas de pesca O pesca do município de Turiaçu é costeira afastando-se do litoral até 16 milhas náuticas de distância. Há nesta região inúmeros pesqueiros, onde, segundo relatos dos pescadores, a atividade é realizada mais frequentemente. Ao longo de todo a ano a pesca é realizada nos estuários e rios que cortam o município. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Turiaçu. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Turiaçu COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Porto Santo Cristóvão Mutuoca Praia de Cunha Cuema Praia de Igarapé Grande Sababa Santo Antônio Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: Dentro da baía do Mutuoca Profundidades e/ou distância da costa: até cerca de 16MN da comunidade em direção ao mar, aproximadamente a 18m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Barra do Carará, Atim, Boca da Barra, Cabeça, Andrade, Areia Branca, Sababa, Baleia, Santa Barbara, Miramar, Ilha Cunhã Cuema, Santa Barbara Alcance paralelo à linha de costa: desde Turiaçu até Cururupu (Ilha dos Lençóis), incluindo a baia de Turinana, de Turiaçu e do Mutuoca Profundidades e/ou distância da costa: 1. até 15MN da costa na frente do município 2. até 4MN no entorno da Ilha dos Lençóis Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na e em Porto Santo. Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio, ocorrendo em beira de rio, afluentes ou igarapés. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

201 O combustível é obtido por meio de um terminal existente na sede do município. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há duas fábricas no município, estando uma situada em Porto Santo e a outra na. Destaca-se que há pescarias que não utilizam nenhum método de conservação do pescado a bordo, fato que reduz a demanda por gelo no município. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Turiaçu para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Turiaçu COMUNIDADE Porto Santo EMBARQUE E DESEMBARQUE Um cais de madeira, público e de fácil acesso, sem cobertura. Desembarque na beira do rio. Um cais de madeira, público e de fácil acesso, sem cobertura. Desembarque na beira do rio. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Obtido por meio de atravessadores. Posto de combustível privado. FORNECIMENTO DE GELO Possui uma fábrica de gelo privada que atende aos pescadores. Possui uma fábrica de gelo privada que atende aos pescadores. Em Turiaçu não há indústria de beneficiamento de pescado. A bordo das embarcações é realizado a retirada do grude de algumas espécies, das vísceras e o peixe é lavado com água do mar antes de ser congelado com gelo. Após a venda, nota-se beneficiamento nas peixarias e feiras da cidade. A comercialização é realizada principalmente para atravessador regional, que transporta e revende a produção pesqueira no Mercado de Peixe de São Luís. Em menor escala, nota-se a atuação de atravessadores locais (proprietários de peixarias, ambulantes, feirantes), diretamente para o consumidor final (população) e para restaurantes. O reparo de embarcações é realizado por mestres carpinteiros presentes em praticamente todas as comunidades, mas não há estaleiros. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Turiaçu para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Turiaçu COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Porto Santo Não há infraestrutura Não há infraestrutura. Comercialização realizada para atravessadores e peixarias. CONSTRUÇÃO E REPAROS Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Sem infraestrutura. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

202 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Não há infraestrutura Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há infraestrutura. Comercialização realizada para atravessadores locais e regionais e peixarias. CONSTRUÇÃO E REPAROS Carpinteiros navais que atuam na beira de rios. Sem infraestrutura. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 28. Cândido Mendes 28.1 Embarcações e frota A pesca artesanal foi considerada de maior relevância nas comunidades de Prainha, Estandarte e na sede municipal. A maior parte da frota de Cândido Mendes é de pequeno porte e madeira, havendo também embarcações de médio porte com até 12 metros de comprimento. As embarcações são em sua maioria motorizadas, contudo, muitas ainda utilizam a vela como método principal ou auxiliar de propulsão. Dentre os métodos de conservação do pescado a bordo destacam-se gelo e sal, sendo este último comum apenas nas pescarias estuarinas. Há também uma intensa atividade pesqueira com duração de apenas um dia. Esta pescaria é realizada no período noturno e não utiliza nenhum método de conservação do pescado a bordo. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Cândido Mendes COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS Estandarte Prainha Botes Canoa de rabeta Canoa a remo Casco Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Madeira com comprimento 8 a 12m, motorizada Madeira com comprimento 5 a 10m, motorizada Madeira com comprimento 9m, motorizada e vela Madeira com comprimento 3 a 5m, motorizada, vela e remo MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE ESTIMADA Gelo 99 Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura Sal, gelo ou in natura Setembro/2015 Revisão 00 II /

203 28.2 Apetrechos e recursos explotados De acordo com os dados levantados em campo, a pesca artesanal em Cândido Mendes utiliza um número menor de artes de pesca quando comparados com outros municípios maranhenses. Dentre os apetrechos indicados pelos pescadores como os mais representativos no município a rede caiqueira consiste naquele destinado à captura da maior diversidade de espécies pesqueiras. Destaca-se no conjunto de apetrechos o conjunto de malhadeiras, que apresentam diversas formas e usos. A TABELA II apresenta a relação dos apetrechos por comunidade e as respectivas espécies-alvo de cada uma delas. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Cândido Mendes COMUNIDADE Estandarte Prainha APETRECHO Rede malhadeira Rede serreira Zangaria Rede caiqueira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Pescada-amarela, corvina, uritinga Serra, uritinga, corvina Camarão rosa,tainha e pescada-gó Serra, uritinga, corvina, pescada-amarela, tainha, bagre, bandeirado, pescada-gó, bagre, camorim, cachorrinho Rede tainheira Tainha, bagre, bandeirado, pescada-gó Prainha Puçá de Muruada Camarão branco, camarão 7 barbas e pescada-gó Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 28.3 Sazonalidade No que tange à sazonalidade nota-se que a maioria das safras ocorre entre os meses de abril e junho, quando ocorre a safra de seis das principais espécies capturadas no município. Os diferentes períodos de safra caracterizados pelos pescadores do município encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Cândido Mendes RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bagre Bandeirado Cachorrinho Camorim Corvina Pescada-amarela Pescada-gó Serra Tainha Setembro/2015 Revisão 00 II /409

204 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Uritinga Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 28.4 Áreas de pesca A pesca no município de Cândido Mendes ocorre ao longo de todo seu litoral, com profundidade de 25 metros nas comunidades de Estandarte e Prainha. Já em sua sede a atividade pesqueira acontece entre os municípios de Cândido Mendes e Cururupu e atinge profundidades de até 40 metros. A TABELA II sumariza as áreas de pesca do município de Cândido Mendes. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Cândido Mendes COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Estandarte Prainha 1 Carará Mupeua Praia Grande Barão de Tromaí Carará Mirim Santa Izabel Alcance paralelo à linha de costa: ao longo do litoral do município Profundidades e/ou distância da costa: até 25m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Areia Branca, Atim até o lajeiro do Barão, Baía da Boa Vista, Baleia, Barra do Cabeço, Barra do Carará, Besouro (12 metros de profundidade), Boca da Barra, Boca de Baixo, Carapira, Croas ao longo do rio Santa Cruz, Cunhã Cuema, Estandarte, Farol, Furo Grande (20m de prof.), Igarapé Grande, Ilha da Baleia, Mala (12m de prof.), Mupéua, Mutuoca, Ponta do Apeú, Ponta do Atim, Prainha, rio Diamantina, rio Furinho (14m de prof.), rio Prainha, Ritubão (12m de prof.), Santa Barbara Alcance paralelo à linha de costa: entre Cândido Mendes e Cururupu (Ilha dos Lençóis) Profundidades e/ou distância da costa: até cerca de 40m de profundidade Pesqueiros não georreferenciados: Mupéua, Estandarte, Carará, Prainha, Canal do Pires, Praia da Baleia (36m de prof.), Farol (9m de prof.), Lençóis (42m de prof.) Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes das suas respectivas comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. 1- Não foi possível georreferenciar estas comunidades em campo As áreas de pesca foram delimitadas com auxílio do representante da Colônia de Pescadores Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

205 O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na. Nas demais comunidades o embarque e desembarque são realizados sem qualquer infraestrutura de apoio na maioria das comunidades do município, ocorrendo em beira de rio, afluentes ou igarapés. O combustível é obtido na em posto regular. Em Estandarte e Prainha observou-se comércio informal de gasolina. Em relação à fabricação de gelo, nota-se que há apenas uma fábrica localizada na. Nas demais comunidades a conservação do pescado utiliza sal ou gelo produzido nos próprios domicílios dos pescadores. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Cândido Mendes para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Cândido Mendes COMUNIDADE Estandarte Prainha EMBARQUE E DESEMBARQUE Não possui infraestrutura para embarque e desembarque. Desembarque na beira do rio. Um cais de madeira, público e de fácil acesso, sem cobertura. Desembarque na beira do rio (bianas pequenas). Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL É feito por meio de comércio informal. Um posto de gasolina. FORNECIMENTO DE GELO É feito por meio de comércio informal Produção domiciliar realizada pelos próprios pescadores. Possui uma fábrica de gelo privada que atende aos pescadores. Em Candido Mendes, não há infraestrutura de beneficiamento. Os pescados são vendidos inteiros para os atravessadores locais ou regionais. Somente na está disponível estrutura para construção naval, além de reparos. Nas demais comunidades, quando necessário, os próprios pescadores executam as manutenções e reparos de suas embarcações, conforme pode ser observado na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

206 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Candido Mendes COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO CONSTRUÇÃO E REPAROS Estandarte Prainha Não há infraestrutura e o peixe é vendido inteiro. O pescado é vendido geralmente para atravessador local e regional. Não há infraestrutura. Não há infraestrutura e o peixe é vendido inteiro. O pescado é vendido geralmente para atravessador local e regional. Construção e reparos de embarcações. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O armazenamento em embarcações de menor porte é realizado em basquetas de plástico e em caixas de isopor. Já nas embarcações de maior porte é comum a utilização de urnas isotérmicas. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 29. Godofredo Viana 29.1 Embarcações e frota No município Godofredo Viana foram localizadas 12 comunidades pesqueiras: Aurizona, Barão da Pirucaua, Boa Vista, Borges, Japó, Marimbondo, Ponta do Jardim, Porto da Cabeceira, Praia do São Jorge, Praia do Meio, São José de Pirucaua e Urubuquara. A maior parte da frota de Godofredo Viana é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor ou a remo. As maiores embarcações encontradas durante o levantamento de campo possuíam até 9 metros de comprimento. As maiores frotas identificadas situam-se nas comunidades de Aurizona e Ponta do Jardim. Na maioria das comunidades se utiliza o gelo como método de conservação. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

207 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Godofredo Viana COMUNIDADE Aurizona Marimbondo Praia de São Jorge Boa Vista Praia do Meio TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE ESTIMADA Bote Madeira, até 8m, motor Gelo 15 Barco Madeira, até 9m, motor Gelo 1 Canoa Madeira, até 6m, remo e motor rabeta Gelo e in natura 150 (motor) e 10 (remo) Barco Madeira,até 9m, motor Gelo 10 Canoa Madeira, até 6m, motor Gelo e in natura 40 Barco Madeira, motor Gelo 18 Canoa Madeira, remo e motor rabeta Gelo e in natura 5 (motor) e 1(remo) Barco Madeira, motor Gelo 10 Canoa Madeira, motor e vela Gelo e in natura 15 (vela) e 2 (motor) Barco Madeira, motor Gelo 10 Canoa Madeira, remo e motor rabeta Gelo e in natura 3 Borges Canoa Madeira, remo e motor rabeta Gelo e in natura 1 Japó Ponta do Jardim São José de Piracaua Barão de Piracaua Porto da Cabeceira Barco Madeira, motor Gelo 5 Canoa Madeira, remo e motor rabeta Gelo e in natura 5 Barco Madeira, até 9m, motor Gelo 20 Canoa Madeira, até 6m, remo e motor rabeta Gelo e in natura 120 Barco Madeira, motor Gelo 4 Canoa Madeira, remo e motor rabeta Gelo e in natura 6 Canoa Madeira, remo e motor rabeta Gelo e in natura >4 Canoa Madeira, remo e motor rabeta In natura >2 Urubuquara Canoa Madeira, motor Não identificado Não identificada Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 29.2 Apetrechos e recursos explotados De acordo com os dados de campo, a pesca artesanal em Godofredo Viana utiliza um número elevado de apetrechos com destaque para as redes de emalhe. Os depoimentos dos pescadores indicaram a existência de, pelo menos, cinco arranjos de rede: tainheira, caiqueira, malhadeira, serreira e estacada. Também foi observado um número elevado de espécies explotadas no município, conforme indicado na TABELA II Setembro/2015 Revisão 00 II /409

