Instituto Polígono de Ensino ARTRITE E ARTROSE. São Bernardo do Campo
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1 Instituto Polígono de Ensino ARTRITE E ARTROSE São Bernardo do Campo 2013
2 Instituto Polígono de Ensino Bianca Couto Heloisa Miranda Steffani Caroline Grotti Jessica Florentino Neres Junia Laiz Pereira ARTRITE E ARTROSE Adriano São Bernardo do Campo/SP 2013
3 Sumário INTRODUÇÃO... 3 ARTRITE... 4 CAUSA... 5 SINTOMAS... 6 DIAGNÓSTICO DA ARTRITE... 6 CRITÉRIOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS:... 6 EXAMES... 8 Exames laboratoriais... 8 Exames por imagens... 8 Radiografias convencionais... 9 Ecografia articular... 9 Ressonância magnética... 9 TRATAMENTO... 9 ARTROSE DEFINIÇÕES ARTROSE CAUSA SINTOMAS DIAGNÓSTICO Histórico clínico Exame físico Raio-x Ressonância magnética Outros exames EXAMES EXAMES LABORATORIAIS Hemograma e Bioquímica Provas de Atividade Inflamatória Autoanticorpos Marcadores do Metabolismo Ósseo e Cartilaginoso Sinovianálise Exames Radiográficos Radiografia Convencional Ultrassonografia Tomografia Computadorizada Ressonância Magnética TRATAMENTO Tratamento fisioterapêutico para artrose Tratamento cirúrgico para artrose... 18
4 Tratamento natural para artrose Tratamento caseiro para artrose DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE ARTRITE E ARTROSE REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 22
5 3 INTRODUÇÃO Atividades simples e corriqueiras, como abrir um pote, podem se tornar bastante complicadas para quem sofre de artrite ou artrose, doenças capazes de atingir as articulações do corpo todo. As causas muitas vezes são genéticas, mas no caso da artrose também estão ligadas ao envelhecimento e a movimentos repetitivos ou incorretos. Em estágios mais avançados, esses problemas reumáticos comprometem a função das mãos e de outros membros, a artrite reumatoide não pode ser prevenida, mas a artrose, sim. De qualquer forma, quem já sofre com dor nas juntas pode adaptar objetos e ações do dia a dia para facilitar a vida. A artrite surge em qualquer idade, mas é mais comum dos 35 aos 50 anos e no sexo feminino. Já a artrose tem maior incidência entre os idosos e representa até 40% das consultas em ambulatórios de reumatologia.
6 4 ARTRITE Tudo o que acomete as juntas chama-se artrite. Existem artrites traumáticas provocadas por acidentes ou torções, metabólicas como as da gota, por exemplo, mais frequentes no sexo masculino do que no feminino, artrites infecciosas causadas por bactérias, etc. A artrite é uma inflamação de uma ou mais articulações, que resulta em dor, inchaço, endurecimento e limitação de movimento. Existem mais de 100 tipos diferentes de artrite. A artrite consiste na quebra da cartilagem. A cartilagem geralmente protege a articulação, permitindo um movimento amortecido. A cartilagem também absorve o choque quando a pressão é colocada na articulação, como ao andar, por exemplo. Com a ausência da quantidade normal de cartilagem, os ossos se friccionam, causando dor, inchaço (inflamação) e rigidez. Normalmente, a inflamação desaparece depois que a lesão é curada, a doença é tratada ou a infecção é combatida. No caso de certas lesões e doenças, a inflamação não desaparece ou a destruição causa deformidade e dor de longa duração. Quando isso ocorre, você tem artrite crônica. A osteoartrite é o tipo mais comum e, conforme você envelhece, as chances de ocorrência aumentam. É possível senti-la em qualquer