HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA CADERNO PEDAGÓGICO
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- Thalita Rijo Camelo
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1 SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO - SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO SUED PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ UEM MARJORY CRISTIANE PALHARES HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA CADERNO PEDAGÓGICO UMUARAMA 2008 MARJORY CRISTIANE PALHARES
2 HISTÓRIAS EM QUADRINHOS: UMA FERRAMENTA PEDAGÓGICA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA Produção Didático-Pedagógica apresentada à Secretaria de Estado da Educação SEED, como parte dos requisitos do Programa de Desenvolvimento Educacional PDE, em convênio com a Universidade Estadual de Maringá UEM. Orientador: Hudson Siqueira Amaro. UMUARAMA 2008
3 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO Professora PDE: Marjory Cristiane Palhares Área PDE: História NRE: Umuarama Professor Orientador na IES: Hudson Siqueira Amaro IES vinculada: Universidade Estadual de Maringá (UEM) Escola de Implementação: Colégio Estadual Pe. Manuel da Nóbrega Público objeto da Intervenção: Alunos de 5ª série do Ensino Fundamental.
4 SUMÁRIO INTRODUÇÃO...1 Aprender História com Diferentes Linguagens...1 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO...3 UNIDADE I...4 A HISTÓRIA DAS SOCIEDADES HUMANAS...4 Como Sobreviveram os Primeiros Homens e Mulheres...4 A Sobrevivência no Período Paleolítico...6 A Sobrevivência no Período Neolítico...7 A Idade dos Metais...8 UNIDADE II...12 EXPLORANDO ASPECTOS CONTIDOS NA HISTÓRIA EM QUADRINHOS...16 O Crescente Fértil...16 Aspectos Físicos do Egito Antigo...16 A Sociedade Egípcia...17 A História Política do Egito Antigo...18 Economia Egípcia...18 A Cultura Egípcia...19 A Religião Egípcia...19 Para saber mais...20 UNIDADE III...22 Um Pouco da História do Índio Brasileiro...22 PARA REFLETIR:...24 Cada nação tem seu jeito de governar...24 Os povos indígenas sempre respeitam a natureza!...25 REFERÊNCIAS...30 FONTES...31
5 INTRODUÇÃO Aprender História com Diferentes Linguagens É inegável a necessidade de integrar diferentes linguagens nas aulas em todos os níveis de ensino. A utilização das diferentes linguagens para o ensino de História, vem contribuindo para a dinamização do cotidiano da sala de aula diversificando a prática do ensino da disciplina. Pensa-se que a compreensão dos conteúdos históricos podem se dar de diversas maneiras utilizando-se de diferentes documentos ou artefatos, fugindo assim, da tradição do livro didático. Portanto, a escolha que se faz de uma proposta de uso de histórias em quadrinhos para o ensino, busca romper com a metodologia centrada apenas no livro didático como fonte de informação e reflexão a respeito da História no processo ensino-aprendizagem, buscando então, possibilidades de tornar o trabalho em sala de aula mais prazeroso tanto para o aluno como para o professor. Atualmente, os meios de comunicação transmitem cada vez mais informações que aliam imagens, textos e som, devido ao grande avanço tecnológico dos últimos tempos, causando um distanciamento entre o que é transmitido pela mídia e as informações recebidas em sala de aula, pois, a velocidade do meio midiático é muito superior ao que se observa no espaço escolar. Desta forma, pensa-se que a utilização de histórias em quadrinhos no ensino da disciplina pode ser de grande valia, uma vez que os mesmos apresentam uma forma de comunicação visual e verbal e ainda que muitos deles, abordam temas que podem estar relacionados aos conteúdos trabalhados em sala de aula. As histórias em quadrinhos podem ser utilizadas para introduzir um tema, para aprofundar um conceito já apresentado, para gerar discussão a respeito de um assunto, para ilustrar uma idéia. Não existem regras para sua utilização, porém, uma organização deverá existir para que haja um bom aproveitamento de seu uso no ensino podendo desta forma, atingir o objetivo da aprendizagem. De acordo com as Diretrizes Curriculares de História para a Educação Básica, da Educação Pública do Estado do Paraná: as imagens, livros, jornais, 1