208 TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Godofredo Viana COMUNIDADE Aurizona Marimbondo Praia de São Jorge Boa Vista Praia do Meio Borges APETRECHO Curral (de enfiador) Espinhel Redes (tainheira, malhadeira, caiqueira) Tapagem Tarrafa zangaria Curral (de muruada com puçá) Espinhel Linha de mão Rede (malhadeira, tainheira) Tapagem Curral fuzarcão Espinhel Linha de mão Redes (Tainheira, serreira, estacada, malhadeira) Tapagem Tarrafa Zangaria Espinhel Linha de mão Redes (malhão, serreira, estacada) Tapagem Tarrafa Zangaria Linha de mão Redes (malhão, caiqueira) Tapagem Curral Linha de mão Rede caiqueira RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, banderado, caíca, camorim, corvina, curicica, peixe pedra, pescadaamarela, pescada-gó, tainha, timbira Arraia, bagre, bandeirado, camorim, corvina, curicica, cururuca, jurupiranga, peixe pedra, pescada-amarela, pescada-gó Arraia, bagre, bandeirado, cação, camorim, corvina, cururuca, gurijuba, jiquiri, parú, caruaçu, peixe galo, peixe pedra, pescada-amarela, pescada-gó, sardinha, tainha, uritinga, xaréu bandeirado, caíca, corvina, peixe pedra, pescada-amarela, pescada-gó, serra, tainha, uritinga bagre, bandeirado, caíca, camorim, pacamão, pescada-amarela, pescadagó, tainha, tralhoto, uriacica Bagre, bandeirado, pescada-gó, caíca, camorim, pacamão, pescada-amarela, tainha, tralhoto, uriacica Setembro/2015 Revisão 00 II /409

209 COMUNIDADE Japó Ponta do jardim São José de Pirucaua Barão de Pirucaua Porto da Cabeceira Urubuquara APETRECHO Curral Espinhel Linha de mão Muruada Redes (tainheira, caiqueira) Tapagem Tarrafa (para capturar isca) Zangaria Espinhel Linha de mão Redes (serreira, tainheira) Tapagem Tarrafa Zangaria Linha de mão Muruada Rede (malhadeira, tainheira, caiqueira, serreira) Tapagem Linha de mão Rede tainheira Linha de mão Rede (tainheira e tapagem) Linha de mão Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, bandeirado, caíca, camorim, corvina, peixe pedra, pescada-gó, pescadinha mijona, pescada-amarela, tainha, uriacica Bagre, camorim, carí, mandí, sardinha, tralhoto, pescada-gó, piramutaba, tainha, uriacica, dourada Bagre, bandeirado, bragalhão, caíca, camorim, corvina, gurijuba, peixe pedra, pescada-amarela, pescada-gó, sardinha (isca), siri, tainha, uriacica Bagre, tainha Bagre, caíca, camorim cachorrinha, cusimata, traíra, jandia, jeju, lambreta (tubió), mandi, manébesta, mussum, piau, piranha, pirapema, tilápia, uruburana 29.3 Sazonalidade De acordo com o levantamento de campo, no que tange a sazonalidade nota-se que a pescada-gó foi a espécies mais mencionada. As demais espécies relacionadas TABELA II foram caracterizadas como de ocorrência anual, porém com maiores volumes de produção durante os meses chuvosos. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

210 TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Godofredo Viana RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Bagre Bandeirado Camorim Corvina Gurijuba Peixe Pedra Pescada-amarela Pescada-gó Sardinha Tainha Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 29.4 Área de pesca De acordo com os dados de campo, a maioria das comunidades do município de Godofredo Viana pescam em águas interiores, alcançando no máximo a área de estuários. Aurizona e Marimbondo foram as duas únicas que indicaram realizar pesca marítima (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Godofredo Viana COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Aurizona Marimbondo Alcance paralelo à linha de costa: entre Godofredo Viana e Carutapera Profundidades e/ou distância da costa: até 20m de profundidade ou no máximo 15MN da costa Alcance paralelo à linha de costa: Entre Cândido Mendes e Carutapera Profundidades e/ou distância da costa: até 20m de profundidade ou no máximo 15MN da costa Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

211 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Barão de Pirucaua Boa Vista Borges Japó Ponta do jardim Porto da Cabeceira Praia de São Jorge Praia do Meio São José de Pirucaua Urubuquara Praia da Fazenda Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: pesca em águas interiores, nos rios, igarapés e estuários próximos a cada comunidade Profundidades e/ou distância da costa: pequenas profundidades, dentro dos rios e igarapés, alcançando 15m nas baías do Trumahy e do Piracauá Pesqueiros não georreferenciados: Rio Maracaçumé, boca da barra, rio Tromaí, São José, rio Boqueirão, cabeceira do Rio Lino Não foi possível obter informações que permitisse delimitar estas áreas de pesca No entanto, foi possível obter em campo a informação de que a atuação dos pescadores ocorre principalmente em locais não muito distantes de sua comunidade. Não há atividade pesqueira na do município. Os pescadores que residem nesta comunidade se deslocam aos portos de outras comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. Não aplicável O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível em diversas comunidades do município de Godofredo Viana, contudo muitas se encontram em condições precárias de conservação oferecendo riscos elevados à saúde dos pescadores. Quando não há estrutura o desembarque ocorre diretamente sobre a margens dos rios, canais e igarapés e nas praias. O combustível é obtido por meio de comércios informais presentes em muitas comunidades. Em Aurizona há um posto de abastecimento. Quanto ao gelo, não há fábrica de gelo no município, sendo este insumo obtido principalmente em Cândido Mendes e em Carutapera. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Godofredo Viana para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

212 TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Godofredo Viana COMUNIDADE Aurizona EMBARQUE E DESEMBARQUE Rampa de concreto em más condições. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há estrutura, porém há comércio informal na comunidade. Também obtém o insumo na sede. FORNECIMENTO DE GELO Não há estrutura. Obtém em Cândido Mendes ou Carutapera. Barão de Pirucaua Trapiche de madeira Não identificado Não identificado. Boa Vista Borges Japó Marimbondo Ponta do jardim Porto da Cabeceira Praia de São Jorge Praia do Meio São José de Pirucaua Trapiche de madeira em más condições. Não identificado Trapiche de madeira (Porto do Japó) e Feliz porto (no canal de mangue). Trapiche de madeira Há um trapiche de madeira destruído que não é mais utilizado. Na beira do rio sem qualquer infraestrutura de apoio. Na beira da praia rio sem qualquer infraestrutura de apoio. Na beira da praia rio sem qualquer infraestrutura de apoio. Cais de aterro e beira da mangue. Não há estrutura. Obtém em Candido Mendes. Não há estrutura. Obtém em Ponta do Jardim Não há estrutura. Obtém o insumo em Luis Domingues e em Godofredo Viana. Há comércio informal na comunidade. Não há estrutura. Obtém na. Não há estrutura. Há comércio informal e também é obtido em Cândido Mendes Não há estrutura e não há demanda. Não há estrutura. Obtém em Candido Mendes e Godofredo Viana. Não há estrutura. Obtém em Carutapera e Cândido Mendes. Não há estrutura. Obtém em comércio informal na comunidade ou na. Não há estrutura. Obtém em Candido Mendes. Não há estrutura. Obtém em Ponta do Jardim. Não há estrutura. Obtém em Ponta do Jardim. Não há estrutura. Obtém em Candido Mendes. Não há estrutura. Há um revendedor de gelo que obtém o insumo em Cândido Mendes. Não há estrutura e não há demanda. Não há estrutura. Obtém em Cândido Mendes. Não há estrutura. Obtém em Carutapera e Cândido Mendes. Não há estrutura. Obtém o insumo em Cândido Mendes e pontos de revenda na própria comunidade. Urubuquara Não identificado Não identificado Não identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

213 Em Godofredo Viana não há unidade de beneficiamento. A filetagem do pescado ocorre em estabelecimentos de revenda de pescado como peixarias e feiras. Há um mercado de peixe na do município e em Aurizona. Nas demais comunidades nota-se a presença de peixarias ou pequenos estabelecimentos informais de venda ao ar livre. Destaca-se ainda que a comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o consumidor final. Algumas comunidades pescam apenas ou principalmente para a subsistência. Há estaleiros para construção e reparo de embarcações em diversas comunidades, sendo estas de pequeno porte. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Godofredo Viana para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Godofredo Viana COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Aurizona Barão de Pirucaua Boa Vista Borges Japó Não há unidade de beneficiamento. Este é realizado apenas no mercado local para revenda. Não há unidade de beneficiamento. Não há unidade de beneficiamento. Não identificado Não há unidade de beneficiamento. Há um mercado próximo ao porto desativado. Atravessadores transportam pescado para a, Cândido Mendes e São Luis. Não há estrutura. Maior parte da produção atende a subsistência. Venda somente por encomenda. Não há estrutura. Atravessador (Patrão) da própria comunidade leva o pescado para Cândido Mendes. Não há estrutura. Maior parte da produção atende a subsistência. Vende o excedente diretamente para a comunidade. Não há estrutura. Atuam dois atravessadores que revendem o pescado em Ponta do Jardim. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há estaleiro e dois carpinteiros (Satubal e Elias). Não há estrutura e carpinteiros. Manutenção realizada pelos próprios pescadores. Há estaleiro e 1 carpinteiro. Não há estrutura e carpinteiros. Manutenção realizada pelos próprios pescadores. Há estaleiro e 2 carpinteiros. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

214 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Marimbondo Ponta do jardim Porto da Cabeceira Praia de São Jorge Praia do Meio São José de Pirucaua Não há unidade de beneficiamento. Não há unidade de beneficiamento. Há atividade de salga de algumas espécies. Não há unidade de beneficiamento. Atividade realizada apenas na revenda. Não há unidade de beneficiamento. Não há unidade de beneficiamento. Há atividade de salga de algumas espécies. Não há unidade de beneficiamento. Há atividade de salga de algumas espécies. Há peixarias, sendo que a maior parte do pescado é direcionada para São Luis por atravessadores. Há peixarias e pontos de venda. Há pontos de comercialização na rua. Não há estrutura. Atravessador (Patrão) da própria comunidade leva o pescado para Cândido Mendes e para a do município. Não há estrutura. Atravessador (Patrão) da própria comunidade leva o pescado para Cândido Mendes e Carutapera. Não há estrutura. Atravessador de Aurizona distribui para as demais comunidades do município e para o mercado municipal. Urubuquara Não identificado Não identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CONSTRUÇÃO E REPAROS Há estaleiro e 2 carpinteiros (Elias e Ilton). Há estaleiro e 3 carpinteiros (Elias, Satubal e Ilton). Não há estrutura e carpinteiros. Manutenção realizada pelos próprios pescadores. Há estaleiro e 1 carpinteiro (Dango). Não há estrutura e carpinteiros. Manutenção realizada pelos próprios pescadores. Há estaleiro e 1 carpinteiro. Não há estrutura e carpinteiros. Manutenção realizada pelos próprios pescadores. O pescado é armazenado em basquetas de plástico e caixas de isopor, tanto na produção, quanto na venda e transporte do pescado. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