articulação, mas com mais frequência nos quadris, nos joelhos e nos dedos. Ela pode se manifestar como Artrite Degenerativa, Artrite Gotosa, Artrite Piogênica Aguda, Artrite Psoriáca ou Artrite Reumatóide. Estas são as artrites mais comuns, mas sabe-se hoje, conforme dados da Arthritis Foundation (Fundação da Artrite), que há mais de 100 distintas variedades desta doença, provocadas pelos mais diversos fatores. A artrite gotosa é desencadeada pela reação a uma substância conhecida como minerais de urato, microcristais, o que gera uma inflamação na lombada do pé e no seu dedo, denominado hálux, nos tornozelos, joelhos e cotovelos. Há uma incidência maior entre os homens, que podem também apresentar febre e restrição dos movimentos, em virtude da dor. Nas mulheres ela pode vir depois do início da menopausa. Nestes quadros o ácido úrico sofre normalmente uma certa elevação. A piogênica aguda atinge especialmente os ombros, joelhos e o fêmur das coxas. Tornozelos, cotovelos e punhos quase não são afetados. Seu aparecimento e
7 5 desenvolvimento vêm sendo refreados pelo uso de antibióticos potentes, e as perspectivas são cada vez melhores. A psoríaca é classificada como um distúrbio da epiderme, causado por fatores ainda não conhecidos. Aparecem na pele eritemas escamosos. Este quadro atinge seriamente as articulações do corpo. A artrite reumatóide é de natureza auto imune. Ela afeta, portanto, o sistema imunológico do organismo e escolhe especialmente as articulações conhecidas como periféricas. Neste processo o corpo combate seus próprios tecidos, atingindo até mesmo a cartilagem e o envoltório das articulações. CAUSA É possível apresentar uma inflamação nas articulações(artrite) por diversos motivos, inclusive: Uma doença autoimune (o organismo ataca a si próprio porque o sistema imunológico não reconhece uma parte do corpo) Osso quebrado Desgaste comum das articulações Infecção (normalmente decorrente de bactérias ou vírus) O desgaste natural da articulação é uma das causas mais comuns da artrite, mas esta doença também pode ser causada pelo excesso de peso, superuso, idade, traumatismo direto ou indireto, fator genético e devido a fungos, bactérias ou vírus que através da corrente sanguínea instalam-se na articulação gerando o processo inflamatório, que se não for revertido à tempo, pode levar à completa destruição da articulação e consequente perda da função.
8 6 SINTOMAS A artrite causa dor nas articulações, inchaço, rigidez e movimento limitado. Os sintomas podem incluir: Dor em articulações Inchaço nas articulações Redução na capacidade de mover as articulações Vermelhidão da pele ao redor da articulação Rigidez, especialmente pela manhã Aquecimento ao redor a articulação DIAGNÓSTICO DA ARTRITE O diagnóstico depende da associação de uma série de sinto- mas e sinais clínicos, achados laboratoriais e radiográficos. CRITÉRIOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS: 1. Rigidez matinal (com duração de pelo menos 1 hora) 2. Artrite em três ou mais áreas (observada pelo médico) 3. Artrite nas articulações das mãos (punho, metacarpofalangeanas ou interfalangeanas proximais) 4. Artrite simétrica 5. Nódulos reumatóides 6. Fator reumatóide positivo 7. Alterações radiográficas (erosões ou osteoporose justa-articular em radiografias das mãos) Para o diagnóstico são necessários pelo menos 4 dos 7 critérios acima e as manifestações clínicas devem estar presentes durante, no mínimo, 6 semanas.