6 histórias em quadrinhos, fotografias, pinturas, gravuras, museus, filmes, músicas são documentos que podem ser transformados em materiais didáticos de grande valia na constituição do conhecimento histórico (PARANÁ, 2008, p.49). Para escrever a história das sociedades, os historiadores fazem uso de diferentes documentos, os quais são denominados de fontes históricas, que podem ser escritas, visuais e sonoras. A utilização de histórias em quadrinhos, que se faz neste material, contempla as fontes escritas e visuais. 2
7 ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO O encaminhamento metodológico proposto para a realização deste trabalho visa considerar as idéias históricas que os alunos já possuem e instigá-los a pensar historicamente de maneira crítica e reflexiva considerando que todos somos seres humanos em construção, sujeitos à mudanças e a novos desafios. Entender as possibilidades de aprender história através de histórias em quadrinhos é um desafio a ser enfrentado nesta proposta de trabalho. A opção pelo uso de histórias em quadrinhos foi resultado de uma escolha de método que trouxesse uma abordagem de conteúdos históricos que melhor se ajustasse ao educando para o qual se destina esse material, que é o aluno de 5ª série do Ensino Fundamental. Pensa-se que o trabalho com diferentes linguagens possibilita o questionamento, a investigação de outras fontes, superando assim, a idéia de que o conhecimento é algo pronto e acabado. Pretende-se explorar a leitura das histórias em quadrinhos sempre de forma crítica, reflexiva e investigativa, estimulando a criatividade e a vontade de saber, favorecendo, deste modo, a compreensão dos conteúdos de forma espontânea e natural. 3
8 UNIDADE I A HISTÓRIA DAS SOCIEDADES HUMANAS Como Sobreviveram os Primeiros Homens e Mulheres A Pré-História é o período no qual surgiu o homem, o estudo deste período é realizado através de achados arqueológicos, como fósseis e artefatos primitivos, pois a escrita ainda não havia sido desenvolvida. Para facilitar a compreensão, geralmente este período é dividido em três momentos: - O Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada; - O Neolítico ou Idade da Pedra Polida; - A Idade dos Metais. Há centenas de anos os cientistas realizam pesquisas sobre a origem humana, e o trabalho de arqueólogos permite descobertas que podem explicar de que forma esses homens sobreviveram. Os mais antigos achados humanos foram encontrados na África, o que permite concluir que o homem tenha surgido neste continente. De maneira seqüencial, podemos assim distribuir a evolução dos primeiros homens: Australopithecus é o nosso mais antigo ancestral. Apareceu provavelmente na África há mais de 3,5 milhões de anos. O seu nome significa macaco do sul pois ainda não poderia ser considerado um humano. A dimensão do seu cérebro era igual a de um macaco atual. Alimentavam-se basicamente de vegetais e apenas manipulava alguns utensílios, como ossos ou pedras. Homo Habilis (homem habilidoso) foi o primeiro hominídeo a ser classificado como gênero homo, inventou as primeiras ferramentas e viveu há aproximadamente 2,4 milhões de anos. Homo Erectus (homem ereto, ou homem que se mantém em pé) ele tinha o cérebro maior que os demais, é o mais aceito ancestral do homem atual, pois, possuía a cabeça e a coluna vertebral alinhadas. Sabia utilizar instrumentos feitos de pedra e era um hábil caçador. Uma das suas mais importantes conquistas 4
9 foi o domínio do fogo, o que lhe permitiu proteger-se do frio e espantar os animais ferozes. Viveu há aproximadamente 1 milhão de anos. Homo Sapiens é o homem moderno de cuja espécie descendemos. Os seus utensílios eram melhores e mais eficientes do que todos os outros feitos pelo homem primitivo. Este homem fez várias descobertas importantes para o desenvolvimento da humanidade, entre elas, a descoberta da agricultura, a demonstração de crenças religiosas, o desenvolvimento da arte, o domínio da fala e o desenvolvimento da escrita. Surgiu há cerca de 100 mil anos. ATIVIDADES PARA O ALUNO 1) Escreva duas características para cada espécie de hominídeo: Fonte: Acesso Autralopithecus: Fonte: Acesso Homo Habilis: 5