215 29.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 30. Luis Domingues 30.1 Embarcações e frota A pesca artesanal em Luis Domingues ocorre nas comunidades de Boa Vista e da municipal. A maior parte da frota de Luís Domingues é de pequeno porte, construída em madeira e movida a motor ou a remo. As maiores embarcações encontradas durante o levantamento de campo possuíam até 11 metros de comprimento. A maior concentração de embarcações foi observada na do município. Nas duas comunidades visitadas o gelo foi indicado como principal método de conservação de pescado. Os principais tipos de embarcação por comunidade encontram-se apresentados na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Luís Domingues COMUNIDADE Boa Vista TIPO / NOME Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTIDADE ESTIMADA Barco/bote Madeira, até 11m, motor Gelo 40 Canoa Madeira, até 7m, remo e rabeta Gelo e in natura 120 Bote Madeira, até 9m, motor Gelo 10 Canoa Madeira, até 7m, remo e rabeta Gelo e in natura Apetrechos e Recursos explotados De acordo com os dados de campo, na pesca artesanal em Luís Domingues predomina a utilização de redes de emalhe, com destaque para a tainheira e malhadeira. Também foi observado um número elevado de espécies explotadas no município, conforme indicado na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Luís Domingues COMUNIDADE APETRECHO Curral (de enfiada e de beirada) Espinhel Linha de mão Redes (tainheira, malhadeira, tapagem) Tarrafa (para isca) Zangaria RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Arraia, bagre, bandeirado, cação, camorim, corvina, cururuca, gurijuba, jiquiri, peixe pedra, pescada-amarela, pescada-gó, tainha, uritinga Setembro/2015 Revisão 00 II /409

216 COMUNIDADE APETRECHO Curral (fuzarcão) Linha de mão Boa Vista Redes (estacada, malhadeira, tainheira) Tarrafa pra isca Zangaria Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) RECURSOS EXPLOTADOS E COMERCIALIZADOS Arraia, bagre, banderado, camorim, canguira, caruaçu, corvina, cururuca, pampo, parú, peixe galo, pescadaamarela, pescada-gó, tainha 30.3 Sazonalidade Em relação ao período de safra das principais espécies capturadas, os pescadores entrevistados destacaram apenas três espécies como sendo aquelas que apresentam relevantes alterações sazonais, a saber: pescadaamarela, pescada-gó e sardinha. As demais espécies foram caracterizadas como de ocorrência constante ao longo do ano (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Luís Domingues RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Pescada-amarela Pescada-gó Sardinha Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 30.4 Áreas de pesca De acordo com os dados de campo, a maioria as comunidades do município de Luís Domingues pescam em águas interiores e costeiras, restringindo seu raio de ação até as baías do Iririaçu e Tramai. A pesca ocorre ao longo de todo o ano (TABELA II ). TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Luís Domingues COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Boa Vista Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: Rio Iririaçu, igarapés, estuários, mar até a Ilha da Boa Viagem Profundidades e/ou distância da costa: Até 18MN da comunidade em direção ao mar Alcance paralelo à linha de costa: nos rios Iririaçu e Tromaí e respectivas baías Profundidades e/ou distância da costa: até 14MN em direção ao mar Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

217 O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A estrutura de embarque e desembarque se encontra disponível apenas na, onde os pescadores contam com uma escada de concreto que facilita o acesso ao local de desembarque. Em Boa Vista não há infraestrutura disponível. Há um posto de combustível na que fornece combustível aos pescadores e não há fábrica de gelo no município, que depende da infraestrutura de Carutapera e Cândido Mendes. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Luís Domingues para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Luís Domingues COMUNIDADE Boa Vista EMBARQUE E DESEMBARQUE Há uma escada de concreto que facilita o acesso a área de desembarque. Não há estrutura. Desembarque ocorre diretamente na praia. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há um posto de combustível regular e revendas informais. Não há estrutura. Obtém o insumo em Carutapera. FORNECIMENTO DE GELO Não há fábrica de gelo. Obtém em Carutapera ou Cândido Mendes. Não há fábrica de gelo. Obtém em Carutapera. Em Luís Domingues não há unidade de beneficiamento. Este tipo de atividade ocorre em estabelecimentos de revenda de pescado como peixarias e feiras. Há um mercado de peixe na do município. Em Boa Vista a comercialização ocorre em pontos informais ao ar livre. Destaca-se ainda que a comercialização é realizada principalmente para atravessador local, que transporta e revende a produção pesqueira no mercado de peixe municipal ou diretamente para o município de Carutapera. Há estaleiros para construção e reparo de embarcações na e em Boa Vista. A TABELA II sumariza as características da estrutura disponível em Luís Domingues para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

218 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Luís Domingues COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Boa Vista Não há estrutura. Mas há beneficiamento para a revenda. Não há estrutura. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Há um mercado próximo ao porto. Também atuam atravessadores. Há pequenos pontos de venda e atuação de atravessadores que revendem o pescado na e em Carutapera. CONSTRUÇÃO E REPAROS Há estaleiro e 2 carpinteiros. Há estaleiro e 1 carpinteiro. O pescado é armazenado em basquetas de plástico e caixas de isopor, tanto na produção, quanto na venda e transporte do pescado. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 31. Carutapera 31.1 Embarcações e frota Foram localizadas 06 comunidades pesqueiras em Caratupera: Caranandeua, Livramento, Manaus Beira, São Lourenço, São Pedro e a sede municipal. Segundo levantamento de campo, a frota pesqueira de Carutapera é de pequena escala, concentrando embarcações de pequeno porte de madeira dos tipos canoa e barco. As embarcações são em sua maioria motorizadas com motor de popa e em seguida movidas à vela ou remo (TABELA II ). Destaca-se que a frota local de Carutapera contrasta significativamente com a frota visitante de municípios como Tutóia, Barreirinhas e São Luís que utilizam o porto do município para embarque e desembarque de tripulação, insumos e pescado. Conforme pode ser observado em campo, a frota visitante apresenta um porte maior, composto por embarcações de fibra e madeira com até 12 metros de comprimento. TABELA II Tipologias e características das embarcações pesqueira de Carutapera COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Canoa Madeira, 2 a 4 metros de Gelo e in natura 250 QUANT DE ESTIMADA Setembro/2015 Revisão 00 II /409

219 COMUNIDADE Livramento Manaus Beira TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS comprimento, remo, vela e motor rabeta MÉTODO DE CONSERVAÇÃO Caranandeua 6 São Lourenço 30 São Pedro 25 Madeira, de 4 metros de 175 Livramento Barco comprimento, a remo, vela e motor Gelo e in natura 4 São Pedro rabeta 20 Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 31.2 Artes de pesca 30 QUANT DE ESTIMADA 7 motor / 50 remo De acordo com as informações levantadas em campo, os apetrechos empregados em Carutapera incluem redes, linhas e armadilhas fixas. Dentre as artes mais empregadas, como nos demais municípios maranhenses, destacam-se as redes (TABELA II ). TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Carutapera COMUNIDADE Livramento Manaus Beira Praia de Sardinha Caranandeua Livramento Manaus beira Praia da Sardinha São Lourenço São Pedro Livramento Manaus Beira Praia de Sardinha APETRECHO Curral Espinhel horizontal Linha de mão Rede de deriva Tarrafa Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Rede poitada Tapagem PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, tainha, cangatã, uricica, bandeirado, bragalhão, arraia, mandí, uritinga, gurijuba, surubim, tucunaré, traira, piranha, piau, aracu, mandubé, pescada-gó, pratiqueira Bagre, cangatã, uricica, bandeirado, bragalhão, arraia, uritinga, gurijuba, pescada-amarela, peixe pedra, cação, corvina Peixe-pedra, pescada-amarela, cação, corvina Peixe-pedra, pescada-amarela, cação, corvina Corvina, uricica, tainha, camarão, mandi, caíca Peixe pedra, pescada-amarela, cação, corvina, pratiqueira, caíca Bagre, tainha, cangatã, uricica, bandeirado, bragalhão, arraia, mandí, uritinga, gurijuba, surubim, tucunaré, traira, piranha, piau, aracu, mandubé Setembro/2015 Revisão 00 II /409

220 31.3 Sazonalidade De acordo com as informações coletadas em campo, a maioria das espécies ocorrem entre os meses de janeiro e maio, que correspondem à estação chuvosa. Este é o caso, por exemplo do aracu, pacu e xaréu. A única exceção nesse caso é o da pescada-branca, capturada entre os meses de maio a outubro, período de seca. Conforme indicado na TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Carutapera RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Aracu Camorim branco Cangatã Corvina Dourada Gurijuba Jurupiranga Mandí Pacú Pescada-branca Pescada-gó Piramutaba Sardinha Tucunaré Xaréu Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 31.4 Áreas de pesca A área de pesca do município de Carutapera é restrita aos rios que cortam o município, estuários e a uma região marítima contígua ao seu litoral em profundidades máximas de 30 metros. A TABELA II sumariza as áreas de pesca por comunidade. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

221 TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Carutapera COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Caranandeua Livramento Manaus Beira Praia de Sardinha São Lourenço São Pedro Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Alcance paralelo à linha de costa: ao longo do litoral do município Profundidades e/ou distância da costa: até 30 metros de profundidade, bem como nos rios Gurupí, Iririmirim e Iririaçu Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município Infraestrutura de apoio A infraestrutura de desembarque pesqueiro no município de Carutapera conta predominantemente com trapiches de madeira, muitos dos quais se encontram em péssimas condições de conservação de suas estruturas físicas. Apenas na nota-se uma estrutura de concreto. Na também se encontra instalado o maior número de trapiches. O fornecimento de combustível é realizado em um posto de abastecimento privado constituído por uma bomba instalada em um trapiche de madeira. Esta localização próxima à área de embarque e desembarque facilita o abastecimento das embarcações pesqueiras. Nas demais comunidades o combustível é fornecido por atravessadores ou em estabelecimentos comerciais informais. Alguns pescadores também procuram a municipal e municípios vizinho, como Luís Domingues, para obter o insumo. Em relação ao gelo, o município conta com três fábricas instaladas na. A infraestrutura presente contrasta com as características da pesca realizada pelos pescadores do município. Aparentemente, a pesca de pequena escala realizada em Carutapera não apresentaria demanda suficiente para a atual capacidade instalada no município para a produção de gelo. Contudo, destaca-se que o município tem servido à pescadores de outros municípios como entreposto de pesca, sendo o município frequentado por atravessadores regionais que também demandam gelo para o transporte do pescado em seus caminhões. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em Carutapera para embarque e desembarque, fornecimento de combustível e de gelo. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Carutapera COMUNIDADE EMBARQUE E DESEMBARQUE Cinco terminais, sendo 4 trapiches de madeira em cais de concreto. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há um posto de combustível FORNECIMENTO DE GELO Há três fábricas de gelo, sendo uma pública. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