9 7 A produção de auto-anticorpos está envolvida na patogênese da AR. Dentre as imunoglobulinas produzidas está o fator reumatóide (FR), caracterizado por um anticorpo (geralmente da classe IgM, embora possa ser de outra classe) dirigido contra a porção constante (fração Fc) da molécula de IgG autóloga. O FR pode ser detectado pelos métodos de aglutinação passiva, tanto de hemácias sensibilizadas com IgG de coelho (técnica de Waaler-Rose), como de partículas de látex revestidas com IgG humana (técnica de Singer e Plotz). Outro forma de detectar o FR é através da imunoturbidimetria, que mostrou-se simples e reprodutível. Seus resultados são expressos de forma quantitativa (em UI/mL), sendo considerada mais confiável que as técnicas sorológicas tradicionais de titulação. Também tem sido utilizada, mais recentemente, a detecção por nefelometria. O FR (teste do látex) é positivo em 75 a 90% dos portadores de doença reumatóide. Pacientes com manifestações extra-articulares frequentemente exibem títulos bastante elevados. A especificidade do FR é baixa, podendo ser encontrado em idosos saudáveis, indivíduos imunizados, pacientes com outras doenças auto- imunes ou com infecções crônicas. Na população normal acima de 75 anos a frequência de positividade pode chegar a 40%. Na síndrome de Sjögren, na Doença Mista do Tecido Conjuntivo e nas crioglobulinemias pode ser encontrado FR em altos títulos e no Lúpus Eritematoso Sistêmico em baixos títulos. Outros autoanticorpos, particularmente anticorpos dirigidos contra peptídeos citrulinados (anti- CCP), estão sendo utilizados no diagnóstico apresentando especificidade mais alta. Esses anticorpos podem ser detectados por ELISA, através de ensaios padronizados e reprodutíveis, com ampla aceitação mundial como os autoanticorpos mais específicos e precoces para o diagnóstico da AR. Apesar disso, ainda há controvérsias quanto a sua capacidade de predizer a gravidade da doença.
10 8 EXAMES Exames laboratoriais Os testes utilizados são VSG (velocidade da sedimentação globular, também denominado hemossedimentação e eritrossedimentação), proteína C reativa e menos vezes alfa-1 glicoproteína ácida. Costumam estar elevados proporcionalmente à gravidade da doença e diminuir com o sucesso do tratamento. Não esquecer que estes testes não são específicos. Podem estar elevados em qualquer doença que provoque inflamação ou infecção. O fator reumatóide (FR) é a anormalidade imunológica mais marcante da AR. Aparece em 80% dos pacientes e, portanto, utilizado como critério diagnóstico de primeira linha. Entretanto, além de não estar presente em 20% dos pacientes com AR, pode demorar até 1 ano para tornar-se positivo. Outro fato relevante a respeito do FR é a sua presença em outras doenças reumáticas e não reumáticas tais como hepatite crônica ativa, hepatite viral, lepra, tuberculose, doenças malignas e várias outras. Nestes casos, em geral, o título (concentração) costuma ser mais baixo. O resultado do exame deve ser um número. Sugere-se não aceitar testes expressos em cruzes ou somente positivo ou negativo. Exames descritos recentemente, fator perinuclear e anticorpos anti-queratina, são menos vezes positivos mas podem ser as únicas alterações precoces e, deste modo, proporcionar diagnóstico em fase inicial da doença. Este fato é importantíssimo para que o tratamento correto seja iniciado logo, evitando-se as deformidades já citadas. Hemograma completo, plaquetas, transaminases e exame comum de urina são obrigatórios para que se possa avaliar os efeitos colaterais dos medicamentos usados. Ultimamente, pesquisa de vírus de hepatite (principalmente vírus C) têm sido incluídos na avaliação inicial e, eventualmente, durante a evolução. Também são necessários exames para avaliar comprometimento dos rins e fígado e outros que a avaliação inicial ou evolução da doença indicar. Exames por imagens Os exames podem ser utilizados para diagnóstico, para estabelecer o estágio de comprometimento articular e para comparação com exames prévios visando avaliar a eficácia do tratamento.