10 Fonte: Acesso Homo Erectus: Fonte: Acesso Homo Sapiens: A Sobrevivência no Período Paleolítico A caça, a pesca e a coleta de frutos e raízes constituíam basicamente o sustento do homem do período paleolítico. Por isso, tiveram de enfrentar muitas dificuldades para encontrar, todos os dias, alguma coisa para comer. Ele ainda não sabia produzir o seu sustento, mas já utilizava a pedra para auxiliar as suas caçadas. Inicialmente, apenas lascava a pedra, mas, com o tempo foi fabricando utensílios mais sofisticados que o ajudavam na obtenção dos alimentos. Os homens dessa época caçavam coletivamente e a carne era dividida com todo o grupo. A pele dos animais era utilizada para fazer roupas. Eles habitavam cavernas, compartilhavam o uso dos rios, florestas e lagos. A sua maneira de sobreviver, fez com que os grupos se deslocassem de 6
11 um lugar para outro em busca de alimentos, por isso, os homens do paleolítico, eram nômades. A mais importante descoberta do homem nesse período foi o domínio do fogo. Com essa conquista tornou-se mais fácil aquecer-se do frio, iluminar a noite, defender-se dos animais e cozinhar os alimentos. Foi nessa época também, que o homem começou a manifestar a primeira forma de comunicação, através dos desenhos nas paredes das cavernas, pois, acreditavam que poderiam obter maior sucesso em suas caçadas, uma vez que realizavam desenhos de grandes animais, antes de partir para as mesmas. A Sobrevivência no Período Neolítico Nesse período denominado Neolítico ou Idade da Pedra Polida, nossos antepassados foram aprimorando os instrumentos feitos de pedra, tornando-os cada vez mais eficientes. O homem desse período já não vivia só da caça, da pesca e da coleta, ele aprendeu a plantar e a colher. A descoberta da agricultura, fez com ele abandonasse a vida nômade e se tornasse sedentário. Isso deu a ele a possibilidade de domesticar animais, criando rebanhos de cabras, carneiros e cavalos. A agricultura e a criação de animais lhe asseguraram fontes de alimentos, fazendo com que passassem a viver em grupos e em lugares permanentes, pois dispunham de conhecimentos para controlar a natureza e produzir alimentos. Foi assim que surgiram as primeiras tribos, que deram origem as primeiras sociedades humanas. Com o cultivo agrícola foi possível melhorar cada vez mais as técnicas de produção e conseqüentemente houve um crescimento populacional, o homem passou a fabricar vasos de cerâmica para guardar água e armazenar aquilo que sobrava do que era colhido. Nesse período teve início a tecelagem de lã dos animais e de fibras vegetais, produzindo assim os primeiros tecidos. Uma das grandes conquistas desse período, além da descoberta da agricultura, foi que o homem aprendeu a usar a roda. 7
12 O Neolítico foi um período muito rico para a história da humanidade. As conquistas realizadas naquela época constituíram a base da organização da vida moderna, ainda hoje dependemos da agricultura e da pecuária como elementos essenciais para a sobrevivência. A Idade dos Metais Nessa época os instrumentos passam a ser feitos de metal. O homem, provavelmente sem querer, descobriu como derreter alguns metais. Isso fez com que sua vida mudasse mais uma vez. Todos os objetos e ferramentas passaram a ser feitas de metal. Nascia então, a metalurgia. O primeiro metal a ser utilizado pelo homem foi o cobre. Posteriormente, ele misturou o cobre com o estanho e conseguiu o bronze. Mais tarde, o homem passa a utilizar o ferro, tendo assim superioridade militar em relação aos povos que ainda não o conheciam. Os nossos ancestrais enfrentaram muitos desafios para sobreviver. Muitas invenções que estão presentes no nosso dia a dia surgiram há muito tempo, e fizeram com que os saberes fossem sendo acumulados e deixassem marcas na história da humanidade. O produtor de histórias em quadrinhos, Mauricio de Souza, criou, entre muitos, um personagem inspirado no modo de viver dos homens da caverna. 8