222 COMUNIDADE Livramento Manaus Beira Caranandeua São Lourenço São Pedro EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há. Acesso ao rio conta com apoio de uma escada de madeira. Três terminais, sendo todos eles em madeira. Um é coberto e possui maior porte. Um trapiche de madeira. Não há infraestrutura. Acesso ao rio conta com apoio de uma escada de madeira. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Um trapiche de madeira na beira do rio. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há infraestrutura. Obtém na ou em Luís Domingues. Não há infraestrutura. Comércio informal na comunidade. Não há infraestrutura. O combustível é fornecido pelo atravessador que também compra o pescado para revenda. FORNECIMENTO DE GELO Não há infraestrutura. Obtém o gelo na. Não há infraestrutura. Tampouco utilizam gelo nesta comunidade. Não há infraestrutura. Obtém o gelo na ou com atravessadores de pescado. Não foi identificada unidade de beneficiamento de pescado em Carutapera. Estas atividades são realizadas em peixarias e demais pontos de revenda de pescado no município, sobretudo no mercado municipal e no mercado de Santa Rita. A comercialização conta com a facilitação do mercado municipal de peixe, que se caracteriza como sendo a principal estrutura voltada para a comercialização de pescado em Carutapera. Há ainda peixarias fora do mercado de Santa Rita, incluindo uma na comunidade de Livramento. A comercialização é protagonizada pela atuação de atravessadores locais, donos dos pontos de pesca presentes no mercado. Há ainda a atuação de atravessadores regionais que compram o pescado desembarcado em Carutapera para revendê-los em outros municípios, como São Luís e Bragança. A venda direta para a população é restrita e ainda há de se destacar o grande volume de pescado voltado para a subsistência, sobretudo de espécies de menor valor econômico. A construção e reparo de embarcações são realizados principalmente na municipal, na qual foram identificados oito carpinteiros e dois estaleiros. Em São Pedro foi identificado um carpinteiro e nas demais comunidades não foram identificados profissionais dedicados à construção e reparo de embarcações. A TABELA II sumariza as principais características da estrutura disponível em São José de Ribamar para beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

223 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Carutapera COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Não há infraestrutura Há dois mercados no município: mercado municipal e mercado Santa Rita. Livramento Não há infraestrutura Há peixarias na comunidade. Manaus Beira Caranandeua São Lourenço São Pedro Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não há infraestrutura Não há infraestrutura Não há infraestrutura Não há infraestrutura Não há infraestrutura, porém há venda na comunidade realizada por ambulantes ou pelos próprios pescadores. Não há infraestrutura, porém há venda na comunidade realizada por ambulantes ou pelos próprios pescadores. Não há infraestrutura, porém há venda na comunidade realizada por ambulantes ou pelos próprios pescadores. Não há infraestrutura, porém há venda na comunidade realizada por ambulantes. Pescadores também desembarcam na para aproveitar melhores preços. CONSTRUÇÃO E REPAROS 8 carpinteiros e 2 estaleiros. Não há infraestrutura. Reparos são realizados na ou em Luís Domingues. Não há infraestrutura. Não há infraestrutura. Não há infraestrutura. 1 carpinteiro. O armazenamento nas embarcações pequenas é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo. Já nas embarcações de maior porte é utilizado urnas isotérmicas. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica com gelo e em caminhões com urna frigorífica para realizar viagens mais longas. Os comerciantes locais utilizam freezers, caixas de isopor com gelo, câmaras isotérmicas com gelo e câmaras frigoríficas para o transporte do pescado. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

224 31.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. D PARÁ O Pará, segundo maior estado do país, conta com uma extensão territorial de km². A faixa litorânea que compreende o nordeste do Pará apresenta características ambientais singulares que a distinguem na costa brasileira, destacando-se por suas formas recortadas com ilhas, penínsulas e baías, situadas nas desembocaduras frequentemente amplas de rios de curto percurso, manguezais e restingas (Franzinelli, 1982; 1992; Farias et al., 1987). A seguir são apresentadas as principais informações municipais referentes a: i. tipos de embarcações e frota no estado, ii. artes de pesca, iii. produção pesqueira e iv. infraestrutura geral de apoio à pesca. Embarcações e frota No Pará, o último levantamento cadastral de embarcações pesqueiras também foi realizado em 2005 por SEAP/IBAMA/PROZEE (2005). De acordo com este estudo, a frota pesqueira do estado do Pará é constituída de barcos a motor, barcos industriais, canoas, canoas motorizadas e de montaria. Das embarcações cadastradas, 38,3% são do tipo barco a motor, seguidos das montarias com 23,2%. As maiores frotas do estado estavam localizadas em Vigia, Belém e Bragança, que registraram, respectivamente, 14,9%, 13,1% e 10,7% da frota do estado. O cadastramento realizado em 2005 identificou que 93,3% possuem comprimento inferior a 12 metros. Em outras palavras, a frota pesqueira paraense é constituída, principalmente, de embarcações de pequeno e médio porte. O principal material utilizado para a construção das embarcações consiste na madeira, presente em 97,3% das unidades registradas. A tonelagem de arqueação bruta das embarcações (TAB) é inferior a 10 para 93,7%. No que diz respeito ao sistema de conservação de pescado mais utilizado, nota-se o emprego do gelo. Contudo, para a maioria das embarcações pequenas denominadas por montaria, o pescado é mantido in natura entre a captura e a comercialização (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005). A TABELA II apresenta as caracteríticas das principais embarcações pesqueiras presentes no estado do Pará e suas respectivas distribuições na Área de Estudo. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

225 TABELA II Caracterização dos principais tipos de embarcação pesqueira utilizadas por pescadores artesanais do estado do Pará TIPO/FOTO Montaria PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Capacidade para até 0,5 t, material do casco de madeira, propulsão a remo, comprimento até 10 m, tripulação de um a quatro pescadores, autonomia de um dia de mar, conservação do pescado in natura ou caixas isotérmicas, conhecidas localmente como bote a remo, casquinho, reboque ou reboquinho DISTRIBUIÇÃO NA ÁREA DE ESTUDO Presente em todos os municípios Canoa a vela com capacidade para até 3t Material de casco de madeira, propulsão a vela, remo ou a remo e vela, comprimento até 12 m, tripulação de um a seis pescadores, autonomia de até dois dias de mar, conservação do pescado in natura ou conservado em pequenas caixas isotérmicas com gelo, conhecidas vulgarmente como canoa ou bote a vela. Presente em todos os municípios Canoa motorizada com capacidade de até 5t Material do casco madeira, propulsão a motor ou motor e vela, potência de 11 a 22 hp, comprimento menor que 8 m, tripulação de dois a seis pescadores, autonomia de até cinco dias de mar, conservação do pescado em caixas ou urnas isotérmicas com gelo, conhecidas vulgarmente como bote motorizado, bastardo ou lancha. Presente em todos os municípios Barcos de pequeno e médio porte (BPP E BMP) com capacidade de até 18t Material do casco de madeira, propulsão a motor, potência de 11 a 114 hp, comprimento igual ou maior que 8 m, tripulação de até 17 pescadores dependendo do tipo de pescaria, autonomia até 25 dias de mar, conservação do pescado em urnas isotérmicas com gelo conhecidas vulgarmente como barco ou lancha. Presente em todos os municípios Fonte: SEAP/IBAMA/PROZEE (2005); Setembro/2015 Revisão 00 II /409

226 Artes de pesca Os dados do Registro Geral de Pesca sobre as artes de pesca permissionadas para o estado do Pará (FIGURA II ) mostram predomínio de licenças para redes de emalhe com 80% de participação (38% costeira de fundo, 37% de superfície e 5% de espera). Nota-se ainda que estes dados confirmam os resultados alcançados por Silva (2004), Santos (2005) e Santos et al. (2005) em relação ao predomínio das redes em relação aos demais tipos de arte de pesca empregados pelos pescadores paraenses. 13% 3% 5% 4% 38% Rede de emalhe costeiro de fundo Rede de emalhe de superfície Rede de emalhe de espera Espinhel vertical Arrasto de Fundo simples Outras 37% FIGURA II Artes de pesca permissionadas no Estado do Pará Fonte: RGP (2014) A diversidade de artes pesca pescas observadas nos estados do Ceará e Maranhão também está presente no estado do Pará. De acordo com Santos et al. (2005) notou-se entre 1970 e 2005 poucas alterações em relação a estrutura produtiva da atividade pesqueira no Estado do Pará. Ainda de acordo com os autores, a pesca tem sido realizada através de artes de pesca tradicionais, confeccionados pelos próprios pescadores. Em relação à diversidade de métodos utilizados, Silva (2004), por sua vez, observou a presença de 16 sistemas de pesca artesanal no Pará. Destes, nove são realizados através de redes, que variam em relação ao tamanho e tipo de malha, em relação à forma como são utilizadas e aos ambientes explorados. Interessante notar que estas diferenças refletem nos nomes atribuídos pelos pescadores aos seus artefatos de pesca. A serreira, por exemplo, consiste na rede utilizada para a captura das espécies serra, por sua vez a douradeira é voltada para a captura da dourada. Santos et al. (2005) corroboram os resultados encontrados por Silva (2004) e as observações efetuadas em campo em relação a elevada diversidade de artes de pesca empregadas pelos pescadores do Pará. Os autores destacam que esta diversidade está relacionada com a necessidade em se manter na pesca ao longo de todo o ano tendo que adaptar-se, portanto, às variações sazonais do ambiente. Santos et al. (2005) também observaram o predomínio da utilização de redes de emalhe. Entre outros métodos identificados pelos autores Setembro/2015 Revisão 00 II /409

227 destacam-se o espinhel e o curral. A FIGURA II apresenta o trabalho de conserto de uma rede de emalhe em Bragança. FIGURA II Conserto de rede em Bragança Fonte: AECOM, 2013 Os currais têm sido mencionados como importantes artes de pesca no Pará, conforme destacam os estudos de BORCEM et al. (2011), JUNIOR (2008) e BARLETTA et al. (1998). Até a introdução das redes de nylon os currais consistiam em uma das principais artes de pesca utilizadas no Pará (BARLETTA et al. 1998). Os currais são armadilhas fixas construídas nos estuários, em geral sobre bancos de areia. Há ao menos três tipos principais de currais denominados em Bragança por: enfiador, coração e cachimbo. Rosa (2007) também encontrou estes três tipos em Augusto Correa. A FIGURA II apresenta um desenho esquemático dos tipos de currais observados na costa bragantina. FIGURA II Tipos de Curral (A) Coração; (B) Cachimbo; (C) Enfiador. As setas indicam as principais estruturas do curral, sendo (a) espia, (b) sala e (c) chiqueiro Fonte: Barletta et al Setembro/2015 Revisão 00 II /409

228 Espinhéis verticais do tipo pargueira são utilizados em pescas com caícos, sendo içadas à mão, ou no próprio costado das embarcações de médio porte, neste caso com auxílio de um molinete artesanal denominado localmente por bicicleta. A pesca com armadilhas, denominada covo, é realizada para a captura de pargo e de lagosta (FIGURA II ). Estas modalidades requerem maior investimento e encontram-se predominantemente estabelecidas principalmente entre os pescadores que moram das sedes de Augusto Correa e de Bragança. FIGURA II À esquerda, molinetes utilizados para içar a pargueira e, à direita, covos utilizados para a captura da lagosta. Fonte: AECOM (2014, 2015) Produção pesqueira A produção pesqueira no Pará consiste em uma das maiores do país (MPA, 2014) apesar das informações disponibilizadas pelo governo serem permeadas por muitas controvérsias. Os dados oficiais são gerados a partir do Projeto ESTATPESCA baseado na amostragem por tipo de embarcação fixada em 20% da frota pesqueira. De acordo com Isaac et al. (2008) a metodologia adotada pelo governo não leva em consideração a dinâmica da pesca artesanal que apresenta uma grande variabilidade temporal e especial de estratégias de captura. Esta variação pode impactar o resultado do sistema de amostragem estabelecido. Os autores destacam que a produção pesqueira apresentou entre 1998 e 1999 um grande salto, que coincide com a mudança de metodologia do governo em relação ao monitoramento do desembarque pesqueiro (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