11 9 Radiografias convencionais Não mostram alterações específicas da Artrite Reumatóide (AR) em fase inicial mas edema e osteoporose articular e ausência de alterações que sugiram outra doença articular são úteis para encaminhar o diagnóstico. As deformidades aparecem em doença mais avançada. Ecografia articular Executada por especialista experiente pode detectar mínimas lesões que já ocorreram nos primeiros meses da Artrite Reumatóide(AR). Também é utilizada para avaliar lesòes em tendões. Ressonância magnética É bastante sensível para demonstrar inflamação articular e comprometimento cartilaginoso precoce e lesões em tecidos moles (tendões, ligamentos e nervos). TRATAMENTO O tratamento da artrite depende da causa, das articulações afetadas, da gravidade e de como a doença afeta as atividades diárias. A idade e a ocupação também são levadas em consideração na criação de um plano de tratamento. Se possível, o tratamento terá o foco na eliminação da causa da artrite. Entretanto, a causa NÃO é necessariamente curável, como nos casos da artrite reumatoide e da osteoartrite. O tratamento, portanto, visa à redução da dor e do desconforto, além da prevenção de uma incapacidade futura. É possível amenizar satisfatoriamente os sintomas da osteoartrite e de outros tipos de artrite de longa duração sem o uso de medicamentos. Na realidade, fazer mudanças no estilo de vida sem medicamentos é preferível para a osteoartrite e outras formas de inflamações articulares. Se necessário, os medicamentos devem ser ministrados juntamente com as mudanças de estilo de vida. A prática de exercícios torna-se necessária para manter as articulações saudáveis, amenizar a rigidez, reduzir a dor e a fadiga e melhorar a resistência dos músculos e dos ossos
12 10 ARTROSE DEFINIÇÕES ARTROSE Popularmente conhecida como artrose, a osteoartrite é uma doença das articulações caracterizada por degeneração das cartilagens, acompanhada de alterações das estruturas ósseas vizinhas. É a mais comum das doenças reumáticas: 80% a 90% das pessoas acima de 40 anos já mostram sinais de osteoartrite aos raios-x. Mulheres e homens são acometidos na mesma proporção. Se as cartilagens articulares não existissem, um osso se chocaria contra outro. Ao impacto, as cartilagens são comprimidas e expulsam água de seu interior, que é reabsorvida quando as forças compressivas relaxam. A osteoartrite resulta do aumento de conteúdo líquido no interior do tecido cartilaginoso. O principal sintoma é a dor articular de instalação insidiosa, que aumenta de intensidade com o passar dos anos. Fases mais sintomáticas costumam ser seguidas por outras com regressão do quadro. No início, a dor surge com o movimento e desaparece com o repouso. Com o tempo, pode ocorrer enrijecimento e diminuição da mobilidade articular. O enrijecimento tende a desaparecer segundos ou minutos depois da movimentação, diferença importante com os casos de artrite reumatoide em que chega a persistir por horas. As articulações mais acometidas são: 1) Mãos: afeta principalmente as juntas entre a segunda e a terceira falange, provocando abaulamentos (nódulos de Heberden). Mais raramente, esses nódulos surgem na articulação da primeira com a segunda falange (nódulos de Bouchard). Vermelhidão local, dor e inchaço instalam-se ocasionalmente; 2) Joelhos: pode haver derrame articular, dor e alargamento das estruturas ósseas vizinhas, com ou sem crepitação (como se houvesse areia na junta). Nas fases mais avançadas as deformidades desalinham os ossos; 3) Coxofemurais: a dor é sentida na virilha ou na região lateral da junta, com eventual irrradiação para as nádegas ou para os joelhos. Como defesa, os pacientes rodam a coxa para fora e dobram a perna, dando a impressão de que o membro encurtou;
13 11 4) Coluna: quando o comprometimento do disco entre as vértebras e as alterações ósseas vizinhas comprimem as raízes nervosas que emergem da coluna, surgem dor, espasmos, atrofias musculares e limitação de movimentos. Os locais mais acometidos são a coluna cervical baixa e as últimas vértebras lombares. A radiografia pode mostrar osteófitos (bicos de papagaio), cuja presença não guarda relação direta com a dor. CAUSA A artrose é causada pelo desgaste de uma articulação. A cartilagem é o tecido fino e emborrachado que reveste os ossos nas articulações e permite que os ossos deslizem uns sobre os outros. A cartilagem pode quebrar e se desgastar. Como resultado, os ossos se friccionam, causando dor, inchaço e rigidez. Bicos de papagaio ou esporões podem se formar ao redor da articulação e os ligamentos e músculos ao redor da bacia ficam mais fracos e rígidos. Em geral, a causa da artrose é desconhecida. Ela está relacionada principalmente ao envelhecimento. Os sintomas da artrose geralmente aparecem na meia-idade. Quase todo mundo tem algum sintoma por volta dos 70 anos. No entanto, esses sintomas podem não ser graves. Antes dos 55, a artrose ocorre tanto em homens quanto em mulheres. Após os 55 anos, ela é mais comum em mulheres. Outros fatores também podem levar à artrose.