13 SOUSA, Mauricio de. Idéias não tão luminosas. Chico Bento, São Paulo: Globo, nº 43, p
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15 Na literatura, os autores, consultam documentos e usam a imaginação para inventar e escrever as histórias. Na história de Piteco, algumas informações foram baseadas em pesquisas, outras foram criadas pela imaginação do autor da história em quadrinhos. ATIVIDADES PARA O ALUNO 1) Responda: a) Existe alguma relação entre o nome do personagem da história em quadrinhos e a história dos primeiros homens? R: b) Quais são as semelhanças entre Piteco e os homens pré-históricos? R: c) As histórias em quadrinhos do personagem Piteco apresentam elementos da vida moderna? Quais? R: c) De que forma os personagens dos quadrinhos se organizam socialmente? R: 11
16 UNIDADE II Na história em quadrinhos O SEGREDO DA MÚMIA, de Maurício de Souza, pode-se explorar vários aspectos que definem o modo de vida dos antigos egípcios, são eles: aspectos físicos, sociais, econômicos, culturais e religiosos. 12
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18 SOUSA, Maurício de. O segredo da múmia. Cebolinha, São Paulo: Globo, nº 87, p
19 ATIVIDADES PARA O ALUNO 1) Registre em seu caderno a sua opinião sobre: a) Aprender História com diferentes materiais e não somente através do livro didático. R: b) Você acha possível aprender História através da utilização de histórias em quadrinhos? Justifique. R: c) Você gosta de histórias em quadrinhos? Por quê? R: d) Você já leu alguma história em quadrinhos que abordasse algum conteúdo da disciplina de história? Você se lembra qual? R: 15
20 EXPLORANDO ASPECTOS CONTIDOS NA HISTÓRIA EM QUADRINHOS O Crescente Fértil Num tempo bastante distante, numa região entre a África e a Ásia, situava-se o Crescente Fértil, esse território foi ocupado por comunidades de pastores e agricultores, pois nele as condições ambientais favoreciam o cultivo de cereais, propiciando assim a fartura de alimentos, o aumento da população e o crescimento das aldeias que viriam a se transformar em vilas e cidades. Foi nessa região que se desenvolveu uma das mais importantes civilizações da antiguidade: o Egito Antigo. Aspectos Físicos do Egito Antigo A região onde se localizava o Egito Antigo apresentava um clima seco e quente e suas terras eram banhadas por um grande rio: o Nilo que fica entre o deserto do Saara e a Arábia. Uma das principais características desse rio era o regime de cheias, que estava estreitamente relacionado ao modo de vida do povo egípcio. Uma vez ao ano - de junho a outubro -, as águas desse rio inundavam as terras próximas às suas margens. Quando as águas baixavam e retornavam ao leito natural do rio, deixava uma rica camada de húmus sobre o solo, onde então os camponeses semeavam os cereais, obtendo fartas colheitas. Localização geográfica do Egito Antigo Fonte: Acesso:
21 A Sociedade Egípcia O faraó era a autoridade máxima do Antigo Egito, a sociedade estava organizada ao seu redor e ao redor dos deuses, o faraó era o rei incontestável, muito rico e servido por milhares de pessoas, ninguém o contrariava, ele era visto como um verdadeiro deus e tinha poderes sobre tudo e sobre todos. Sendo assim, a sociedade era hierarquizada, depois do faraó vinham os nobres que ocupavam altos cargos e ajudavam a governar. Os sacerdotes acompanhavam o faraó, guardavam os segredos das ciências e tomavam conta dos templos. Os militares defendiam o império e tinham privilégios assim como os nobres. Os escribas estavam a serviço do Estado para fiscalizar e controlar a economia, pois eram eles que dominavam os segredos da leitura, do cálculo e da escrita. A maioria da população era composta pelos camponeses, que estavam submetidos a pesadas obrigações. Trabalhavam nas plantações, na construção de diques, canais de irrigação, palácios, túmulos e templos. Existiam também os escravos, que eram estrangeiros capturados em guerras, ou ainda aqueles que se tornavam escravos por dívidas. Eram eles os encarregados dos trabalhos mais pesados. Faraó egípcio Fonte: Acesso: 11/10/
