Monitoramento da Salinidade 2015.
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- William Lemos Azevedo
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1 Estado do Rio Grande do Sul Monitoramento da Salinidade Os dados diários de salinidade foram coletadas no âmbito do Contrato n 691/2014 SUPRG/FURG, relativo ao Monitoramento das espécies invasoras no Estuário da Lagoa dos Patos (ELP) realizado pelo Laboratório de Crustáceos Decápode IO/FURG. Para o ano de 2015 os dados diários de salinidade foram coletados em cinco localidades, a saber: Bandeirinhas, Barra, Fundos, Porto Rei e Marambaia (Figura 1), de forma manual e o resultado aferido em laboratório com o auxílio de um refratômetro. Figura 1 Pontos de coleta de salinidade diário. A dinâmica da Lagoa dos Patos é controlada pela descarga de água doce e pelos efeitos dos ventos. Os efeitos dos ventos de NE e SO atuam no processo de salinização e dessalinização das águas estuarinas formando estruturas verticais de salinidade que variam entre situações de cunha salina e bem misturado (Calliari, 1980 Möller & Fernandes, 2010). Descarga fluvial, regime de ventos e a salinidade variam sazonalmente com a primavera e verão marcados por descarga fluvial abaixo da média histórica (2.400 m²s 1) e outono, inverno e início de setembro a descarga fica acima da média (Seeliger & Odebrecht, 2010). Os dados atuais indicam que o estuário apresentou médias de salinidades baixa nos últimos anos (Figura 2), com exceção do ano de Sazonalmente, existe um padrão de maiores salinidades no verão, com uma queda em direção à primavera e uma nova recuperação em dezembro,
2 entretanto, nota se uma importante modificação nos valores de salinidade ao longo dos meses (Figura 3). A combinação de elevada descarga de água doce dos rios que compõem a bacia de drenagem com ventos de NE, fazem uma barreira física impedindo a água salgada de entrar no estuário (Fernandes et al, 2015 no prelo). A salinidade aferida em campo (superfície e fundo) segue o mesmo padrão. Figura 2 Média anual de salinidade de 2010 a Figura 3 Valores médios de salinidade mensal.
3 Precipitação acima da média foi registrada em várias regiões que compõem a bacia de drenagem que deságua no estuário da Lagoa dos Patos principalmente a partir do segundo semestre de Na tabela 1 demonstramos os dados de precipitação para a região de Porto Alegre para o período de Setembro e Outubro de Tabela 1 Precipitação Pluviométrica da região de Porto Alegre, informações referente ao 8 Distrito de Meteorologia. Setembro Outubro Média Média Total mês Diferença Total mês Diferença Estação/ Localidade histórica histórica (mm) (%) (mm) (%) (mm) (mm) PL n 252/07 Glória PL n 000/07 Restinga PL n 000/07 L do Pinheiro PL n 232/07 Belem Novo PL n 000/07 J Leopodina PL n 000/07 Sarandi PL n 000/07 Humaitá PL n 000/07 São Geraldo PL n 000/07 Floresta PL n 000/07 Centro PL n 000/10 Lami Os dados de campo foram realizados mensalmente, através dos embarques a bordo da Lancha Ocenográfica Larus (IO/FURG) em cinco estações amostrais (Figura 4), sendo duas na região marinha adjacente ao estuário da Lagoa dos Patos, e três ao longo do canal de acesso ao Porto de Rio Grande. A salinidade foi medida com o auxílio de um multiparâmetro em dois níveis da coluna d água (superfície e fundo).
4 Estado do Rio Grande do Sul Figura 4 Estações amostrais. Lat/Long: #1 32º S/52º O, #2 32º S/52º O, #3 32º S/52º O, #4 32º S/52º O, #5 32º S/52º O. Durante os dozes cruzeiros ocenográficos realizados no âmbito do Contrato de prestação de serviço n 691/2014 referente ao projeto de Monitoramento das espécies invasoras no estuário da Lagoa dos Patos, na tabela 2 é possível observar uma leve estratificação da coluna d água para os meses de fevereiro e março com a presença de água marinha no fundo e salinidade mais baixa em superfície para os pontos amostrais dentro do estuário, na área marinha predomínio de salinidade alta. Nos meses de abril e maio a água marinha dominava todos os pontos amostrais. A partir de junho a água doce dominou todos dos pontos de coleta dentro do estuário, apenas nas estações fora ou próxima a boca da barra foi verificado água de maior salinidade (acima de 12), demonstrando que a corrente de enchente não teve força para entrar no estuário. Devido ao mal tempo alguns meses não foi possível a saída de barra para realizar as coletas.
5 Tabela 2 Embarques mensais. Mês Estação Sal superfície Sal fundo Mês Estação Sal Superfície Sal Fundo Jan Fev Mar Abr Mai Jun #2 #2 #3 Jul #3 0,8 0,84 #4 #4 0,91 1 #5 #5 0,51 0,58 #1 17,98 35,1 #2 31,73 35,2 #2 #3 2,81 34,48 Ago #3 3,46 26,5 #4 2,27 29 #4 3,83 25,89 #5 0,19 14,47 #5 0,051 0,72 #1 31,15 34,8 #1 12,76 29 #2 #2 18,6 29,2 #3 28,4 32,63 Set #3 0,1 0,09 #4 12,92 28,9 #4 0,11 0,11 #5 10,24 32,13 #5 0,06 0,07 #1 35,22 34,51 #1 11,7 28,8 #2 34,62 34,63 #2 14,7 23,5 #3 34,62 34,63 Out #3 0,05 0,04 #4 34,91 34,36 #4 0,06 0,06 #5 32,96 33,76 #5 0,04 0,04 #1 35,4 35,19 #2 34,6 35,29 #2 #3 35,3 35,2 Nov #3 0,84 0,8 #4 35,44 35,33 #4 0,07 0,13 #5 35,31 35,3 #5 0,04 0,04 # #2 26,6 29,49 #3 3,2 3,3 Dez #3 0,16 0,25 #4 3,41 3,52 #4 0,06 0,6 #5 3,4 3,5 #5 0,05 0,05 Estações 1 e 2: área marinha adjacente; Estações 3, 4 e 5: canal de navegação. Em vermelho água com salinidade acima de 12. No sitío eletrônico do Porto do Rio Grande na aba Responsabilidade Ambiental Consultas Públicas (Figura 5) pode ser visualizado dados diários mensais de salinidade referente aos período de 2009 a O período de 2016 ainda está em fase de aquisição de dados.
6 Referências Bibliográficas CALLIARI, L. J., Aspectos sedimentológicos e ambientais na região estuarial da Laguna dos Patos. Dissertação de Mestrado. Curso de Pós graduação em Geociências, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 190 p. FERNANDES, E.; MOLLER, Jr.; GONÇALVES, G., Lama na Praia do Cassino: Entendendo o fenômeno. No prelo. MÖLLER Jr., O. O. & FERNANDES, E.H.L., In: SEELIGER, U. & ODEBRECHT, C O estuário da Lagoa dos Patos: Um século de transformações. Rio Grande: FURG, 180p. SEELIGER, U. & ODEBRECHT, C O estuário da Lagoa dos Patos: Um século de transformações. Rio Grande: FURG, 180p.
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