14 12 A artrose tende a ser genética. Estar acima do peso aumenta o risco de artrose na bacia, nos joelhos, nos tornozelos e nas articulações dos pés. Fraturas ou outras lesões nas articulações podem causar osteoartrite futuramente. O uso excessivo a longo prazo no trabalho ou no esporte pode levar à artrose. Entre as doenças que podem causar a artrose estão: Distúrbios de coagulação que causam hemorragia na articulação, como hemofilia Distúrbios que bloqueiam o suprimento sanguíneo próximo a uma articulação, como a necrose vascular Outros tipos de artrite, como gota crônica, pseudogota ou artrite reumatoide. SINTOMAS Dor e rigidez nas articulações são os sintomas mais comuns da artrose. A dor é muitas vezes pior depois do exercício e quando peso ou pressão são colocados na articulação.
15 13 Suas articulações ficam mais rígidas e duras de mover com o tempo. Você poderá perceber um som de fricção, atrito ou estalido ao mover as articulações. A frase "rigidez matutina" refere-se à dor e à rigidez que as pessoas sentem quando se levantam pela manhã. A rigidez geralmente dura no máximo 30 minutos. Ela melhora com atividades leves que "aqueçam" a articulação. Durante o dia, a dor pode piorar com a atividade e melhorar quando você estiver descansando. Depois de um tempo, a dor pode voltar quando você estiver descansando. Ela pode até fazer você acordar de noite. Algumas pessoas podem não ter sintomas, embora as radiografias mostrem as alterações da artrose DIAGNÓSTICO Não há um teste unicamente capaz de diagnosticar a artrose. A maioria dos médicos utiliza uma combinação dos métodos a seguir para diagnosticar artrose e eliminar outras condições que possam estar causando os sintomas. Histórico clínico O médico começa pedindo ao paciente que descreva os sintomas, quando e como eles começaram e também como evoluíram com o tempo. O médico também perguntará por outros problemas médicos que o paciente e membros próximos da família têm e sobre medicamentos tomados pelo paciente. Respostas acuradas a essas perguntas podem ajudar o médico a fazer o diagnóstico e entender o impacto que a doença tem na vida do paciente. Exame físico O médico checa os reflexos do paciente e saúde geral, incluindo força muscular. Ele também examina as articulações que incomodam e observa a habilidade do paciente de caminhar, abaixar-se e desempenhar outras atividades do cotidiano.