22 A História Política do Egito Antigo A História política do Egito Antigo é dividida em duas épocas, a saber: Pré Dinástica: população organizada em comunidades primitivas denominadas nomos até a.c, esses nomos eram autônomos, ou seja, não existia uma centralização de poder. Dinástica: Houve uma forte centralização política em torno da figura do faraó, dando início aos três períodos da história do Egito: Antigo Império, Médio Império e Novo Império. Economia Egípcia A base econômica no Egito era a agricultura, desenvolvida as margens do rio Nilo, os principais produtos ali cultivados eram: trigo, cevada, frutas, legumes, linho e algodão. Os egípcios também praticavam o comércio e o artesanato de tecidos e vidros, construíam navios e criavam animais. Havia intervenção do Estado na economia, que controlava toda a produção, recrutava mão de obra, e cobrava impostos. Todo o trabalho era desenvolvido pelos camponeses que além do trabalho agrícola, construíam templos, palácios, túmulos, diques, represas e outros, recebendo apenas algum alimento em troca do seu trabalho. Camponeses egípcios trabalhando Fonte: Acesso: 17/10/
23 A Cultura Egípcia A cultura egípcia estava bastante relacionada com a religião. A maioria das obras de artes eram ligadas a assuntos religiosos. Os egípcios desenvolveram três tipos de escrita: a hieroglífica ( considerada sagrada e reservada para os templos e túmulos), a hierática ( uma simplificação dos hieróglifos) e a demótica que era a escrita popular. A principal arte desenvolvida foi a arquitetura, marcada pela construção de grandiosos templos e magníficas pirâmides que serviram de túmulo para os faraós. Realizaram também pinturas, especialmente nas pirâmides, pinturas essas que retratavam a vida dos faraós, as ações do deuses e a vida cotidiana dos egípcios. No campo científico os egípcios se destacaram principalmente na aritmética, na astronomia e na medicina. Pirâmides egípcias Fonte: Acesso: 10/10/2008. A Religião Egípcia Todos os aspectos da vida das pessoas que viviam no Antigo Egito, eram regulados por normas religiosas. Os egípcios adoravam vários deuses, por isso eram considerados politeístas. Eles acreditavam na vida após a morte, por isso praticavam a mumificação dos corpos. Construíram as pirâmides que serviam de túmulo para os faraós, nelas continham grande quantidade de objetos que tinham pertencido ao morto, como: 19
24 jóias, móveis, objetos preciosos, etc. Faziam isso por acreditar que esses objetos dariam conforto numa outra vida. Múmia egípcia Fonte: Acesso: 10/10/2008. Para saber mais... Na Pedra de Roseta, a chave para decifrar os hieróglifos A escrita egípcia permaneceu um verdadeiro mistério até o início do século XIX: placas de pedra, papiros, monumentos cobertos de desenhos cujo sentido ninguém, apesar dos esforços, conseguiu até então decifrar. O francês Jean-François Champollion tinha 12 anos de idade, quando, em 1802, decidiu dedicar-se a resolver esse enigma. Quinze anos mais tarde, conseguiu decifrar o primeiro hieróglifo e, em 1821, iniciou o estudo intensivo do documento conhecido como Pedra de Roseta, que levaria a descobrir o segredo de toda escrita egípcia. A Pedra de Roseta é um bloco de basalto encontrado junto ao Forte de Roseta, no braço ocidental do Nilo. Foi levada para a França pelo imperador Napoleão Bonaparte, quando retornou da expedição militar ao Egito. Hoje ela está no Museu Britânico, em Londres. Esse documento traz, em três escritas diferentes, uma proclamação em honra do faraó Ptolomeu V, feita no ano de 196 a.c. Na primeira, a proclamação está em caracteres hieroglíficos; na segunda, na escrita demótica (escrita mais simplificada que os hieróglifos); na terceira, em grego. Comparando a escrita hieroglífica com a grega, Champollion conseguiu decifrar a palavra Ptolomeu. Com isso, descobriu a chave para decifrar os hieróglifos, em