229 FIGURA II Produção pesqueira de origem extrativa marinha Fonte: Isaac et al Nota-se na FIGURA II que a partir de 2005 a produção pesqueira proveniente da pesca extrativa marinha decresce para os níveis apresentados antes da implementação do Projeto ESTATPESCA, conforme destacado na FIGURA II O fato que levou esta mudança não está claro, mas pode relacionar-se com o cadastramento da frota realizado pelo IBAMA e pelo Ministério da Pesca e Aquicultura nas Regiões Norte e Nordeste (SEAP/IBAMA/PROZEE, 2005). A realização desta ação pode ter calibrado os modelos estatísticos do programa refletindo em uma estimativa inferior de produção para o estado do Pará , , , , , , , , , , FIGURA II Produção pesqueira entre 1999 e 2011 Fonte: IBAMA (1999 a 2007) e MPA (2008 a 2011) Quando analisado os dados de produção por município, nota-se que há uma redução acentuada da produção pesqueira desembarcada no município de Bragança a partir de Augusto Corrêa apresenta queda entre 1998 e 2000, recuperando-se parcialmente nos anos seguintes com o registro de aumentos sucessivos de volume desembarcado (FIGURA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

230 Milhares Augusto Corrêa Bragança FIGURA II Produção de pescado por municípios Fonte: CEPNOR (todos os anos) Os grupos de espécies de maior importância para a pesca artesanal da costa Norte brasileira são os bagres, a pescada-gó, a serra, o pargo (FIGURA II ) e a pescada-amarela. Especificamente a pescada-amarela possui importância econômica para os pescadores artesanais paraenses, não só pela qualidade de sua carne, mas também pela bexiga natatória, chamada de grude. Tanto a carne da pescada-amarela quanto o grude são avaliados como nobres no mercado, ambos com valores de primeira venda elevados. As maiores produções por viagem foram registradas em Bragança e Vigia (MOURÃO et al. 2009). FIGURA II Pargo capturado pela arte de pesca bicicleta Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) A produção pesqueira de pescada-amarela foi de aproximadamente de 15 mil toneladas em Os principais portos de desembarque estão situados em Belém, Bragança e Vigia que juntos representam cerca de 70% dos desembarques do Pará em Junto com a dourada, a pescada-amarela é uma das espécies mais visadas pelos balanceiros no mercado Ver-o-Peso, em Belém (MOURÃO et al. 2009). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

231 São capturadas como fauna acompanhante da pescaria da pescada-amarela: gurijuba, corvina, cação, camurim, bagre, xaréu, pirapema, uritinga e mero. O grude obtido de peixes da fauna acompanhante também é comercializado, mas com valores mais baixos. O grude é utilizado como agente clarificante na indústria de bebidas, principalmente para cervejarias e vinícolas, e ainda como espumante, emulsificante, dispersante e gelificante (MOURÃO et al. 2009). Durante o levantamento de campo (AECOM, 2013), os pescadores de Bragança mencionaram como sendo as principais espécies-alvo capturadas: serra, pargo, corvina, anchova, pescada-gó, bagre, bandeirado, sarda, lagosta, caranguejo-uçá. Em Augusto Corrêa as espécies-alvo mais citadas foram: pargo, serra, pescadaamarela, bagre, lagosta, ariacó, cavala, arraia, bonito, bandeirado, uritinga, gurijuba e xaréu. De acordo com CEPNor (2004) as principais espécies-alvo desembarcadas em Augusto Corrêa e Bragança foram respectivamente: caranguejo-uçá, serra e pescada-amarela. Em destaque a participação da pescadaamarela com pouco mais de 58% da produção global desembarcada em Bragança em As seis principais espécies-alvo capturadas para este município totalizaram 84% de sua produção (FIGURA II ). 39% 27% 2% 3% 3% 16% 13% 5% 13% 58% 4% 4% 6% 7% Serra Tubarão Pescada Amarela Pescada Gó Pargo Pescada Amarela Bagre Gurijuba Uritinga Bandeirado Pescada Cambuçu Arraia Outros Outros FIGURA II Produção pesqueira marítima desembarcada em Augusto Corrêa (esquerda) e Bragança (direita) Fonte: CEPNor (2004) Em relação à sazonalidade, através do levantamento de campo foi possível apurar que há variações nas capturas de algumas espécies-alvo ao longo do ano. Os principais meses do ano seriam correspondentes aos meses chuvosos, entre novembro e abril. Neste período ao menos quatro espécies-alvo apresentam maior produção segundo os pescadores entrevistados (TABELA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

232 TABELA II Sazonalidade das principais espécies de interesse para os pescadores paraenses ESPÉCIE Lagosta Pargo Serra Corvina Anchova Bandeirado Guritinga Sarda SAZONALIDADE / PRODUTIVIDADE JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Legenda: Ocorrência Safra / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013) Fernandes et al. (2013) analisando dados de desembarque pesqueiro entre 2008 e 2011 não encontraram variação significativa do desembarque de serra na região Bragantina, onde se encontram os municípios da área de estudo. Contudo, observou variações nos locais de pesca, mostrando que há variações nos locais de pesca desta espécie. Durante os meses de agosto a novembro a pesca é realizada em área mais costeira. Esta variação, em comparação com a sazonalidade observada pelos pescadores entrevistados em campo pode significar que com a aproximação da serra em águas mais costeiras, torna-se possível sua captura por frotas que apresentam distribuição mais concentrada na costa, aumentando relativamente à produção desembarcada. Infraestrutura de apoio à atividade pesqueira A infraestrutura de apoio a atividade pesqueira no Pará se assemelha ao Maranhão. A estrutura de embarque e desembarque de pescado no estado apresenta, de modo geral, condições precárias de funcionamento e atendimento as necessidades dos pescadores artesanais, com exceção a sede de alguns municípios. Muitas comunidades não contam com qualquer tipo de infraestrutura e os locais de embarque e desembarque ocorrem na beira de praias, rios, estuários, entre outros. Nota-se muito frequentemente a utilização de trapiches de madeira construídos pelos próprios pescadores. Em muitas comunidades, a ausência de infraestrutura condiciona a rotina da pesca aos movimentos da maré. Em toda a Área de Estudo as atividades de armação das embarcações são dependentes da maré, sendo o retorno aos portos programados para coincidir com a maré cheia. Caso contrário os pescadores correm o risco de encalharem (AECOM, 2013; 2014). A TABELA II apresenta uma breve descrição dos principais tipos de infraestrutura de embarque e desembarque observados no estado do Pará. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

233 TABELA II Infraestrutura de embarque e desembarque presentes no Pará. TIPO/FOTO DESCRIÇÃO Beira de praia ou de rio Situação onde não há qualquer tipo de infraestrutura de apoio, sendo o embarque e desembarque de tripulação e insumos realizado diretamente em praias ou em margens de rios. Trapiche Estrutura de madeira, de uso público ou privado. Estas estão presentes em pequenas comunidades em locais onde o sedimento é predominantemente lamoso. Rampa Infraestrutura de concreto, sem cobertura de uso público e privado. As rampas não possuem degraus, fato que favorece a aproximação de veículos às embarcações, facilitando as atividades de embarque de insumos e desembarque da produção pesqueira. Píer e cais Infraestrutura com fundações em concreto e piso em madeira ou concreto, com ou sem cobertura. Os píeres são construídos para permitir embarque e desembarque independentemente das condições de maré, pois alcançam o canal principal de rios ou avançam sobre a região entremarés. Na extremidade dos píeres encontrem-se cais de acostamento, fixos ou flutuantes, sendo estes menos frequentes. Destaca-se que há problemas de má conservação em muitas estruturas, assim como problemas de projeto, que tornam estes locais subutilizados. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2013; 2014; 2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

234 Os combustíveis utilizados pelos pescadores que possuem embarcações motorizadas são gasolina e óleo diesel. A gasolina é usada em motores do tipo rabeta e o óleo diesel em motores de centro. Há também consumo de lubrificantes e outros óleos destinados a manutenção das peças e do funcionamento correto dos motores. Na área de estudo a comercialização de combustíveis é realizada, em sua maioria, por postos revendedores regulares, mas também se observa postos náuticos e também fornecimento via atravessadores, de modo informal. Algumas comunidades não contavam com qualquer tipo de infraestrutura voltada para o abastecimentos das embarcações. Para a maioria dos pescadores entrevistados, o preço do óleo diesel é o principal responsável pelo encarecimento da pescaria. O elevado preço do combustível consiste em uma motivação adicional para a manutenção do uso da vela na região. Uma afirmação recorrente entre os pescadores consiste no fato de que o preço de primeira venda do pescado não aumentou na mesma taxa que os principais insumos da pescaria (óleo, gelo e alimento). A infraestrutura de fabricação e comercialização do gelo na área de estudo é composta por fábricas privadas e públicas e/ou fabricação domiciliar. Outro método de conservação observado consistiu na utilização do sal. A comercialização do gelo é realizada diretamente das fábricas ou através de atravessadores, em geral donos de peixarias situadas próximo a portos que não contam com fábricas de gelo em suas proximidades. O armazenamento do pescado a bordo das embarcações é realizado em caixas de isopor, urnas isotérmicas e em basquetas de plástico, e a conservação com gelo ou sal. A infraestrutura de beneficiamento de pescado no Pará está relacionada principalmente com os estabelecimentos de venda de pescado (peixarias, mercados municipais, feiras). Nestes estabelecimentos são realizadas diversas ações de beneficiamento do pescado, como limpeza com água potável, evisceração e filetagem. Entretanto, em muitas comunidades, o beneficiamento é realizado pelos próprios pescadores e consiste na evisceração, remoção do grude (bexiga natatória) e descabeçamento, para venda direta ao consumidor. Em algumas poucas comunidades, não há qualquer tipo de beneficiamento, sendo o pescado comercializado inteiro para os atravessadores. 1. Viseu 1.1 Embarcações e frota No município de Viseu foram identificadas as seguintes comunidades pesqueiras: Açaiteua, Apeú, Centro Alegre, Curupaiti, Fernandes Belo, Itacupim, Itamixila, Limondeua, Samaúma, São José do Gurupi, Taperebateua, Vila Bombom e sede municipal. A frota pesqueira presente no município de Viseu é composta por embarcações de madeira e predominantemente de pequeno porte. Estima-se que haja aproximadamente 800 embarcações pesqueiras no município, variando entre barcos e canoas. As canoas possuem de 3 a 7 metros; sem convés; e motor do tipo Setembro/2015 Revisão 00 II /409

235 rabeta, remo ou vela. Os barcos possuem de 8 a 12 m, convés e cabine. Utilizam motor central e vela como formas de propulsão e atuam com até 6 pescadores a bordo em pescarias com durações superiores a 10 dias. Segundo dados obtidos através de entrevistas com pescadores no município, as pescarias realizadas utilizando barcos duram aproximadamente seis dias e com canoas, duram um ou dois dias. A tripulação dos barcos varia entre três e cinco pessoas e das canoas, entre duas ou três pessoas. As informações sintetizadas são apresentadas na TABELA II TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Viseu COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Barco Madeira, de 8 a 12 m, motor e vela Gelo >50 Canoa Madeira, 3 a 7 metros, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura >55 Limondeua Itamixila Vila Bombom Itacupim Taperebateua Samaúma Fernandes Belo Açaiteua Centro Alegre Curupaiti Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo 8 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura 50 Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo 7 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura 4 Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo 4 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura 35 Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo 12 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura 20 Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo 15 Canoa De 3 a 7 metros sem convés Sal, gelo e in natura 10 Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo 10 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura 8 Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo 35 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura >200 Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo 25 Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura 30 Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo Não Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura identificado Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo Não Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura identificado São José do Gurupi Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo Não Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura identificado Setembro/2015 Revisão 00 II /409