16 14 Raio-x Os médicos requisitam raio-x para ver o quanto a articulação foi danificada. Raios-x da articulação afetada podem mostrar coisas como perda de cartilagem, dano ósseo e esporões. Porém, freqüentemente há uma grande diferença entre a gravidade da artrose mostrada no raio-x e o grau de dor e problemas motores enfrentados pela paciente. Ainda, raio-x não mostra os danos iniciais da artrose antes que haja muita perda de cartilagem. Ressonância magnética A ressonância magnética provê imagens computadorizadas de alta resolução dos tecidos internos do corpo. Esse procedimento usa um ímã potente que passa pelo corpo para criar as imagens. Médicos geralmente usam ressonância magnética se há dor e os achados do raio-x foram mínimos e sugerem danos a outros tecidos das articulações, como um ligamento ou o menisco. Outros exames O médico pode requisitar teste de sangue para eliminar outras causas dos sintomas. Ele também pode pedir uma aspiração da articulação através de uma agulha e examinar o fluido sob microscópio. Geralmente não é difícil dizer ao paciente que ele tem artrose. O mais difícil é dizer se é a artrose que está causando os sintomas. Artrose é tão comum, especialmente em idosos, que os sintomas que parecem ser causados por ela podem na verdade ser decorrentes de outra condição médica. O médico tentará descobrir o que está causando os sintomas ao eliminar outras desordens e identificar condições que podem estar piorando os sintomas. A gravidade dos sintomas da artrose pode ser influenciada em grande escala pela atitude do paciente, ansiedade, depressão e nível de atividade diária.
17 15 EXAMES O diagnóstico da osteoartrose baseia-se em parâmetros clínicos, laboratoriais e radiográficos. Em geral, utiliza-se o critério radiográfico, embora os achados ao exame de imagem possam ser inespecíficos, não havendo um exame que seja considerado padrão-ouro para a detecção da doença. EXAMES LABORATORIAIS Hemograma e Bioquímica São habitualmente normais e não auxiliam no diagnóstico. Devem ser solicitados se houver suspeita de causas secundárias e para seguimento durante tratamento, buscando efeitos colaterais pelo uso das medicações. Provas de Atividade Inflamatória As provas de atividade inflamatória estão geralmente normais ou pouco elevadas na osteoartrose. A velocidade de hemossedimentação altera-se com o envelhecimento, e isso deve ser levado em conta para a avaliação. Estudos recentes sugerem correlação entre a elevação da proteína C reativa e a gravidade da osteoartrose de joelhos e quadril. Valores muito acima do normal devem levar à suspeita de doenças inflamatórias (como a polimialgia reumática), malignidades subjacentes (como o mieloma múltiplo) ou infecções. Autoanticorpos A osteoartrose não está associada per si à presença de autoanticorpos. Devese lembrar, no entanto, que o fator reumatoide está presente em uma parcela considerável da população idosa (até 40%) e sua presença não afasta o diagnóstico de osteoartrose. Marcadores do Metabolismo Ósseo e Cartilaginoso Uma das áreas de pesquisa recente em termos de diagnóstico de osteoartrose é a mensuração dos níveis séricos, urinários ou sinoviais de
18 16 marcadores bioquímicos do metabolismo ósseo e cartilaginoso. A concentração destas moléculas parece se correlacionar com os níveis de formação e degradação da matriz cartilaginosa. Entre os marcadores mais estudados estão a piridinolina e a desoxipiridinolina, hidroxiprolina, as proteínas oligoméricas de matriz cartilaginosa (COMP), o queratan sulfato, epítopos de sulfato de condroitina, pró-peptídeos do pró-colágeno tipo II, ácido hialurônico sérico, osteocalcina sérica e sialoproteína óssea. Esses marcadores poderiam ser úteis para identificar indivíduos com maior risco de osteoartrose ou rápida progressão da doença e para avaliação da resposta terapêutica. No entanto, atualmente, o uso desses marcadores com finalidades diagnósticas e prognósticas permanece no nível de pesquisa. Sinovianálise A análise do líquido sinovial mostra habitualmente uma contagem leucocitária inferior a células/mm 3, sem outras anormalidades. Eventualmente, pode haver características inflamatórias, com contagens celulares mais altas e elevação dos níveis de proteína. Valores muito altos devem levar à suspeita de doença microcristalina ou artrite séptica. Exames Radiográficos Tanto a identificação quanto a avaliação da gravidade do dano articular na osteoartrose podem ser realizadas por métodos radiográficos, sendo os mais utilizados a radiografia convencional, a ultrassonografia, a tomografia computadorizada e a ressonância magnética. Radiografia Convencional É o método mais utilizado, por ser barato, amplamente disponível e validado, fazendo parte inclusive dos critérios do Colégio Americano de Reumatologia para classificação da osteoartrose. Tem a desvantagem de utilizar radiação ionizante e ser relativamente insensível para as fases iniciais da doença, uma vez que não permite a visualização da cartilagem. Quando alterações são detectadas por esse método, infere-se que o processo já esteja mais avançado.