25 Graças a essa descoberta, muitos outros documentos puderam ser entendidos e a História do Antigo Egito passou a ser mais bem conhecida pelos estudiosos modernos do que pelos antigos (PILETTI,Nelson; PILETTI, Claudino. História e Vida. São Paulo: Ática, 1995, Volume 3 p.47). ATIVIDADES PARA O ALUNO 1)Utilize um dicionário e registre em seu caderno o significado das seguintes palavras: Dinastia: Império: Hierarquia: 2) Descubra o nome de cada grupo e escreva no espaço correspondente: ERCSADTOAES AMPNOESCES RAOFA 3) Desenhe uma pirâmide colocando o nome dos grupos sociais nos lugares adequados. 21
26 UNIDADE III Nesta unidade pretende-se explorar aspectos contidos nas histórias em quadrinhos do personagem Papa Capim criado por Maurício de Souza, personagem esse, que representa o menino índio que vive na floresta amazônica cultivando as lendas e cultura dos índios brasileiros. Geralmente nas histórias em quadrinhos desse personagem há conflito entre índios e brancos. Enfoca também a preservação da cultura indígena, uma vez que os personagens dessas histórias em quadrinhos continuam andando de tanga, tiram seu sustento da floresta, admiram a lua, consultam o pajé em caso de doença, etc. Um Pouco da História do Índio Brasileiro Era o ano de 1500, estima-se que havia habitando o território brasileiro cerca de 5 milhões de índios. Neste momento chegaram ao Brasil os portugueses, que então, invadiram as terras, mataram, escravizaram, catequizaram forçadamente a população indígena provocando uma diminuição considerável desta população, que atualmente se restringe a aproximadamente índios, vivendo - muitos deles - de forma aculturada e alguns ocupando até centros urbanos. Muitos índios que deixaram suas terras e foram viver junto com os brancos passaram a ser explorados pelos fazendeiros, pelos invasores de suas terras e por outros aproveitadores. Quando estudamos os povos indígenas, percebemos que, entre eles, não há distinção de riquezas, pois todos os componentes da tribo têm direito a terra e a tudo que dela obtêm. Eles praticam a caça, a pesca, o artesanato, mantém ainda uma lavoura de subsistência, onde o trabalho é realizado de forma a dividir as tarefas entre homens, mulheres, idosos e jovens. A tribo é um grupo de indivíduos cujas aldeias ocupam uma mesma área. Os integrantes de uma tribo falam a mesma língua, e têm costumes e tradições comuns. Os aproximadamente 250 mil indígenas que vivem no país atualmente, fazem parte de mais de 100 grupos tribais. 22
27 Os indígenas que restam ainda lutam bastante para conseguir um pedaço de chão neste país que foi todo deles, e que invadido pelo homem civilizado os levaram ao extermínio e a perda da posse das terras. Estudando a história desses povos precisamos aprender a respeitar todas as pessoas, sejam elas brancas, índias, negras, mestiças, etc... No dia 19 de abril comemora-se no Brasil o Dia do Índio, apesar da data pouco se têm a comemorar, pois grande parte da população indígena sofreu a influência cultural do homem branco, sendo assim, muitos foram desagregados do seu habitat natural. Existe um esforço por parte de algumas autoridades para manter a diversidade cultural indígena, evitando assim o desaparecimento de muita coisa interessante, como por exemplo, as drogas prescritas pela medicina ocidental vem das plantas das florestas que foram colhidas a partir de informações de povos indígenas. Algumas tribos indígenas ainda permanecem em contato com a natureza, vivendo em equilíbrio com ela, sem destruí-la, cultivam costumes religiosos e artísticos, preservando assim os seus costumes. No campo religioso os índios adoram várias divindades, entre elas: Jaci: a Lua, criadora dos vegetais; Guaraci: o Sol, mãe de todos os homens; Uirapuru: deus dos pássaros; Caapora: protetor da floresta. Os pajés são considerados chefes religiosos, pois os indígenas acreditam que os mesmos exercem uma ligação direta com os deuses. Os chefes políticos, que são chamados de cacique, devem conduzir a aldeia, manter a tradição entre os componentes da mesma, determinar as atividades. Muitas vezes o cacique é assessorado por um conselho de homens que o auxiliam nas decisões determinando deste modo o respeito que existe entre as pessoas da aldeia. 23