236 COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Apeú Barco Madeira, 8 a 10 m, motor de centro e vela Gelo Não Canoa Madeira, 3 a 6 m, rabeta, remo e vela Sal, gelo e in natura identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 1.2 Artes de pesca Em geral, todas as embarcações geralmente realizam pescarias de armadilhas móveis e fixas. Como pescaria móvel, destaca-se o espinhel, um aparelho de pesca que funciona de forma passiva, com a utilização de iscas para a atração dos peixes. É formado pela linha principal (linha madre), linhas secundárias (alças) e anzóis. Nas duas extremidades do aparelho são colocadas boias luminosas e boias rádio para facilitar sua localização, uma vez que tanto o barco quanto o aparelho ficam à deriva durante toda a operação de pesca, estando sujeitos a correntes marítimas e ventos. Em relação às armadilhas fixas, podemos citar o curral para peixes usados especialmente nas áreas de marés. Além destas também ocorre a pesca com linha de nylon, com um número variado de anzóis; e as redes em forma retangular, tecidas em nylon mono ou multifilamento, em variadas espessuras de fio, abertura da malha e comprimento. Entre as redes, pode-se verificar as redes de emalhe (caiqueira, tainheira, malhadeira, rede de tapagem). No presente estudo foi observado que tanto na sede quanto nas comunidades a forma de conservação do pescado nos barcos é realizada através de urna isotérmica com gelo ou caixa de isopor; e nas canoas é caixa de isopor com gelo ou in natura. Há ainda a ocorrência de canoas que praticam a pescaria conhecida por bate e volta, esta ocorre de forma que o pescador vai para a sua área de pesca de acordo com a maré (saindo na vazante e voltando na enchente) e retorna no mesmo dia. No que se refere às espécies mais capturadas, destacam-se pargo, serra, tainha e bagre como as espécies mais corriqueiramente citadas pelos pescadores entrevistados (TABELA II ). TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Viseu COMUNIDADE Açaiteua Apeú APETRECHO Redes (malhadeira de beirada e grossa) Espinhel Rede apoitada linha de mão curral PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Bagre, tainha, pescadinha, pescada-amarela, corvina, pescada-gó, bandeirado, uritinga, cangatã, cururuca, camorim, curiacica. Pescada-amarela, tainha, pescada-gó, bagre, corvina, apapá, uritinga, bandeirado, pacamão, arraia, cação, gurijuba, camorim branco, camorim preto, pratiqueira e surubim. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

237 COMUNIDADE Curupaiti Fernandes Belo Itacupim Itamixila Limondeua Samaúma São José do Gurupi Taperebateua APETRECHO Rede curral espinhel linha de mão Rede malhadeira rede gozeira (0,5mm) linha de mão espinhel curral (cacuri) Curral espinhel rede tainheira Curral rede de tapagem rede de tainheira espinhel linha de mão Redes de tainheira malhadeira tapagem espinhel Rede Espinhel linha de mão Rede linha de mão Rede (todo os tipos) curral espinhel linha de mão Curral espinhel rede de caiqueira tainheira PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Mandubí, piramutaba, surubim e camarão. Curiacica, pescada-amarela, bagre, caíca, camurim, arraia, pescada-amarela, corvina, pescada-gó, tainha, dourada. Pescada-gó, banderado, pescada-amarela, bagre, arraia, tainha. Curiacica, bagre, tainha, camurim, bandeirado, pescadinha. Curiacica, bagre, pescada-amarela, tainha, banderado, pacamão, pescada-gó, corvina, arraia, cação e camurim. Peixe pedra, cangatã, pescada-amarela, corvina, curiacica, bandeirado, bagre, tainha, camurim, bragalhão, arraia, mandí, jiquirí, uritinga, gurijuba, pacamão, sardinha (pra isca), sardo, dourada, piramutaba Surubim, tucunaré, trairá, piranha, piau, aracu, jeju, mandubi. Peixe pedra, bagralhão, apapá, corvina, pescada-branca, jurumema, piau, tralhoto, pacu, cangatã, jurupiranga, aracu, dourada, branco, gurijuba, curupaiti, surubim. Pescada-gó, bandeirado, pescada-amarela, bagre, arraia, timbira, tainha, camurim, mandi, piramutaba, dourada. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

238 COMUNIDADE Vila Bombom Centro Alegre APETRECHO Rede de tapagem rede tainheira curral (cacuri) espinhel tarrafa linha de mão Não identificado em campo Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Caíca, caruaçu, arraia, camurim, pescada-amarela, camarão, Bagre, corvina, pescada-gó, banderado. Não identificado em campo. 1.3 Sazonalidade De acordo com os entrevistados nas comunidades visitadas (AECOM, 2015) a maioria das espécies pesqueiras capturadas, inclusive aquelas de maior importância econômica, são capturadas ao longo de todo o ano. Alguns exemplos de espécies que ocorrem ao longo de todo o ano incluem: arraia, bagre, bandeirado, cação, camorim, cangatã, corvina, curiacica, pescada-gó, peixe pedra e pescada-amarela. Por sua vez, as espécies citadas que, de acordo com os pescadores, apresentaram sazonalidade, ocorre principalmente entre os meses de janeiro e maio (TABELA II ). TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Viseu RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Aracu Camorim branco Cangatã Caramutaba Curupati Dourada Gurijuba Jurupiranga Mandí Mandubí Pacu Pescada-branca Piramutaba Legenda: Ocorrência Safra Defeso / Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

239 1.4 Áreas de pesca As áreas de pesca (TABELA II ) utilizadas pelos pescadores do município de Viseu encontra-se compreendida entre o litoral do município e Bragança, alcançando, no máximo, 35 metros de profundidade, na frente do município e 28 metros entre o município e Bragança. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Viseu COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Apéu 1 Centro Alegre Curupati Itamixila Limondeua Itacumim Samaúma São José de Gurupi 1 Vila Bombom Taperebateua Açaiteua Fernandes Belo Alcance paralelo à linha de costa: ao longo do rio Piriá, igarapés até o estuário correspondente Profundidades e/ou distância da costa: até 30 MN em direção a foz do rio Piriá, desde a comunidade mais distante Alcance paralelo à linha de costa: Atuam ao longo da beirada do rio presente entre a Baía do rio Piriá, ao norte, e a Baía do Gurupí, ao sul Profundidades e/ou distância da costa: até 1 MN da costa e em todo espelho d água dos rios e igarapés Alcance paralelo à linha de costa: entre Viseu e Bragança, incluindo rios Gurupi e as baias do Piriá e do Gurupi Profundidades e/ou distância da costa: até 28 metros de profundidade, sendo que atinge 35 metros na frente da baía do Gurupi Alcance paralelo à linha de costa: ao longo dos rios Gurupi e Piriá e seus respectivos estuários Profundidades e/ou distância da costa: até 1 MN da costa Apesar de não ter sido possível delimitar a área de pesca desta comunidade, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas a sua comunidade. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria desta comunidade. 1. Esta comunidade não foi georreferenciada. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 1.5 Infraestrutura de apoio Observa-se que as estruturas de apoio à atividade pesqueira estão situadas predominantemente na sede do município de Viseu (TABELA II ). As áreas de embarque e desembarque são difusas e, normalmente, estão situadas próximas às residências dos pescadores ou locais de comercialização. Os embarques e desembarques normalmente são realizados em trapiches de madeira ou concreto ou diretamente nas beiradas dos rios próximos aos locais de comercialização. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

240 O abastecimento de combustível é realizado, com maior frequência, através de um posto na sede de Viseu e na sede de Carutapera, mas também há um posto na comunidade de Fernandes Belo e na comunidade de Açaiteua. O abastecimento de gelo ocorre principalmente através da fábrica Gelo Marinho na sede de Viseu e na fábrica instalada na sede de Carutapera, sendo que na primeira o custo é maior. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Viseu. COMUNIDADE Açaiteua Fernandes Belo Itacupim Itamixila Limondeua Samaúma Taperebateua EMBARQUE E DESEMBARQUE Trapiche de concreto (Porto da Casa Velha) e beira de rio, especificamente na beira do mangue (Porto do Açaiteua). Trapiche grande de madeira (Porto Cocal) e beira de rio (Porto Caracas). Não há. Atividade realizada na beira do rio. Trapiche de madeira e uma rampa de concreto (local de travessia do Rio Piriá para ou outro lado do rio). Trapiche de madeira Trapiche grande de madeira Píer grande de concreto (Ponte principal), trapiche de madeira (porto da prainha), desembarque na beira de rio sem infraestrutura (porto do Saminha, porto da colônia e porto do Mangueirão). O embarque é realizado em Trapiche de madeira. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há um posto de combustível regular (Posto do Manduca). Há um posto de gasolina regular. Não há. Obtém em comércio informal na comunidade, na, em Carutapera. Não há. Obtém na. Não há. Obtém na. Não há. Obtém na. Há um posto de abastecimento regular. Não há. Obtém na. FORNECIMENTO DE GELO Há uma fábrica de gelo Não há. Obtém em Açaiteua, na de Bragança ou em Nova Olinda. Não há. Obtém na e em Carutapera Não há. Obtém na e em Açaiteua. Não há. Obtém na do município de Viseu. Não há. Obtém na e em Carutapera. Há uma fábrica de gelo. Não há. Obtém na. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

241 COMUNIDADE Vila Bombom Centro Alegre Curupaiti São José do Gurupi Apeú EMBARQUE E DESEMBARQUE O embarque é realizado em Trapiche de concreto, com condições precárias de conservação. O mesmo se encontra quebrado há oito meses. Não identificado em campo. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Não há. Obtém em comércio informal na comunidade e na. Não identificado em campo. FORNECIMENTO DE GELO Não há. Obtém na. Não identificado em campo. Não há indústria para beneficiamento no município. Todavia, é realizada limpeza dos pescados a bordo, para melhorar a estocagem e aumentar a durabilidade, que consiste na retirada do grude e limpeza. Em terra, beneficiamento nas peixarias e feiras da cidade. O pescado é comercializado na própria localidade do desembarque, havendo em muitas delas pequenas peixarias e pontos de revenda. Na e em Limondeua há mercados municipais. Há também atuação de atravessadores da cidade que compram o pescado em diferentes comunidades para revender na ou em outros municípios, como Belém e Bragança no Pará e Carutapera, no Maranhão. Vale ressaltar que quando a produção é em maior escala, geralmente os pescadores desembarcam em Carutapera, Maranhão. Não foram identificados estaleiros em Viseu. Durante o trabalho de campo, foi observada a atuação de carpinteiros e dos próprios pescadores na manutenção das embarcações. Este tipo de atividade é realizado em locais provisórios, muitas vezes no quintal dos próprios pescadores. A TABELA II sumariza as informações sobre beneficiamento, comercialização e construção e reparo de embarcações presentes em Viseu. TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Viseu COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Açaiteua Não há unidade de beneficiamento. É realizada limpeza e retirada do grude a bordo das embarcações e limpeza nas peixarias. Há peixaria Também há venda para atravessadores de Bragança. CONSTRUÇÃO E REPAROS Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