19 17 A característica clássica à radiografia convencional é a formação de osteófitos nas margens articulares. Com a progressão da doença, nota-se redução assimétrica do espaço articular e esclerose óssea subcondral, ou aumento da densidade óssea adjacente à articulação. Nas fases mais tardias, formam-se cistos subcondrais com paredes escleróticas e observa-se remodelação óssea. Erosões centrais e colapso cortical nas interfalângicas distais ou, mais raramente, nas proximais, podem eventualmente ser vistas em indivíduos com osteoartrose erosiva. No entanto, osteoporose periarticular e erosões marginais não são características da doença, e sua presença sugere fortemente artrite inflamatória, como a artrite reumatoide. A calcificação da cartilagem articular, ou condrocalcinose, associada aos achados típicos da osteoartrose, deve levantar a suspeita de formas secundárias da doença. Ultrassonografia A ultrassonografia permite a avaliação da cartilagem e das estruturas periarticulares. É pouco utilizada por ser um método cuja sensibilidade depende da perícia do operador e por não ser amplamente padronizado ou validado para uso diagnóstico na osteoartrose. Tomografia Computadorizada A tomografia computadorizada permite uma identificação mais precoce da osteoartrose em relação à radiografia convencional. A utilização de contraste intraarticular (artrotomografia computadorizada) permite uma definição bastante precisa da topografia das lesões. A utilização de grandes quantidades de radiação ionizante limita parcialmente sua utilização na prática clínica. Ressonância Magnética A ressonância magnética vem sendo cada vez mais utilizada para aprimorar o diagnóstico por imagem da osteoartrose. Além de não utilizar radiação ionizante, é um método mais sensível que a radiografia convencional na identificação de osteófitos, perda cartilaginosa e cistos subcondrais, além de detectar anormalidades
20 18 de meniscos e ligamentos. Também é utilizada para gradação da doença e para planejamento de intervenções cirúrgicas, nos casos em que há complicações. Apesar das vantagens, trata-se de um método caro e ainda pouco disponível, o que limita sua utilização mais rotineira. TRATAMENTO O tratamento medicamentoso para artrose pode ser feito com a toma de remédios como por exemplo: Diclofenaco dietilamônio; Glicosamina e condroitina; Paracetamol; Prednisona (infiltração com corticoide); Injeção de hialuronato de sódio. O médico deverá decidir sobre qual o medicamento mais indicado, a sua dosagem e o tempo de tratamento que pode variar de um indivíduo para o outro. Estes remédios poderão ser utilizados para diminuir a dor, a inflamação e regenerar a cartilagem, mas além de seus uso, deve-se realizar as sessões diárias de fisioterapia. Tratamento fisioterapêutico para artrose O tratamento fisioterapêutico para artrose visa diminuir a dor e o desconforto através do uso de aparelhos de fisioterapia, recursos térmicos como bolsas de calor ou de gelo e exercícios de mobilização e fortalecimento. Isso evita que a cartilagem seja ainda mais destruída, aumentando o espaço intra-articular através de exercícios e de mobilizações. Fortalecer os músculos que envolvem a articulação afetada é primordial para que essa articulação fique um pouco mais protegida e cause menos dor. Tratamento cirúrgico para artrose O tratamento cirúrgico para artrose é indicado quando a toma de medicamentos e a fisioterapia foram insuficientes para amenizar a dor e a limitação
21 19 que o indivíduo apresenta. Ela deve ser sempre a última opção terapêutica pois pode deixar sequelas permanentes como perda da amplitude do movimento da articulação afetada. Tratamento natural para artrose Um bom tratamento natural para artrose é a toma do chá das sementes de sucupira, pois esta planta medicinal tê efeito calmante e regenerador das articulações, sendo útil para complementar o tratamento clínico e fisioterapêutico. Para o chá recomenda-se ferver 12 sementes de sucupira esmagadas num litro de água e beber várias vezes durante o dia. Tratamento caseiro para artrose Um bom tratamento caseiro para artrose é colocar uma bolsa de água quente sobre a articulação afetada quando ela doer. Para alcançar o mesmo objetivo colocando uma trouxinha de pano recheada com sementes de sésamo ou de linhaça aquecidas no micro ondas em cima da articulação para diminuir a dor e o desconforto. Recomenda-se deixá-la atuando por aproximadamente 15 a 20 minutos.