28 PARA REFLETIR: Cada nação tem seu jeito de governar O tipo de governo não é igual para todos os povos. Tem governo que não escuta o povo. Tem governo que escuta o que o povo fala. Na nossa aldeia Quem governa é o chefe. Ele não governa sozinho. Ele sempre escuta o nosso povo. Ele vai conversar nas casas E ele escuta O que as pessoas falam. Ele escuta O que os mais velhos falam. ELE ESCUTA O QUE AS PESSOAS CONVERSAM NO LUGAR DE REUNIÃO! Fonte: (CIMI, 1984, p. 48.) 24
29 Os povos indígenas sempre respeitam a natureza! O mato não pode acabar. Por isso, nós não cortamos pau à toa. Nós só cortamos pau Precisando fazer casa, precisando fazer fogo, Precisando fazer canoa, precisando fazer puinguela, Precisando fazer arco. Só quando é preciso! Nós também não matamos os bichos à toa. Só matamos a caça para comer. Matamos os peixes para comer. Só matamos as aves para comer. Nós não acabamos com os bichos, com os peixes, com as aves. Os Rikbaktsa matam as araras porque precisam das penas para fazer enfeite. Os Bororo matam a onça porque precisam do couro para fazer a reza dos mortos. Fonte: (CIMI, 1984, p ) 25
30 SOUSA, Maurício de. Pra que a árvore? Chico Bento, São Paulo: Panini Comics, nº 5, p
31 SOUSA, Maurício de. Banho da Lua. Chico Bento. São Paulo: Globo, nº 71, p
32 SOUSA, Maurício de. Guerreiro Bravo. Mônica. São Paulo: Globo, nº 105, p
33 ATIVIDADES PARA O ALUNO 1)Faça em seu caderno as seguintes anotações: a) Cada povo tem uma maneira própria de organizar sua vida e construir sua história. Podemos conhecer alguns aspectos da vida dos indígenas nas histórias em quadrinhos do Papa Capim? Quais? R: b) Podemos perceber nas histórias do Papa Capim costumes do homem branco que alteram a forma de viver dos povos indígenas? Comente alguns deles. R: c) Reúna-se com os colegas e discutam sobre a leitura que você fez nas histórias em quadrinhos do Papa Capim. Em seguida registre a conclusão em seu caderno. R: d) Na história em quadrinhos Banho de Lua, existe alguma relação com a religiosidade dos índios? Explique. R: e) Na história em quadrinhos Pra que a Árvore?, podemos perceber como os índios tratam a natureza? Justifique. R: 2) Reúnam-se em grupo. Faça uma discussão sobre as principais lições que podemos aprender com os índios. Em seguida, criem um personagem índio e elaborem uma história em quadrinhos enfocando os aspectos discutidos pelo grupo. REFERÊNCIAS 29
34 BITTENCOURT, Circe. O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, CIMI. Conselho Indigenista Missionário. História dos povos indígenas: 500 anos de luta no Brasil. 2. ed. Petrópolis: Vozes, http//images.google.com.br/images?gbv=2&&as-n&start=100&ndsp=20. Acesso em http//pt.wikipedia.or/wiki/p%c3%algina_principal. Acesso em http// publicationcode=16&pagecode=831&date=currentdate. Acesso em http// Acesso em Acesso em Acesso em PARANÁ, SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO/SEED. Diretrizes Curriculares para o ensino de história nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio. Curitiba, PILETTI, Nelson; PILETTI, Claudino. História e Vida. Vol. 3. São Paulo: Ática, RODRIGUE, Joelza Ester. História em Documento: imagem e texto. São Paulo: FTD, SCHIMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, SCHIMIDT, Mario. Nova História Crítica. São Paulo: Nova Geração, VERGUEIRO, Valdomiro. Como usar as histórias em quadrinhos na sala de aula. São Paulo: Contexto,
35 FONTES SOUSA, Maurício de. Exemplar do Chico Bento nº 43. São Paulo: Globo, SOUSA, Maurício de. Exemplar do Chico Bento nº 71. São Paulo: Globo, SOUSA, Maurício de. Exemplar da Mônica nº 105. São Paulo: Globo, SOUSA, Maurício de. Exemplar do Cebolinha nº 87. São Paulo: Globo, SOUSA, Maurício de. Exemplar do Chico Bento nº 5. São Paulo: Panini Comics,
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