242 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Fernandes Belo Itacupim Itamixila Limondeua Samaúma Taperebateua Vila Bombom Não há unidade de beneficiamento. É realizada limpeza e retirada do grude a bordo das embarcações e limpeza nas peixarias. Não há unidade de beneficiamento. É realizada limpeza e retirada do grude a bordo das embarcações e limpeza nas peixarias. Não há unidade de beneficiamento. Não há unidade de beneficiamento. É realizada limpeza e retirada do grude a bordo das embarcações e limpeza nas peixarias. Não há unidade de beneficiamento. É realizada limpeza e retirada do grude a bordo das embarcações e limpeza nas peixarias. Não há unidade de beneficiamento. É realizada limpeza e retirada do grude a bordo das embarcações e limpeza nas peixarias. Não há unidade de beneficiamento. Não há unidade de beneficiamento. Há peixaria Durante a safra da pescada-gó a comercialização é feita para atravessadores de Bragança. Não há estrutura Venda direta para a população ou para atravessadores locais de Viseu. Há peixaria Também há venda para atravessadores de Bragança e Carutapera. Há um mercado municipal Também há venda para atravessadores de Viseu. Não há estrutura Também há venda para atravessadores de Viseu. Há peixaria e mercado municipal Também há venda para atravessadores de Viseu, Bragança, Carutapera e Belém. Não há estrutura Venda para atravessadores locais e de Vila Bombom. Não há estrutura Venda para atravessadores locais. CONSTRUÇÃO E REPAROS Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Os reparos normalmente são realizados pelos próprios pescadores e seus familiares. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

243 COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Centro Alegre Curupaiti São José do Gurupi Apeú Não há unidade de beneficiamento. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Não identificado em campo. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não identificado em campo. Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas e em caminhões com urna frigorífica. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 1.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 2. Tracuateua 2.1 Embarcações e frota Há 06 comunidades pesqueiras em Tracuateua, a saber: Furo Novo, Porto da Alemanha, Porto Salinas, Quatipuru mirim, Sessenta e Auremat. Destas, só foi possível obter informações mais detalhadas sobre Porto da Alemanha e Porto Salinas. Em algumas tabelas também serão apresentadas informações sobre a pesca praticada pelos sócios da Associação dos Usuários da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua, muito embora não seja uma comunidade propriamente dita, mas cujas informações podem auxiliar a compreender a dinâmica da pesca deste município. A frota pesqueira de Tracuateua conta com dois tipos de embarcação, canoas e barcos, ambas confeccionadas em madeira. As primeiras são embarcações de pequeno porte sem convés, movidas a remo e/ou motor de rabeta. Os barcos tem porte maior e podem possuir convés e casario, sendo propelidos por motor central. O método de conservação utilizado nas frotas da região é o uso de caixas de isopor com gelo. A TABELA II apresenta a tipologia de embarcação e o método de conservação utilizado para cada comunidade. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

244 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Tracuateua COMUNIDADE AUREMAT Porto da Alemanha Porto Salinas TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃ O QUANTDE ESTIMADA Barco Madeira, até 10 metros, motor e vela Gelo 80* Canoa Madeira, até 6 metros, rabeta, vela e remo Gelo 200* Barco Madeira, até 10 metros, motor e vela Gelo 4 Canoa Madeira, até 6 metros, rabeta, vela e remo Gelo 12 Barco Madeira, até 10 metros, motor e vela Gelo 14 Canoa Madeira, até 6 metros, rabeta, vela e remo Gelo 30 Legenda: *AUREMAT consiste na Associação de Usuários da Reserva Extrativista Marinha de Tracuateua e reúne pescadores de diferentes comunidades. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 2.2 Artes de pesca Dentre os apetrechos utilizados pelas comunidades pesqueiras de Tracuateua foi identificado o uso de linha de mão, espinhel, diversos tipos de rede (tapagem, pescadeira, serreira, caiqueira, tainheira, grosseira, douradeira, fina, camaroeira e sajubeira) e curral, conforme apresentado na TABELA II TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Tracuateua COMUNIDADE APETRECHO PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Porto Alemanha Porto Salinas AUREMAT Anzol Espinhel Redes de emalhe Espinhel Redes de emalhe Redes Espinhel Arraia, cação Caica bagre, gurejuba, serra, urutinga, gó, corvina, xaréu, dourada, bandeirado, piramutaba, corvina, pirapema, peixe pedra, camarão Arraia, cação Caica bagre, gurejuba, serra, urutinga, gó, corvina, xaréu, dourada, bandeirado, piramutaba, corvina, pirapema, peixe pedra, camarão Caica bagre, gurejuba, serra, urutinga, gó, corvina, xaréu, dourada, bandeirado, piramutaba, corvina, pirapema, peixe pedra, camarão Arraia, cação Curral Pescada-amarela, pescada-amarela Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 2.3 Sazonalidade Quanto a sazonalidade dos recursos, alguns peixes como pescada-gó, corvina, pescada-amarela, são recursos perenes e sua captura pode o ser feita durante o ano todo. Portanto, não foram identificadas safras para as principais espécies capturadas. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

245 2.4 Áreas de pesca As comunidades pesqueiras de Tracuateua atuam em ambientes marinhos, estuarinos e dulcícolas. A pesca ocorre em trechos do Rio Quatipuru e no trecho entre Salinópolis até e Viseu, atingindo profundidade máxima de 25 metros. A TABELA II apresenta as áreas de pesca utilizada pelas comunidades de Tracuateua. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Tracuateua. COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Porto da Alemanha Porto Salinas Furo Novo Quatipuru-Mirim Sessenta 1 Alcance paralelo à linha de costa: baía do Quatipuru Profundidades e/ou distância da costa: até 1 MN da costa Alcance paralelo à linha de costa: entre Viseu e Salinópolis Profundidades e/ou distância da costa: da costa até 25m de profundidade Apesar de não ter sido possível delimitar as áreas de pesca destas comunidades, foi informado em campo que a atuação dos pescadores se concentra em áreas próximas as suas respectivas comunidades. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Não foram obtidas informações sobre a sazonalidade da pescaria destas comunidades. 1. Esta comunidade não foi georreferenciada. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 2.5 Infraestrutura de apoio Em campo foi possível identificar que não há estruturas de fornecimento combustível localizadas em Tracuateua, de forma que os pescadores dependem e estruturas presentes em localidades vizinhas, Bragança e Quatipuru. Quanto ao gelo, somente há um entreposto na comunidade de Porto Salinas, mas parte do material é obtido em Bragança e Quatipuru por um valor mais baixo. Para desembarque, a comunidade de Porto Alemanha conta com um trapiche (FIGURA II ), enquanto no Porto Salinas o desembarque é feito diretamente na beira do rio durante a maré alta. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

246 FIGURA II Trapiche usado para embarque e desembarque na comunidade Porto Alemanha Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) A TABELA II resume as informações sobre estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo para as comunidades de Tracuateua. TABELA II Estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Tracuateua COMUNIDADE Porto Alemanha Porto Salinas EMBARQUE E DESEMBARQUE Trapiche grande de madeira Direto à beira do rio, em maré alta Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Posto em Bragança e na Posto em Bragança e na FORNECIMENTO DE GELO Compram em Bragança e Quatipuru Compram em Bragança e em entreposto em flecheiras As estruturas de beneficiamento e construção e reparos são inexistentes. O beneficiamento não ocorre e os reparos e construções são executados em estaleiros em Bragança, Quatipuru e Quatipuru Mirim. A comercialização ocorre na própria comunidade ou é feita por intermédio de marreteiros e atravessadores, que disponibilizam o pescado no mercado municipal, localizado na do município, e/ou transportam para outros municípios como Belém, Bragança e Abaeté. A TABELA II resume as informações sobre infraestrutura para comercialização, beneficiamento e reparos presentes em Tracuateua. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

247 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos existentes em Tracuateua COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Porto Alemanha Porto Salinas Não há unidade de beneficiamento. Não há unidade de beneficiamento. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) Há um mercado municipal presente na. Não há estrutura. Venda realizada para peixarias e atravessadores. CONSTRUÇÃO E REPAROS Não há. Obtém o serviço em Bragança. Não há. Obtém o serviço em Bragança. Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas e em caminhões com urna frigorífica. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 2.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 3. Quatipuru 3.1 Embarcações e frota Segundo os pescadores entrevistados, há pesca artesanal 5 comunidades pesqueiras no município de Quatipuru: Baunilha, Boa Vista, Praia de Fora, Tucundeua e a sede municipal. A frota pesqueira sediada no município de Quatipuru é composta por embarcações de madeira predominantemente de pequeno porte. Estima-se que haja aproximadamente 90 embarcações na e 700 na comunidade de Boa Vista, variando entre barcos com comprimento de 8 a 12 m com convés e cabine, motor de centro e vela, urna com gelo; e canoas motorizadas com rabeta, mas também vela e remo, com comprimento de 3 a 6 m sem convés, contendo caixa de isopor com gelo. O pescado capturado tanto pelos pescadores da sede quanto pelos pescadores da comunidade de Boa Vista é conservado a bordo in natura ou em caixas de isopor com gelo. A tripulação dos barcos é composta por quatro ou cinco pessoas e a tripulação das canoas é composta por duas ou três pessoas. A TABELA II apresenta sinteticamente as informações sobre a frota de Quatipuru. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

248 TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Quatipuru COMUNIDADE TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Baunilha Boa Vista Praia de Fora Tucundeua Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo / In natura Não Canoa Madeira, de 3 a 6 m, vela e motor rabeta Gelo / In natura identificado Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo / In natura 407 Canoa Madeira, de 3 a 6 m, vela e motor rabeta Gelo / In natura 304 Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo / In natura Não Canoa Madeira, de 3 a 6 m, vela e motor rabeta Gelo / In natura identificado Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo / In natura 60 Canoa Madeira, de 3 a 6 m, vela e motor rabeta Gelo / In natura 30 Barco Madeira, 8 a 12 m, motor de centro e vela Gelo / In natura Não Canoa Madeira, de 3 a 6 m, vela e motor rabeta Gelo / In natura identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 3.2 Artes de pesca Dentre as artes de pesca exercidas pelas comunidades encontramos o uso de curral, anzol, espinhel e redes de tapagem e apoitada nas comunidades da e Boa Vista. Há ainda a ocorrência de canoas que praticam a pescaria conhecida por bate e volta, onde o pescador escolhe sua área de pesca de acordo com a maré (saindo na vazante e voltando na enchente) e retorna no mesmo dia. Segundo as entrevistas realizadas, as pescarias duram em média seis dias quando utilizado barco e um a três quando utilizada a canoa. A TABELA II apresenta os apetrechos e principais recursos capturados em cada comunidade. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Quatipuru COMUNIDADE Boa Vista APETRECHO Linha de mão Curral Espinhel Rede apoitada PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Anchova, bagre, bagre tacuré, bandeirado, cação, caíca pequeno, camorim, camurupim, cangatã, caraguaçu, cavala, corvina, curicica, cururuca, gurijuba, peixe galo, peixe pedra, pescada-branca, pescada-gó, pescada-amarela, pirapema, Setembro/2015 Revisão 00 II /409

249 COMUNIDADE APETRECHO Rede de tapagem Rede caiqueira Rede douradeira Rede fina Boa Vista Rede pescadeira Rede sajubeira Rede serreira Tarrafa Tucundeua Linha de mão Baunilha Tarrafa Praia de Fora Rede caiqueira Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS pratiqueira, sajuba, serra, tainha, uritinga, xaréu Tainha, pratiqueira, bagre, pescada-gó, cururuca 3.3 Sazonalidade De acordo com os entrevistados da sede e da comunidade Boa Vista, as pescarias ocorrem durante o ano todo, uma vez que a maior parte dos recursos capturados, como, por exemplo, bandeirado, barrancudo, cação e pargo são perenes. Entretanto, algumas espécies tem distribuição sazonal, como mostra a TABELA II TABELA II Calendário sazonal de ocorrência e safra dos principais recursos pesqueiros capturados pela frota artesanal do município de Quatipuru RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Anchova Caíca Camorim Camurupim Carauaçu Cavala Espadarte Pescada-gó Mexilhão Ostra Pescadaamarela Pirapema Setembro/2015 Revisão 00 II /409