22 20 DIFERENÇAS BÁSICAS ENTRE ARTRITE E ARTROSE Artrite e artrose são doenças distintas, com causas e tratamento diferentes, porém com sintomas que podem ser muito semelhantes, o que costuma causar alguma confusão, fazendo com que as duas condições, que realmente são parecidas, sejam erradamente tratadas como uma patologia única. A principal diferença entre artrite e artrose pode estar na idade. A artrose geralmente acomete pessoas de idade mais avançada, enquanto a artrite pode ocorrer em todas as idades e sua incidência é maior no sexo feminino. Ambas, artrite e artrose, caracterizam-se pela doença nas articulações. Porém o tramento para cada um pode ser diferenciado. A artrite reumatóide compromete o estado geral da pessoa, produzindo abatimento, cansaço e perda de peso. A dor é contínua mesmo em repouso e a pessoa levanta-se com muita dor e rigidez. Já a artrose apresenta uma dor mecânica que se sente logo depois de utilizar a articulação. Geralmente é uma dor vespertina e alivia-se com o repouso. A pessoa pode levantar-se dolorida e sentir um pouco de rigidez, o que a dificulta o início do movimento. Porém, em alguns minutos a rigidez desaparece e a pessoa pode movimentar-se normalmente. Ainda que em muitos casos prevaleça a dúvida, o ideal é procurar um médico especializado para detectar se é artrose ou não através de radiografia. A artrose é um processo degenerativo de desgaste da cartilagem, que afeta sobretudo as articulações que suportam peso ou as que fazem movimentos em excesso, como por exemplo, os joelhos ou os pés. Esta doença vincula-se ao envelhecimento das articulações, ligado ao passar do tempo. Inicia-se, em geral, a partir dos 40 ou 45 anos. O espaço ocupado pela cartilagem é menor que o habitual porque está deteriorada. Como a cartilagem amortece a pressão e o atrito entre os ossos, ao se deteriorar, os ossos se tocam e se desgastam. Na artrose, as articulações mais atingidas são as mãos. Na coluna vertebral, atinge o pescoço e a região lombar. A artrose dos joelhos também é freqüente em mulheres na menopausa e quase sempre em obesas. A artrite é uma doença inflamatória que pode afetar várias articulações ao mesmo tempo, por isso também é denominada poliartrite. Não está vinculada com a
23 21 idade, pois pode aparecer na juventude. Na artrite, as articulações mais afetadas são as do punho, dedos e tornozelos, mas com a evolução da doença, todas as articulações do corpo podem ser atingidas. Na artrite, a dor nas articulações atingidas é o principal sintoma e sua intensidade depende do grau de inflamação.
24 22 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARTRITE REUMATÓIDE: TRATAMENTO - ABC da Saúde
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