250 RECURSO EXPLOTADO JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ Serra Tainha Legenda: Ocorre Safra / Fonte: Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 3.4 Áreas de pesca A área de pesca de Quatipuru se estende até o município de Vigia, atingindo a profundidade máxima de 40 metros. Como pode ser observado na TABELA II TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Quatipuru COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Boa Vista Tucundeua 1 Baunilha Praia de Fora 1 Alcance paralelo à linha de costa: de Quatipuru a Vigia, incluindo a pesca nos rios Quatipuru, Primavera e Tucundeua e na baía do rio Quatipuru Profundidades e/ou distância da costa: até 40 metros de profundidade Alcance paralelo à linha de costa: Atuam nos rios Quatipuru, Primavera e Tucundeua e na baía do rio Quatipuru Profundidades e/ou distância da costa: a pesca cobre todo o espelho d água dos rios e baías Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. 1. Não foi possível georreferenciar esta comunidade. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 3.5 Infraestrutura de apoio Observa-se que as estruturas de apoio à atividade pesqueira estão situadas predominantemente na de Quatipuru e na comunidade de Boa Vista. Na sede, para embarque e desembarque, há três píeres: um de concreto localizado atrás da prefeitura; outro de concreto próximo ao mercado municipal; e um de madeira um pouco mais afastado do centro. Em Boa Vista, a área de embarque e desembarque possui difícil acesso: são quatro locais, sendo um píer de madeira, dois de concreto e uma rampa de concreto. No entanto, o desembarque ocorre prioritariamente próximo ao mercado de peixe localizado atrás da colônia de pescadores. Na sede, o pescado é comercializado no Mercado Municipal ou para atravessadores; assim como para Boa Vista, a comercialização ocorre na própria comunidade, no mercado de peixe, ou também por intermédio de atravessadores. Ressalta-se que tanto na sede quanto na comunidade de Boa Vista há um posto de abastecimento de combustível utilizado nas embarcações pesqueiras. Em relação à aquisição de gelo para conservação do Setembro/2015 Revisão 00 II /409

251 pescado, a sede adquire gelo em Boa Vista, que possui uma fábrica chamada São Jorge que está em funcionamento, uma outra de nome Samlic em construção e outra desativada, Gelo Sol. A TABELA II apresenta as informações sobre estruturas de apoio de maneira detalhada por comunidade. TABELA II Estruturas embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Quatipuru COMUNIDADE Boa Vista Tucundeua Baunilha Praia de Fora EMBARQUE E DESEMBARQUE Três píeres (dois de concreto, um de madeira). Quatro locais de desembarque, sendo 1 píer de madeira, 2 de concreto e uma rampa de concreto. Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Há um posto de abastecimento de combustível. Há um posto de abastecimento de combustível. FORNECIMENTO DE GELO O gelo é obtido em Boa Vista. Diversas fábricas: uma fábrica de gelo em funcionamento e outra em construção. Outra fábrica de gelo encontra-se desativada. Não identificado. Não identificado Não identificado. Na sede e em Boa Vista há um local para construção e manutenção de embarcações (FIGURA II ) assim como um local para conserto e venda de redes. FIGURA II Estaleiro em Boa Vista Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) O beneficiamento do pescado, na sede, ocorre com o tratamento do peixe no próprio Mercado Municipal. Em Boa Vista, o pescado tratado no mercado de peixe ou armazenado em gelo é enviado para indústria de beneficiamento de pescado (TABELA II ). Setembro/2015 Revisão 00 II /409

252 TABELA II Estruturas beneficiamento, comercialização e construção e reparos de embarcações existentes em Quatipuru COMUNIDADE BENEFICIAMENTO COMERCIALIZAÇÃO Boa Vista Tucundeua Baunilha Praia de Fora Não há estrutura Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) É feito o armazenamento do pescado com gelo para ser utilizado em projeto industrial de beneficiamento. O pescado é vendido para o atravessador local e regional. Também é realizada venda direta para o mercado municipal. O pescado é vendido para o atravessador local e regional. Também é realizada venda direta para a população. CONSTRUÇÃO E REPAROS O reparo normalmente é realizado na Casa de rede. O reparo normalmente é realizado na Casa de rede, que se trata de um comércio de conserto e venda de redes. Não identificado Não identificado Não identificado Em relação ao armazenamento, nas embarcações este é realizado em basquetas de plástico e caixas de isopor com gelo, nas embarcações pequenas e em urnas isotérmicas nas embarcações de maior porte. Os atravessadores transportam o pescado em basquetas com gelo em veículos utilitários e em caminhões com urna isotérmica e gelo para realizar viagens mais longas e em caminhões com urna frigorífica. O armazenamento nos comerciantes é realizado em freezers, caixas de isopor com gelo ou sal e eventualmente em câmaras isotérmicas com gelo. Não há infraestrutura de aproveitamento industrial dos resíduos da pesca. Estes, eventualmente, são aproveitados pelos próprios pescadores para a produção de iscas para algumas pescarias. 3.6 Interações e conflitos socioambientais Tendo em vista as áreas de pesca e as áreas previstas para a realização do empreendimento em análise no presente Estudo de Impacto Ambiental, não se observa sobreposição entre as atividades de exploração de petróleo e gás natural e a atividade pesqueira deste município. 4. Primavera 4.1 Embarcações e frota Em Primavera há 04 comunidades pesqueiras: Bacabal, Laranjal, Vila das Telhas e sede. A pesca artesanal é a principal atividade econômica do município, envolvendo a captura de diferentes tipos de pescados, como caranguejos, mexilhões, camarões e diferentes espécies de peixes capturadas ao longo do ano. Para a execução da citada atividade, o município conta com frotas formadas por canoas e barcos, todos Setembro/2015 Revisão 00 II /409

253 confeccionados em madeira. As primeiras são embarcações que variam de 3 a 7 metros de comprimento, com capacidade de 3 a 4 tripulantes e propelidas por motor de rabeta, vela e/ou remo. Não possuem convés e, dadas as suas características, acabam por possuir baixa autonomia, permanecendo no mar por um período máximo de 3 dias. Os barcos são embarcações de maior porte que as canoas, variando entre 7 e 11 metros de comprimento, com capacidade para até 5 tripulantes. Propelidas por motor de centro e vela, essas embarcações podem ou não possuir convés e casario e a autonomia pode alcançar até 12 dias de mar (FIGURA II ). FIGURA II Canoas (A) e barcos (B) identificados no município de Primavera Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) A forma de conservação do pescado varia de acordo com a tipologia da embarcação. Os barcos, de modo geral, utilizam urna com gelo para tal fim, enquanto as canoas utilizam caixas de isopor, podendo conter gelo ou apenas servirem para armazenagem do pescado in natura. A TABELA II resume o número de embarcações disponíveis por tipo e por comunidade, bem como as formas de conservação utilizadas. TABELA II Tipologias e características da frota pesqueira das comunidades de Primavera COMUNIDADE Bacabal Laranjal Vila da Telha TIPO / NOME CARACTERÍSTICAS MÉTODO DE CONSERVAÇÃO QUANTDE ESTIMADA Barco Madeira, de 7 a 11 m, motor e vela Gelo Canoa Madeira, de 3 a 6 m, motor e vela Gelo / In natura Barco Madeira, de 7 a 11 m, motor e vela Gelo Canoa Madeira, de 3 a 6 m, motor e vela Gelo / In natura Barco Madeira, de 7 a 11 m, motor e vela Gelo 2 Canoa Madeira, de 3 a 6 m, motor e vela Gelo / In natura 8 Barco Madeira, de 7 a 11 m, motor e vela Gelo 1 Canoa Madeira, de 3 a 6 m, motor e vela Gelo / In natura 25 Não identificado Não identificado Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) Setembro/2015 Revisão 00 II /409

254 4.2 Artes de pesca Em campo foi observado que os apetrechos utilizados variam tanto em função da embarcação utilizada, quanto do recurso que se objetiva capturar A arte de pesca característica da região é a pesca deriva, que faz uso de redes 48 de nylon e 60 mm de malha, com 2,5 braças de comprimento. Outros petrechos de que se utilizam as comunidades pesqueiras de Primavera são: curral (ou Cacuri), anzol, espinhel, rede de tapagem e poitada. A TABELA II apresenta os principais apetrechos utilizados pelas comunidades e sua relação com os tipos de recursos explorados. TABELA II Apetrechos de pesca e espécies-alvo identificadas em Primavera. COMUNIDADE Vila da Telha Bacabal Laranjal Curral Anzol Espinhel APETRECHO Rede de Tapagem Rede Poitada Fonte: Levantamento de campo AECOM (2015) 4.3 Sazonalidade PRINCIPAIS RECURSOS EXPLORADOS E COMERCIALIZADOS Peixe pedra, bagre, pescada-amarela, cangatã, camurim, gó, pratiqueira, tainha, corvina, tralhoto. Os pescadores afirmaram que a maioria dos recursos capturados nas comunidades de Primavera é perene, ou seja, ocorrem ao longo de todo o ano. 4.4 Áreas de pesca A pesca em Primavera ocorre em ambientes dulcícolas, estuarinos e marinhos. Os dois primeiros são áreas alvo dos dois tipos e embarcação, enquanto ao ambiente marinho se reserva a pesca realizada por barcos. Embora, no conjunto, a pesca seja uma atividade perene, como já observado anteriormente, a captura de determinadas espécies ficará restrita a períodos específicos do ano. A TABELA II apresenta as áreas de pesca das comunidades de Primavera. TABELA II Áreas de pesca das comunidades de Primavera COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA SAZONALIDADE Bacabal Alcance paralelo à linha de costa: no rio Primavera Profundidades e/ou distância da costa: em todo o espelho d água do rio Primavera Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Setembro/2015 Revisão 00 II /409

255 COMUNIDADE ÁREAS DE PESCA Alcance paralelo à linha de costa: de Quatipuru até São João de Pirabas, incluindo as baias do Quatipuru e do Japerica Laranjal Profundidades e/ou distância da costa: até 1 MN da costa Vila da Telha SAZONALIDADE Ano todo, porém, variando as espécies de acordo com a safra e com o período de defeso. Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) O Mapa II , no final do documento, apresenta a espacialização das áreas de pesca deste município. 4.5 Infraestrutura de apoio Em campo somente foi possível identificar a presença de infraestrutura de apoio a atividade pesqueira na comunidade de Vila da Telha (FIGURA II ). Nas demais comunidades e na o desembarque ocorre diretamente na beira do rio, sem qualquer infraestrutura de apoio. FIGURA II Ponto de encalhe e desembarque em Porto Galpão (A) Trapiche na comunidade de Vila da Telha (B) Fonte: Levantamento de campo (AECOM, 2015) Os pescadores obtêm combustível através de uma posto de abastecimento regular instalado na. Não há fábrica de gelo em funcionamento no município. Há apenas uma em construção na comunidade de Vila da Telha através do projeto Pará Rural. A TABELA II apresenta resumo das estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de gelo e fornecimento de combustível para as comunidades da do município e de Vila da Telha. TABELA II Estruturas de embarque e desembarque, fornecimento de combustível e fornecimento de gelo existentes em Primavera COMUNIDADE Setembro/2015 EMBARQUE E DESEMBARQUE Não há. Desembarque ocorre na beira do rio. FORNECIMENTO DE COMBUSTÍVEL Diretamente no posto. Revisão 00 FORNECIMENTO DE GELO Pescadores não utilizam gelo. II /409

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